segunda-feira, 20 de junho de 2022

DF: gasolina passa de R$ 8 no crédito. Confira onde está mais barato

COMBUSTÍVEL

Após Petrobras anunciar reajuste de preços da gasolina e do diesel, postos de combustíveis aumentaram os preços nas bombas

FOTO: REPRODUÇÃO G1


No pagamento pelo crédito, o preço do litro da gasolina comum ultrapassou a marca de R$ 8 em alguns postos do Distrito Federal. Os preços nas bombas começaram a ser reajustados no sábado (18/6), após a Petrobras ter anunciado novo reajuste nacional na sexta-feira (17/6).

De acordo com apuração do portal de notícias Metrópoles, no DF, o litro da gasolina poderia ficar até R$ 0,20 mais caro, voltando ao patamar de R$ 8. No caso do diesel, o aumento é de até R$ 0,70.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio da gasolina comum no DF, na semana entre 5 e 11 de junho, era de R$ 7,729.

O preço mínimo ficou em R$ 6,990, e o máximo, em R$ 7,990. Ainda não há dados no site da ANP relacionados aos valores após o novo reajuste.

Metrópoles conferiu preços em alguns postos do DF na manhã desta segunda-feira (20/6). No pagamento no crédito, os valores superaram R$ 8 em estabelecimentos do SIA, de Ceilândia e do Aeroporto JK.

Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sindicombustíveis) do DF, o impacto do reajuste não será homogêneo. Cada posto pode optar em repassar, ou não, o aumento para o consumidor.

O repasse pode inclusive variar, ultrapassando até mesmo R$ 0,20. Alguns postos podem optar por segurar a recomposição, a exemplo do Posto da Torre.

Confira os preços da pesquisa feita pelo Metrópoles:

Posto da Torre, Asa Sul – R$ 7,39 débito, R$ 7,54 no crédito (não houve repasse de preços)

Posto Brasal, SIA, próximo aos hotéis – R$ 7,89 no débito e R$ 8,29 no crédito

Posto Metrô, Ceilândia QNM 25 – R$ 7,89 no débito e R$ 8,05 no crédito

Posto Nenen’s, Taguatinga Centro – R$ 7,29 no débito e R$ 7,39 no crédito

Posto Shell, Aeroporto de Brasília – R$ 7,87 no débito e R$ 8,09 no crédito

Posto Jade, Asa Norte SQN 410 – R$ 7,59 no débito ou no crédito

Posto Jarjour, Asa Sul SQS 210 – R$ 7,48 no débito ou no crédito (seguidores do Instagram do posto recebem desconto de R$ 0,05)

Posto Shell, Águas Claras, Alameda dos Eucaliptos, Quadra 107 – R$ 7,89 no débito ou no crédito


Fonte: Metrópoles

Feriadão tem 30 mil vacinados contra covid-19 no DF

VACINAÇÃO DF

No feriado prolongado, muita gente


FOTO: REPRODUÇÃO

 aproveitou para se vacinar contra covid-19. 30 mil pessoas compareceram aos postos de saúde para receber a imunização.

A permissão para que pessoas acima de 40 anos tomassem a segunda dose de reforço – também chamada de quarta dose – influenciou o resultado.


TV BRASIL/Repórter DF

PRF aponta redução de 11% em acidentes durante feriado no DF

TRÂNSITO DF

Comparação é com o mesmo período de 2021; número de vítimas também diminuiu, com queda de 41%

FOTO: REPRODUÇÃO


O número de acidentes durante o feriado de Corpus Christi caiu 11% e o de feridos diminui 41% nas rodovias federais do DF e do Entorno em comparação com o mesmo período de 2021, de acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal divulgados nesta segunda-feira (20). A operação ocorreu entre 15 e 19 de junho. De acordo com a PRF, foram abordados aproximadamente 1,3 mil veículos e 1.732 pessoas.

Durante os cinco dias de operação, foram registrados 24 acidentes nas rodovias, deixando 19 pessoas feridas. Três pessoas morreram em acidentes. No mesmo período do ano passado, houve 27 acidentes, que deixaram 32 pessoas feridas, redução, portanto, de 11% do número de acidentes de trânsito e de 41% no de vítimas.

No decorrer da operação, foram registradas 221 ultrapassagens indevidas, 40 condutores foram multados por falta do uso do cinto de segurança e 21 por ter assento inadequado para crianças. Foram realizados 656 testes do bafômetro e quatro pessoas foram presas pelo resultado superior a 0,33 miligramas por litro.

No total, foram presas 23 pessoas por diversos crimes. Entre as pessoas detidas, estavam dois homens que se envolveram em um acidente de carro por dirigir alcoolizados. Cinco veículos foram apreendidos e quatro carros tinham sinais de adulteração.

*Estagiária sob supervisão de Fausto Carneiro.


Procon-DF promove feirão para renegociar dívidas de água e luz

DF

Mutirão começa na próxima quarta-feira (22/6), no Venâncio Shopping. A renegociação de dívidas ocorrerá com as empresas Caesb e Neoenergia


FOTO: REPRODUÇÃO


O Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-DF) – órgão da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal –, em parceria com o Venâncio Shopping, promove, na próxima quarta-feira (22/6), o mutirão de renegociação de dívidas com a Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) e a Neoenergia.

O feirão de água e luz vai até sexta-feira (24/6), das 10h às 16h, no Espaço Conexão da praça central do Venâncio Shopping. O evento é gratuito e não precisa de inscrição ou agendamento.

A iniciativa é uma oportunidade para que os consumidores inadimplentes possam regularizar a situação com as empresas.

Para a ação do Procon, os órgãos irão conceder condições de renegociação exclusivas e mais vantajosas aos clientes.

