quarta-feira, 14 de abril de 2021

Hospital lotado é culpa de "24 anos de esquerda", diz embaixador do Brasil

SAÚDE

Protesto em frente à embaixada do Brasil 

Numa entrevista que foi ao ar na noite de terça-feira, o embaixador do Brasil na França, Luis Fernando Serra, afirmou à imprensa em Paris que a culpa por hospitais desbordados hoje no país é da falta de investimentos da esquerda em saúde. 

O diplomata foi convidado a participar da emissão da BMFTV depois de a França anunciar a suspensão de voos ao Brasil até o dia 19 de abril. Ele chegou a ser cotado para substituir Ernesto Araújo como chanceler e tem sido alvo de repetidos protestos por parte da sociedade civil, diante de sua embaixada.


Numa entrevista que foi ao ar na noite de terça-feira, o embaixador do Brasil na França, Luis Fernando Serra, afirmou à imprensa em Paris que a culpa por hospitais desbordados hoje no país é da falta de investimentos da esquerda em saúde.

O diplomata foi convidado a participar da emissão da BMFTV depois de a França anunciar a suspensão de voos ao Brasil até o dia 19 de abril. Ele chegou a ser cotado para substituir Ernesto Araújo como chanceler e tem sido alvo de repetidos protestos por parte da sociedade civil, diante de sua embaixada.

O embaixador disse que não comentaria a decisão soberana da França de suspender a ligação aérea e que não considerava a ação como uma sanção. Mas foi incisivo em alertar ao apresentador que, se ele tinha essa ideia pessoalmente de que se tratava de uma sanção, ele deveria entender que o turismo não representa uma parte significativa da economia nacional."Não dependemos do turismo. Recebemos apenas 6,5 milhões estrangeiros que visitam o Brasil, um país de beleza extraordinária, enquanto na França recebe 95 milhões de estrangeiros. O peso do turismo não é enorme" , alegou.Mas ao ser confrontado com os dados de mortes e diante do comentário do jornalista francês de que existe uma percepção de que o presidente Jair Bolsonaro "não faz muita coisa" para lidar com a pandemia, o embaixador subiu o tom:"Ah, você acha que ele faz pouca coisa? Então vou te dizer uma coisa: o Brasil é o quarto, quinto país do mundo que mais vacinou. Você sabia disso? Fale isso, fale isso!" , insistiu o diplomata, arregalando os olhos."

O presidente vacinou 30 milhões de brasileiros. E, por conta desse dado, nós somos o quinto país que mais vacinou, depois dos EUA, China, Índia e Reino Unido. Você não acha que esse é um bom resultado?" , retrucou. Em nenhum momento o diplomata explicou que mais de 80% das vacinas hoje no país fazem parte do acordo entre o Butantan e a Sinovac e sua resposta passava a impressão de que a campanha de vacinação era obra de Bolsonaro.

O diplomata tampouco explicou que, em proporção ao tamanho da população, o Brasil não aparece nem entre os 50 países que mais vacinaram. Nesse momento, o apresentador tentou interromper, mas foi cortado pelo embaixador."Deixe eu terminar" , insistiu o brasileiro. "Se os hospitais estão lotados é por causa dos 24 anos da esquerda no Brasil, que não construiu hospitais suficientes" , afirmou. "Não é por conta de o presidente se recusar a confinar o país?" , questionou o repórter. Para o embaixador, Bolsonaro não pode ser responsabilizado. "O STF decidiu que o presidente não tem o poder de confinar" , afirmou. Segundo ele, esse poder é dos governadores. "Isso precisamos dizer. Ele não teve o poder de confinar" , afirmou. A rede de TV francesa ainda mostrou um trecho de um discurso de Bolsonaro no qual o presidente, em março, diz que o país precisa parar de chorar. "Você entende isso?" , perguntou o repórter ao diplomata."Claro que entendo. Ele é solidário e quer que as pessoas trabalhem" , respondeu o embaixador. Segundo ele, o confinamento impede os brasileiros de trabalhar e que 35 milhões de pessoas precisam de sua renda diária para sobreviver, "Não há a cobertura social que existe na Europa" , justificou.Segundo ele, se não forem autorizados a sair, essas pessoas "morrem de depressão ou de fome".

