POLÍTICA Mensalidade é de R$ 744; parte será custeada com recurso público. Veja como cada parlamentar votou.
Fachada da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) — Foto: Marília Marques/G1
A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou, nesta quarta-feira (20), um projeto de resolução que inclui ex-deputados distritais e seus dependentes no plano de saúde da Casa de forma vitalícia. Até então, eles só eram cobertos pelo convênio por dois anos após o fim do mandato.
A atualização das regras do plano vale a partir da publicação da norma, que não havia sido divulgada até a publicação desta reportagem. A medida recebeu voto favorável de 16 dos 24 deputados. Após a sessão, alguns distritais afirmaram que a emenda não foi disponibilizada a todos antes da votação. Há pedido de revisão do resultado (saiba mais abaixo).
O Fundo de Assistência à Saúde da CLDF (Fascal) tem hoje cerca de 5,3 mil beneficiários. São deputados, servidores e ex-funcionários comissionados. Eles pagam cota mensal de R$ 38 a R$744 a depender da idade e remuneração. Já os ex-distritais, vão pagar obrigatoriamente o valor máximo.
O custo do plano de saúde é complementado com recursos públicos. Desde 2018, sem o alcance aos ex-deputados, a Câmara Legislativa gastou R$ 34 milhões com o benefício.
De acordo com o texto aprovado, para ter acesso ao plano de saúde após o desligamento da CLDF, os beneficiários devem ter, no mínimo, dois anos de contribuição, além de solicitar a permanência no convênio em até 30 dias após a exoneração. Ex-comissionados poderão ficar no plano por um ano.
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Deputados aprovam plano de saúde da Câmara vitalício para ex-distritais e familiares
Projeto altera custeio
A emenda faz parte de projeto que atualiza o custeio do plano de saúde. O texto amplia os percentuais de contribuição dos beneficiários, que varia de 10% a 50% a depender do serviço. Além disso, cria a possibilidade de protesto das dívidas dos beneficiários. A justificativa apresentada no texto original foi "a necessidade de equilíbrio financeiro do Fundo".
Ao ser questionada sobre a proposta, a CLDF informou que "as novas regras contribuirão para a redução de custos" (veja nota na íntegra ao final da reportagem).
Os ex-deputados distritais não poderão cadastrar pai e mãe como dependentes, ao contrário dos parlamentares em exercício. As demais regras são iguais. Incluindo:
cônjuge ou companheiro (a) com união estável por, pelo menos, seis meses.
irmão, se portador de invalidez, sob responsabilidade judicial do beneficiário titular do plano
filhos e enteados, nos seguintes termos:
- Até 21 anos de idade são considerados dependentes - Até 39 anos incompletos podem ser inclusos se estiverem solteiros e com renda de até cinco salários mínimos - Com mais de 21 anos se foram portadores de invalidez, constatada por perícia - Na faixa de 21 a 24 anos se não tiverem renda e estarem matriculados em cursos regulares reconhecidos pelo Ministério da Educação
Votos
Transmissão da sessão remota da Câmara Legislativa do DF — Foto: Reprodução
Na votação desta quarta, a emenda não estava na pauta prévia, contudo, foi incluída para deliberação. No mesmo dia, os parlamentares aprovaram o texto em primeiro e segundo turno. Não houve votos contrários.
Entre os 22 distritais presentes na votação, 16 aprovaram a alteração:
Claudio Abrantes (PDT)
Daniel Donizet (PSDB)
Delegado Fernando Fernandes (Pros)
Delmasso (Republicanos)
Eduardo Pedrosa (PTC)
Hermeto (MDB)
Iolando (PSC)
Jaqueline Silva (PTB)
José Gomes (PSB)
Júlia Lucy (Novo)
Martins Machado (Republicanos)
Rafael Prudente (MDB)
Reginaldo Sardinha (Avante)
Robério Negreiros (PSD)
Roosevelt Vilela (PSB)
Valdelino Barcelos (PP)
Houve seis abstenções, dos deputados:
Reginaldo Veras (PDT)
Leandro Grass (Rede)
Chico Vigilante (PT)
Arlete Sampaio (PT)
João Cardoso (Avante)
Fábio Felix (Psol)
Outros dois distritais não estavam presentes: Jorge Vianna (Podemos) e Agaciel Maia (PL).
