domingo, 16 de julho de 2017

METEOROLOGIA

Boletim técnico e 

previsão de tempo para 

os próximos dias – 

Cptec/Inpe

monitoramento 01 07 17 1



NÍVEL 250 HPA
Na análise da carta sinótica de 250 hPa da 00 UTC do dia 15/07, nota-se uma circulação anticiclônica entre a Bolívia e o MT. Sobre o extremo norte do continente o escoamento é difluente, que por sua vez gera divergência de massa e induz a convergência em baixos níveis. Este padrão favorece a formação de nuvens convectivas sobre o setor onde atua. Nota-se a presença de um cavado com eixo entre o MA e parte da Região Nordeste. Este sistema se estende pelo Atlântico adjacente, onde é contornado em parte pelo Jato Subtropical (JST) e onde alinha a nebulosidade média e alta. Ao norte de 33°S aproximadamente nota-se uma ampla crista associada ao anticiclone comentado, contornada pelo JST. Ao sul deste sistema nota-se uma ampla circulação ciclônica entre o Pacífico e sul do continente, com cavados embebidos, centro em torno de 60°S/50°W e contornada pelos ramos norte e sul do Jato Polar (JPN e JPS, respectivamente). O JPN se encontra com o núcleo intenso de 150 Kt. Este padrão favorece a atuação de sistemas frontais em superfície, inclusive no continente.
monitoramento 01 07 17 1
NÍVEL 500 HPA
Na análise da carta sinótica de 500 hPa da 00 UTC do dia 15/07, observa-se uma ampla circulação anticiclônica, que domina o escoamento em grande parte do Brasil e atua centrado entre o MS e SP. Este padrão de escoamento é típico para esta época do ano e promove subsidência do ar, inibindo a formação de nebulosidade significativa. Além disso, a subsidência associada a este padrão de circulação gera aquecimento por compressão adiabática e entranhamento de ar mais seco para as camadas mais baixas. Com isto, tem-se relativo aumento das temperaturas na parte da tarde e diminuição nos índices de umidade relativa do ar. Nota-se o reflexo do cavado em altitude entre o Nordeste e o Oceano Atlântico adjacente. Também se observa o reflexo da ampla circulação ciclônica ao sul de 33°S aproximadamente, com cavados embebidos e baroclinia significativa, favorecida pelos jatos em altitude. Este padrão favorece a presença de sistemas frontais, dois deles sobre o sul do continente (vide carta superfície).
monitoramento 01 07 17 1
NÍVEL 850 HPA
Na análise da carta sinótica no nível de 850 hPa da 00 UTC do dia 15/07, nota-se um amplo escoamento anticiclônico sobre o Atlântico associado a presença da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) e que domina o escoamento em grande parte do continente. Sobre grande parte do litoral leste do Nordeste, o padrão de circulação acima mencionado, induz o intenso escoamento de leste, transportando umidade para estas localidades, onde há bastante nebulosidade, como pode ser visto na imagem de satélite. Parte do escoamento associado a ASAS, ao encontrar a barreira orográfica dos Andes, é direcionado para o Paraguai e norte da Argentina transportando ar mais quente para estas regiões e resultando no confinamento de ar mais frio (sinalizado pela isoterma de 0°C neste nível, que estar ao sul de 38°S) ao extremo sul do continente. No Oceano Atlântico, ao sul de 30°S, nota-se escoamento ciclônico associado ao sistema frontal sinalizado na carta de superfície.
monitoramento 01 07 17 1
SUPERFÍCIE
Na análise da carta sinótica de superfície das 00Z do dia 15/07, nota-se uma nova onda frontal, que oscila de forma estacionária sobre o centro-norte da Argentina e Uruguai e que segue com ramo frio pelo Oceano Atlântico adjacente até uma área de baixa pressão relativa de 976 hPa, localizada em torno de 57°S/53°W. Outro sistema frontal transiente é observado no Oceano Pacífico e centro da Argentina, com centro de 1008 hPa. A Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) apresenta núcleo de 1036 hPa aproximadamente em 38°S/33°W. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) apresenta núcleo de 1032 hPa à oeste de 85°W, fora do domínio da imagem. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) atua em torno de 08°N/10°N no Oceano Pacífico e entre 07°N/09°N no Oceano Atlântico.
PREVISÃO