FONTE: METRÓPOLES


sexta-feira, 17 de junho de 2022

Palmeiras vence o Atlético-GO de virada e se isola como líder do Brasileiro

 ESPORTES

Palmeiras começou perdendo para o Atlético-GO, com um gol contra bizarro de Luan. Mas precisou de sete minutos para virar ainda no 1º tempo e fazer 4 a 1. No segundo tempo, levou o segundo e passou em branco. Mas os 4 a 2 foram suficientes para o time se isolar na liderança do Brasileirão: tem 25 contra 22 do Corinthians.

Foi uma apresentação de assustar do time de Abel Ferreira, resumida por Baralhas, jogador do Atlético-GO, ao microfone do Premiere, no intervalo: "Em primeiro lugar, agradecer que o 1º tempo acabou".

O resultado dá um bom gás para os dias decisivos que o Verdão tem pela frente. Na segunda-feira (20), pelo Brasileiro, o desafio no Morumbi é contra o São Paulo. Na quinta (23), o time e o local são os mesmos, mas o campeonato é a Copa do Brasil. No dia 26, tem o Avaí em Florianópolis. E, no dia 29, no Paraguai, o rival pelas oitavas da Libertadores é o Cerro Porteño (PAR).

O Atlético-GO, que volta para a zona de rebaixamento, com 13 pontos, tem o Juventude em casa, no próximo domingo, antes de encarar o clássico com o Goiás, no dia 22, quarta-feira —ambos pelo Brasileirão.

Cronologia do jogo

O Atlético-GO contou com uma infelicidade enorme do Palmeiras para abrir o placar, aos 28' do 1º tempo. O cruzamento veio da direita para Jorginho cabecear e a bola acertar o travessão. Na volta, Churin bateu para o gol, mas, no caminho, tentando tirar, Luan mandou contra o próprio gol e abriu o placar.

Mas o Palmeiras não se abalou, não. Com Zé Rafael, o Verdão empatou aos 41', após passe de Veron. Dois minutos depois, aos 43', foi a vez de Gómez aproveitar desvio de Luan em escanteio e virar.

Com mais um minuto, Scarpa recebeu de Veron e bateu de direita para fazer 3 a 1, aos 44'. E, aos 48', Gómez de novo, após escanteio e desvio de Rony, fez 4 a 1 para o Palmeiras.

Na segunda etapa, com o Palmeiras um pouco mais morno, Churin aproveitou saída ruim de Weverton e fez o segundo do Dragão, aos 33'.

Jogo do Palmeiras

Um rolo compressor. Essa e outras metáforas clichê servem para definir o que foi o Palmeiras no 1º tempo a partir dos 41'. Em sete minutos, muito consciente, o Alviverde virou e criou uma goleada. Antes, contudo, o Palmeiras vinha dando espaço nas laterais e no miolo da área. No segundo tempo, o time administrou a situação e poderia ter feito um placar histórico.

Jogo do Atlético-GO

Até abrir o placar, o time de Goiânia, dentro de sua proposta, fazia um bom jogo. Tendo a bola por mais tempo, não passava por muitos perigos e ainda incomodava de vez em quando. Mas tudo desmoronou quando o Palmeiras empatou. Dali em diante, o time se perdeu. E mesmo com o Verdão tirando o pé na segunda etapa, não se encontrou mais.

Foi bem: Veron vai mostrando a que veio

Gómez fez dois gols, mas Gabriel Veron foi o melhor jogador. O atacante vai perdendo a timidez e se tornando cada vez mais útil no Palmeiras, virando dono da posição.

Foi mal: Arthur Henrique, pela expulsão

A verdade é que o Atlético não jogou mal. Desse modo, o jogador expulso leva o "prêmio" apenas pelo peso da advertência.

Jogo aberto nos primeiros 20 minutos

O Palmeiras teve um bom volume de jogo no campo de ataque nos primeiros 20 minutos de jogo. Mas o Atlético-GO, em um jogo de transição rápida, também chegava à área de Weverton. O Dragão teve duas chegadas perigosas, com direito a Baralhas tentando conclusão de letra. O Palmeiras teve dois bons chutes de Scarpa e um pedido de pênalti em bola enfiada por Veron também para o camisa 14.

Dragão abre o placar com gol contra de Luan

A jogada do Atlético-GO pela direita foi boa, a cabeçada no travessão, de Jorginho, também. Quem foi mal na jogada foi Luan. Ao tentar tirar, à frente de Weverton, o zagueiro do Palmeiras, de meia bicicleta arrematou contra o próprio gol num lance esquisitíssimo.

Palmeiras vira o jogo e amplia em 3 minutos e meio. Nos acréscimos, faz o quarto

Não deu muito tempo para o palmeirense se preocupar. Em poucos minutos, o Palmeiras assimilou o golpe e virou a partida. Aos 41', Luan faz bonita inversão para Veron na ponta esquerda. O atacante dominou e soltou rasteiro para Zé Rafael bater de primeira e empatar. Dois minutos depois, Scarpa bateu escanteio, Luan desviou na primeira trave e Gómez completou para o gol na segunda para virar.

Um minuto depois, foi a vez de Scarpa receber de Veron na área e bater de primeira, de direita, para fazer 3 a 1. E, aos 48', De novo em jogada de escanteio de Scarpa, foi a vez de Rony desviar para Gómez, de novo, pegar o rebote e fazer o quarto do Verdão.

Segundo tempo é morno

Com o placar assegurado, o Palmeiras fez muitas trocas e diminuiu o ritmo. Aos 33', viu Churin fazer o segundo em erro de Weverton.

