quinta-feira, 12 de março de 2020

Brasil terá aumento abrupto nos casos de coronavírus, diz secretário do Ministério da Saúde



Da Redação | 11/03/2020, 19h01
O Brasil está se preparando para o crescimento rápido no número de casos da doença Covid-19 (causada por novo tipo de coronavírus). A afirmação é do secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, que esteve no Senado nesta quarta-feira (11) para participar de audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC). A doença foi classificada como pandemia nesta quarta-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
— A partir de agora, deve aumentar o número de casos de transmissão local. E nós devemos entrar, em uma ou duas semanas, no que é mais grave, que nós chamamos de transmissão comunitária. As pessoas vão contrair a doença sem que nós consigamos estabelecer a origem do vírus, quem transmitiu o vírus — explicou.
Até agora, segundo o secretário, os casos registrados no Brasil são de pessoas que contraíram o vírus em viagens ou tiveram contato com pessoas nessa infectadas. A evolução rápida, com um pico no número de casos, foi registrada em todos os países que registram há mais tempo os casos dessa doença, e deve começar nos próximos dias no Brasil.
— Todos os países começam com o número de casos menor, um número que mais ou menos segue um padrão e, de uma hora para outra, há um acréscimo brutal. Entre quatro e seis semanas depois disso, pelo que vimos até agora, a tendência começar a cair.
As próximas medidas a serem tomadas pelo governo, segundo Gabbardo, são a criação de um conselho interministerial para tratar do tema e uma intensificação nas orientações de isolamento domiciliar em casos suspeitos ou confirmados. Também serão adquiridas 20 milhões de máscaras cirúrgicas e quatro milhões de máscaras hospitalares do tipo N95 para os serviços de saúde. Além disso, serão contratados cinco mil novos médicos e mais mil leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
— Estamos nos preparando para ter um número adicional de leitos de UTI porque esses pacientes entram nos leitos e não saem rápido; eles ficam de três a quatro semanas. Como não há uma renovação na utilização desses leitos, eles vão se esgotando — explicou o secretário, que citou o exemplo da Itália, onde a falta de leitos foi um dos fatores que levaram a medidas drásticas de isolamento.
Com a decretação de pandemia pela OMS, Gabbardo afirmou que deixarão de ser feitas as ligações de casos com viagens, ou seja: os testes para a nova doença vão começar a ser feitos em todas as pessoas que apresentem os sintomas. No caso de complicações, as pessoas serão tratadas nos hospitais com ventilação mecânica e outros recursos.
coronavirus2
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Avaliação de política para pessoa com deficiência é aprovada em comissão



Da Redação | 11/03/2020, 19h11
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou nesta quarta-feira (11) a avaliação da política pública de reconhecimento das pessoas com deficiência para acesso a direitos previstos na Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.156, de  2015). A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) foi a relatora.
A avaliação debate as políticas públicas voltadas para pessoas com deficiência, além da coleta de dados no Censo 2020 sobre pessoas com espectro autista, questões orçamentárias e dados do Poder Executivo.
O relatório aprovado sugere ao Executivo a criação de um grupo de trabalho para a definição de instrumento que permita a avaliação médica, psicológica e social (avaliação biopsicossocial) da pessoa com deficiência. A CAS fará audiências com representantes do governo e da sociedade civil para acompanhar o trabalho. 
— A apreciação deve ser construída de forma coletiva e realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar — disse Soraya.
A comissão também deve acompanhar o cumprimento da Lei nº 13.861, de 2019, que determinou ao IBGE a inclusão de dados sobre autismo no Censo 2020.
O presidente da CAS, senador Romário (Podemos-RJ), disse que, além de fazer novas leis voltadas às pessoas com deficiência, é preciso fazer cumprir as que já existem.
— Nós podemos realmente melhorar a qualidade de vida dessas pessoas e fazer com que as leis que já existem passem a ser praticadas — afirmou.
Já o senador Rogério Carvalho (PT-SE), que aos 10 anos de idade foi diagnosticado com visão monocular, sugeriu a ampliação dos debates sobre deficiência para incluir, por exemplo, as pessoas com visão em um só olho.
— A minha sugestão é que sejam incluídas nas discussões pessoas que tenham outros tipos de deficiência, independentemente da questão funcional, como os monoculares, para que que pudessem agregar mais conteúdo e ampliar a discussão sobre a política para os deficientes aqui na Casa.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Contra coronavírus, Senado restringe acesso e circulação



