quinta-feira, 31 de outubro de 2013

IRMÃOS NÃO CONTAM CROMOSSOMOS



O título já diz tudo, irmãos não contam cromossomos. Estamos a cada dia aprendendo a ser pais de uma criança com síndrome de Down. Precisamos lidar com as diversas terapias e fonte de estimulação. É, muitas vezes cansativo e angustiante, mas também é gratificante ver a evolução. Muito mais fácil, no entanto, é ser irmão de uma criança com síndrome de Down. Vemos as nossas duas filhas, Mariana e Beatriz, uma de 07 e a outra de 03 anos, interagindo com o Daniel com a naturalidade própria das crianças. Sem dúvida, irmãos não contam cromossomos, o que conta é que são irmãos, pura e simplesmente, irmãos. E esperamos que assim seja, hoje e sempre. Que sejam, acima de tudo e do número de cromossomos, apenas irmãos.
A Mariana, a mais velha, sabe que o Daniel tem síndrome de Down. Faz perguntas e já entende que ele precisa de estímulos extras (ainda que ela não saiba o que são estímulos extras). Ela sabe que ele faz fisioterapia e fonoaudiologia. Sabe que ele precisa de uma dose extra de natação e de atenção. Ela simplesmente compreende e tenta ajudar. A maior ajuda, entretanto, é a de brincar, de cantar e dançar pra ele. E ela faz com a alegria e prazer próprio das crianças. O irmão mais novo é simplesmente o irmãozinho lindo e fofinho. Ela, sem dúvida, não conta cromossomos.
A Beatriz, com 03 anos, faz bagunça no espaço da “terapia”, mas faz A bagunça com ele, tirando os brinquedos do lugar, disputando-os com ele. Aprendeu a respeitar os momentos de estimulação por fisioterapeutas e fonoaudiólogos. Quando os profissionais saem, se transveste de fisioterapeuta e fonoaudióloga e vai brincar, fazendo os mesmos exercícios que os profissionais fazem com ele. Disputa colo, tem ciúmes, age normalmente, como qualquer irmã um ano mais velha agiria. Também não conta cromossomos.
O Daniel também não se importa que elas tenham um cromossomo a menos do que ele. As ama assim mesmo e as enche de beijos e abraços. Também briga com elas, disputa os brinquedos e atenção. Puxa o cabelo, chora, beija, abraça, disputa, sorrir, enfim, é apenas (e isso não é pouco) o irmão mais novo. Os cromossomos, não passam de um detalhe desinfluente e que nem é percebido por ele.
Ainda são muito novos, 07, 03 e 02 anos de idade, e, logicamente, nem sabem o que significa síndrome de Down, trissomia do 21 ou cromossomo extra. Entre eles existe apenas o amor fraternal, um amor puro e que esperamos que sempre continue assim. Esperamos, e temos firme esperança de que assim será, que nunca contem cromossomos, que sejam sempre irmãos.
FONTE: SABER MELHOR

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