FICHA TÉCNICA:

PALMEIRAS 4 x 2 ATLÉTICO-GO
Competição: 12ª rodada do Campeonato Brasileiro
Data e hora: 16 de junho de 2022 (quinta-feira), às 18h (de Brasília)
Local: Allianz Parque, em São Paulo (SP)
Árbitro: Ramon Abatti Abel (SC)
Auxiliares: Kleber Gil (Fifa/SC) e Henrique Ribeiro (SC)
VAR: Emerson de Almeida Ferreira (MG)

Gols: Luan, contra, aos 28' do 1º Tempo, e Churin, aos 33' do 2º (ATL). Zé Rafael, aos 41', Gómez, aos 43' e 48', e Scarpa, aos 44' do 1º tempo (PAL)
Cartões amarelos: Danilo e Zé Rafael (PAL); Churin (ATL)
Cartões vermelhos: Arthur Henrique (ATL)
Público: 38.888
Renda: 2.130.000,00

PALMEIRAS: Weverton; Luan (Mayke); Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Danilo (Menino), Zé Rafael e Gustavo Scarpa (Atuesta); Dudu (Wesley), Rony e Gabriel Veron (Breno Lopes). Técnico: Abel Ferreira
ATLÉTICO-GO: Ronaldo; Hayner, Edson Felipe, Ramon e Jefferson; Marlon Freitas (Lucas Lima), Gabriel Baralhas (Edson) e Jorginho (Leo Pereira); Wellington Rato, Churín e Luiz Fernando. Técnico: Jorginho


FONTE: UOL ESPORTES

Plano pago do WhatsApp vai cobrar por envio de mensagens? Veja como vai funcionar

 APLICATIVO

Veja quais mudanças o WhatsApp Premium trará aos usuários e quais delas serão incluídas no pacote de assinatura.


FOTO: REPRODUÇÃO



WhatsApp pretende lançar em breve seu plano de assinatura, conhecido até o momento como WhatsApp Premium. A Meta, empresa desenvolvedora, prevê implementar o novo serviço aos usuários do WhatsApp Business, voltado para quem faz uso do mensageiro para o ramo dos negócios.

Segundo portal WABetaInfo, especializado em lançamentos e novidades a respeito do WhatsApp, o serviço de assinatura para quem possui contas comerciais no aplicativo será opcional, e trará muitas vantagens para quem se tornar assinante.

Como vai funcionar o WhatsApp Premium?

Uma das principais vantagens do WhatsApp Premium será a possibilidade de vincular uma única conta em até 10 dispositivos. Ao contrário do que anda circulando por aí, o mensageiro não fará cobranças adicionais por mensagens enviadas na versão paga.

Além disso, o quem assinar o plano também poderá criar links comerciais personalizados, facilitando que os clientes entrem em contato de forma mais simplificada com as empresas. O recurso opera de forma parecida ao nome de usuário do Telegram que, no encurtador, possibilita a substituição do número de telefone pelo apelido do dono da conta.

Preço e lançamento do novo serviço

Até o momento não foram revelados mais detalhes a respeito do pacote de assinatura do aplicativo. Muitos usuários querem saber sobre o preço e data de lançamento da versão Paga do WhatsApp. Segundo a Meta, novas informações serão divulgadas em breve.

Enquanto o serviço não é liberado, rumores apontam para  novos lançamentos do mensageiro para 2022, desta vez para usuários de todas as versões, como a opção de enquetes, atualização de status na lista de bate-papo, bem como possibilidade de mais de uma conexão web (PC) com a mesma conta.


EDITAL CONCURSO BRASIL

Cruzeiro derrota Santos por 4 a 2 no Brasileiro Feminino

 ESPORTES

Vitória faz Cabulosas se afastarem da zona do rebaixamento


Com o triunfo na partida que encerrou a 12ª rodada da competição, as Cabulosas permanecem na 12ª posição, mas agora com 13 pontos, quatro a mais do que o São José, que abre o Z4. Já o Santos encerra a rodada na 6ª posição com 18 pontos.

O Cruzeiro venceu com gols de Mari Pires, Laysla, Mariana Santos e Gi Oliveira (contra). Já Ketlen e Cristiane descontaram para o Santos.

As duas equipe voltam a entrar em campo pela competição no domingo (19), com as Cabulosas visitando o Esmac e o Santos recebendo o Bragantino na Vila Belmiro.

Edição: Fábio Lisboa

DF marca presença no Campeonato Brasileiro de futebol de mesa

ESPORTES 
Capital federal será representada pelos botonistas Alcides Figueira, Paulo Caruso, Simplicio Santos, Antonio Pimentel e Francisco Maia. A competição começa nesta quinta-feira (16/6) e vai até domingo (19/6), no Morumbi, em São Paulo

FOTO: REPRODUÇÃO


Brincadeira que virou coisa séria, o futebol de mesa, popular futebol de botão, abrirá, nesta quinta-feira (16/6), no Morumbi, em São Paulo, os trabalhos do Campeonato Brasileiro. O torneio que vai até o domingo (19/6) contará com a presença do Distrito Federal entre os melhores botonistas do país.Esta será a 32ª edição da competição nacional na categoria 12 toques, uma das mais praticadas do futebol de mesa. Ao todo, 240 competidores, entre 14 e 70 anos, disputarão os títulos das categorias máster, adulto e sub-18. Alcides Figueira, Paulo Caruso, Simplício Santos e Antônio Pimentel, da AABB/Acafuma-DF, e Francisco Maia, do Gama, representarão a capital no palco nacional.

Praticante do futebol de mesa desde os 5 anos e atual presidente da Federação Brasiliense de Futebol de Mesa (FBFM), Simplício Santos comenta as expectativas para o torneio. "O nível em São Paulo será altíssimo, com botonistas que disputam campeonatos internacionais. Se conseguirmos ir além da terceira divisão, já será um excelente resultado", avalia. 

O representante brasiliense revela que a procura pelo esporte também tem aumentado. "Por ser um esporte relativamente barato, inclusivo e pode envolver a família inteira, tem crescido. Mulheres, jovens, idosos, crianças e deficientes praticam", conta. 

Além do Distrito Federal, outras 12 unidades da federação serão representadas: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Entre os times, destacam-se as participações de São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Vasco, Flamengo, Botafogo, Fluminense, Avaí, Sport e Santa Cruz.

