sexta-feira, 3 de abril de 2020

Mikael Omik e a arte do grafite brasiliense




Grafiteiro nascido em Ceilândia, ele conta que Brasília ajuda na sua construção como artista. “Desejo não ter que sair daqui, mas que eu possa levar as coisas boas para fora”, confessa

18dias para os 60 anos de Brasília
Em homenagem à capital federal, formada por gente de todos os cantos, a Agência Brasília está publicando, diariamente, até 21 de abril, depoimentos de pessoas que declaram seu amor à cidade.
Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília
Omik considera Brasília uma “galeria de inspirações”. Segundo ele, há vários artistas em atividade, o que mostra que existe vida na cidade. “Existem vários trabalhos de qualidade, tanto na questão técnica quanto em relação à personalidade”, avalia. Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília
“Eu sou o Mikael Guedes de Oliveira. Nas ruas, sou mais conhecido como Mikael Omik. Nasci em Brasília, em Ceilândia. Vivi lá quase minha vida inteira. Me mudei há seis anos por conta do grafite, que comecei há oito anos.
Hoje moro no Guará, em um ateliê que divido com cinco amigos. Eu desenho desde os 6 anos, mas quando terminei o Ensino Médio passei a ter contato maior com a arte e me deu vontade de expor o que eu fazia.
Tudo começou quando eu tinha uns 18 anos e estava passando de ônibus por um lugar quando vi um artista que eu admirava muito na rua. Ele estava pintando o Snoopy. Eu desci do ônibus e fiquei observando ele pintar do início ao fim. No caminho para casa, decidi que era isso que queria fazer. Chequei em casa, peguei umas tintas de parede, uns pincéis, e fui fazer meu primeiro grafite, em Ceilândia mesmo. Fiquei o dia todo na rua.
Existe em Brasília um trabalho com estética autoral, o que é muito importante. Brasília é uma cidade moderna e daqui a 30 anos vai continuar sendo. Essa característica meio atemporal me chama muito a atenção.
No começo, quando eu comecei a pintar, eu fazia meus painéis em locais mais escondidos porque eu não sentia confiança no meu trabalho. Pintava mais perto de casa. Acabei conhecendo outras pessoas que pintavam e acabamos fazendo com que essa atmosfera do grafite mudasse nossa cidade.
A gente usava o grafite como se fosse um refúgio. As pessoas conheciam somente a pichação, algumas tinham até problemas com a polícia, e mostramos que é possível fazer arte com o grafite, que usa a mesma ferramenta, até para as crianças. Após o alto índice de trabalhos urbanos nas ruas, o grafite foi ganhando espaço na sociedade.
O grafite mudou a cara de Ceilândia. Tanto é que grandes nomes do grafite brasiliense são da cidade. Esse movimento era muito forte lá. As pessoas queriam entender o que era, aprender e acabamos convertendo muitas crianças que iam para o caminho errado. Demos uma atividade para elas e elas fizeram boas escolhas.


Brasília é uma galeria de inspirações porque existem vários artistas em atividade, o que mostra que existe vida na cidade, o que é bem legal. Atualmente têm surgido vários trabalhos de qualidade, tanto na questão técnica quanto em relação à personalidade.
Existe em Brasília um trabalho com estética autoral, o que é muito importante. Brasília é uma cidade moderna e daqui a 30 anos vai continuar sendo. Essa característica meio atemporal me chama muito a atenção. Você conseguir fazer uma coisa hoje que continue sendo atual lá na frente…
Todo lugar que a gente vai, São Paulo, por exemplo, tem muito da arte europeia inserida na cidade, Brasília, não. Tem uma originalidade que é só dela. Tanto que todo mundo que vem aqui fala isso. ‘Ah, é uma cidade futurista’. É bom ouvir as pessoas elogiando a cidade.
E esse céu… Essa coisa de você olhar 360 graus e conseguir olhar o horizonte. A arquitetura não interfere, mas ela compõe com a questão natural. Brasília tem me construído como artista. Eu desejo não ter que sair daqui, mas, também, que eu possa levar as coisas boas para fora. Mostrar pro mundo todo o valor que a gente tem.”
Mikael Omik, 26 anos, artista plástico, mora no Guará
  • Depoimento concedido à jornalista Gizella Rodrigues
DA : AGÊNCIA BRASÍLIA