"A direita no mundo adora Bolsonaro"

 Já nesta manhã de quarta-feira, Serra voltou a ser entrevistado na mesma rede de TV, apenas para repetir a mesma posição e insistir que "não é verdade" que o Brasil seja o primeiro em número de mortes. Segundo ele, em proporção à população, o Brasil é o 19º colocado no mundo em óbitos. Ele, porém, não usou esse cálculo proporcional para tratar da vacinação.
"Não sei o motivo, mas quando Donald Trump era presidente, falávamos dos dados dos EUA, que era o primeiro em número de mortos. Hoje não falamos mais. Agora falamos do Brasil que seria o primeiro. Não somos" , disse, apontando que os americanos continuam na liderança. "Continuamos a ser o segundo" , justificou.

Ao ser questionado sobre as imagens de enterros e hospitais lotados, o diplomata voltou a se irritar. "E isso é culpa de Bolsonaro?" , questionou.

"As cenas são as mesmas que vemos há 30 anos. 24 anos da esquerda fabricaram essas imagens" , acusou. "As imagens não eram diferentes quando a esquerda estava no poder. As pessoas pensam que é obra de Bolsonaro" , criticou.
Mas ao ser questionado sobre quais medidas o governo estaria adotando, ele voltou a falar na vacinação. "Essa é obra do governo Bolsonaro" , garantiu, sem qualquer referência uma vez mais ao governo do estado de São Paulo.

Serra ainda foi questionado sobre pessoas nos bares. "É o que as pessoas querem. Viver e trabalhar. Há um preço a pagar. Mas pergunte se as pessoas querem ficar em casa" disse. Ao concluir, ele ironizou o repórter. "Parece que você não está feliz com minhas respostas" , lançou. O jornalista, porém, alertou que Bolsonaro estava sendo criticado em todo o mundo. "Criticado pela esquerda pelo mundo inteiro" , retrucou o diplomata. "A direita adora ele" .O apresentador apontou que as críticas iam "um pouco além da esquerda" e que "nem toda a direita" adorava o presidente brasileiro. Mas o embaixador insistiu. "Adora no Brasil, na França, nos EUA" . Serra ainda garantiu que a pandemia foi "politizada" no Brasil.

fonte: UOL

Entenda como funciona e quais as condutas que podem motivar impeachment de ministros do Supremo