Reação
Uma das deputadas que votou pelo sim, Júlia Lucy, divulgou uma nota nesta quinta-feira (21) afirmando que vai pedir a alteração do seu voto, pois "a votação ocorreu em total desconformidade com o regimento", sem respeitar prazos para apresentação de emendas.
"O objetivo do projeto original era reajustar o valor das mensalidades para que o plano não tenha déficit. A deputada é favorável a esse ponto. A emenda que incluiu ex-parlamentares no plano não estava no projeto original e sequer constava no sistema para visualização dos parlamentares", informou a equipe de comunicação da distrital.
Júlia Lucy anunciou que, caso a Mesa Diretora não reveja a votação, entrará, ainda hoje, com mandado de segurança na Justiça com o objetivo de anular a deliberação.
O que diz a CLDF?
O G1 questionou a CLDF especificamente sobre os procedimentos da votação da emenda que incluiu distritais, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
A Casa informou à reportagem que as atualizações do plano de saúde trazem "reequilíbrio financeiro". Veja a íntegra na nota:
"O novo regulamento aprovado para o Fascal visa modernizar o modelo de gestão administrativa e atualizar a política de assistência à saúde dos servidores e Deputados.
As novas regras contribuirão para a redução de custos,dos aportes pelo Poder Público, aumento das receitas e trazendo reequilíbrio financeiro ao Plano."
Os benefícios são voltados para famílias de baixa renda, que já estão cadastradas pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) e que precisam confirmar as informações. O pagamento será por meio de um cartão do Banco de Brasília (BRB).
OG1levantou as principais dúvidas dos usuários e mostra o passo a passo do cadastro.
O que é o benefício Renda Emergencial?
Cartão do programa Renda mínima do Governo do DF — Foto: Sedes/Divulgação
O programa Renda Emergencial paga R$ 408 mensais a famílias de baixa renda que estão sem auxílio de outros programas sociais. O projeto de iniciativa do governo do Distrito Federal foi criado para amenizar os impactos econômicos da pandemia de coronavírus. O GDF estima que 28 mil pessoas estejam aptas a receber os valores.
Prato Cheio
Cartão do programa Prato Cheio, benefício coordenado pelo governo do DF — Foto: Sedes/Divulgação
O benefício Prato Cheio é um auxílio mensal para compra de alimento. O pagamento é de R$ 160 (cesta básica) e R$ 90 (pão e leite), totalizando R$ 250.
O dinheiro só poderá ser usado por meio do cartão e em estabelecimentos alimentícios. Segundo o GDF, cerca de R$ 10 mil pessoas devem receber as quantias.
Qualquer família de baixa renda pode se cadastrar?
Não. O governo do DF destina o benefício a uma lista pré-definida. Veja:
Renda mínima:
Famílias que já passaram pelo atendimento socioassistencial das unidades da Sedes, como Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Unidades de Acolhimento. Desta forma, estão no Sistema Integrado de Desenvolvimento Social (SIDS).
O solicitante deve morar no Distrito Federal e ter idade igual ou superior a 16 anos.
Prato cheio:
Famílias que solicitaram cesta de alimentos no Centro de Referência de Assistência Social (Cras).
O solicitante deve morar no Distrito Federal e ter idade igual ou superior a 16 anos.
Quem recebeu o auxílio emergencial ou outro programa social de renda tem direito ao benefício?
A regra é diferente para cada programa.
Renda mínima
O beneficiário não pode ser atendido pelos programas Bolsa Família, DF sem Miséria, Bolsa Alfa, BPC e Auxílio Emergencial do governo federal.
