quarta-feira, 15 de julho de 2020

Mourão quer dinheiro do Fundo Amazônia fora dos limites fiscais


Da Redação | 14/07/2020, 18h16 - ATUALIZADO EM 14/07/2020, 21h10
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou aos senadores nesta terça-feira (14) que, entre os seus planos para o futuro do Fundo Amazônia, está a separação das verbas desse fundo do restante do Orçamento, para que elas não sofram restrições fiscais.
Segundo Mourão, devido à “âncora fiscal” do teto de gastos (Emenda Constitucional 95), o crescimento de despesas obrigatórias da administração pública — como salários e aposentadorias — reduz a capacidade de investimentos do governo. Com isso, é preciso fazer cortes em ações importantes. Para ele, o dinheiro captado do exterior para a preservação ambiental não deveria estar sujeito a essa restrição.
— A questão orçamentária é minha preocupação precípua. Temos que ter uma linha de ação para que os recursos externos, sejam os relacionados ao Fundo Amazônia ou a outras contribuições que venham, sejam independentes e não impactem no orçamento.
Mourão afirmou que encaminhará uma proposta ao Congresso Nacional tratando desse assunto, mas não deu detalhes sobre como a ideia seria operacionalizada. Ele destacou também que, mesmo apartadas do orçamento, as verbas desse fundo continuariam sob fiscalização. O responsável seria o Conselho do Fundo Amazônia (Cofa), órgão que foi extinto em 2019 e está em reformulação.
— O comitê terá um caráter estratégico para, a cada dois anos, definir quais são os projetos prioritários em termos de estratégia, e os projetos serão avaliados pela equipe do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] — antecipou o vice-presidente.

Combate

Mourão falou aos senadores em sessão de debates remota, por videoconferência, sobre as ações do governo federal para combater o desmatamento na Amazônia. O vice-presidente comanda o Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), órgão responsável pela gestão do Fundo Amazônia.
Ele foi questionado sobre mudanças na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, que alguns parlamentares veem como “desmonte”. A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), uma das responsáveis pelo convite para que Mourão viesse ao Senado, lembrou da interrupção do andamento de acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Países europeus signatários do tratado citam o retrocesso da política ambiental brasileira como um obstáculo.
— O presidente [Jair] Bolsonaro sempre deixou muito claro que a preservação do meio ambiente não teria nenhuma prioridade no seu governo. A governança ambiental foi praticamente toda desmontada. Essa intransigência começa a prejudicar a economia brasileira — criticou ela.
Os senadores Fabiano Contarato (Rede-ES) e Kátia Abreu (PP-TO) também questionaram Mourão sobre cortes de verbas para o combate ao desmatamento. Contarato também citou um “aparelhamento” dos órgãos ambientais pelas Forças Armadas, e Kátia lamentou prejuízos ao setor agropecuário com as incertezas sobre a situação da Amazônia.
Mourão relatou que a estrutura funcional do setor ambiental já vem se deteriorando desde o início da década passada, o que encerrou um ciclo positivo de redução do desmatamento no Brasil.
— A crise internacional traz o aperto orçamentário e, como consequência, diminuem as ações. Ao mesmo tempo, inicia-se o processo de desmantelamento das agências pela perda do seu pessoal, que vai se aposentando. Hoje, tanto o Ibama como o ICMBio estão com 50% de efetivo, sendo que dois terços trabalham no ar-condicionado, porque o concurso deles é de agente administrativo, e não de fiscal — disse o vice-presidente.
Quanto à denúncia de interferência militar no setor, Mourão assegurou que o quadro real é de cooperação.
— Exatamente porque as nossas agências ambientais perderam sua capacidade operacional elas necessitam de apoio. As Forças Armadas estão dando apoio logístico e de segurança para os agentes. Elas não estão substituindo agências ambientais — respondeu Mourão.