 BRASIL

O presidente Jair Bolsonaro reagiu à decisão do ministro Luís Roberto Barroso (STF) de determinar a instalação da CPI da Covid pelo Senado na última quinta-feira (8), ao cobrar que o mesmo argumento seja usado em pedidos de impeachment contra ministros do Supremo e incitar aliados a pautarem o tema. Depois dessa decisão de Barroso, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) ingressou com um mandado de segurança no Supremo sustentando que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), estaria sendo omisso ao não dar seguimento ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes -solicitado por ele no início de março. Para Kajuru, a exemplo da decisão no caso da CPI, o STF deveria fazer tal determinação. Nesta terça-feira (13), ao saber que o ministro Kassio Nunes Marques será o relator desse pedido de Kajuru, Bolsonaro riu e voltou a insinuar que Barroso agiu com finalidade política no caso da CPI, crítica já rebatida tanto pelo ministro quanto oficialmente pelo Supremo. "Eu não interfiro em lugar nenhum. Foi clara a decisão de um ministro do Supremo para apurar denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro", disse. Especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que as situações não são semelhantes. No caso de impeachment de ministro do Supremo, o presidente do Senado não é obrigado a dar seguimento a um pedido recebido. Já em relação à CPI, a jurisprudência do Supremo entende que se trata de um direito da minoria e que, segundo a Constituição, preenchidos os requisitos para a sua criação, ela deve ser aberta. Há hoje no Senado pedidos de impeachment contra diferentes ministros do STF, mas, a exemplo do que ocorre com diversos pedidos contra o presidente Jair Bolsonaro na Câmara, eles estão na gaveta --não tiveram seguimento, tampouco foram arquivados. Das três principais casas da Praça dos Três Poderes, em Brasília (Presidência, Congresso e STF), o Supremo é a única que nunca perdeu um integrante a partir de uma denúncia de crime comum ou de responsabilidade. Como funciona a tramitação do impeachment contra ministros do STF? Há diferenças em relação ao processo contra o presidente da República? Pesquisadora do Supremo em Pauta da FGV e doutoranda em Direito do Estado pela USP, Ana Laura Barbosa explica que qualquer cidadão pode apresentar a denúncia nos dois casos, mas a diferença entre os processos está no juízo sobre a admissibilidade da denúncia, que pode ser feita por qualquer cidadão. No caso do presidente da República, pautar o processo de impeachment é uma prerrogativa do presidente da Câmara e precisa do voto de 342 de um total de 513 deputados federais para ser autorizado e seguir para o Senado. Em seguida, nesta Casa Legislativa, é preciso que a admissibilidade do processo seja aprovada por maioria simples, numa sessão com no mínimo 41 dos 81 senadores. Ao final do processo, para que o presidente perca o mandato é preciso o voto de 54 senadores. No caso de ministros do STF, apenas o Senado atua no processo. O pedido é encaminhado para a Comissão Diretora, e é uma prerrogativa do presidente da Casa, atualmente o senador Rodrigo Pacheco, decidir se os senadores analisarão o mérito ou se o pedido será arquivado. Para que um ministro seja destituído do Supremo também é preciso o aval de 54 senadores. Que condutas correspondem a crimes de responsabilidade no caso de ministros do STF? São cinco condutas, previstas na lei 1.079 de 1950. A primeira delas prevê crime de responsabilidade que integrante do Supremo altere, por qualquer forma, exceto por meio de recurso, a decisão ou voto já proferido em sessão da corte já encerrada. Segundo avalia Ana Laura (FGV), este não seria o caso de mudanças de voto no decorrer de um julgamento ainda não encerrado, como feito pela ministra Cármen Lúcia no caso sobre a suspeição do juiz Sergio Moro em processo contra Lula. Outro crime é realizar julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa. O exercício de atividade político-partidária também pode gerar responsabilização, assim como ter conduta negligente no cumprimento dos deveres do cargo e agir de modo incompatível com a honra dignidade e decoro das funções. A lei ainda prevê a possibilidade de responsabilização por crimes contra a lei orçamentária em caso de condutas ordenadas ou praticadas pelo presidente do Supremo ou seu substituto quando eventualmente precisarem exercer a Presidência da República. "Nenhum desses dispositivos abre qualquer abertura para responsabilizar um ministro por suas próprias opiniões, por seus votos ou pelo juízo que ele faz do direito. Isso está fora de questão e é uma violação à separação dos Poderes", afirma Ana Laura. A pesquisadora cita casos anteriores, como pedidos de impeachment protocolados contra o então ministro Celso de Mello após seu voto no julgamento sobre a criminalização da homofobia. "A responsabilização por crime de responsabilidade não envolve o que o ministro pensa. Isso é uma base da democracia que não pode ser abandonada", diz. O presidente do Senado tem obrigação de criar comissão para analisar um pedido de impeachment de ministros do STF? Não há obrigatoriedade para que o presidente do Senado admita um processo de impeachment contra ministro da corte, da mesma forma como não existe tal determinação no caso de pedidos contra o presidente da República. Na ação em que alega que o presidente estaria sendo omisso ao não dar seguimento ao processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, o senador Kajuru argumenta que, de acordo com a lei dos crimes de responsabilidade, "recebida a denúncia pela Mesa do Senado, será lida no expediente da sessão seguinte e despachada a uma comissão especial, eleita para opinar sobre a mesma." Na sequência, ele afirma que o fato de a denúncia não ter sido lida na sessão seguinte nem ter sido encaminhada para comissão especial comprovaria o ato de omissão. "Ora, até a presente data a denúncia SF 03/2021 [pedido de impeachment] não foi lida na sessão seguinte seguinte ao seu recebimento pela Mesa do Senado, e tampouco despachada, pela autoridade coatora, a uma comissão especialmente criada a opinar, comprovando o ato omissivo da autoridade impetrada", consta no processo que foi distribuído ao ministro Nunes Marques. De acordo com a professora Carolina Cyrillo, professora de direito constitucional e administrativo da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o pedido faz uma leitura imprópria do que seria o recebimento da denúncia. "Receber a denúncia não é só o fato de protocolar e ela automaticamente é recebida, a palavra receber a denúncia é uma palavra técnica em direito penal, que significa uma decisão motivada, ou uma decisão que instaura o processo penal. E, como o crime de responsabilidade é processo penal, a palavra recebida tem que ser lida no sentido técnico", afirma. Ana Laura (FGV) reforça que a fala de Bolsonaro é uma tentativa de equiparar coisas que são muito diferentes entre si. A decisão de Barroso, reforça, está amparada pelo artigo 58 da Constituição, que determina a instauração da CPI uma vez que os requisitos estejam preenchidos. "Nisso tem uma jurisprudência muito consolidada no STF de que a instauração de CPI é um direito de minoria e por isso tem que ser garantido. É muito diferente do pedido de impeachment, em que tem esse juízo de admissibilidade", diz. Não foi a primeira vez que o STF determinou a instalação de CPIs a pedido da oposição. Em 2005, no governo Lula, o Supremo mandou instaurar a dos Bingos e, em 2007, a do Apagão Aéreo -em 2014, sob Dilma Rousseff, a da Petrobras. O presidente do Senado poderia ser considerado omisso por não criar comissão para analisar o pedido? Neste aspecto, há alguma diferença entre pedidos de impeachment apresentados contra o presidente da República e ministros do STF? Não. A pesquisadora do Supremo em Pauta afirma que a situação lembra o questionamento que é feito por especialistas sobre a Câmara, onde dezenas de pedidos de impeachment se acumularam ao longo do mandato do presidente Bolsonaro, sem que fossem pautados pelo ex-presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) e pelo atual, deputado Arthur Lira (PP-AL). "No caso do Senado, o juízo é se há requisitos mínimos. No do presidente da República há um juízo político, além do jurídico, mas é possível essa equiparação. Não dá para o presidente do STF determinar que o presidente da Câmara dê início ao processo de admissibilidade do impeachment da República", afirma Ana Laura. O professor de direito constitucional da USP Elival da Silva Ramos argumenta ainda que, diferentemente do pedido de CPI, como o pedido de impeachment pode ser feito por qualquer cidadão, é razoável esperar que muitos pedidos de impeachment possam ser descabidos. "Daí a importância que tem a apreciação desses pedidos pelo presidente da Casa." Ele critica, entretanto, a demora na avaliação. Na visão dele, se um pedido não tem fundamento, deveria ser arquivado de pronto, mas, no caso de haver requisitos mínimos, deveria ser encaminhado ou pautado, e não ficar engavetado, servindo como ferramenta de pressão política. No caso do pedido feito contra o ministro Alexandre de Moraes pela prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), é possível dizer que houve crime de responsabilidade? Especialistas ouvidos pela reportagem avaliam que não. Para Ana Laura, discutir a interpretação jurídica feita pelo ministro ao determinar a prisão é muito diferente de classificar a conduta dele como crime de responsabilidade. "No caso, o argumento do mandado de segurança que foi sorteado para o ministro Kassio Nunes fala em violação à liberdade de expressão e à liberdade parlamentar. Eu tenho as minhas dúvidas se a decisão viola esses elementos, mas, se fosse, seria um argumento jurídico. Isso não é crime de responsabilidade", diz. A professora Carolina Cyrillo (UFRJ) concorda que o teor do pedido não se enquadra nas previsões de crime de responsabilidade para ministros do STF. Ela faz uma ressalva, no entanto, de que a lei poderia especificar melhor tais crimes. "Em países civilizados, existem crimes de responsabilidade mais bem definidos que dizem respeito a abuso, a gente não tem uma coisa tão clara na nossa normativa quanto poderia ter." Ela argumenta que ter uma lei mais precisa em relação a este ponto seria importante para que os próprios magistrados pudessem se defender de eventuais acusações. "Como é que o ministro Alexandre de Moraes se defende de uma acusação de que ele fez abuso se não tem um tipo penal, não tem uma lei, que descreva quais são os abusos de forma precisa?", questiona. OS CAMINHOS PARA UM MINISTRO DO STF SER PROCESSADO Em caso de crime de responsabilidade Petição é protocolada no Senado Advocacia do Senado dá o parecer Presidente do Senado pode arquivar o pedido ou instituir uma comissão para analisar a denúncia Se instituída, comissão passaria a colher subsídios para relatório Relatório é apresentado ao plenário do Senado Se o plenário entender que há indícios suficientes, abre o processo de impeachment e ministro é afastado até o final da investigação Quais são os crimes de responsabilidade de um ministro do STF?  Alterar, por qualquer forma, exceto por via de recurso, a decisão ou voto já proferido em sessão do tribunal Proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa Exercer atividade político-partidária Ser patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo Proceder de modo incompatível com a honra dignidade e decoro de suas funções Legislação omissa ​Como nunca houve um caso do gênero, a legislação não é clara sobre os detalhes de como um processo por crime comum deveria ser iniciado. Mas tanto o STF, a PGR (Procuradoria-Geral da República) e especialistas entendem que a investigação e eventual denúncia deveria ficar a cargo da PGR, encarregada de pedir diligências e coletar provas na fase de inquérito.