O futebol de mesa é levado à sério no Brasil. Hoje, o país conta com 19 federações estaduais filiadas à Confederação Brasileira de Futebol de Mesa (CBFM), sendo que 11 serão representadas no Campeonato Brasileiro. Essa será a primeira vez que o torneio será disputado desde o início da pandemia de covid-19.

*Estagiário sob a supervisão de Danilo Queiroz


CORREIO

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Flamengo supera o Cuiabá, volta a vencer no Brasileirão e 'pega o elevador' na tabela

 FUTEBOL

Com gols de Ayrton Lucas e Gabigol, Rubro-Negro quebrou a sequência de três derrotas consecutivas e venceu a primeira partida com Dorival Júnior


Jogadores do Flamengo comemorando um dos gols sobre o Cuiabá (Foto: Marcelo Cortes / Flamengo)
Não foi uma atuação brilhante, mas o Flamengo se impôs diante do Cuiabá, no Maracanã, e voltou a vencer no Brasileirão após três derrotas seguidas. Com gols de Ayrton de Lucas e Gabigol, o 2 a 0 afastou o time de Dorival Jr do Z4, dando ao técnico um pouco mais de tranquilidade para trabalhar visando as "finais" que virão por aí.

Com o resultado, o Flamengo foi aos 15 pontos, subindo para a primeira metade da tabela. Agora, o Rubro-Negro enfrenta o Atlético-MG duas vezes: pelo Brasileirão, no domingo, e pelas oitavas de final da Copa do Brasil, na próxima quarta. Já o Cuiabá segue no Z4, com 12 pontos, e recebe o Ceará, no próximo sábado, na Arena Pantanal.

SEM QUERER TAMBÉM É GOL!

A proximidade do Z4 de ambos times deixaram o ambiente tenso ainda antes da bola rolar, mas o gol de Ayrton Lucas logo cedo, aos seis minutos, aliviou parte da tensão rubro-negra. É verdade que o lateral fez jogada individual e chegou à linha de buscando cruzar, mas a bola foi direto para o gol de Walter. E sem querer também é gol!

PRIMEIRO ABERTO E COM ALERTAS PARA O FLA!

A vantagem deixou o Flamengo mais leve e, atuando mais ao seu gosto sob o comando de Dorival Jr, com Arrascaeta na esquerda, Everton Ribeiro na direita, e Bruno Henrique e Gabi no comando do ataque, o time teve bom volume ofensivo. O melhor lance foi aos 19, com o camisa 9 cruzando para o uruguaio, de cabeça, acertar a trave.

Por outro lado, a quantidade de ataques desperdiçados - seja por um drible errado ou por uma escolha de passe equivocada - foi muito grande. Além disso, o Cuiabá, em transição rápida, conseguiu chegar com perigo à área do Fla. Foram cinco chutes dos visitantes contra sete do Rubro-Negro, mas os goleiros não fizeram grandes defesas.

Dorival Jr não fez  mudanças no intervalo, mas foi obrigado a sacar David Luiz e Bruno Henrique na etapa inicial por problemas médicos. Já Antônio Oliveira optou por Jonathan Cafu no lugar de André Felipe.

CONTROLE E VITÓRIA RUBRO-NEGRA!

Diante do controle que o Flamengo teve até os 15 minutos, o técnico do Cuiabá voltou a mexer, apostando em Valdívia. O time de Dorival Jr, contudo, seguiu atuando de maneira tranquila, sem ser ameaçado, e com boa aproximação dos meias para manter o controle da bola.

As chances de gol, contudo, só começaram a aparecer a partir dos 23 minutos..Everton Ribeiro teve duas boas chances, mas finalizou para defesa de Walter e, depois, no travessão. Vitinho, Gabi e Arrascaeta tiveram chances, mas os erros na hora da decisão irritaram a torcida.

Com o Cuiabá sem conseguir avançar para o seu campo de ataque, o segundo gol do Flamengo parecia questão de tempo - e foi. De tanto insistir, Gabi acabou chegando ao seu gol. O passe de Vitinho foi na medida para o camisa 9, que garantiu a vitória e a festa no Maracanã.

FICHA TÉCNICA
FLAMENGO 2X0 CUIABÁ

Estádio:
 Maracanã, em Rio de Janeiro (RJ)
Data e hora: 15 de junho de 2022, às 20h30
Árbitro: Savio Pereira Sampaio (FIFA/DF)
Assistentes: Alessandro Alvaro Rocha de Matos (FIFA/BA) e Daniel Henrique da Silva Andrade (DF)
Árbitro de video: Rafael Traci (SC)
Público e renda: 40.916 pagantes / 43.930 presentes / R$ 1.431.946,00

Cartão amarelo: Vitinho (FLA); André Felipe, Camilo, Antônio Oliveira (CUI)
Cartão vermelho: Não houve.

Gols: Ayrton Lucas (1-0, 6'/1ºT) e Gabigol (2-0, 33'/2ºT)

FLAMENGO (Técnico: Dorival Júnior)

Diego Alves; Matheuzinho, Pablo David Luiz (Léo Pereira, 14'/1ºT) e Ayrton Lucas; João Gomes, Andreas Pereira, Everton Ribeiro (Diego, 38'/2ºT) e Arrascaeta (Willian Arão, 38'/2ºT; Bruno Henrique (Vitinho, 24'/1ºT) e Gabi (Pedro, 38'/2ºT)

CUIABÁ (Técnico: Antônio Oliveira)

Walter; João Lucas, Marllon, Paulão e Uendel; Camilo, Felipe Marques (Marcão Silva, 31'/2ºT), Rafael Gava (Osorio, 28'/2ºT) e Rodriguinho (Valdívia, 14'/2ºT; André Luís (Jenison, 28'/2ºT) e André Felipe (Jonathan Cafu, Intervalo)


FONTE: LANCE!


sexta-feira, 10 de junho de 2022

Falta de dinheiro, falhas de projeto e omissão política geram 14 mil obras inacabadas

BRASIL

FOTO: REPRODUÇÃO



É dia de festa em Dias D’Ávila (BA), cidade a 56 quilômetros de Salvador. Para celebrar o aniversário de emancipação do município, a prefeita inaugura um ginásio de esportes com placar eletrônico e assina ordens de serviço para a construção de outras três obras: uma praça, um posto de saúde e a tão esperada creche municipal. Orçada em R$ 620 mil, a escolinha teria oito salas de aula.