Estado garante 20 leitos de UTI exclusivos para covid-19 no Ophir Loyola

PARÁ
Por Lívia Soares (HOL)
Foto: Ascom / Ophir LoyolaO Governo do Estado determinou que a antiga Clínica de Olhos, localizada na Travessa 14 de Abril, em Belém, fosse transformada em uma Unidade de Terapia Intensiva destinada a assistir pacientes oncológicos acometidos pela covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O prédio foi desapropriado em 2014 e, desde então, estava deteriorando. Ele agora passará pelas adequações necessárias ao perfil de atendimento intensivo e será colocado em funcionamento.
A estrutura contará com 20 leitos a fim de que os enfermos diagnosticados com o novo conoravírus não fiquem no prédio matriz, uma vez que são classificados como grupo de risco por serem imunossuprimidos e mais suscetíveis a desenvolver a forma mais grave da doença. No local, duas equipes intensivistas multiprofissionais prestarão assistência com todos os protocolos de segurança estabelecidos pela Comissão Controle à Infecção Hospitalar.
Foto: Ascom / Ophir LoyolaO espaço possui uma área de aproximadamente 800 m², divididos em dois andares: o pavimento térreo com 537,05 m² e superior com 344,78m², ambos abrigarão leitos de UTI. O valor aproximado da obra é estimado em R$ 11 milhões, incluindo adequações e equipamentos. Os recursos já foram liberados pelo governador Helder Barbalho. O prazo para a finalização da obra é de 60 dias e de entrega do espaço equipado para população é de mais 30 dias, aproximadamente.
"O HOL tem atualmente 30 leitos de Unidade de Terapia Intensiva, com esses 20 novos leitos, ao fim da pandemia de covid-19, o Ophir Loyola será o único hospital do Pará a contar com 50 leitos de UTI para atender as demandas de suas referências", disse Dr. Faruk Fuad, diretor administrativo.
Foto: Ascom / Ophir LoyolaO Governo do Estado está adquirindo um tomógrafo e todos os equipamentos modernos, equipamentos de proteção individual (EPI’s) para as equipes assistenciais, materiais, medicações e insumos necessários à segurança dos usuários e servidores, em conformidade com as determinações do Ministério da Saúde.

FONTE: AGÊNCIA PARÁ

Santa Casa forma comissão e define estratégias para o enfrentamento da covid-19

PARÁ

A meta é alinhar todas as ações necessárias que preparem o hospital para o atendimento de pacientes graves da doença

Por Etiene Andrade (SANTA CASA)
Desde o fim de janeiro, quando foi designada como um dos hospitais de retaguarda para o atendimento de casos graves da covid-19 no Pará, a Santa Casa tem fortalecido sua estrutura e mão de obra para a assistência aos pacientes. Esse processo passou pela capacitação de servidores, estabelecimento de fluxos independentes de atendimento às pacientes grávidas com suspeita da doença (para a qual a instituição atua como porta aberta), aquisição de mais Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e elaboração de planos de ampliação da capacidade de atendimento, caso os leitos hoje disponíveis sejam esgotados, de acordo com a evolução da doença.
Para que todos os detalhes recebessem a atenção necessária, foi formada a Comissão Temporária de Enfrentamento da covid-19 da Santa Casa do Pará. “Essa comissão tem por objetivos alinhar todas as ações necessárias para que o hospital esteja preparado quando chegar o momento de atender pacientes graves da covid-19, bem como garantir a assistência dos demais pacientes que continuarão sendo acolhidos na Santa Casa. São ações que precisam ser coordenadas do ponto de vista gerencial para que o servidores trabalhem de forma coesa, protegidos com EPIs e garantam a assistência adequada, tanto nos casos suspeitos que entrem pela urgência e emergência obstétrica, como no atendimentos dos pacientes graves, que precisarão de UTI”, explica o presidente da Santa Casa, Bruno Carmona.
Foto: FSCMP / ASCOMA comissão está responsável por atualizar diariamente as informações oficiais das medidas que estão sendo adotadas, de acordo com a dinâmica de evolução da doença e com os últimos decretos de governo publicados, além de garantir o abastecimento do hospital no que se relaciona aos EPIS, respiradores, monitores e outros itens. Quanto ao fluxo de atendimento de pacientes, a diretoria assistencial definiu que no caso de grávidas com sintomas de síndrome respiratória, atendidas pela urgência e emergência obstétrica, o fluxo definido começa na recepção. 
“Já na recepção um profissional de sáude treinado vai verificar a temperatura da paciente, orientará para a higienização das maõs e fará perguntas sobre os sintomas que ela apresenta. Se forem de covid-19, ela receberá uma máscara cirúrgica assim que chegar e será encaminhada para avaliação em uma ala do hospital restrita a pacientes sintomáticas, separada do atendimento de gestantes sem sintomas”, explica a médica Norma Assunção, diretora assistencial da Santa Casa.
Foto: FSCMP / ASCOMEla também reforça que a porta aberta da Santa Casa é apenas para situações de urgência e emergência obstétrica, outros pacientes com covid-19 só serão internados na instituição quando encaminhados por meio da central estadual de regulação. “Pacientes grávidas que tiverem sintomas gripais, com desconforto pra respirar e intercorrências obstétricas, devem procurar a Santa Casa. Os demais pacientes só serão admitidos quando regulados, pois a Santa Casa é um hospital de retaguarda."
Atualmente, a Santa Casa possui seis leitos disponíveis para o atendimento de casos de covid-19. Este número poderá ser ampliado, de acordo com o comportamento da demanda durante a pandemia. 
Para evitar aglomerações e garantir a segurança dos pacientes com covid-19, parte do atendimento ambulatorial e das cirurgias eletivas tiveram que ser suspensos na Santa Casa. Os médicos das especialidades suspensas foram deslocados para assistência hospitalar. Permaneceram inalterados o pré-natal de alto risco, o Centro de Referência em Imunobiológicos Especiais e o atendimento aos pacientes transplantados (adulto e pediátrico).

