Contra leilão do Campo de Libra, petroleiros "abraçam" sede da Petrobras no DF
Eles querem que a área seja totalmente estatal e esperam que a Justiça cancele o certame
Petroleiros se reuniram para dar um "abraço simbólico" ao redor do prédio da Petrobrás em BrasíliaDivulgação / FUP
Em protesto contra o leilão do Campo de Libra do pré-sal, na Bacia de Santos (RJ), um grupo de funcionários da FUP (Federação Única de Petroleiros) se reuniu em frente ao edifício-sede da Petrobras no Setor de Autarquias Norte, área central de Brasília, para fazer um protesto na manhã desta segunda-feira (21). Cerca de 50 pessoas deram um "abraço" simbólico no prédio por volta das 8h para tentar chamar a atenção do Estado.
Os manifestantes estão acampados em frente ao Congresso Nacional desde o dia 3 de outubro e saíram em marcha por volta das 7h30. A expectativa do coordenador-geral da FUP, João Antônio de Moraes, é que o leilão, marcado para acontecer as 15h desta segunda, seja suspenso ou cancelado.
Em entrevista ao R7, ele explicou que o Governo Federal está inflexível e que até o momento não manteve nenhum tipo de contato oficial com a federação. Moraes disse que após cinco anos da descoberta da camada de pré-sal, o Estado começou a explorar o petróleo seguindo o novo regime de partilha e que está ofertando de forma irregular o "gigantesco campo de Libra".
— Esta área tem potencial de óleo recuperável de 12 bilhões de barris. O texto prevê 41% de partilha, mas o mínimo de arrecadação prestado pode cair para 15% ou menos.
Em conversas extraoficiais, representantes do governo teriam afirmado para líderes da federação que o leilão acontecerá de qualquer maneira, decisão que poderia "prejudicar a Petrobrás, a sociedade brasileira e o desenvolvimento do País".
Para ele, se este leilão fosse realmente benéfico para o Brasil não seria necessário montar todo o "aparato de guerra que está no Campo de Libra".
— Se essa medida fosse realmente boa, não precisaria ter todo esse sistema montado. A gente ainda tem esperanças que a Justiça conceda uma liminar para suspender o certame. O leilão tem que ser anulado e o edital totalmente revisto, porque existem várias irregularidades nele.
A área de libra tem 1,5 mil quilômetros quadrados e é a maior descoberta de petróleo no Brasil. O coordenador-geral da FUP disse que a categoria vai acompanhar todas as decisões ao longo desta segunda e espera que a Justiça "tenha bom senso".
— Se não for possível cancelar, que pelo menos remarque tudo isso para que os problemas do edital sejam revistos e nós não tenhamos tanto prejuízo.
Paralisados em todo o Brasil, no Distrito Federal os petroleiros contam com apoio da FUP e seus sindicatos, Movimentos dos Atingidos por Barragens, MST e outras entidades que integram a Via Campensina. Moraes relatou que a intenção da categoria é lutar para que o campo seja totalmente brasileiro e estatal.
— O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que essa exploração vai movimentar investimentos de US$ 180 bilhões, um grande salto para nossa economia. Não podemos perder essa oportunidade.
A FUP informou que até o momento não existe nenhum outro ato previsto para acontecer na capital federal.
FONTE: R7 DF
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