Mas o projeto não sai do papel. Embora a União tenha transferido todo o dinheiro para a prefeitura, a construção da creche é considerada paralisada dois anos depois do anúncio — segundo o Painel de Obras +Brasil, do Ministério da Economia. Uma realidade frustrante que não se restringe à cidade baiana.

O tema das obras inacabadas voltou à baila em março deste ano, depois que o então ministro da Educação Milton Ribeiro admitiu que prefeituras indicadas por pastores evangélicos tinham prioridade na transferência de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A Comissão de Educação do Senado iniciou uma série de audiências públicas para avaliar se a interferência política no repasse do dinheiro compromete o andamento das obras.

De 30 mil contratos financiados pelo FNDE desde 2007, mais de 3,6 mil estão inacabados ou paralisados — o que equivale a 12% do total. Considerando apenas as 2,5 mil obras classificadas como inacabadas, o órgão desembolsou pelo menos R$ 1,2 bilhão até 2019. Desses projetos, 352 nem sequer chegaram a começar. O diretor de Gestão Articulação e Projetos Educacionais do FNDE, Gabriel Vilar, participou de um debate com os senadores e alertou para a gravidade da situação.

— Temos casos de obras que não foram iniciadas, mas foi pago 100% do recurso. Não vou pagar duas vezes pelo mesmo serviço e não tenho o saldo em conta. Mesmo que o município queira, não tem a possibilidade de repactuar. Para outras 481 obras, já pagamos entre 71% e 99% dos recursos pactuados — destaca Vilar. Do total de obras inacabadas, 43% já receberam mais da metade dos recursos.


14 mil obras inacabadas

As creches representam apenas uma pequena fração do problema. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), o Brasil tem mais de 14 mil obras inacabadas, em contratos que somam R$ 144 bilhões. São escolas, hospitais, pontes, praças, estradas, ciclovias, quadras esportivas, mercados públicos, abrigos, casas populares, aterros sanitários, sistemas de saneamento e urbanização, terminais de passageiros e uma infinidade de outros empreendimentos esquecidos num limbo aparentemente insuperável — mas incrivelmente dispendioso. Se houvesse uma rubrica específica no Orçamento para cobrir as despesas com obras paradas, a dotação seria maior do que toda a verba dos Ministérios da Educação (R$ 113,7 bilhões) e da Defesa (R$ 112,6 bilhões).

Diante desse cenário desolador, a pergunta que fica é: por quê? Por que um país com escassez de recursos e excesso de demanda por serviços públicos se dá ao luxo de congelar uma fatia tão expressiva do orçamento e privar a população de atendimento?

O TCU analisou incialmente os dados referentes a 2.914 obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Nesse primeiro recorte (veja quadro), as principais causas de paralisação constatadas foram limitações técnicas (47%), abandono pela empresa (23%) e problemas orçamentários ou financeiros (10%). Obras interrompidas por decisões da Justiça ou por recomendação dos órgãos de controle somam apenas 6% dos casos.

No entanto, para o TCU, o sistema de acompanhamento do PAC utilizava “categorias bastante genéricas” para apurar as causas de paralisações. A auditoria decidiu então aplicar questionários entre os gestores responsáveis pela execução dos projetos e promover vistorias em 84 empreendimentos espalhados em todo o território nacional.

A partir dessa nova investigação, o ministro Vital do Rêgo identificou três principais causas para o problema. A primeira delas — classificada como uma “velha conhecida” do TCU — é a contratação de empreendimentos com base em projeto básico deficiente. Segundo o acórdão, há baixo interesse de governadores e prefeitos na realização dos estudos, que são geralmente elaborados em prazo curto e sem o amadurecimento necessário. “O efeito nocivo de se privilegiar o início da execução das obras em detrimento do planejamento é o anúncio de obras sem o devido embasamento técnico, resultando em atrasos e majoração dos custos inicialmente previstos”, concluiu o relator.

A segunda causa sugerida para a paralisação das obras é a falta de dinheiro de estados e municípios para o pagamento de contrapartidas. Parte do problema se deve à queda de arrecadação verificada a partir de 2014. Mas a maioria dos casos ocorre por “distorções no processo orçamentário”, como superestimativas infundadas de receitas e subestimativas de despesas obrigatórias.

Mesmo sem capacidade para arcar com as contrapartidas exigidas pela legislação, o poder público continua anunciando — e iniciando — a construção de novas obras. “Conhecendo o baixo percentual de sucesso, dá-se início a um número excessivo de empreendimentos, na expectativa de que somente uma parcela seja realizada. Mas essa lógica tem resultado em alto grau de ineficiência, desperdício e sobrecarga administrativa”, apontou Vital do Rêgo.

Vital do Rêgo: falta de planejamento atrasa a obra e aumenta custos (foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

A terceira e última causa identificada pelo TCU é a dificuldade dos entes subnacionais para gerir os recursos recebidos. A má gestão não significa necessariamente corrupção ou desvio de dinheiro. Ela está muitas vezes associada a carência de pessoal especializado para conduzir contratos, demora na resolução de pendências e falhas na fiscalização do empreendimento.

No ano passado, a Corte de Contas promoveu uma nova investigação para monitorar a situação das obras inacabadas de 2019. O resultado foi aparentemente promissor: de 27 mil contratos analisados, apenas 7 mil estavam parados — metade do estoque de 14 mil obras encontradas dois anos antes.