FONTE: AGÊNCIA PARÁ

350 mil famílias paraenses terão a conta de luz paga pelo governo durante pandemia

PARÁ
O governador Helder Barbalho anunciou, na tarde desta sexta-feira (03), que o Governo do Estado vai assumir o pagamento da conta de luz de 350 mil famílias de baixa renda durante a pandemia de covid-19. A medida vale para os paraenses que tenham Cadastro Social e consumam até 100 kilowatt (kW), por mês. Se aprovada na Assembleia Legislativa do Estado, a medida já valerá para este mês de abril.

Helder Barbalho explica que o pagamento é mais uma ação do Estado para minimizar os impactos socioeconômicos da pandemia. “Com essa iniciativa queremos auxiliar quem mais precisa neste momento de dificuldade”.
Suspensão do cortes de água e luz 
O Governo do Estado também já havia articulado junto às empresas responsáveis pelo fornecimento de água e energia elétrica a suspensão do corte do serviço por falta de pagamento por um período de 90 dias.

FONTE: AGÊNCIA PARÁ

Alemanha tem muitos casos de coronavírus, mas poucas mortes. Por quê?

MUNDO

A Alemanha é o quinto país mais afetado pelo coronavírus, mas taxa de mortalidade é baixíssima. O que explica esse fenômeno?


A pandemia do novo coronavírus deixou o planeta em estado de alerta. Agora presente em 177 países e territórios, a covid-19 já matou quase 20.000 pessoas em todo o mundo e já contaminou mais de 400.000. É fato que a doença está causando colapso nos sistemas de saúde pública, principalmente nos países mais afetados, e os cientistas agora tentam entender as particularidades deste novo vírus e mapear caminhos para lidar com essa crise.
No meio do caos, a situação da Alemanha chama a atenção não pelas histórias de horror, tal qual se vê na Itália ou na Espanha, mas sim por estar numa situação radicalmente diferente de seus pares europeus: quinto entre os dez países mais afetados pelo novo coronavírus, a Alemanha tem a menor taxa de mortalidade da doença. E isso ainda que comparada com países com números inferiores de casos confirmados.
Até a data da publicação desta reportagem, e com base em levantamento da Universidade Johns Hopkins, o país contabilizava 31.991 casos da doença e 149 mortes (0,4%). A Coreia do Sul, por outro lado, o nono país mais afetado, registrava 9.037 casos e 120 mortes (1,3%). A taxa de mortalidade alemã também impressiona quando colocada diante das taxas da Itália ou da Espanha, que estão em 9,5% e 7%, respectivamente.
O que explica esse fenômeno em um país tão afetado quanto todos os outros?