FOLHAPRESS

STF confirma decisão de obrigar Senado a instalar CPI da Covid

 BRASIL


Plenário do STF em Brasília

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram nesta quarta-feira confirmar a liminar dada pelo ministro da corte Luís Roberto Barroso de obrigar o Senado a instalar a CPI da Covid para investigar as ações do governo Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia de coronavírus.

Em um rápido julgamento, segundo a posição vencedora adotada por 10 votos a 1, caberá ao Senado definir a forma como vai proceder para o funcionamento da comissão de inquérito, se por videoconferência, presencial ou semipresencial. Não pode a Casa, entretanto, avaliar se e quando deve instalar o colegiado.

Barroso acatou pedido de senadores de oposição para determinar ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que instalasse a comissão de inquérito.

Mesmo com os requisitos para criá-la cumpridos, Pacheco vinha adiando a instalação com o argumento de que o momento não era oportuno. O país passa o pior momento da pandemia com recentes recordes de mortes e casos, demora na vacinação e colapso nos sistemas de saúde.

Na terça, Pacheco decidiu abrir a CPI da Covid, mas ampliou o escopo da linha da investigação para que também fosse investigado, além das ações do governo Bolsonaro, o uso de verbas federais por Estados e municípios no enfrentamento da pandemia.

Durante o julgamento, os ministros do STF não se pronunciaram sobre a decisão de Pacheco de alargar a abrangência da comissão de inquérito.

DIREITO DA MINORIA

Em seu voto, Barroso destacou que a maioria não pode frustrar o direito da minoria de instalar uma CPI e citou uma série de investigações parlamentares nas últimas décadas. "Não cabe ao Senado Federal decidir se vai instalar ou quando vai funcionar, mas como vai proceder, se videoconferência, presencial ou semipresencial", disse.

Essa linha da decisão do STF já havia sido noticiada dias atrás pela Reuters.

Para o ministro do STF, a CPI não serve apenas para investigar "coisas erradas", mas também tem um papel "construtivo e propositivo", que considera atualmente "mais necessário".

"Não está se abrindo uma exceção. Faz parte do jogo democrático a abertura das comissões parlamentares de inquérito", destacou.

Barroso cumprimentou Pacheco por ter cumprido na véspera a decisão de instalar a CPI, mesmo que a posição dele não tenha prevalecido. Ressaltou que ele adotou essa medida com "elegância, correção e civilidade", virtudes que, segundo ele, não devem passar despercebidas.

O único voto contrário foi do decano Marco Aurélio Mello. Alegando uma razão técnica, o ministro disse que não caberia ao plenário do STF referendar a decisão de Barroso.


FONTE: REUTERS

Detran-DF reabre agendamento para provas prática e teórica da CNH a partir desta quarta-feira

 DF

Exames de direção estavam suspensos desde 22 de março, após registro de aglomeração. Bancas retornam no sábado (17); são 5,7 mil vagas até 30 de abril.

O Departamento de Trânsito (Detran-DF) reabre, nesta quarta-feira (14), o agendamento para a realização das provas teórica e prática de direção. A marcação deve ser feita por meio das autoescolas onde o aluno está matriculado.

As bancas de avaliação estavam suspensas desde 22 de março porque, segundo o Detran-DF, os candidatos "teimavam em provocar aglomerações nas áreas adjacentes aos exames" (saiba mais abaixo).