No entanto, os auditores se depararam com um fato estarrecedor: informações sobre 11 mil contratos financiados pela União simplesmente desapareceram dos bancos de dados oficiais. O TCU chamou a atenção para “as significativas discrepâncias” e para “o risco” provocado pela supressão do conteúdo. Para a Corte de Contas, a comparação com o cenário de 2019 ficou comprometida.

“É certo que parte das obras pode ter sido concluída nesse período, sem que outras tenham sido iniciadas, de modo a haver uma redução no número total de contratos firmados. Contudo, as significativas discrepâncias indicam que as razões são outras. O risco aumenta quando nos damos conta de que nessa lacuna de empreendimentos que podem ter ‘desaparecido’ dos sistemas pode haver obras paralisadas que se tornarão inacabadas de fato”, destaca o acórdão.

O TCU recomendou que o Ministério da Economia consolide e publique na internet dados atualizados sobre todos os contratos. A Corte de Contas sugeriu ainda que o Comitê Interministerial de Governança, responsável pelo assessoramento do presidente da República, analise o risco de que obras paralisadas não sejam corretamente informadas à pasta.

Irregularidades graves

A história do Brasil é pródiga em obras faraônicas e inacabadas. Um ícone dessa triste sina é a Ferrovia do Aço: anunciada em 1973 a um custo inicial de US$ 1,1 bilhão, a obra foi suspensa por falta de pagamentos em 1978 e só terminou em 1986 — após consumir US$ 4 bilhões e sofrer drásticas simplificações em relação ao projeto original.

Na década de 1990, outro projeto megalomaníaco escandalizou o país e serviu para uma mudança de parâmetros na fiscalização das obras inacabadas: a construção do edifício-sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. Iniciada em 1992, a obra foi abandonada em 1998 após consumir R$ 230 milhões — R$ 169 milhões deles desviados em um esquema de corrupção.

O TCU descobriu os primeiros indícios de irregularidades no TRT paulista em 1994. Naquele mesmo ano, o Congresso Nacional passou a incluir no Orçamento Geral da União um dispositivo que hoje serve de alerta contra novos escândalos: uma lista de obras e serviços com indícios de irregularidades graves, conhecida como Anexo VI. Nesses empreendimentos, os problemas identificados são tão críticos que a paralisação é menos danosa do que a continuidade da obra.

Esse mecanismo de proteção dos recursos públicos é desencadeado todos os anos pelo TCU, que envia para a Comissão Mista de Orçamento (CMO) informações sobre o andamento de contratos considerados suspeitos. O relatório, conhecido como Fiscobras, chega ao Congresso até o dia 25 de outubro — 55 dias após a entrega do projeto de lei orçamentária pelo Poder Executivo.

No Fiscobras 2021, encaminhado durante a elaboração do último Orçamento, a Corte de Contas listou quatro empreendimentos com indícios de irregularidades graves:

• Construção da BR-040 (RJ). Com 35,13% de execução física, houve sobrepreço e problemas nos projetos básico e executivo;

• Ampliação de capacidade da BR-290 (RS). Com 88,12% de execução física, os auditores identificaram superfaturamento;

• Adequação de trecho rodoviário na BR-116 (BA). Com 8,83% de execução física, o projeto de pavimentação estava em desacordo com a licitação; e

• Construção da BR-235 (BA). Com 92,35% de execução física, houve indícios de superfaturamento.

Durante a tramitação na CMO, o relator-geral do Orçamento, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), acatou duas sugestões do TCU e incluiu no Anexo VI a paralisação das obras na BR-040 (RJ) e na BR-290 (RS). Os dois empreendimentos em andamento na Bahia (BR-116 e BR-235) foram poupados do bloqueio.

Embora leve em conta as informações prestadas pelo Fiscobras, o Congresso tem autonomia para incluir no Anexo VI obras com indícios de irregularidades graves que não tenham sido sugeridas pelo TCU. Foi o que aconteceu no Orçamento deste ano: o Parlamento decidiu suspender o repasse de recursos para a Ferrovia Transnordestina, o que não havia sido originalmente proposto pelos auditores.

Obra da BR-040, no Rio de Janeiro: auditoria identificou sobrepreço e problemas no projeto (foto: Divulgação/Intertechne)

A decisão de incluir a Transnordestina no Anexo VI partiu do Comitê de Avaliação das Informações sobre Obras e Serviços com Indícios de Irregularidades Graves (COI), vinculado à CMO. Segundo o COI, apesar de já terem sido aplicados pelo menos R$ 5,7 bilhões de recursos públicos desde 2006, o empreendimento tem “histórico deplorável de execução”. “A concessionária não conseguiu executar mais da metade das obras e não dispõe de projeto adequado nem de orçamento confiável para a conclusão”, destacou o coordenador do comitê, deputado Paulo Azi (União-BA).

O bloqueio de obras com indícios de irregularidades graves pode ser revisto a qualquer momento ao longo do ano. Tudo depende de uma decisão da CMO, composta por 10 senadores e 30 deputados. Se avaliar que os problemas que deram causa à paralisação foram superados, a comissão pode determinar a continuidade do empreendimento por meio de um decreto legislativo. O projeto só vai ao Plenário do Congresso se houver recurso proposto por um décimo dos membros do Senado e da Câmara. 

'Emenda-janela'

Os parlamentares têm um papel central na destinação de recursos para a conclusão de obras públicas. No Orçamento deste ano, cada um dos 81 senadores e 513 deputados teve a oportunidade de sugerir emendas individuais até o limite de R$ 17,6 milhões. As bancadas estaduais indicaram um total de R$ 5,7 bilhões em despesas.

Embora não sejam a única fonte de financiamento, as emendas parlamentares estão no centro do debate sobre as obras inacabadas. O senador Esperidião Amin (PP-SC) levantou essa lebre durante audiência pública na Comissão de Educação. Ele chamou a atenção para o que classificou de emenda-janela: uma dotação que, embora não seja suficiente para concluir um empreendimento, é usada por gestores locais com motivação meramente política ou eleitoral.

