Por 8 a 1, STF rejeita pedido de Cunha e mantém ex-deputado preso
A maioria dos ministros acompanhou voto proferido pelo relator, Edson Fachin Foto:AFP/JC |
O Supremo Tribunal
Federal (STF) negou nesta quarta-feira (15) um pedido de liberdade
apresentado pela defesa do deputado cassado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ).Seguindo recomendação do novo relator da Operação Lava
Jato na Corte, Edson Fachin, e por 8 votos a 1, a maioria dos
ministros resolveu
mantê-lo na prisão em Curitiba (PR) - o único voto a favor de
conceder liberdade a Cunha foi do ministro Marco Aurélio Mello.
O peemedebista, que
teve o mandato cassado em setembro, foi preso em outubro do ano
passado pela Polícia Federal em Brasília por determinação do juiz
federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava
Jato na primeira instância.
No âmbito da Lava
Jato, Eduardo Cunha responde a diversas ações penais por suposto
recebimento de propina oriunda de contratos da Petrobras.
O advogado Ticiano
Figueiredo, que defende Eduardo Cunha, falou com a imprensa ao final
da sessão e disse que o Supremo não entrou no mérito sobre se a
prisão está correta ou não e que confia que o STJ concederá a
soltura e que, se isso não acontecer, recorrerá ao STF novamente.
O julgamento
No julgamento desta
quarta, os advogados de Cunha alegaram que ele foi preso com os
mesmos argumentos
usados em maio do
ano passado pelo STF para afastá-lo do cargo de deputado e da
presidência da Câmara.
Por isso, na visão
da defesa, Sérgio Moro contrariou decisão do STF de não prendê-lo,
optando por uma medida menos grave."Com os mesmíssimos
argumentos o juiz Sérgio Moro revalora a decisão do Supremo, revê
a decisão do Supremo e prende Eduardo Cunha sem nenhum fato novo, a
não ser a perda do mandato", afirmou o advogado Ticiano
Figueiredo.
Em seu voto, porém,
o relator do caso, Edson Fachin, reproduziu decisão do ministro
Teori Zavascki – antigo relator da Lava Jato, que morreu no mês
passado –, que já havia negado o pedido de liberdade. Em dezembro,
Teori considerou que o STF não decidiu sobre a prisão, mas somente
sobre o afastamento.
"Esse Supremo
Tribunal Federal não se manifestou sobre requisitos da prisão. É
equivocada a conclusão de que magistrado ao não decretar prisão
decide que não estão presentes requisitos. O reclamante no ponto
confunde ausência de análise com ausência de motivo", disse
Fachin.
Assim, para o
relator, no caso de Cunha, o pedido de liberdade só poderia ser
concedido num habeas corpus, ação que deve passar por todas as
instâncias judiciais antes de chegar ao STF.
Atualmente, um
pedido do tipo para soltar Cunha está em análise no Superior
Tribunal de Justiça (STJ), sem data para decisão final.
Fonte: G1
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