Da Redação | 11/03/2020, 19h44
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, decidiu restringir o acesso às dependências da Casa, como medida de prevenção contra a transmissão do coronavírus. Apenas terão permissão para entrar no Senado parlamentares, servidores, jornalistas, assessores de órgãos públicos, fornecedores e alguns visitantes autorizados.
As normas serão publicadas nesta quinta-feira (12), no Ato do Presidente nº 2 de 2020, e valerão por tempo indeterminado. O Senado também não autorizará viagens oficiais de senadores e funcionários para o exterior. Além disso, será criado um comitê de acompanhamento da doença causada pelo coronavírus, a Covid-19.
As únicas autorizações excepcionais para ingresso no Senado serão concedidas a pessoas convidadas ou convocadas pelas comissões ou pelo Plenário e a pessoas que tenham audiências agendadas com senadores. Durante a vigência do ato, estão suspensas as sessões solenes e especiais, os eventos de frentes parlamentares e a visitação pública.
O ato também traz orientações para parlamentares e servidores que estiveram no exterior recentemente e apresentem sintomas da Covid-19 (como problemas respiratórios e febre). Eles deverão ser afastados por 14 dias, podendo exercer atividades por teletrabalho, e não poderão sair do Distrito Federal ou do seu local de residência. Durante o afastamento, no caso dos senadores, se eles estiverem em seu estado de origem, não poderão sair desse local — a não ser que haja prévia autorização da diretoria-geral ou da presidência do Senado. Essa medida vale também para quem houver mantido contato com casos suspeitos ou confirmados da doença.
Os parlamentares e servidores com sintomas associados ao coronavírus, mas sem histórico recente de viagem, serão monitorados pelo Serviço Médico do Senado sem afastamento. O mesmo se aplica àqueles que viajaram a países com registro de transmissão local mas que não apresentem sintomas.
O Brasil tem 52 casos confirmados de coronavírus, sendo dois no Distrito Federal.
coronavirus2
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Congresso analisa veto ao pacote anticrime na próxima quarta-feira



Da Redação | 11/03/2020, 19h53
Por acordo de líderes, a ordem do dia do Congresso para apreciação de vetos foi encerrada nesta quarta-feira (11) para que os parlamentares possam preparar a pauta que deverá ser votada na sessão da próxima quarta-feira (18). As lideranças deverão discutir os possíveis acordos entre as bancadas para analisar os 22 dispositivos vetados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (Veto 56/2019), ao chamado Pacote Anticrime (Lei 13.964/2019), que modifica a legislação penal e processual penal.
A lei endurece penas para diversos tipos de crimes e aumenta a pena máxima aplicada no país de 30 para 40 anos. Um dos artigos vetados triplicava a pena para crimes na internet de injúria, calúnia e difamação.
De acordo com o senador Weverton (PDT-MA), que presidiu a sessão desta terça-feira, o entendimento inicial é de que o procedimento para a votação do veto seja feito em três blocos: o primeiro com os dispositivos 4, 5, 6, 18, 19, 22, 23 e 24; o segundo com os itens 7, 10, 12, 17, 20 e 21; e o terceiro bloco para votar os dispositivos 1, 2, 3 e 11.
Para o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), esse prazo para costurar os acordos será bem aproveitado, para dar celeridade à votação dos vetos, e garantia de mais segurança para a população.
— A gente precisa parar um pouco, dedicar um tempo de qualidade às formulações legislativas e entregar a legislação que o povo brasileiro merece — destacou Eduardo Gomes.        
As regras do Pacote Anticrime são resultado do trabalho de um grupo criado para avaliar sugestões do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O texto foi modificado durante sua tramitação e posteriormente aprovado pela Câmara e o Senado.
Além de aumentar para 40 anos o tempo máximo de cumprimento de pena, a nova lei endurece outros pontos da legislação penal. Por exemplo, a liberdade condicional dependerá de o condenado não ter praticado falta grave no presídio no ano anterior à liberação.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