Exploração

O senador Telmário Mota (Pros-RR), que também solicitou a audiência com o vice-presidente, defendeu a regularização da exploração de minérios da Amazônia, inclusive em terras indígenas. Para ele, a atividade econômica sustentável na floresta é imprescindível, e o Brasil precisa conduzi-la nos seus próprios termos.
— Nós não podemos balizar as nossas políticas públicas da Amazônia por interesses internacionais. A Amazônia é nossa. Como vamos desenvolver os estados se não for pelo setor primário? Como vai crescer a indústria se não houver o setor produtivo? É importante a integração de forma responsável — argumentou o senador.
O vice-presidente reconheceu a presença de garimpeiros ilegais na região, mas observou que a sua retirada não é uma operação simples. Segundo ele, esse problema precisa ser melhor prevenido.
— O garimpo ilegal na Amazônia não se resolve só com a repressão. A Funai tem que ter quatro bases permanentes atuando, como forma de dissuadir o ingresso desses garimpeiros na terra indígena. Nós não podemos continuar eternamente dependendo de ações das Forças Armadas. Por isso, eu destaco a questão da recuperação operacional das agências de fiscalização — afirmou Mourão.
Os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Luis Carlos Heinze (PP-RS) pediram atenção ao problema da regularização fundiária de terras na Amazônia — ou seja, a resolução de conflitos sobre a ocupação da terra e a titulação de propriedades assentadas. Braga assinalou que está em questão o “reconhecimento” dos habitantes da região, e Heinze pediu a colaboração financeira do setor privado.
Mourão concordou com a demanda, afirmando que, sem a regularização fundiária, o Brasil está como “um cachorro correndo atrás do rabo” no tocante à repressão de ocupações na floresta. Ele citou como dificuldade a ausência de uma base cartográfica ampla da Amazônia.
— O proprietário na Amazônia tem que ter o seu título de terra para ter acesso a financiamento e, principalmente, a assistência técnica rural, porque aí nós vamos aumentar a nossa produtividade — declarou o vice-presidente.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Jean Paul pede suspensão de prazos de estágios estudantis durante a pandemia


Da Rádio Senado | 14/07/2020, 18h27
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) defendeu em pronunciamento nesta terça-feira (14), a aprovação do Projeto de Lei (PL) 2.525/2020, que prevê a suspensão de prazos dos contratos de estágios durante pandemia do novo coronavírus. O senador mostrou-se preocupado com jovens que precisam conciliar estudos, estágios e ainda auxiliar no sustento da família.
De acordo com o senador, contratar um estagiário em temos de pandemia é mais difícil, principalmente em meio as medidas de isolamento social.
— Por que isso é importante? Basta perguntar primeiro aos estudantes que se encontram em meio a um contrato de estágio. O que vocês vão ouvir deles é que muitas vezes essas bolsas de estágios são importantes para ajudar no sustento da família no pagamento dos estudos. A pandemia dificulta qualquer tentativa de se obter um novo estágio ou mesmo uma vaga de trabalho — disse.
O senador disse que tem sido cobrado por estudantes de todo país, através das redes sociais, pela aprovação do projeto. Segundo levantamento do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), citado pelo senador, antes da pandemia Brasília tinha 17 mil estágios. Mas cerca de 4 mil estudantes perderam seus estágios só na capital do país.
— Tenho certeza de que os colegas senadores e senadoras compreendem essa situação e a urgência de colocarmos esse projeto para apreciação em Plenário o mais rápido possível — afirmou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Confúcio Moura homenageia SBPC e destaca importância da ciência



Da Rádio Senado | 14/07/2020, 18h34
Durante pronunciamento nesta terça-feira (14), o senador Confúcio Moura (MDB-RO) homenageou Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBP), criada em 8 de julho de 1948. Para destacar essa data, o Dia Nacional da Ciência e o Dia Nacional do Pesquisador são comemorados em 8 de julho. Apesar da homenagem, o senador apontou as dificuldades que cientistas e instituições de pesquisa enfrentam, principalmente em relação ao financiamento.
— A gente fica muito preocupado com a evasão, com a fuga, dos nossos cientistas devido à situação atual do Brasil, em que não se prestigia a ciência, pune-se a ciência, o que é injustificável. Isso faz com que muitos desanimem — declarou.