Não há uma resposta. Tudo indica que o sucesso do país em manter baixa a taxa de mortalidade até agora seja o resultado de um conjunto de iniciativas, colocadas em prática no momento em que se entendeu a gravidade do novo coronavírus.
Uma delas é uma agressiva estratégia de testar o maior número possível de pessoas, o que ajuda as autoridades na detecção dos pacientes assintomáticos. Segundo especialistas, essas pessoas seriam responsáveis por dois terços das infecções da doença. De acordo com números do Instituto Robert Koch (IRK), instituto de pesquisa para o controle e prevenção de doenças, o país vem conduzindo 160.000 testes por semana.
“Acredito que a Alemanha reconheceu a epidemia muito cedo. Estamos duas ou três semanas à frente dos nossos vizinhos. E conseguimos fazer isso graças ao número alto de diagnósticos e testes”, explicou o pesquisador Christian Drosten, chefe do hospital universitário Charité, da Universidade Humboldt e da Unviersidade Livre de Berlim, em entrevista ao jornal Die Zeit. “Estamos vendo cada vez mais casos na Alemanha, como era o esperado. Mas também estamos registrando menos mortes do que em outros países.”
Assim como outros países do mundo, a Alemanha adotou iniciativas de distanciamento social. Escolas, restaurantes e bares estão fechados, reuniões entre mais de duas pessoas são proibidas, com exceção de encontros familiares e moradores de uma mesma casa. Suas fronteiras estão fechadas.
O país pode estar prestes a colher frutos das medidas implementadas. Nesta quarta-feira, 25, espera-se que a Alemanha confirme ter conseguido estabilizar a curva ascendente de novos casos. “Estamos vendo sinais de que a curva de crescimento exponencial está se estabilizando ligeiramente”, disse Lothar Wieler, presidente do IRK, nesta semana para a imprensa. “Mas só poderei confirmar esta tendência definitivamente na quarta-feira.”
Há, ainda, um elemento demográfico que parece jogar a favor da Alemanha: a doença ainda não chegou até a população idosa. Segundo dados do IRK, a maioria das pessoas infectadas por coronavírus no país tem entre 15 e 59 anos de idade (21.373). Apenas 2,7% dos casos confirmados são pessoas com mais de 80 anos de idade. Na Itália, esse índice é de 18%, mostram dados da Bloomberg.
Os dados da Alemanha são positivos e trazem alento num momento no qual o mundo está em pane. Contudo, o governo alemão é cauteloso e enfatiza ser cedo para cravar que o país estava melhor preparado para lidar com essa emergência do que outros. “Estamos apenas no começo desta epidemia. E agora todos os responsáveis por lidar com essa crise precisam resolvê-la”, disse Wieler.
A posição da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, aliás, sempre foi reconhecer a gravidade da pandemia no novo coronavírus. “A situação é séria. Desde a unificação alemã, não, desde a Segunda Guerra Mundial, não enfrentávamos um desafio tão grande”, disse ela em um raro pronunciamento televisionado. E é possível que isso também seja parte importante da resposta.

FONTE: EXAME/Gabriela Ruic

Em meio a surto de coronavírus, México registra recorde de homicídios

MUNDO
País teve 2.585 homicídios em março, maior valor mensal desde primeiro registro em 1997; atraso na quarentena pode ter contribuído para aumento
Presidente López Obrador disse que queda na violência era esperada para março, quando Covid-19 se espalhou no México, "mas não foi bem assim" - 30/08/2019 Henry Romero/Reuters
México registrou 2.585 homicídios em março, maior valor mensal desde que os registros começaram em 1997, mesmo com a crise causada pela pandemia de coronavírus e as orientações federais de praticar isolamento social.
Segundo dados oficiais do governo, divulgados na terça-feira 31, a violência explodiu em todo o país, mas foi especialmente acentuada no estado de Guanajuato, onde grupos criminosos lutam pelo controle de oleodutos.
Francisco Rivas, diretor do Observatório Nacional do Cidadão, que monitora a segurança no México, atribuiu o aumento da violência em Guanajuato às investidas do governo federal para impedir o roubo de combustível. Segundo o jornal britânico The Guardian, outras causas incluem a nova polícia militarizada – conhecida como Guarda Nacional -, a falta de uma estratégia federal para enfrentar a violência e a redução do orçamento de segurança, que tem o nível mais baixo em 20 anos.
O presidente Andrés Manuel López Obrador, conhecido como AMLO, disse na sexta-feira 27 que uma queda na violência era esperada para o final de março, quando os casos de coronavírus começaram a aumentar no México, “mas não foi bem assim”.
O líder mexicano chegou ao poder alavancado por promessas de solucionar os problemas de segurança do México, atacando o que ele considerava as causas do crime: pobreza e corrupção. Só que sua falta de estratégia levou a um aumento na violência no país.