— Não dá para fazer uma obra de R$ 1 milhão? Abre R$ 1 mil só para começa

Para Amin, é preciso investigar eventuais irregularidades na execução de obras públicas. Mas tão importante quanto isso, segundo o parlamentar, é “consertar o sistema”. O senador defendeu, por exemplo, que a liberação de dinheiro para a construção de creches e escolas por meio do FNDE siga os mesmos parâmetros de desempenho adotados na gestão do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

— Alguém de vocês já recebeu denúncias sobre o Fundeb? Não. Por quê? Porque o Fundeb tem critérios. Minha ideia é criarmos 27 fundos estaduais de desenvolvimento da educação. Ele passa a ser não uma repartição pública onde a gente vai pedir dinheiro. Se o prefeito vier pedir, você vai procurar corrigir: “Não, você está com três obras inacabadas. Isso não pode acontecer”. Vamos destinar o dinheiro para acabar as três ou explicar por que não precisam ser feitas — explicou Amin.

Desvirtuamento

O presidente da Comissão de Educação, senador Marcelo Castro (MDB-PI), é o relator do Orçamento de 2023. Ele usa palavras duras para classificar as emendas-janela: “desvirtuamento, deformação, burla e fraude”. Embora proibidas desde 1993, elas deram origem a mais de 2 mil empenhos em 2021.

Castro reconhece que, em algumas situações muito específicas, uma obra pode ser dividida em etapas com bons resultados para a sociedade. Mas esse tipo de gasto deve ser considerado uma exceção. Não pode ser generalizado.

— Você vai fazer uma adutora em um município para beneficiar dez povoados. Vamos supor que isso custe R$ 10 milhões. Não tem esse dinheiro, mas tem R$ 1 milhão. Com R$ 1 milhão, dá para botar água no primeiro povoado. Então, é uma etapa útil. O que você não pode é botar um recurso que não tenha uma finalidade social. 

Obras de grande porte — como a transposição do rio São Francisco, orçada em R$ 8,2 bilhões — dependem de uma previsão orçamentária de médio ou longo prazo. Elas são incluídas no Plano Plurianual (PPA), uma lei aprovada para indicar quais são as prioridades do poder público a cada quadriênio.

Em obras de menor porte, no entanto, esse planejamento orçamentário não existe na prática. A cada novo ano, a liberação dos recursos é incerta: ocorre “a conta gotas”, como define o senador Otto Alencar (PSD-BA).

— A obra fica inacabada e dá um prejuízo muito grande. Na Bahia, várias creches foram iniciadas, mas não foram concluídas. Não porque o prefeito não teve a decisão de fazer. Mas porque só se coloca no Orçamento de um ano parte dos recursos, ao contrário de se repassar o recurso integral e fiscalizar a execução física da obra. Acho errado, sou um crítico disso. Se vou fazer um hospital, e ele custa R$ 10 milhões, que se coloque no orçamento R$ 10 milhões para fazer a obra — sugere.

Obras como a transposição do São Francisco dependem de previsão a médio ou longo prazo, mas para obras pequenas não há planejamento, segundo Otto Alencar

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) alerta para outra faceta do problema. Segundo ele, um componente político pode contribuir para a interrupção de projetos iniciados em gestões anteriores.

— Tem obra com 80% praticamente, quase pronta. O problema no Brasil é que você não tem política de Estado, você tem política de governo. Então, cada governo que entra acaba com tudo e não faz o dever de casa: concluir as obras ou dar continuidade aos projetos que estão funcionando — disse.

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), ver tanto dinheiro enterrado em canteiros de obras abandonadas é motivo de indignação.

— Considero um absurdo existirem tantas obras inacabadas e tanto recurso público mal aplicado. É a absoluta ausência de uma política de Estado que garanta que obras iniciadas por um governo terão continuidade e serão concluídas em outros governos. Isso gera um prejuízo enorme para a população, que fica privada de obras e ações importantes — afirma.

Creches inacabadas (fotos: Prefeitura de Búzios e Prefeitura de Além Paraíba)

O senador Wellington Fagundes (PL-MT) classifica as obras inacabadas como “uma herança maldita”, que pode ocorrer “por falta de planejamento ou por falta de responsabilidade”. Qualquer que seja a causa, segundo o parlamentar, a consequência é sempre a mesma: a população insatisfeita.

— O cidadão reclama e com razão. Temos mais de 2 mil creches inacabadas. O trabalhador que tem seu filho e quer deixá-lo numa creche vê a obra inacabada e fica revoltado. Isso é extremamente ruim para a imagem daqueles estão à frente do serviço público — avalia.

O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) reconhece que o Brasil tem “centenas de obras inacabadas”. Mas, para o parlamentar, o Poder Executivo tem se empenhado para concluí-las.

— Vou citar apenas casos do Rio Grande do Sul. A BR-116 é uma obra parada há muitos anos. Temos três barragens, em Bagé, Dom Pedrito e Jaguari, que praticamente estavam inacabadas e agora retomamos esse assunto. São mais de R$ 150 milhões que estão depositados pelo governo federal. A obra não acaba por falta de uma licitação da empresa, que quebrou. As obras precisam ser finalizadas. Isso é bom para a sociedade brasileira — disse.

Entrevista

Manoel Moreira de Souza Neto, coordenador-geral de Controle Externo de Infraestrutura do TCU

'Governo precisa apresentar ao Congresso um portfólio de investimentos'

Manoel Moreira na Comissão de Infraestrutura do Senado (foto: Pedro França/Agência Senado)

Manoel Moreira de Souza Neto é o coordenador-geral de Controle Externo de Infraestrutura do TCU. Graduado em engenharia civil e direito, o auditor federal fala com a propriedade de quem conhece de perto duas forças que se engalfinham quando o assunto é a construção de obras públicas. De um lado, os desafios técnicos — e muitas vezes dispendiosos — envolvidos na conclusão de um projeto de engenharia. De outro, a necessidade de que o empreendimento obedeça às leis que regem o gasto público.

