domingo, 12 de fevereiro de 2017

ESPORTE

No feminino, Sport, Náutico e Santa tentam se adequar às novas regras

Manter plantel femino é exigência para disputar competições da CBF a partir do ano que vem; Náutico e Sport têm boa estrutura, mas Santa tem situação delicada




Exigência para os clubes profissionais - por meio do Profut -, a manutenção de um plantel de futebol feminino tem panoramas diferentes nos três maiores clubes do Recife. Náutico e Sport mantém a equipe principal e ainda contam com divisões de base. O Santa Cruz, por outro lado, encerrou os trabalhos e foi criticado pelas atletas. A questão é que, a partir do próximo ano, para participar das competições nacionais organizadas pela CBF, os clubes são obrigados a manter departamentos femininosPara as competições organizadas pela Conmebol, também, mas a partir de 2019.
Quem não cumprir pode sofrer também punições, como a proibição da contratação de jogadores do time masculino, chegando ao rebaixamento e exclusão em competições. Veja abaixo o panorama dos três grandes do Recife a respeito dos elencos femininos e seus planos para o futuro:
NÁUTICO

Náutico Futebol Feminino (Foto: Divulgação)

Com 28 jogadoras no elenco atual, o Náutico deu uma atenção especial à equipe feminina. Em 2016, além do profissional, o clube criou um Sub-17, com o intuito de dar uma melhor formação às atletas. Todos os treinos acontecem nos Aflitos, quatro vezes por semana. Manter divisões de base é um dos projetos a longo prazo do clube.

- O clube nos procurou com essa nova ideia. Já tinha um grupo montado, mas era bem mais maduro, e aí viemos trazer meninas mais novas. Fazer um trabalho de médio e longo prazo para dar frutos ao clube. Até para o Estado mesmo, que ainda não tem uma lógica de categorias de base para as meninas. Elas sempre iniciam tardiamente, que são aquelas que se destacam na rua, alguém viu e levou. Essas não têm uma formação adequada. Então introduzimos isso, formar as meninas no próprio clube e termos assim uma melhor qualidade a longo prazo - explicou Jeronson França, treinador da equipe.

Uma das melhorias previstas é a mudança para o CT do clube, na Guabiraba, em Paulista. 

- A gente está usando os Aflitos, mas já começaram a fazer algumas obras. Ainda não está interferindo na gente, mas vai chegar um ponto que não vai dar. Como as obras ainda estão sendo estruturais, está tranquilo. Mas estamos trabalhando para passar para o CT. Hoje, a gente ainda não consegue por questões de logística. Estamos organizando a casa para este ano resolvermos isso. Provavelmente, nos próximos meses passaremos para lá. à medida que o tempo vai passando e o clube vai se organizando, a gente vai melhorando o departamento
SPORT

Sport futebol feminino (Foto: Reprodução)
O Leão retomou o projeto com o futebol feminino em 2017, após ficar um ano parado. A equipe foi montada com garotas formadas no próprio clube e trazidas de outros estados, como Rio de Janeiro, Maranhão, Espírito Santo e São Paulo. Ao todo, 19 atletas chegaram para se juntar a outras sete que estavam na Ilha do Retiro. 

O investimento no departamento saiu dos cofres do próprio Leão. Sem participação de patrocinadores. As meninas têm contratos profissionais - carteira assinada e residência bancada pelo clube -, coisa que poucos clubes fazem no Brasil. 

Chamado a fazer parte do projeto, o treinador Jonas Urias trouxe na bagagem o título de melhor técnico do Campeonato Paulista da categoria, em 2016. Sobre o futuro, afirmou que o Rubro-Negro quer ir longe.

- O Sport quer ser um pioneiro no futebol feminino. Com profissionalização da modalidade. 
Na coletiva de apresentação da equipe, na semana passada, o presidente Arnaldo Barros frisou o esforço que o clube tem feito para dar suporte às meninas.
- Hoje em dia, o futebol feminino é profissionalizado. Então, as atletas têm contrato de trabalho com o Sport, são remuneradas. A comissão técnica é remunerada. Estamos dispostos a isso para, também no futebol feminino, sermos vencedores.
SANTA CRUZ

Alírio Moraes Santa Cruz (Foto: Antônio Melcop/ Santa Cruz)
O Tricolor passou por problemas sérios no grupo feminino. Foi montada uma equipe com 28 atletas no segundo semestre de 2016 que, este ano, teve que ser descontinuada. Ajuda de custo de menos de R$ 300 atrasada por cerca de cinco meses e condições precárias de estrutura motivaram a decisão da diretoria.

Ciente de que as coisas não estavam bem, o Santa Cruz divulgou uma nota oficial no site do clube explicando a situação. A nota diz que o futebol feminino foi um projeto oferecido por terceiros, no segundo semestre de 2015, e que os mesmos se comprometeriam com os gastos. Após constatar que nenhuma melhoria havia sido registrada, o clube interrompeu a parceria.

Procurado pela reportagem do GloboEsporte.com, o presidente Alírio Morais explicou, por meio da assessoria, que pretende retomar o projeto em julho deste ano, mas com o clube à frente de tudo.

- Por conta da ineficiência e da precariedade que estava o projeto que havia sido apresentado, resolvemos descontinuá-lo. Isso pelo motivo de que o clube e as moças ficaram vulneráveis. Mas, a partir do mês de julho, um projeto elaborado pelo clube, sem terceirização, dará continuidade à equipe de futebol feminino. Vai ser algo que parte de dentro. Podemos até ter parceiros, mas o formato é nosso. Vai ser tudo gerenciado pelo Santa Cruz.

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