Reação ao coronavírus

Levando ao pé da letra o seu lema de trocar “balazos por abrazos” (balas por abraços), AMLO declarou em meio à pandemia de coronavírus que “abraçar é bom” e que, mesmo que haja orientações para manter-se a uma distância de 1,5m de outras pessoas para evitar contágio, “não vai acontecer nada” com quem abraçar outras pessoas.
O mexicano faz parte do clube dos líderes que foram na contramão no início da luta contra a Covid-19, doença causada pelo coronavírus. Em viagem recente a Guerrero, um dos estados mais pobres do México, AMLO abraçou e beijou apoiadores durante um grande evento. Ele também foi contra o isolamento, dizendo que as famílias deveriam ajudar a economia do país indo em lojas e restaurantes.

Apenas na sexta-feira 27, AMLO instruiu a população a ficar em ambientes fechados para impedir a disseminação “esmagadora” de coronavírus. O país registra 1.510 casos confirmados e 50 mortos pela doença.


FONTE:VEJA

Coronavírus mudará para sempre a maneira pela qual o mundo faz negócios

MUNDO
Choques que as cadeias mundiais de suprimento estão sofrendo provavelmente vão reverberar
Mesmo que sejamos capazes de combater a pandemia do coronavírus e subjugá-la, seus efeitos provavelmente nos levarão a repensar a maneira pela qual o mundo faz negócios.O surto surgiu em um momento no qual a globalização já estava sob séria ameaça por conta da guerra comercial entre Estados Unidos e China e da crescente incerteza sobre o futuro do livre comércio em geral. 


No passado, choques nas cadeias mundiais de suprimento, como o terremoto e tsunami de 2011 no Japão, eram vistos como eventos isolados.Perturbações temporárias como essas teoricamente não perturbariam um modelo de negócios estável e bem sucedido, construído sobre a suposição de que a globalização chegou para ficar.Desta vez é diferente. 

Os choques que as cadeias mundiais de suprimento estão sofrendo provavelmente reverberarão. O conflito entre os Estados Unidos e a China não foi resolvido e pode se reacender a qualquer momento.

As companhias já não podem considerar garantido que os compromissos quanto a tarifas incorporados às regras da OMC (Organização Mundial do Comércio) impedirão disparadas súbitas do protecionismo. O mecanismo de resolução de disputas da OMC parou de funcionar.

Ao mesmo tempo, a Covid-19 expôs o que muitos consideram como dependência excessiva de fornecedores localizados na China. A província de Hubei, onde o surto começou, é um polo de indústria de alta tecnologia, e abriga empresas locais e estrangeiras que estão fortemente integradas aos setores de automóveis, eletrônica e farmacêutico.A província responde por 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto) da China; 300 das 500 maiores companhias do planeta têm instalações em Wuhan, a capital de Hubei. O surto do coronavírus lá causou desordenamento nas cadeias de suprimento em todos os continentes, antes de se tornar uma pandemia.A busca pelos fornecedores com o melhor custo/benefício deixou muitas empresas sem um plano B. Mais de metade das companhias pesquisadas pelo Shanghai Japanese Commerce and Industry Club reportaram que suas cadeias de suprimento foram afetadas pelo surto.Menos de um quarto das empresas que responderam à pesquisa disseram contar com planos alternativos de produção ou de compra de suprimentos, em caso de perturbações prolongadas. 

Os efeitos consequentes podem ser ainda mais sérios, porque muitas companhias não sabem onde ficam os fornecedores de seus fornecedores.Muitos países estão descobrindo agora o quanto eles dependem de suprimentos vindos da China. Por exemplo, quase três quartos dos anticoagulantes importados pela Itália vêm da China. 

O mesmo se aplica a 60% dos antibióticos importados pelo Japão e a 40% dos importados pela Alemanha, Itália e França.As tensões políticas crescem quando líderes enfatizam de onde veio o vírus, especialmente aqueles que não fizeram o suficiente para preparar seus países para uma resposta vigorosa. Isso criará mais incertezas quanto às políticas comerciais.


