segunda-feira, 11 de novembro de 2013

MASSA CHEGA À WILLIAMS PARA LIDERAR O TIME


Felipe Massa (Foto: Mark Baker/AP)

Não se pode ter dúvida nenhuma de que Felipe Massa chega à Williams com o status e com a obrigação de ser o líder do time. Valtteri Bottas vem mostrando consistência nessa sua temporada de estreia na F1, mas com um histórico de quem já foi vice-campeão mundial e tem oito anos de experiência em uma equipe de ponta como a Ferrari, Massa precisa provar agora que é capaz de reeditar seus grandes momentos, dos anos mágicos que viveu na Ferrari de 2007 a 2009.
O brasileiro irá se livrar da amarra que o prendeu no time italiano nos últimos tempos, com Fernando Alonso se impondo categoricamente como piloto número um da equipe. Isso não existirá em sua nova casa. Não existe motivo para isso.
Claro que ele precisará mostrar trabalho, o que ele não vem fazendo nos últimos anos. Bottas tem sido um adversário bastante duro para Pastor Maldonado. No placar de grids, um dos pontos fortes do venezuelano, por exemplo, o finlandês vence por 10 a 7. Em corrida, o desempenho dos dois é bastante parelho, apesar de o sul-americano já estar em sua terceira temporada no mesmo time. Considerando apenas as corridas que terminaram, a posição média de Maldonado é 13,2º enquanto a de Bottas é 14º.
Isso não quer dizer que Massa tem que chegar à Williams com medo de Bottas. Bem pelo contrário. Ele deve mostrar a motivação que tinha até 2009 na Ferrari, e que chegou a esboçar nas últimas etapas de 2012, para se impor naturalmente. A própria equipe não deve esperar por menos.
Massa comemora vitória no GP da Turquia, em 2008 (Foto: AP Photo/Ibrahim Usta)
Massa comemora vitória no GP da Turquia, em 2008 (Foto: AP Photo/Ibrahim Usta)
E ele tem totais condições de andar bem, dentro das limitações do equipamento, como sugere de tempos em tempos. O GP da Índia, que ele teve um bom ritmo de corrida e terminou em quarto, foi uma prova. Em Abu Dhabi, se retirado o erro de estratégia na escolha dos pneus para o trecho final da prova, também. O relógio, mesmo na comparação direta com Alonso, mostra isso.
E o que Massa pode esperar da Williams? Bem, seria tolice comparar o momento da esquadra do velho garagista Frank com a Ferrari, de onde o brasileiro está chegando. O time, que nos 80 anos e principalmente nos 90, foi uma das grandes forças da categoria, luta atualmente para marcar pontos. Em 2013, só tem um. Isso quer dizer que seus carros estarão novamente no fundo grid no ano que vem? Não.
A F1 passará por mudanças radicais em 2014. Isso sempre dá a chance de embaralhar um pouco as coisas. A Williams tem uma estrutura boa. O problema nos últimos claramente foi o gerenciamento. A aposta é em Pat Symonds, que assumiu o cargo de diretor técnico em agosto e deve estar trabalhando a todo vapor no novo carro.
O engenheiro começou na F1 nos anos 80 pela Toleman e foi engenheiro de Michael Schumacher na Benetton, onde fez longa carreira, mesmo depois, quando o time foi comprado pela Renault. A história dele e a de Massa se cruzaram em 2008. Symonds foi um dos arquitetos, ao lado de Flavio Briatore, do escândalo do GP de Cingapura, em que ele e o italiano mandaram Nelsinho Piquet bater propositalmente para ajudar a estratégia de Alonso. Na época em que o caso foi descoberto, Felipe nunca escondeu seu descontentamento, já que o famoso erro do pitstop da Ferrari, em que a mangueira ficou presa ao seu carro, aconteceu justamente na janela de entrada do safety car causada pelo acidente do compatriota.
Valtteri Bottas: a grande surpresa em Montreal (Beto Issa/Tazio)
Valtteri Bottas: a grande surpresa em Montreal (Beto Issa/Tazio)
À parte isso, Symonds é um engenheiro bastante experiente e como conselheiro técnico e depois diretor da Marussia, ajudou na evolução da equipe de 2012 para cá. Ele pode se tornar uma peça importante neste novo momento do time.
Mas o que deve mais motivar Massa são os motores Mercedes. A Williams troca em 2014 a Renault pelo fornecimento da montadora alemã. Ainda é difícil se saber como estará a divisão de forças entre as fabricantes em 2014, mas os propulsores da marca da estrela de três pontas são os mais potentes na atualidade e os rumores no paddock é que os números de dinamômetro com os novos V6 são bastante promissores.
Será uma experiência totalmente nova para o experiente piloto brasileiro, que desde sua estreia na F1, em 2002, apenas andou com motores Ferrari, na Sauber e, obviamente, na própria equipe do cavalinho rampante.
Pensar em vitórias e briga por título é talvez sonhar um pouco. Mas Massa tem condições em 2014 de fazer uma campanha descente e, principalmente, limpar seu nome depois dos últimos quatro anos em que não mostrou o desempenho que se esperava dele.
FONTE: UOL ESPORTES

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