De acordo com o secretário adjunto da Sedes, Cristiano Vasconcelos, há fiscalização. "No sistema, haverá uma autodeclaração, onde o cidadão afirma que não recebe nenhum benefício. Vamos fazer a conferência e se percebermos que existe algum benefício há devidas correções legais a serem feitas".
Prato cheio
O morador do DF pode estar sendo contemplado em outros programas.
Como solicitar os benefícios?
Tanto para o Renda Mínima, quanto para o Prato Cheio, a inscrição ocorre exclusivamente pelo site rendaemergencial.brb.com.br e pelo número de telefone (61) 3029-8499. Não há atendimento presencial em unidades da Sedes.
Para fazer a inscrição pela internet, o usuário deve acessar o site e inserir o CPF, além de fornecer dados pessoais como endereço e telefone para contato.
Se a opção for pelo uso da central telefônica, o interessado deve ligar, entre 8h e 20h.
Há prazo de análise do benefício?
Tanto para o Renda Mínima, quanto para o Prato cheio, logo ao final da inscrição, a pessoa que estiver apta a receber o benefício já é informada da data, endereço e local para buscar o cartão em uma agência do BRB. O comunicado é disponibilizado no próprio sistema e enviado um SMS para o celular.
Quando e onde os cartões serão entregues?
Há um cronograma de entrega com base na ordem alfabética para os dois benefícios, entre os dias 25 e 29 de maio (veja abaixo). No dia determinado, os beneficiários devem buscar o cartão em uma agência ou posto do BRB Mobilidade indicado, apresentar o CPF e documento com foto. O crédito já estará disponível.
Segunda-feira, 25 de maio: pessoas com nomes que começam com A, B e C
Terça-feira, 26 de maio:pessoas com nomes que começam com D, E, F, G e
Quarta-feira, 27 de maio:pessoas com nomes que começam com I, J, K e L.
Quinta-feira, 28 de maio:pessoas com nomes que começam com M, N e O
Sexta-feira, 29 de maio: pessoas com nomes que começam com P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Y e Z.
Como o cartão deve ser usado?
Renda mínima
O beneficiário poderá fazer saques e compras na função débito do cartão.
Prato cheio
As compras são na função débito apenas em estabelecimentos alimentícios.
Por quanto tempo o pagamento será feito?
Renda mínima
Pagamento mensal, por dois meses, podendo ser prorrogado por mais um mês. Os critérios de prorrogação ainda não foram divulgados pelo GDF até a última atualização desta reportagem.
Prato cheio
O valor será repassado mensalmente, com verificação do cadastro a cada seis meses pela Sedes. O GDF não divulgou data final do benefício até a última atualização desta reportagem.
MOBILIDADE Lei prevê cadastro de passageiros com fotos e ausência de punição aos motoristas por recusa de corrida. Taxistas também podem aderir FOTO: REPRODUÇÃO/ METRÓPOLES
Após o governador ter vetado o “botão do pânico” no texto anterior, as alterações deixam a porta aberta a ferramentas deste tipo, estipulando que empresas devem “disponibilizar aos motoristas dispositivo de segurança”. E também precisam se comprometer, em parceria com os poderes públicos, a desenvolver estudos e projetos.
O novo texto também prevê mais autonomia e segurança ao motorista, que poderá ter acesso prévio ao destino do usuário antes de aceitar a viagem. E recusar a corrida por questões de segurança sem ser penalizado, seja com pontuação ou outro meio, por causa disso.
As empresas estão autorizadas a fazer cadastro com foto dos passageiros, desde que haja consentimento deles, e a disponibilizar aos motoristas. Eles poderão cancelar a viagem se o cliente não for reconhecido pela foto, também sem penalidades.
Apesar de tratar dos motoristas de aplicativos, a lei abre possibilidade às cooperativas de táxi e aos taxistas de aderir as mesmas medidas, após pedido à Secretaria de Mobilidade (Semob).
A ameaça acrescenta um risco para os motoristas, que já tinham problemas de segurança, comprovado em estudo apresentado pela Polícia Civil do DF (PCDF) mostrando que a maioria dos crimes ocorre em viagens com pagamento em dinheiro.