O parlamentar citou o Instituto Butantan e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), entre outras instituições, como exemplos de sucesso da ciência e da pesquisa no Brasil. Lembrou que este último órgão é um dos responsáveis pelo progresso do agronegócio, enfatizando a importância desse setor para a economia do país.
Confúcio Moura ressaltou que é importante garantir no Orçamento recursos para cientistas e pesquisadores. E disse que eles podem contar com o seu apoio e de outros senadores.
O senador ressaltou que, no período em que foi governador de Rondônia, criou a Fundação de Apoio à Pesquisa desse estado e, anteriormente, quando era secretário estadual, o Instituto de Doenças Tropicais.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Humberto Costa aponta omissão do governo no enfrentamento à covid-19


Da Rádio Senado | 14/07/2020, 18h39
O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou nesta terça-feira (14) que é preciso "dar um basta na omissão do governo federal diante da pandemia de Covid-19". A indefinição sobre o comando do Ministério da saúde, sem um titular há dois meses, foi criticada pelo senador que lamentou a demissão de dois ministros, a presença de um militar na interinidade da pasta e a nomeação de militares para cargos estratégicos da saúde.
Na opinião de Humberto Costa, o cenário nacional da pandemia seria diferente se o governo escutasse a ciência e se o presidente da República, Jair Bolsonaro, tivesse assumido o papel de liderar o Brasil para enfrentar a pandemia do novo coronavírus, coordenando a atuação de estados e municípios. E se tivesse reconhecido a importância do Sistema Único de Saúde (SUS).
— O que nós vemos na parte do governo é uma gestão do problema marcada por uma lógica absolutamente perversa, de autoridade fiscal, de corte de gastos e de omissão absoluta e completa. É por isso que é fundamental dar um basta a essa situação de omissão e, juntos, não somente darmos um rumo ao enfrentamento à covid, mas, acima de tudo, unirmos o povo brasileiro para o mais rapidamente possível darmos um basta a Jair Bolsonaro e com a mobilização social e popular garantimos o impeachment do presidente da República — afirmou o senador.

Credibilidade

Humberto Costa acrescentou que atualmente o Ministério da Saúde “não goza de qualquer credibilidade junto à população, seja porque tentou maquiar dados estatísticos, seja porque adotou protocolo de medicamentos para serem usados contra covid-19 sem qualquer base científica, seja porque não foi capaz de cumprir os mais elementares compromissos que assumiu diante do povo brasileiro".
O senador lembrou que o governo "prometeu 43 milhões de testes e no entanto entregou apenas 12 milhões, boa parte deles incompleto".  Do total de respiradores prometidos, acrescentou Humberto Costa, foram entregues apenas 10%. E dos 3 mil leitos de UTIs , foram implementadas apenas 540.
Humberto Costa ressaltou que o Congresso Nacional autorizou o governo a utilizar R$ 39 bilhões para o enfrentamento à covid-19, mas, segundo o senador, ‘só foram gastos R$ 12 bilhões desses recursos, transferindo menos do que era necessário para estados e município”.
O senador concluiu que, se não fosse o SUS, a tragédia seria maior.
— O SUS conseguiu implementar uma gestão paralela feita por estados e municípios com apoio do Congresso Nacional, do Poder Judiciário, dos profissionais de Saúde, de entidades de cidades da sociedade civil e da grande mídia, que não deixaram de apoiar os estudos para o enfrentamento a essa doença tão grave — disse.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Congresso é iluminado com frases sobre veganismo e causa animal


Da Comunicação Interna | 14/07/2020, 18h50 - ATUALIZADO EM 14/07/2020, 21h30
As duas torres do Congresso Nacional foram iluminadas na noite desta terça-feira (14) com projeções de frases alusivas ao veganismo e à causa animal. Conforme solicitação do deputado federal Célio Studart (PV-CE), a ação tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a causa animal e o veganismo.
Foram projetadas frases como "Animal não é coisa!" e "Não ao abandono de animais!".
Além de Célio Studart, a coordenadora do Grupo de Estudos sobre Direitos Animais e Interseccionalidades (Gedai), Vanessa Negrini, também esteve presente durante a projeção.

Estatísticas

Em 2018, o Ibope realizou uma pesquisa e revelou que 14% da população brasileira se considerava vegetariana. Esse resultado significou um aumento de 75% na quantidade de adeptos desse estilo de vida em relação ao levantamento anterior, de 2012. Ainda segundo a pesquisa, 55% dos entrevistados declarou que, se fossem mais acessíveis, consumiriam mais produtos veganos, ou seja, que excluem qualquer manipulação animal, incluindo ovo, leite e, em alguns casos, até determinados tecidos de roupas, como lã.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Carlos Fávaro pede validação de diplomas para aumentar número de médicos em Mato Grosso