Para Manoel Moreira, a solução para o problema das obras inacabadas passa por uma espécie de concertação entre os Poderes Executivo e Legislativo. O Palácio do Planalto deveria indicar de forma clara e objetiva quais são as obras e os serviços considerados essenciais. O Parlamento, por sua vez, poderia priorizar o repasse de recursos para esses empreendimentos. É o que o auditor chama de “portfólio de investimentos”. Leia a seguir os principais pontos da entrevista.


Agência Senado - Por que tantas as obras ficam inacabadas no Brasil?

Manoel Moreira - Grande parte das obras é decorrente de transferências voluntárias. Obras em que você tem a União entrando com recursos parciais ou integrais e, na ponta, o estado ou o município executando. Nesse tipo de atuação, a gente tem um desafio adicional, que é a gestão orçamentária e a gestão de governança para a execução desses recursos. A questão básica é que o estado ou o município recebe o recurso, mas não tem um projeto. Dificilmente, tem um projeto pronto antes de receber o dinheiro. Quando é liberado o orçamento para fazer a obra, aí que ele vai correr atrás de projeto, de como executar esse recursos. O timing do orçamento com o início do projeto já fica descasado. Numa situação muito otimista, esse descasamento é de seis meses.

Agência Senado - Qual a consequência disso?

Manoel Moreira - Já que ninguém garante que vai ter esse recurso no ano seguinte, geralmente os projetos são muito mal feitos. O planejamento dessas obras é muito ruim. Isso é o causador de outro problema: o desafio da própria obra. A execução começa, mas passa a atrasar ou precisa de aditivos porque o projeto, por conta dessa celeridade, é ruim. Quando a União fez o repasse, fez esperando a execução de uma ação que tem um valor específico. Repassou R$ 1 milhão para construir cinco creches. Se o projeto aumenta de custo, a União tem uma vedação de não poder conceder mais recursos além daquele R$ 1 milhão. A contrapartida para cobrir o valor mais alto tem que ser integral do estado ou do município, que geralmente não tem o recurso. Nas obras executadas diretamente pela União, o cenário é um pouco melhor.

Agência Senado - Os políticos costumam criticar o abandono de obras inacabadas pelos sucessores. O TCU percebe esse fenômeno?

Manoel Moreira - Geralmente, os governos não têm incentivos para terminar obras iniciadas pelo antecessor. Esse é um problema. Se um prefeito ou um governador novo se depara com um problema numa obra, que precisa de mais recursos ou precisa ser atualizada, geralmente a tomada de decisão política mais fácil é por algo novo. É mais simples capitalizar a iniciativa do que direcionar o recurso e o esforço de gestão para aquela obra com problema.

Agência Senado - Como o processo orçamentário poderia ser aperfeiçoado para se reduzir o estoque de obras inacabadas?

Manoel Moreira - Há margem para aprimoramentos legais objetivos para assegurar a continuidade da alocação orçamentária em obras públicas. Hoje, embora a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101, de 2000) estabeleça que enquanto houver ação a ser executada não se pode abrir recursos para uma nova ação similar, a interpretação e a aplicação desse dispositivo legal não tem se mostrado suficiente para alcançar as obras públicas.

Agência Senado - Mas a mudança na legislação é o melhor caminho?

Manoel Moreira - Hoje, qual é o problema? Nossa governança de execução de obras públicas está pelo avesso: primeiro joga o recurso e depois vai pensar na viabilidade e na execução daquele projeto. Um parlamentar pode dizer: “Se alguém me trouxesse antes quais são as prioridades e onde eu poderia colocar recursos, eu colocaria”. Então, cabe ao Poder Executivo municiar o Parlamento com informações de qualidade sobre o portfólio de obras públicas. O governo tem que levar ao Congresso qual é o portfólio possível de investimentos e o grau de maturidade dos projetos. Ou seja: se já está apto a receber recursos para o início das obras. Tem que mostrar também para o parlamentar por que colocar investimento em um projeto ou em outro traz mais benefício final para a sociedade. Isso não acontece de forma tão transparente. Há algumas tentativas no Ministério do Desenvolvimento Regional e no Ministério da Infraestrutura, mas de maneira muito pontual. A prática da transparência do portfólio de investimentos e prioridades possibilita que o timing do orçamento fique mais casado com o timing técnico.

Agência Senado - Isso evitaria problemas como as emendas-janela?

Manoel Moreira - Sim, havendo por parte do Executivo essa iniciativa de dar transparência à viabilidade da execução desses projetos. É uma carteira de possíveis investimentos. Dentro desse portfólio, o que tem mais viabilidade de receber recursos nesse momento? Temos recursos para este ano? Vai ter para os próximos anos? Quando você faz isso, dá transparência e impõe o custo para a alocação deste recurso, que hoje é inexistente. Às vezes, o município precisa de uma escola. Às vezes, ele até tem o projeto e a capacidade institucional. Mas tem que se avaliar o seguinte: qual é a viabilidade orçamentária? A gente vai por recursos nessa escola neste ano, mas vai conseguir botar no ano que vem? Vai ter de onde tirar? A viabilidade orçamentária faz parte desse processo decisório. Na minha opinião, a fonte principal dessa informação é o Poder Executivo. Não é possível que o Parlamento faça essa análise. A quem cabe fazer isso é o dono do negócio, ou seja, o Poder Executivo.


Reportagem: Dante Accioly
Edição: Maurício Müller
Infografia: Cássio Costa 
Multimídia: Bernardo Ururahy
Edição de fotos: Ana Volpe
Edição de vídeo: Aguinaldo Abreu
Montagem: Ronaldo Alves
Foto de capa: Divulgação/Intertechne

Fonte: Agência Senado