Peso
das mochilas na volta às
aulas pode ser prejudicial
Com listas de materiais cada vez mais extensas e livros
mais grossos, o uso das mochilas pode afetar a coluna vertebral, segundo
professora de fisioterapia, Yomara Mota
Foto: Faiara Assis
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Livros, cadernos, papéis, lápis e
até brinquedos são alguns dos materiais que disputam espaço na mochila de um
estudante. De acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia
(INTO), a quantidade de peso ideal levada em uma mochila não deve ultrapassar
10% do peso corporal. Hoje, as listas de materiais estão cada vez mais extensas
e os livros mais grossos, o que aumenta a preocupação dos pais com relação ao
peso das mochilas. A sobrecarga causada pela utilização da mochila pesada pode
ser prejudicial ao sistema musculoesquelético, que está em maturação durante a
infância e a adolescência, o que afeta, principalmente, a coluna vertebral.
Segundo a coordenadora do curso de Fisioterapia da Universidade Católica de Brasília (UCB), professora Yomara Mota, o peso da mochila, associado ao uso inadequado, aumenta a possibilidade para a ocorrência de desvios da coluna, como cifose e escoliose, além de colaborar para degeneração precoce dos discos intervertebrais. “Quando se carrega uma mochila pesada na parte posterior do corpo, o centro de gravidade se altera e, para compensar, o corpo faz uma inclinação para frente, ou seja, a cabeça e o tronco deslocam-se anteriormente. Essas mudanças na postura corporal podem ocasionar dor, fadiga e tensões musculares”.
Mochila ideal
A mochila é um item necessário e,
por isso, a escolha do modelo adequado é essencial. Para as crianças menores,
as mochilas do tipo carrinho são ideais, já que a alça pode ser ajustada de
acordo com a estatura do estudante para deixar os ombros alinhados
horizontalmente e a coluna verticalmente. Já as crianças maiores e os
adolescentes preferem as mochilas de costas, que devem ter as alças ajustadas
ao corpo e ficar em contato com as costas, com a base da mochila alinhada à
região da cintura.
Para a Profa. Dra. Yomara Mota, além do peso adequado, o uso correto é importante: “É preferível escolher modelos com alças largas e acolchoadas. Antes de comprar, é preciso verificar também o peso da mochila vazia, pois alguns modelos podem ser mais pesados que outros. O alerta é evitar usar as alças em apenas um dos ombros ou colocar a mochila na frente do corpo ao invés de usá-la nas costas”.
A fisioterapeuta formada pela UCB, Isabela da Silva Almeida, sugere evitar materiais que não serão necessários naquele dia de aula ou optar por acessórios menores e mais leves, como agendas, garrafinhas de água, cadernos e embalagens de cola. “Pelas normas do INTO, o peso da mochila não deve ultrapassar 10% do peso corporal. Por exemplo: uma criança com a massa corporal total de 35Kg deve usar uma mochila de, no máximo, 3,5Kg, o que, normalmente, não acontece”, explicou.
As queixas de dores na coluna e na região dos ombros podem servir de alerta e merecem atenção dos pais e da equipe escolar, pois podem estar associadas ao uso errado da mochila e dos materiais escolares. “Na ocorrência de dor e de desvios posturais, é indicado procurar um médico ortopedista. A fisioterapia pode trabalhar na prevenção de dores e dos desvios posturais”, disse Isabela Almeida.
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