Da Rádio Senado | 14/07/2020, 19h04

O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) reclamou nesta terça-feira (14) em pronunciamento, da falta de médicos e de outros profissionais de saúde no Brasil e especificamente no seu estado, para o combate à pandemia da covid-19. Ele informou que, segundo o Conselho Regional de Medicina, somente no território mato-grossense 210 médicos já foram contaminados, além de muitos enfermeiros e técnicos.
Em um esforço para solucionar esta situação, o parlamentar anunciou ter pedido ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que edite uma medida provisória autorizando que a prova do Revalida, que não é feita desde 2017, seja realizada excepcionalmente de forma remota neste ano. Este exame permite que profissionais formados no exterior possam ser reconhecidos como médicos no Brasil.
Carlos Fávaro também enviou ofício para o reitor da Universidade Federal de Mato Grosso para que ele conclua a revalidação dos diplomas de mil cento e vinte e um médicos que se formaram no exterior e que já fizeram três fases desse processo. Para isso, a última prova poderia ser feita remotamente, o que tem amparo legal, de acordo com o senador.
— E a outra excepcionalidade é que profissionais com 75% do curso concluídos já estão autorizados a receber o seu diploma e ir trabalhar, ir buscar o mercado de trabalho — afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Aprovada criação de representação do banco do Brics no Brasil


Da Redação | 14/07/2020, 20h38
Em sessão remota nesta terça-feira (14), o Senado aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 657/2019, que referenda o acordo firmado entre o Brasil e o Novo Banco de Desenvolvimento (New Development Bank, em inglês) para a criação de um escritório regional nas Américas, com sede na cidade de São Paulo e unidade de representação em Brasília. A matéria, aprovada em votação simbólica, será encaminhada à promulgação.
O NDB tem sede em Xangai, na China, e foi criado em 2014 durante a 6ª Cúpula dos Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — com o objetivo de mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nesses países.
Além da prospecção de projetos no país, o escritório facilitará ao NDB, no futuro, captar recursos no mercado financeiro brasileiro, para financiamento de projetos em moeda local, de modo a reduzir o risco cambial de suas operações.
Desde o estabelecimento do banco, em 2015, o Brasil foi contemplado com US$ 621 milhões em empréstimos referentes a quatro projetos o que representa 10,8% da carteira do NDB.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, as primeiras operações de empréstimos do NDB foram aprovadas em abril e julho de 2016, totalizando US$ 911 milhões para financiamento de projetos na área de energias renováveis nos cinco países fundadores.  No caso brasileiro, o banco emprestou cerca de US$ 300 milhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que repassará os recursos para financiar projetos na área de energia eólica.
O acordo conta, ainda, com cláusula sobre transações financeiras; imunidades e privilégios do diretor-geral e dos funcionários; imunidades e privilégios de governadores, diretores e representantes de membros do banco; imunidade e privilégios de peritos e consultores; funcionários locais, a serem contratados conforme legislação trabalhista brasileira; empregos de cônjuges, que deverá ser objeto de acordo próprio; renúncia de imunidade; solução de controvérsias, preferencialmente por via amigável; interpretação, entrada em vigor, emendas e término.

Avaliação de empreendimentos

O PDL 657/2019 foi relatado em Plenário pelo senador Antonio Anastasia (PSD-MG). Na análise da proposição, o relator destacou que o Brasil rege suas relações internacionais pelo princípio da cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, conforme estabelece o artigo 4°, inciso IX, da Constituição.
A exposição de motivos assinada pelos ministérios das Relações Exteriores e da Economia, relativa ao acordo, destaca que a criação do escritório regional visa a intensificar as atividades do NDB no Brasil, por meio de melhor identificação e preparação de projetos a serem avaliados pelo banco.
Devido à distância física com relação à sede do banco, em Xangai, e à pouca familiaridade de seus funcionários com o arcabouço regulatório e federativo do Brasil, poucos têm sido os projetos do país aprovados, quando comparados aos demais membros do NDB.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Pauta desta quarta tem três MPs de enfrentamento de impactos econômicos da covid-19