As empresas serão forçadas a repensar suas cadeias mundiais de valor. Elas assumiram sua forma atual a fim de maximizar a eficiência e o lucro. E embora a produção “just in time” possa ser a melhor maneira de montar um item complexo como um carro, as desvantagens de um sistema que requer que todos os seus elementos funcionem com perfeita precisão agora ficaram expostas.Mesmo que a pandemia tenha tirado a mudança do clima das manchetes, a ameaça ao planeta não desapareceu. Na ausência de uma resposta mundial coordenada, devemos aguardar novos choques em forma de eventos climáticos extremos ou novos surtos epidêmicos. Companhias que não agirem podem terminar sofrendo o mesmo destino da rã cozida aos poucos.


Resiliência se tornará o novo lema. As empresas pensarão com mais afinco sobre diversificar sua base de fornecedores a fim de se protegerem contra desordens em um determinado produtor e região geográfica, ou mudanças na política comercial. Isso significa a criação de sistemas paralelos e talvez até o abandono da prática de retenção de estoques mínimos.

Os custos certamente subirão. Mas, no mundo pós-Covid, a preocupação com a fragilidade das cadeias de suprimento se sobreporá ao custo. As empresas passarão a ter de avaliar a resiliência de seus fornecedores de segunda e terceira ordem.Podemos ver o retorno de algumas indústrias, com a redução dos custos de mão de obra propiciada pela automação. Países que se integraram mais recentemente à União Europeia, e a Espanha, podem ver crescimento no emprego industrial.Oportunidades podem ser criadas em países que antes não estavam no topo da lista dos investidores.

FOLHA DE S. PAULO

 Em um mundo pós-pandemia, as salas de conselho das empresas ecoarão com discussões sobre países como Belarus, Ucrânia ou Mongólia, e executivos trocarão dicas sobre seus estabelecimentos favoritos em Tirana (Albânia) ou Chisinau (Moldova). Em Bruxelas, os corredores vão fervilhar com os mais recentes debates sobre integração comercial mais forte com o leste e o sul do planeta.O coronavírus não será o fim da globalização, mas vai mudá-la. As companhias terão de se adaptar, se querem continuar a fazer sucesso. É isso que os vírus nos forçam a fazer, inclusive economicamente.Tradução de Paulo Migliacci

O que os povos indígenas podem ensinar ao mundo pós-coronavírus

Covid-19
Por Nathan Fernandes (@nathanef)

Ver as imagensPara os representantes indígenas, é o vínculo com a “memória ancestral” que garante aos povos nativos uma consciência plena de preservação, por exemplo, num país que queima seu patrimônio natural e se habitua a recordes de desmatamento (CARL DE SOUZA/AFP via Getty Images)
“Para nós, indígenas, isso é uma repetição da história. A única diferença é que nós não estamos sozinhos desta vez”, afirma, em um vídeo no YouTube, o xamã Vernon Foster, ao falar sobre a pandemia do novo coronavírus. Para o nativo norte-americano da nação Klamath/Modoc, que estudou psicologia e ciências sociais na Universidade de Minnesota, a necessidade de mudar hábitos e absorver novos costumes frente a uma ameaça desconhecida só é novidade para quem nunca teve suas tradições atropeladas. 
No Brasil, saberes ancestrais que já habitavam o território antes da chegada dos europeus são frequentemente menosprezados. Em 2018, por exemplo, logo após ser eleito, o presidente Jair Bolsonaro desumanizou indígenas isolados, ao declarar: “Na Bolívia, temos um índio que é presidente. Por que no Brasil temos que mantê-los reclusos em reservas, como se fossem animais em zoológicos?". Em 2019, em uma live, afirmou que o cacique kayapó Raoni Metuktire, um dos maiores nomes do ambientalismo mundial, forte candidato ao Nobel da Paz, em 2020, estaria sendo cooptado por líderes estrangeiros para falar mal da política ambiental brasileira. Já em janeiro, durante uma de suas lives semanais no Facebook, o governante afirmou que “cada vez mais, o índio é um ser humano igual a nós”, deixando escapar seu sentimento de superioridade moral, e defendendo a não demarcação de terras.


