segunda-feira, 17 de abril de 2017

BRASIL

Odebrecht deixou de garantir água limpa e esgoto para pagar propina

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Prefeituras de cidades do Pará e Santa Catarina acusam a empreiteira de não ter cumprido metas em obras de saneamento Foto: Reprodução Rádio EBC


Muito dinheiro desviado para pagar propina devia ter sido usado para garantir água limpa e rede de esgoto. Mas os pagamentos para políticos adiaram obras para melhorar a vida da população.



O Pará é um dos cinco estados com os piores índices de saneamento básico. De acordo com o Ministério das Cidades, até 2015 apenas 47% das casas tinham água tratada e a coleta de esgoto não chegava a 5%.



Nos últimos anos, dez municípios do sudeste paraense decidiram fazer parcerias com a iniciativa privada, que assumiu os serviços de saneamento. A empresa escolhida foi a Odebrecht.



Na cidade de Redenção a Odebrecht é responsável pelo abastecimento de água por poços artesianos. A dona de casa Benta Souza disse que o motor que bombeia a água para o bairro dela vive dando problema.



Bom Dia Brasil: - Quanto tempo a senhora já chegou a ficar sem água aqui?
Benta Souza:- Às vezes uma semana, dois, três dias, que é quando eles não vêm ligar, a caixa fica só fazendo aquele barulho, como que está seca, né?



Moradores também reclamam da qualidade da água.



''Eu fui parar no hospital e lá diagnosticaram que era bactéria da água. Aí, passei a consumir água mineral”, disse a dona de casa Rafaela Custódio.



A prefeitura de Redenção disse que a Odebrecht não cumpriu as metas de construir uma estação de tratamento e ampliar a rede de água até 2016.



Em Curionópolis, a prefeitura diz que a Odebrecht não vai atingir as metas de levar água tratada a todos os moradores e coletar 40% do esgoto, até o fim deste ano.



Os projetos de saneamento da Odebrecht no Pará foram citados nas delações de dois ex-executivos da empresa para a Lava Jato. Fernando Reis e Mário Amaro disseram que a Odebrecht pagou R$ 1,5 milhão, via caixa 2, para a campanha de Helder Barbalho, do PMDB - atual Ministro da Integração Nacional - ao governo do Pará em 2014.



O senador Paulo Rocha, do PT, também teria se beneficiado do esquema.



Segundo os delatores, a Odebrecht teria pedido apoio aos políticos para melhorar as relações da empresa com a companhia de saneamento do estado do Pará.



Os projetos de saneamento da Odebrecht no Pará foram citados nas delações de dois ex-executivos da empresa para a Lava Jato. Fernando Reis e Mário Amaro disseram que a Odebrecht pagou R$ 1,5 milhão, via caixa 2, para a campanha de Helder Barbalho, do PMDB - atual Ministro da Integração Nacional - ao governo do Pará em 2014.



O senador Paulo Rocha, do PT, também teria se beneficiado do esquema.



Segundo os delatores, a Odebrecht teria pedido apoio aos políticos para melhorar as relações da empresa com a companhia de saneamento do estado do Pará.



Os contratos de saneamento da Odebrecht em Blumenau, Santa Catarina, chegam a R$ 300 milhões. Mas a empresa cobrou da prefeitura um aditivo de R$ 118 milhões para ampliar a rede de esgoto. Uma das medidas para bancar esse valor foi aumentar em 18% a conta de água.



Na delação da Odebrecht, o diretor da Divisão Sul da empresa, Paulo Roberto Welzel, disse que a empreiteira doou R$ 500 mil, também via caixa 2, a três candidatos à prefeitura de Blumenau em 2012: Jean Kuhlmann, do PSD, e Ana Paula Lima, do PT, hoje deputados estaduais, e Napoleão Bernardes, do PSDB, atual prefeito de Blumenau. Os pagamentos serviriam para ampliar os serviços da Odebrecht em Blumenau.



Helder Barbalho e Paulo Rocha negaram ilegalidade na campanha de 2014 e disseram que os recursos foram registrados na Justiça Eleitoral.



A prefeitura de Redenção disse que vai tentar melhorar os serviços para a população.



A de Curionópolis disse que pediu que a Odebrecht fornecesse as informações técnicas sobre a água.



Jean Kuhlmann declarou que jamais tratou de campanhas com a Odebrecht.



Ana Paula Lima disse que as doações para sua campanha em 2012 foram declaradas.



E Napoleão Bernardes negou ter defendido interesses empreiteira.

Fonte: Bom Dia Brasil

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