Da Redação | 14/07/2020, 21h17
Três medidas provisórias de mitigação dos impactos econômicos decorrentes da pandemia de coronavírus estão na pauta do Senado desta quarta-feira (15), às 16h. São medidas emergenciais para a aviação civil brasileira, de suporte a empregos e a que muda as regras trabalhistas para evitar demissões.    
Volta à pauta o projeto de lei de conversão (PLV) 18/2020, derivado da Medida Provisória 927/2020,  que altera as regras trabalhistas durante o período da pandemia. A MP, cuja validade termina no dia 19, é criticada por alguns senadores, e por isso teve a votação adiada para esta semana.
A matéria foi relatada pelo senador Irajá (PSD-TO), que apresentou 11 emendas, acatando parcialmente algumas das 1.082 sugestões oferecidas ao texto. Ele disse ter buscado consenso e salientou que ainda há tempo de o Senado aprovar a MP, para que retorne à análise da Câmara e o texto não perca a validade.
— Grande parte das medidas implementadas pela MP 927 merece a chancela deste Parlamento, por evitar a demissão do empregado e possibilitar ao empregador aliviar os encargos financeiros incidentes sobre a sua atividade econômica — defendeu Irajá.
A MP 927 estabelece, entre outras coisas, que acordo individual entre o empregado e o empregador deve se sobrepor a leis e acordos coletivos, respeitados os limites estabelecidos na Constituição. O empregador também poderá optar por celebrar acordo coletivo ou convenção coletiva com o sindicato da categoria.
De acordo com o texto, as iniciativas poderão ser aplicadas aos empregados contratados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aos contratos temporários urbanos e aos contratos do meio rural. Também poderão ser aplicadas aos empregados domésticos em relação a bancos de horas, férias e jornada.
Além disso, o relator considerou as dificuldades que as empresas enfrentam para pagar débitos trabalhistas em processo de execução em tempos de pandemia e concedeu mais flexibilidade de prazos, com possibilidade de negociação desses valores. O texto ampliou a concessão, aos empregadores executados, de um prazo de 60 meses de parcelamento, limitando o direito ao período da calamidade pública.

Aviação

Alterada na Câmara na forma de um projeto de lei de conversão, a Medida Provisória (MP) 925/2020 disciplina o reembolso e a remarcação de passagens de voos cancelados durante a pandemia. A MP também determina ajuda ao setor aeronáutico e aeroportuário; atribui o pagamento da tarifa de conexão ao passageiro; e acaba com o adicional de embarque internacional.
Sobre o reembolso em razão do cancelamento de voos entre 19 de março e 31 de dezembro de 2020, o texto estabelece o pagamento ao consumidor em 12 meses, a contar da data do voo cancelado.
O valor deverá ser corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e, quando cabível, a companhia continua com a obrigação de prestar assistência material, como lanches, telefonemas e pernoite, segundo regulamentação já existente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Crédito

A MP 944/2020 concede uma linha de crédito especial para pequenas e médias empresas pagarem a folha de salários durante a emergência da covid-19. O empréstimo poderá financiar os salários e também as verbas trabalhistas por quatro meses.
Na Câmara, os deputados ampliaram os tipos de pessoas jurídicas que poderão ter acesso ao empréstimo subsidiado. Além de empresários, sociedades empresárias e sociedades cooperativas, exceto as de crédito, poderão recorrer ao empréstimo as sociedades simples, as organizações da sociedade civil e os empregadores rurais (pessoas físicas ou jurídicas).
Para pedir o empréstimo, o interessado deve ter obtido, em 2019, receita bruta anual superior a R$ 360 mil e igual ou inferior a R$ 50 milhões. O texto original fixava o limite superior em R$ 10 milhões.
As operações de empréstimo poderão ocorrer até 31 de outubro de 2020, em vez de 30 de junho, como previa a MP original.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senado vai homenagear centenário de Nilo Coelho


Da Redação | 14/07/2020, 21h20
O Senado vai realizar uma sessão especial no mês de novembro para homenagear o centenário de nascimento do ex-senador Nilo de Souza Coelho. O requerimento (RQS 731/200), de autoria do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), foi aprovado durante a sessão remota desta terça-feira (14).
Para Bezerra, Nilo Coelho, que faleceu em 1983, é um importante símbolo da política de Pernambuco e do Brasil, que demonstrava disposição para o diálogo e para a união, além de apego ao interesse público.
— Falar sobre Nilo Coelho é falar sobre a força do sertão. Foi um grande homem público, que dedicou a sua vida ao desenvolvimento de Pernambuco e do Brasil — afirmou Bezerra, que também fez um agradecimento aos colegas senadores que apoiaram o requerimento.
Nilo Coelho nasceu em Petrolina (PE), no dia 2 de novembro de 1920. Formou-se na Faculdade de Medicina de Salvador (BA). Também foi empresário. Em sua trajetória política, foi deputado estadual e governador de Pernambuco, além de deputado federal. Chegou ao Senado em 1979 — efoi eleito presidente da Casa em fevereiro de 1983. Morreu em novembro desse mesmo ano, aos 63 anos.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Senado aprova renegociação de débitos fiscais para empresas no Simples