Nesse sábado (15/07) e nos próximos sete dias (15 a 22/07) o padrão termodinâmico e a divergência em altos níveis favorecerão a ocorrência de pancadas de chuva no norte e nordeste do AM, em RR, norte do PA e no AP. No interior do Brasil permanecerá uma condição de tempo estável e com pouca nebulosidade, devido a influência da circulação anticiclônica em 500 hPa, pelo menos até o dia 17/07. Entretanto em MS, MT, RO, AC e sul do AM o tempo irá mudar a partir desse dia. Na maior parte do Centro-Oeste, no sudeste do PA, no TO e interior do Nordeste a tarde será de baixa umidade relativa do ar, que deverá atingir valores em torno de 25% a 30% em algumas localidades. No interior do país, a ausência de nebulosidade manterá a condição de perda radiativa durante a noite no Centro-Oeste e no Sudeste o que resultará em madrugadas e início do dia frios, típico para a estação do ano, embora, no geral, com pequena elevação das temperaturas mínimas até o domingo (16). Após esse dia, esse ar frio da madrugada estará presente no oeste de MG, em GO, no DF, nordeste e leste de MT, TO, sul e sudeste do PA. No litoral entre a BA e o RN os próximos quatro dias serão com nebulosidade variável e condições para chuvas isoladas, devido a umidade vinda do oceano para o continente, que terá a presença de um cavado na baixa troposfera. Os ventos de norte em 850 hPa estarão se intensificando desde a Bolívia até o leste da Argentina, resultando em advecção de ar quente e seco de latitudes baixas para a área do norte e centro da Argentina e o Paraguai e o oeste da Região Sul do Brasil, que deverá se manter nos dias 15 e 16/07. No dia 15/07 uma nova onda frontal estará com a baixa pressão no oceano e à leste da Província de Buenos Aires, e a frente fria estendida do norte da Argentina ao sul do RS e oceano adjacente, o dia será frio e com chuva no leste da Argentina e no Uruguai, atingindo o sul e o oeste do RS no final do dia. Um cavado secundário atuará entre Comodoro Rivadávia e a Bahia Blanca, o qual terá influência no reforço do ar frio e úmido para áreas da Patagônia e leste da Argentina. O ar frio em 500 hPa que acompanha o cavado frontal em 500 hPa trará forte queda da temperatura na Argentina nesse sábado. Em Mendoza houve queda acentuada da umidade do ar nas 09UTC e nas 10UTC associada ao vento zonda com intensidade em torno de 38 kt, também a temperatura subiu de 6°C às 08UTC para 15°C às 09UTC e para 18°C na hora seguinte. A alta pressão pós-frontal advectará ar frio da Antártida para o cone sul do continente contribuindo para a queda acentuada da temperatura com valores negativos. No domingo (16/07) a onda de frio avançará para o norte da Argentina, Paraguai, centro da Bolívia e sul do Brasil. A frente fria estará com o eixo, no período da noite, desde o noroeste da Bolívia, passando no sul de MS e leste do PR, e prosseguindo para o Atlântico até um ciclone de 992 hPa localizado em 42°S/44°W, aproximadamente. O ar frio em 500 hPa continuará forte com valores de -33°C a -36°C na Patagônia e oeste da Argentina, e avançando para o leste do Uruguai no dia 17/07 a tarde e a noite, com valores de -24°C a -27°C. No período da noite avançará com valor em torno de -24°C para o sul do RS. A onda de frio atingirá o sul de RO, sul e oeste de MT, causando o fenômeno de friagem, pois as temperaturas máximas declinarão bastante, e a Bolívia, inclusive com ventos de sul com intensidade moderada para esta área, os quais deverão aumentar a sensação de frio. Esse vento de sul avançará para o AM até a noite do dia 17/07. No RS haverá condições para formação de geada no sul, sudoeste, oeste, centro e noroeste desse Estado. Também haverá condições favoráreis para a queda de neve no planalto e serra do nordeste e campos de cima da serra do RS e no planalto sul e serra de SC na manhã e tarde do dia 17/07, mas será de forma muito isolada. A friagem avançará para o sul e sudoeste do AM, AC, RO, noroeste, centro, sul, sudoeste e sudeste de MT no dia 18/07, entretanto as temperaturas máximas estarão em gradativa elevação no dia 19/07 para essas áreas. Nesse dia (18) haverá formação de geada ampla no RS e em SC, e em grande parte do PR, com menor chance para o norte desse Estado, e também no sul e sudoeste de MS. O frio chegará em SP, principalmente para a terça-feira (18/07) onde as temperaturas no período da tarde ficarão baixas, devido a passagem da frente fria, que causará chuva no sul, leste, nordeste, litoral e cone leste, e da entrada do ar frio na retaguarda dessa frente, associada a massa de ar frio continental. O valor da alta pressão pós-frontal poderá chegar a 1038 hPa no norte da Argentina na segunda-feira (17/07). O RJ terá queda das temperaturas máximas nos dias 18 e 19/07 deixando a tarde fria com chuva no Estado, haverá possibilidade para que a chuva tenha intensidade significativa na região da capital no dia 18, entretanto deve-se monitorar a rodada dos modelos para esta área nas próximas 48h. Nessa nova integração dos modelos houve uma melhor concordância em relação do que estavam prevendo nas rodadas anteriores em relação a onda frontal do dia 15 e a entrada da onda de ar frio até o sul da Amazônia. 
(Fonte da informação: Cptec/Inpe)

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