Mas, para muitos representantes de etnias indígenas, o modelo acelerado de produção atual — que flerta com o abismo e ameaça levar a sociedade para o buraco em momentos de crise como este — exige uma mudança urgente de direcionamento. Uma das alternativas é uma abertura maior para a compreensão desse conhecimento nativo, que rejeita os mitos neoliberais da exploração sustentável e do individualismo como base da sociedade. Os mesmos mitos que estão sendo expostos agora pela pandemia de Covid-19. 
“O que aprendi ao longo dessas décadas é que todos precisam despertar, porque, se durante um tempo éramos nós, os povos indígenas, que estávamos ameaçados de ruptura ou de extinção dos sentidos de nossas vidas, hoje estamos todos diante da iminência de a Terra não suportar nossa demanda”, escreveu o líder indígena Ailton Krenak, em “Ideias Para Adiar o Fim do Mundo” (Companhia das Letras), ampliando o coro ao xamã Vernon Foster.
Para Krenak, o consumismo desenfreado substitui a experiência de viver em uma terra cheia de sentido. “Para que ter cidadania, alteridade, estar no mundo de uma maneira crítica e consciente, se você pode ser um consumidor?”, questiona. “A modernização jogou essa gente do campo e da floresta para viver em favelas e em periferias, para virar mão de obra em centros urbanos. Essas pessoas foram arrancadas de seus objetivos, de seus lugares de origem, e jogadas nesse liquidificador chamado humanidade. Se as pessoas não tiverem vínculos profundos com sua memória ancestral, com as referências que dão sustentação a uma identidade, vão ficar loucas neste mundo maluco que compartilhamos.” 
Ver as imagensO cacique Raoni Metuktire fala com jornalistas durante encontro em fevereiro de 2020 (SERGIO LIMA/AFP via Getty Images)

Mãe não se negocia

Para os representantes indígenas, é exatamente esse vínculo com a “memória ancestral” que garante aos povos nativos uma consciência plena de preservação, por exemplo, num país que queima seu patrimônio natural e se habitua a recordes de desmatamento — em janeiro, só a Amazônia registrou um aumento de 108% no alerta de desmatamento, comparado ao mesmo mês do ano anterior, a maior porcentagem desde 2016, quando o índice passou a ser medido.
Segundo Sônia Guajajara (a primeira mulher indígena do Brasil a concorrer à vice-presidência da República, na chapa de Guilherme Boulos, do PSOL, em 2018), é comum ver, por exemplo, pessoas não-indígenas comprarem terras como investimento para vender depois de um tempo. Um ato impensável para os Guajajara, etnia que vive na região do Maranhão. 


Yahoo Notícias

A usina de energia mais eficiente do mundo foi sincronizada com a rede e funciona em plena capacidade, antes do previsto

MUNDO

Mitsubishi Hitachi Power Systems, Ltd. (MHPS) iniciou o comissionamento da T-Point 2, sua nova unidade de validação para a usina de ciclo combinado da Takasago Works na província de Hyogo, Japão. Substituindo a icônica T-Point, a unidade acelerará a tecnologia líder do setor da MHPS e permitirá uma validação mais robusta de turbinas a gás de classe avançada (advanced-class gas turbines, ACGTs), como o modelo JAC classe 1650 ºC e os modelos de temperatura ultra-alta classe 1700 °C. 

Como sua antecessora, a T-Point 2 se destaca como a única instalação no mundo capaz de realizar verificação de confiabilidade a longo prazo em larga escala para turbinas a gás. Conectadaàrede atual, é a única usina desse tipo no mundo a funcionar como demonstrador de tecnologia, produtor e fornecedor de energia elétrica. A Takasago Works também abriga os centros de pesquisa e desenvolvimento, projeto, fabricação e testes de componentes de curto prazo.