Da Redação | 14/07/2020, 21h39
O Plenário do Senado aprovou, em sessão remota deliberativa nesta terça-feira (14), proposta que permite ao governo federal parcelar os débitos fiscais das micro e pequenas empresas enquadradas no Simples Nacional. Poderão ser negociadas as dívidas com a União em fase de cobrança administrativa, já inscritas na dívida ativa e em cobrança judicial. O placar foi de 70 votos a favor. Não houve votos contrários. O PLP 9/2020, que segue para sanção presidencial, tem o objetivo de ajudar pequenos empreendimentos afetados pela pandemia de covid-19. 
O projeto também estende o prazo de adesão ao Simples para novas empresas em 2020. Elas terão 180 dias para fazer a adesão, a contar da data de abertura de cada empresa. 
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O texto aprovado estende às empresas sob o regime de tributação Simples Nacional os benefícios da Lei do Contribuinte Legal (Lei 13.988, de 2020): descontos de até 70% sobre multas, juros e encargos e prazo de até 145 meses para pagamento do débito. Já as firmas maiores podem ter desconto de até 50% e prazo de até 84 meses. 
Essa lei só não se aplica aos débitos de ICMS, imposto estadual, e ISS, municipal, cuja cobrança esteja a cargo de estados e municípios em razão de convênio com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
“Preserva-se, portanto, a competência de estados e municípios para a previsão de regulação da transação tributária no âmbito de suas esferas de poder político”, afirma na justificação de seu relatório o senador Jorginho Mello (PL-SC). Ele relatou o projeto analisando o texto juntamente com o PLP 4/2020, do então senador Luiz Pastore, que havia recebido emenda na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Ele optou pela prejudicialidade do PLP 4 e da emenda da CAE e rejeitou as nove emendas apresentadas ao PLP 9.
— É uma matéria da mais alta importância para o micro e pequeno empresário. Micro e pequenos empresários terão a oportunidade de participar de todos os Refis, de todas as transações tributárias, o que hoje não é permitido. Dá a capacidade e a oportunidade para o micro poder também, quando sair uma negociação tributária — que é o termo moderno do Refis —, o micro está incluído. É uma matéria importante, importantíssima — disse Jorginho Mello.

Público-alvo

De acordo com a PGFN, 3,5 milhões de contribuintes inscritos em dívida ativa poderão ser beneficiados. Até 25 de junho, cerca de 30 mil acordos já haviam sido homologados. O órgão espera negociar R$ 56 bilhões em dívidas e arrecadar R$ 8,2 bilhões até o fim de 2023. Para operacionalizar a transação, a procuradoria criou um procedimento com duas etapas. A primeira é a adesão, cujo prazo termina em 29 de dezembro deste ano.
Para contribuintes com débitos inferiores a R$ 150 milhões, a adesão é eletrônica, seguida de uma análise da capacidade de pagamento feita pela PGFN de acordo com as informações prestadas. São exigidos documentos sobre a situação patrimonial, o faturamento, em caso de pessoa jurídica, e a renda, em caso de pessoa física. Contribuintes com dívidas acima de R$ 150 milhões devem solicitar eletronicamente uma proposta individual de acordo.