Com a retomada do agendamento, o departamento prevê o retorno das provas práticas já no próximo sábado (17). Já, os exames teóricos voltarão a ser aplicados a partir de segunda-feira (19). Até 30 de abril, o Detran vai disponibilizar 5,7 mil vagas nas bancas:

  • Exames teóricos: 3.048 vagas
  • Exames práticos: 2.655 vagas
  • Suspensão e novas estratégias

    Desde 22 de março, os exames de direção aplicados pelo Detran-DF estavam suspensos. Segundo o departamento, a decisão havia sido tomada "em razão do descumprimento das medidas de segurança [contra a Covid-19] por parte de candidatos e acompanhantes que teimavam em provocar aglomerações nas áreas adjacentes aos exames".

    Ao anunciar o retorno dos exames de direção, o Detran também informou que vai realizar três bancas práticas aos sábados, como forma de "diluir o quantitativo de vagas e reduzir o fluxo de pessoas".

    "Esperamos contar com a consciência de todos no cumprimento das medidas de segurança necessárias nesse momento de pandemia que estamos vivendo", destaca o diretor-geral do Detran, Zélio Maia.

    No sábado (20), candidatos se aglomeraram na fila de espera para exames do Detran-DF — Foto: Arquivo pessoal

    No sábado (20), candidatos se aglomeraram na fila de espera para exames do Detran-DF — Foto: Arquivo pessoal

    Outra medida é reduzir de seis para quatro o número de candidatos que farão a prova prática de direção usando o mesmo veículo. A recomendação é para que as pessoas não levem acompanhantes.

  • Para realizar os exames do Detran-DF, os candidatos devem usar corretamente a máscara de proteção contra a Covid-19 e higienizar as mãos, além de evitar aglomerações e respeitar o distanciamento social nas áreas de exames. No caso da prova prática, também é obrigatório que os vidros dos veículos permaneçam abertos durante a avaliação.

  • Prazos prorrogados

    Em março, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) prorrogou, por tempo indeterminado, os prazos para renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e de outros serviços.

    A medida abrange os seguintes procedimentos:

    • Data final para apresentação de defesa prévia e de indicação do condutor infrator encerrada desde 1º de março de 2021, para as notificações de autuação (NA) já enviadas;
    • Data final para apresentação de recurso encerrada desde 1º de março de 2021, para as notificações de penalidade (NP) expedidas;
    • Data final para apresentação de recursos em processos de suspensão do direito de dirigir e de cassação do documento de habilitação encerrada desde 1º de março de 2021;
    • Prazo para renovação das Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) e das Autorizações para Conduzir Ciclomotor (ACC) vencidas desde 1º de fevereiro de 2020 e com vencimento a partir da data de publicação da portaria;
    • Prazo de validade das ACC, Permissão Para Dirigir (PPD) e CNH vencidas desde 1º de fevereiro de 2020 e com vencimento a partir da data de publicação da portaria, para fins de fiscalização;
    • Prazo para registro e licenciamento do veículo novo adquirido desde 12 de fevereiro de 2021;
    • Prazo para o proprietário adotar as providências necessárias à efetivação de transferência de propriedade de veículo adquirido desde 29 de janeiro de 2021.
    • FONTE:G1 DF

Gafanhotos que 'assustam pelo tamanho' são vistos em cidades de SC; especialista descarta riscos à agricultura

 BRASIL

Insetos foram encontrados por moradores de cidades do Oeste catarinense e estão entre os maiores do mundo, aponta entomologista da Epagri.


Gafanhotos estão chamando atenção de moradores de cidade de SC — Foto: José Djalma Pacheco dos Santos/Arquivo pessoal

Gafanhotos estão chamando atenção de moradores de cidade de SC — Foto: José Djalma Pacheco dos Santos/Arquivo pessoal

A aparição de gafanhotos medindo aproximadamente 12 centímetros tem chamado a atenção de moradores em cidades do Meio-Oeste catarinense. Apesar do tamanho, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), órgão oficial de pesquisa agropecuária do estado, os animais não oferecem riscos à agricultura.

"É a primeira vez que eu vi um bicho assim. Eu já tinha ouvido que nos outros bairros tinha, mas espanta pelo tamanho mesmo, é bem grande, dá quase um palmo da mão", disse José Djalma Pacheco dos Santos, de 55 anos, que recolheu um gafanhoto na terça-feira (13) no quintal de casa, em Campos Novos.

Segundo Marcelo Mendes de Haro, entomologista da Estação Experimental da Epagri em Itajaí, no Vale, os animais são do gênero Tropidacris e estão distribuídos em todos os países da América Latina e podem ser vistos em diferentes regiões brasileiras.

