Clima no início de outono favorece olerícolas e frutas
Nas Missões e na Fronteira Noroeste do RS, os
tomates apresentam boa produtividade e sanidade, elevando a oferta local
e baixando o preço ao consumidor Foto: Divulgação
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Na
Serra, o primeiro cacho das lavouras de tomate do tarde está sendo
colhido, apresentando frutas de ótimo calibre, coloração e sabor. As
plantas apresentam quantidade de pencas dentro da média e com número de
frutos bem acima do requerido para atingir o calibre desejado. O raleio
dos cachos, prática cultural de grande importância, principalmente nos
plantios do tarde (cultivados no final do verão e durante o outono,
período este caracterizado por dias mais curtos e temperaturas mais
baixas) raramente é feito, interferindo no desenvolvimento dos frutos.
A área de cebola na região Sul ficou em
3.481 hectares e a previsão de produção é de 83.120 toneladas. A cultura
já está com a colheita finalizada. Segue a comercialização tanto para
os mercados locais da região, principalmente nos municípios de Rio
Grande e Pelotas, como para as demais regiões do país. Com uma
estimativa de 10% da safra de cebola estar armazenada em galpão, os
produtores esperam por preços melhores para comercialização, já que o
preço médio em Rio Grande, por exemplo, é considerado muito abaixo do
esperado, na faixa de R$ 0,45/kg.
FRUTAS
O desenvolvimento das frutícolas também
está favorecido no Estado. A produção de morango nas regiões do Alto da
Serra do Botucaraí e Vale do Rio Pardo é bastante reduzida, em especial
das cultivares San Andreas e Albion. Nesta época de encomenda de mudas
nacionais e importadas e planejamento da próxima safra, são também
feitas melhorias e reformas nas unidades de produção em ambiente
protegido, como reposição de slabs e construção de novas estufas, além
de poda das cultivares de dias neutro. Na segunda quinzena de março a
maioria dos produtores faz a poda drástica das plantas visando o preparo
para a produção. Há tendência de manutenção das áreas de cultivo nos 23
municípios dos Vales do Caí e Taquari, onde 300 famílias cultivam 78,5
ha de morango. Em termos de áreas e famílias envolvidas, destacam-se os
municípios de Feliz, com 100 famílias/50 ha de cultivo, e Bom Princípio,
com 70 famílias/15 ha de cultivo.
Nos citros do Vale do Caí, as chuvas
regulares e bem distribuídas têm permitido excelente desenvolvimento das
frutas, desde a época da floração, no mês de agosto, até a fase atual,
de crescimento. A maioria das bergamotas e laranjas será colhida a
partir de maio, conforme seu período de maturação (de ciclo precoce,
médio ou tardio), sendo que a colheita se estende normalmente até
novembro. Entre as bergamoteiras, a sequência de maturação das
principais cultivares começa com a Satsuma e segue com Ponkan, Caí,
Pareci, Montenegrina e Murcott.
A Satsuma é a fruta cítrica mais
precoce, com a qual se inicia a colheita de frutas cítricas na região,
no início de março e atualmente atinge 35% das frutas. A bergamota
Satsuma é de origem japonesa, com pouca acidez e sem sementes, cuja
casca não libera o cheiro característico das bergamotas comuns quando
descascada. Em virtude de ter pouca acidez, pode ser consumida com a
casca ainda verde. O preço recebido pelos citricultores está em média R$
21,50/cx. de 25 quilos.
A produção do limão Tahiti, que na
verdade é uma lima ácida, tem um comportamento diferente das demais
frutas cítricas, pois a floração nas plantas acontece durante todo o
ano, o mesmo ocorrendo com a produção, embora com diferentes
intensidades. O maior volume produzido na região do Vale do Caí ocorre
em maio, junho e julho. Pelas frutas colhidas agora, os citricultores
estão recebendo em média R$ 25,00/cx. de 25 quilos.
A atividade mais intensa nesta época no
Vale do Caí é o raleio da bergamota verde, que já atinge em torno de 50%
das frutas das bergamoteiras do grupo das comuns, Caí, Pareci e
Montenegrina. O raleio é uma prática fundamental para a obtenção de
frutas com qualidade. Trata-se da retirada de parte das frutas da
planta, quando no início do seu desenvolvimento, ainda verdes, para que
as que ficam na planta possam ter um tamanho maior, evitando assim a
concorrência devida a uma grande carga de frutos. Outro motivo
importante para a realização do raleio é evitar a alternância de
produção, que é a produção excessiva em uma safra e uma produção pequena
ou nula na safra seguinte. As frutas verdes, das cultivares do grupo
das comuns, são vendidas para indústrias da região, que retiram um óleo
que está nas cascas das frutas. Este óleo tem aplicação na indústria de
cosméticos, indústria de alimentos e bebidas e de higiene e limpeza.
