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Guilherme Paulus, fundador da CVC, maior operadora de viagens do país, diz que o Brasil está “à deriva” e que as decisões jurídicas são “uma nova economia”, tais as implicações que têm hoje sobre a atividade econômica. Diante dos recentes escândalos de corrupção, ele avalia que o presidente Michel Temer deveria renunciar e critica empresários como os irmãos Batista, donos da JBS. Embora as vendas na CVC — da qual é presidente do Conselho de Administração — permaneçam em alta, o empresário paulista sentiu os efeitos da recessão no ramo hoteleiro, em que atua por meio da GJP Hotels & Resorts. Tinha plano de chegar a 2018 com 48 hotéis. Serão apenas 22.
O PIB cresceu 1% no 1º trimestre, ancorado na agropecuária. Consumo e investimentos continuam em queda. Esse crescimento é sustentável?
Quando há números negativos, as pessoas acabam encolhendo seus investimentos. Mas a inflação diminuiu bem. Estavam começando a surgir novos negócios, quando veio esse último escândalo (a delação dos irmãos Batista, donos da JBS, que colocou o presidente Michel Temer no centro da crise política). Houve quatro meses de trabalho da equipe econômica para consertar a economia, para colocá-la no eixo. O Meirelles (ministro da Fazenda, Henrique Meirelles) é a pessoa certa no comando da economia brasileira e tem funcionado.
Mas o país vai crescer em 2017?
Seis pessoas vivem a crise: eu, tu, ele, nós, vós, eles. Enfim, é todo mundo. Quem está na indústria carece de investimentos. É um setor que depende muito da taxa de juros, você precisa de dinheiro. Mas, quando há uma situação política instável no país, o investidor passa a investir em negócios mais seguros, como títulos do Tesouro, propriedades. Essa indefinição dos órgãos públicos acaba atrapalhando o privado.
Atrapalha em que medida?
Não temos um comando. Temos bombeiros apagando incêndio. O Brasil hoje é como uma grande empresa que está à deriva, porque não tem comando forte. Na casa da mãe Joana todo mundo manda um pouco. O Congresso manda um pouco, os juízes mandam outro pouco... Surgiu uma nova economia no país que são as decisões jurídicas feitas pelo Supremo (Supremo Tribunal Federal).
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