YOKOHAMA, Japan, April 2, 2020 — Mitsubishi Hitachi Power Systems, Ltd. (MHPS) has begun commissioning of T-Point 2, its new combined cycle power plant validation facility at Takasago Works in Hyogo Prefecture, Japan. The world's most efficient power plant, featuring MHPS' enhanced JAC power train, is synched to the grid and operating at full load, ahead of schedule. It will validate the performance and reliability of the 1650°C-class JAC gas turbine. The plant is poised to become the world's first autonomous combined cycle power plant featuring the MHPS-TOMONI® suite of intelligent digital solutions. (Photo: Business Wire)
"Ao longo dos anos, comprovamos nossa capacidade de desenvolver e fabricar as soluções mais avançadas para o setor de geração de energia", disse Ken Kawai, presidente e diretor executivo da MHPS. "Com base no legado da T-Point original, a T-Point 2 nos permitirá ampliar nossa presença como parceiros de soluções preferidos para atender aos requisitos de geração de energia em constante mudança em todo o mundo."
Projetando a próxima geração de turbinas a gás
Quando as operações comerciais começarem em julho de 2020, espera-se que a T-Point 2 alcance uma potência superior a 565 MW (60Hz), com quase 64% de eficiência, 99,5% de confiabilidade e uma temperatura de entrada de turbina de 1650 °C, a primeira do mundo, elevando os padrões de desempenho do ciclo combinado de turbinas a gás do setor em todo o mundo. Esse desempenho aprimorado é possível devidoàengenharia avançada do modelo atualizado de refrigeração a ar da série J (JAC), a primeira turbina a gás validada na T-Point 2.
A nova unidade tem uma turbina a vapor com carcaça tripla, aumentando a eficiência geral do sistema através de um efeito multiplicador com a turbina a gás JAC. Essa maior eficiência reduz as emissões de carbono e a perda de calor, reduzindo significativamente o impacto ambiental da T-Point 2.
"O sistema de validação de protótipo estabelecido pela MHPS deu a nossos clientes a garantia clara de que eles estão recebendo as soluções de energia de mais alto nível e mais confiáveis do mercado", disse Junichiro Masada, vice-presidente sênior e gerente geral sênior da divisão de tecnologia de turbinas a gás e integração de produtos da MHPS. "O lançamento da T-Point 2 é uma prova do compromisso da MHPS em fornecer tecnologia de geração de energia e atendimento ao cliente líderes do setor, sustentados pelos melhores métodos da categoria para verificação de desempenho e durabilidade."
A MHPS utilizará a unidade para realizar a validação das turbinas a gás de última geração de alta temperatura da classe 1700 °C, atualizações de turbinas a vapor, tecnologia de condensador resfriado a ar, geradores e conversores de frequência estáticos.
Levando a geração de energiaàera digital
Está em andamento o trabalho de instalação e treinamento de avançada tecnologia de inteligência artificial na T-Point 2, que apresentará o conjunto de soluções digitais MHPS-TOMONI®. Durante o período de demonstração de durabilidade de 8.000 horas, a MHPS também treinará seus aplicativos de IA, permitindo que a T-Point 2 se torne a primeira usina de energia de ciclo combinado autônoma do mundo. Isso levará a geração de energia a um futuro em que as tecnologias digitais sejam totalmente integradas às operações da usina, permitindo que proprietários de usinas aproveitem os dados para otimizar o desempenho, habilitar a manutenção preditiva baseada em condições para o equipamento, automatizar seletivamente a tomada de decisões de operação e manutenção (O&M) e reduzir riscos.
SOBRE A MITSUBISHI HITACHI POWER SYSTEMS, LTD.
MITSUBISHI HITACHI POWER SYSTEMS, LTD. (MHPS), SEDIADA EM YOKOHAMA, JAPÃO, É UMA JOINT VENTURE FORMADA EM FEVEREIRO DE 2014 PELA MITSUBISHI HEAVY INDUSTRIES, LTD. E HITACHI, LTD., INTEGRANDO SUAS OPERAÇÕES EM SISTEMAS DE GERAÇÃO DE ENERGIA TÉRMICA E OUTROS NEGÓCIOS RELACIONADOS. HOJE, A MHPS ESTÁ DENTRE AS PRINCIPAIS FORNECEDORAS DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O MERCADO DE GERAÇÃO DE ENERGIA DO MUNDO, COM CAPITAL DE 100 BILHÕES DE IENES E APROXIMADAMENTE 20 MIL FUNCIONÁRIOS EM TODO O MUNDO. OS PRODUTOS DA EMPRESA INCLUEM USINAS DE ENERGIA GTCC (TURBINA A GÁS COM CICLO COMBINADO) E IGCC (GASIFICAÇÃO INTEGRADA DE CARVÃO COM CICLO COMBINADO), USINAS DE ENERGIA A GÁS/CARVÃO/PETRÓLEO (TÉRMICAS), CALDEIRAS, GERADORES, TURBINAS A GÁS E VAPOR, USINAS DE ENERGIA GEOTERMAIS, SISTEMAS DE CONTROLE DE QUALIDADE DO AR (AQCS), EQUIPAMENTOS PERIFÉRICOS PARA USINAS DE ENERGIA E CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL DE ÓXIDO SÓLIDO (SOFC). PARA MAIS INFORMAÇÕES, VISITE O SITE DA EMPRESA EM HTTPS://WWW.MHPS.COM. SIGA-NOS NO HTTPS://TWITTER.COM/MHPS_GLOBAL OU HTTP://WWW.LINKEDIN.COM/SHOWCASE/MHPS.
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Fonte: BUSINESS WIRE