Este produto resultado do raleio, que em outros tempos tinha um valor
pequeno, atualmente tem sido uma excelente fonte de renda para os
citricultores, mesmo que o valor tenha reduzido em relação ao raleio da
safra de 2016. O valor médio recebido pelos citricultores pela
bergamotinha verde está em R$ 320,00 por tonelada.
CRIAÇÕES
Apicultura - A predominância de tempo
mais seco da semana é favorável à apicultura, pois intensifica a
atividade das abelhas na coleta de pólen e néctar. São abundantes as
floradas de diversas espécies melíferas, como eucaliptos, aroeira e
maricá, entre outras. Os enxames estão fortes e populosos e apresentam
boas condições sanitárias. Em alguns locais os apicultores realizam a
migração das colmeias para as florestas de eucaliptos com o objetivo de
aproveitar a floração. Alguns apicultores relatam o sumiço de colmeias
em áreas próximas às lavouras de soja e relatam acreditar que seja pelo
uso de agroquímicos.
A maioria dos apicultores conseguiu
realizar apenas uma colheita de mel nesta safra. Início da colheita de
outono na região Sul. Alguns apicultores ainda não estão com as
melgueiras operculadas e irão realizar a colheita no final de abril ou
até mesmo no “veranico” de maio. Para esses produtores, a
Emater/RS-Ascar orienta entrar, logo após a colheita do mel, com
constante alimentação artificial complementar.
Avicultura colonial - No município de
Santo Cristo, dentro do planejamento de diversificação das produções, um
produtor está iniciando a atividade com 600 aves de postura e já obteve
licenciamento ambiental e foi orientado no que se refere a manejo e
instalação dos piquetes com grama Tifton 85, pois trabalhará no sistema
colonial. Os produtores estão renovando os plantéis de postura e de
corte, buscando informações sobre novas linhagens e manejo de animais.
GRÃOS
Apesar da colheita do milho evoluir de
forma mais lenta devido à intensificação da colheita da soja, esta
atinge 62% das lavouras, com 22% maduras e por colher e 15% em
enchimento de grãis. No Estado, as condições meteorológicas têm
propiciado o segundo plantio da cultura (milho safrinha), que apresenta
ótimo desenvolvimento vegetativo, sendo que em algumas lavouras se
observa o início do período reprodutivo, com boas perspectivas de
produtividade.
No momento se mantém o processo de
escoamento do milho e do trigo estocados nos silos e armazéns, com o
objetivo de oportunizar espaço para o recebimento da soja, considerando a
expectativa de um aumento significativo da produção desta oleaginosa.
A colheita da soja avançou e alcança 22%
da área projetada, com produtividades até o momento superiores às
estimativas iniciais. Segundo relatos de técnicos da região
administrativa de Emater/RS-Ascar de Ijuí, não há informações de
lavouras com produtividade abaixo de 60 sacas por hectare (3.600
quilos/ha), sendo que algumas atingem facilmente 80 sacas (4.800
quilos/ha). Outras regiões seguem no mesmo sentido, apresentando
produtividades acima do esperado. Tal fato provavelmente deverá provocar
uma nova reavaliação na produtividade média estadual. Atualmente, 42%
das lavouras de soja estão maduras e por colher e 36% estão em
enchimento de grãos.
Ótimos rendimentos também tem
apresentado o feijão 1ª safra. Nos Campos de Cima da Serra, última
região produtora de feijão considerado de primeira safra no RS, foi
iniciada a colheita, com produtividade de até três toneladas por
hectare. As demais áreas estão em final de enchimento de grãos e
maturação, com aspecto de lavoura muito bom.
Feijão safrinha – Lavouras da safrinha
encontram-se nas fases de desenvolvimento vegetativo, floração e, as
mais adiantadas, em enchimento de grãos. A semeadura ultrapassa os 90%
da área inicialmente estimada. Produtores realizam os tratos culturais
da cultura. Não há relatos de ataque de pragas e doenças que possam
causar danos expressivos à cultura, mas os dias frios desTa última
semana não foram favoráveis. Temperaturas amenas/frias com umidade
favorecem doenças como antracnose. Nessas condições, faz-se necessária
uma maior atenção dos agricultores na observação da lavoura.
Fonte: Emater/RS-Ascar
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