Parcelamento

Analisados os documentos e deferida a transação, a PGFN enviará ao contribuinte a proposta para assinatura. A empresa então terá dois períodos para liquidação da dívida. O chamado momento de estabilização, em que deverão ser pagos cerca de 4% do total do débito (já com os descontos sobre multas e encargos) em 12 parcelas mensais.
No segundo momento, o de retomada, poderá ser concedido prazo de até 72 meses, com as parcelas calculadas com base no faturamento. Para pessoas físicas, empresas de pequeno porte, Santas Casas, instituições de ensino, ONGs e, se convertido em lei o PLP 9, micro e pequenas empresas no Simples Nacional, poderão ser concedidas até 133 parcelas adicionais, dependendo do valor da dívida.
Débitos com o FGTS e multas penais ou criminais não podem ser objeto dessa negociação.
A chamada transação tributária, prevista no Código Tributário Nacional (Lei 5.172, de 1966), foi ampliada pela Lei 13.988, que criou a transação tributária excepcional em razão da covid-19. Os benefícios, no entanto, são diferentes da anistia e parcelamento de débitos adotados pelos vários Refis (Programa de Recuperação Fiscal) oferecidos desde 2000. Enquanto esses programas concedem descontos e prazos maiores de forma linear a todos os contribuintes, a Lei do Contribuinte Legal prevê uma análise da situação de cada empresa e a oferta de condições específicas.

Prazo do Simples

Pelo PLP 9/2020, as microempresas e empresas de pequeno porte em início de atividade poderão optar pelo Simples após 30 dias de deferida a inscrição municipal ou estadual e em até 180 dias da data de abertura registrada no CNPJ. O prazo atual é de 30 dias a partir do deferimento da inscrição municipal ou estadual e até 60 dias após a inscrição do CNPJ.
O PLP 9/2020, apresentado pelo deputado federal Mauro Bertaiolli (PSD-SP), foi aprovado na Câmara dos Deputados no final de maio.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Primeira Seção decidirá sobre legitimidade de pensionistas e sucessores para pedir revisão da aposentadoria do falecido


A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu afetar os Recursos Especiais 1.856.967, 1.856.968 e 1.856.969, todos de relatoria da ministra Regina Helena Costa, para serem julgados pelo rito dos repetitivos. Os processos foram indicados pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) como representativos de controvérsia, como previsto no artigo 1.036, parágrafo 1º, do Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015).
A questão submetida a julgamento foi cadastrada como Tema 1.057 na base de dados do STJ e está ementada da seguinte forma:
"Possibilidade do reconhecimento da legitimidade ativa ad causam de pensionistas e sucessores para, em ordem de preferência, propor, em nome próprio, à falta de requerimento do segurado em vida, ação revisional da aposentadoria do de cujus, com o objetivo de redefinir a renda mensal da pensão por morte – quando existente – e, por conseguinte, receber, além das diferenças resultantes do recálculo do eventual pensionamento, os valores devidos e não pagos pela administração ao instituidor quando vivo, referentes à readequação do benefício originário, a teor do disposto no artigo 112 da Lei 8.213/1991".

Caráter es​​sencial

Na proposta de afetação, a relatora lembrou a distinta amplitude conferida pelas duas turmas de direito público do STJ à interpretação do artigo 112 da Lei 8.213/1991, em especial quanto às diferenças devidas e não pagas em vida ao beneficiário original.
Regina Helena Costa destacou o potencial de litigiosidade do tema, visto que, como informou a vice-presidência do TRF2, há uma indicação de divergência jurisprudencial entre julgados daquela corte e decisões do STJ.
Com a afetação, foi decidida também a suspensão do trâmite dos recursos especiais e dos agravos em recurso especial que tratam da matéria, em segunda instância ou no STJ, bem como dos recursos em tramitação no âmbito das turmas recursais dos juizados especiais federais. A ministra explicou que a suspensão de processos não foi mais ampla em razão do caráter essencial dos benefícios previdenciários e da natureza alimentar das ações revisionais.

Recursos rep​​etitivos

O CPC/2015 regula, nos artigos ​​1.036 e seguintes, o julgamento por amostragem, mediante a seleção de recursos especiais que tenham controvérsias idênticas. Ao afetar um processo – ou seja, encaminhá-lo para julgamento sob o rito dos repetitivos –, os ministros uniformizam a solução de demandas que se repetem nos tribunais brasileiros.
A possibilidade de aplicar o mesmo entendimento jurídico a diversos processos gera economia de tempo e segurança jurídica.
No site do STJ, é possível acessar todos os temas afetados, bem como conhecer a abrangência das decisões de sobrestamento e as teses jurídicas firmadas nos julgamentos, entre outras informações.
Leia o acórdão de afetação do REsp 1.856.967.

Esta notícia refere-se ao(s) processo(s):REsp 1856967REsp 1856968REsp 1856969STJ