"Assusta um pouco as pessoas quando se deparam, pois eles estão entre os maiores gafanhotos do mundo, porém é natural o aparecimento nesta época do ano. Não é preciso se preocupar, só assusta pelo tamanho dele", afirmou Haro.

Diferentes fatores podem ter contribuído para o aparecimento deles. "Às vezes tem uma pressão, um verão maior, uma época de verão um pouco maior falta recurso em uma região, falta chuva, aí eles ficam com um pouco mais de fome, saem da mata e aparecem nas cidades", explica o entomologista.

Gafanhoto grandes são vistos em cidades de SC e assustam moradores  — Foto: José Djalma Pacheco dos Santos/Arquivo pessoal

Gafanhoto grandes são vistos em cidades de SC e assustam moradores — Foto: José Djalma Pacheco dos Santos/Arquivo pessoal

Segundo o pesquisador, a espécie não tem costume de formar grandes populações como a nuvem de gafanhotos que foram detectadas na Argentina ano passado. "São insetos comuns a nossa região e outras regiões do Brasil. Sem riscos a agricultura", explica.

Diferentes espécies de gafanhoro — Foto: Epagri/ Repordução

Diferentes espécies de gafanhoro — Foto: Epagri/ Repordução

Quanto aos gafanhotos que apareceram em lavouras no território argentino este ano, Haro explica que esse é o momento de reprodução dos insetos.

"Nem sempre eles formam nuvens. Este fenômeno é muito antigo, e sempre vai acontecer naquelas províncias, mas em anos mais propícios, formam nuvens, e ano passado, graças a pandemia, chamaram muita atenção. Nada a se preocupar por aqui. São fatos isolados".


FONTE: g1 sc


terça-feira, 13 de abril de 2021

Cidade no Sul do Brasil terá estátua de Cristo maior que a do Rio

 BRASIL


A obra terá 43 metros de altura, incluindo o pedestal



A cidade de Encantado, no Rio Grande do Sul, terá uma estátua de Cristo com 43 metros de altura, incluindo o pedestal, maior do que o Cristo Redentor, do Rio de Janeiro, e o terceiro maior do mundo.

O Cristo Redentor do Rio de Janeiro, no Corcovado, é um dos cartões-postais mais famosos do Brasil, mede 38 metros, incluindo o pedestal, e foi inaugurado em outubro de 1931.

A obra do Cristo de Encantado ganhou destaque na semana passada, quando os promotores do projeto concluíram o içamento dos braços e da cabeça da estátua.

Segundo informações divulgadas no site da Associação Amigos do Cristo Encantado, entidade responsável pela administração da obra, o Cristo Protetor de Encantado é fruto da união e dos esforços de famílias, líderes políticos, religiosos e empresários da cidade, que visam a transmitir "a fé do povo e alavancar o turismo da região".

O projeto pretende ampliar a visibilidade e auxiliar na construção de uma identidade turística para a cidade, localizada na região da serra gaúcha.

A cidade de Encantado tem cerca de 22 mil habitantes e está localizada a 144 quilômetros de Porto Alegre, a capital gaúcha.

Com orçamento de R$ 2 milhões (cerca de 300 mil euros na cotação atual), o Cristo de Encantado está sendo erguido no Morro das Antenas, na Lagoa da Garibaldi.

A obra do novo Cristo começou em 2019 e deverá estar concluída no final deste ano.


Fonte:Agência Brasil / RTP Lisboa


Brasil receberá 800 mil doses da vacina da Pfizer em junho de 2021

 

BRASIL

Ministério de Relações Exteriores anunciou que remessa chegará da Covax Facility, consórcio internacional de distribuição das doses




Entrega não faz parte do lote de 100 milhões já comprado pelo governo federal da Pfizer

JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP - 10.03.2021

O ministério de Relações Exteriores anunciou nesta segunda-feira (12) que o Brasil receberá 842.400 doses da vacina da Pfizer contra a covid-19 em junho deste ano, em uma remessa do Covax Facility, consórcio internacional para distribuição de vacinas.

O Ministério da Saúde tem 42,5 milhões de doses de vacinas contratadas com o consórcio. Destas, mais de um milhão de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford fora entregues por meio da iniciativa. As outras serão entregues a depender da definição da OMS (Organização Mundial da Saúde), que já é pressionada por estados brasileiros para agilizar sua entrega no Brasil. 


Também nesta segunda, os presidentes do Senado e da Câmara Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PP-AL), reforçaram o pedido à OMS para priorizar o Brasil nas entregas do consórcio, considerando a "situação dramática", nas palavras de Pacheco, da pandemia no país. 

As 842.400 doses da Pfizer não fazem parte das 100 milhões já contratadas pelo ministério da Saúde, que devem ser entregues em duas remessas, de acordo com a última atualização do cronograma da pasta: 13,5 milhões até maio deste ano, seguidas de outras 86,4 milhões de doses entregues em agosto.

Assim como o Covax Facility, a Pfizer também já recebeu pedidos de autoridades brasileiras para  antecipar a entrega dos produtos. No final de março, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu que a farmacêutica disponibilize, "em curto prazo", 50 milhões das vacinas encomendadaspelo governo. 

"Precisamos ampliar a nossa capacidade vacinal agora. Convido vocês para fazermos esforços conjuntos para garantir essas vacinas o quanto antes", apelou o ministro.


Fonte  R7



 

Inep remarca provas do Encceja 2020 para agosto

 EDUCAÇÃO 

Cenário de pandemia fez com que o Inep alterasse cronograma

As provas do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos 2020 (Encceja) foram remarcadas para o dia 29 de agosto.


Por causa do cenário da pandemia da Covid-19, que deixou vários estados com capacidade menor que 80% dos leitos para pacientes acometidos pelo novo coronavírus, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) ajustou o cronograma da prova, inicialmente prevista para o dia 25 de abril.

Em nota, o Inep ressaltou que está empenhado em realizar a edição 2020 do Encceja e não tem medido esforços para cumprir sua missão institucional, sempre com aprimoramento de seus instrumentos.

“Do ponto de vista técnico-pedagógico, a postergação da data de aplicação do Encceja 2020 trará o menor impacto possível diante do estado de emergência de saúde pública de importância internacional. Assim, seguindo as recomendações já expressas por autoridades brasileiras, para a garantia da segurança de todos os envolvidos nas atividades de aplicação do exame, o Instituto entende a necessidade de adequação do calendário de aplicação das provas”, diz o documento.

Segundo o Inep, 1.630.046 participantes estão confirmados para o Encceja 2020. Desse total, 301.438 farão provas para obter certificação de ensino fundamental e 1.328.608 para o ensino médio. A participação no Encceja é voluntária, gratuita – para quem não faltou à última edição – e destinada a jovens e adultos que não concluíram os estudos na idade apropriada. Por meio do exame, que avalia competências, habilidades e saberes adquiridos no processo escolar ou extraescolar, os participantes têm a oportunidade de conseguir a certificação para as duas etapas de ensino.

Entre outras finalidades, o Encceja também possibilita que os gestores educacionais se baseiem na avaliação para corrigir questões relacionadas ao fluxo escolar, como a evasão de estudantes. Dessa forma, o exame serve de baliza para a implementação de procedimentos e políticas, visando à melhoria da qualidade na oferta da educação de jovens e adultos, bem como o aperfeiçoamento do processo de certificação. Além disso, os resultados das provas viabilizam o desenvolvimento de estudos e indicadores sobre o sistema educacional brasileiro.

Material

Os interessados no Encceja podem acessar diversos materiais de estudo, desenvolvidos pelo Ministério da Educação (MEC), disponíveis no portal do Inep.  Além das apostilas com conteúdo de todas as etapas e áreas de conhecimento, o instituto também possibilita o acesso a provas e gabaritos de edições anteriores. Todo o material é gratuito.

Aos inscritos para a certificação do ensino fundamental é disponibilizado conteúdo de matemática; ciências; história e geografia; língua portuguesa, língua estrangeira, artes e educação física. Já as apostilas para a certificação do ensino médio são de ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; linguagens, códigos e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias.

Na página do Encceja no portal do Inep, há uma série de apostilas voltada para os professores. O conteúdo apresenta sugestões de trabalho, com o objetivo de direcionar os professores em relação ao desenvolvimento das competências e habilidades que estruturam o exame.

*Com informações da Agência Brasil