CMO aprova projetos que regulamentam orçamento impositivo



Da Redação | 11/03/2020, 20h38
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou nesta quarta-feira (11) dois projetos de lei enviados pelo Executivo que tratam do orçamento impositivo — e que fazem parte do acordo que possibilitou a manutenção do veto às emendas impositivas do relator-geral e de comissões permanentes. Um desses projetos é o PLN 4/2020, que altera o artigo 66 da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO – Lei 13.898, de 2019) para determinar que, na execução de emendas, o relator-geral ou comissão do Congresso somente serão atendidos pelo governo quando a iniciativa parlamentar reforçar dotação original proposta pelo Executivo — e apenas em relação ao montante que foi acrescido.
O projeto tem sido motivo de polêmica no Congresso. Nesta terça-feira (10), houve várias reuniões na tentativa de um acordo. A reunião da CMO chegou a ser suspensa para que um entendimento fosse tentado. Um grupo de senadores e deputados anunciou uma carta aberta ao governo, pedindo ao presidente Jair Bolsonaro a retirada do projeto da pauta. Mas, nesta quarta, a reunião foi retomada e o projeto foi aprovado na comissão.

Crédito

A CMO também aprovou nesta quarta o PLN 3/2020, projeto que diminui o valor total das emendas do relator-geral do Orçamento, transformando-as em despesas a cargo do Executivo, e abre crédito suplementar de R$ 6,47 milhões para ações do Ministério da Saúde no Amapá. De iniciativa do Poder Executivo, o projeto teve parecer favorável do deputado Domingos Neto (PSD-CE), que também foi o relator-geral do Orçamento.
Essa proposta transforma R$ 9,6 bilhões, provenientes do valor total das emendas impositivas apresentadas pelo relator-geral, em gastos discricionários (que o Executivo pode escolher executar ou não). O projeto também cancela outro bloco dessas emendas para reforçar despesas atualmente já classificadas como discricionárias.

Acordo

Os dois projetos aprovados na CMO nesta quarta-feira integram o acordo que possibilitou a manutenção de veto às emendas impositivas do relator-geral e de comissões permanentes.
Na terça-feira (10), a comissão aprovou outro projeto que também faz parte do acordo. O projeto (PLN 2/2020) altera os artigos 2º, 33, 44, 58, 59, 62, 63 e 114 da LDO para regulamentar a execução de emendas impositivas, inserindo critérios que podem barrar a execução obrigatória de emendas parlamentares individuais ou de bancada. As três matérias ainda serão apreciadas em sessão do Congresso Nacional.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Babu é detonado após associar mulher a cardápio em conversa com Prior



Babu associa mulher a cardápio em conversa com Prior no BBB

Babu é detonado após associar mulher a cardápio em conversa com Prior
Notícias ao Minuto Brasil
12/03/20 08:20 ‧ HÁ 41 MINS POR FOLHAPRESS
FAMA BBB 20
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Todos os dias, uma ou mais hashtags sobre alguém do BBB 20 repercutem no Twitter. E a que tem mexido com os seguidores nesta quarta-feira (11) é uma que coloca Babu no foco dos holofotes.
 
Em uma conversa com outros brothers, Babu fez uma relação entre mulheres e cardápio. No papo, ele dizia que no momento em que o colega de confinamento saísse do jogo ele poderia escolher a pessoa com quem iria namorar. Prior nunca teve um relacionamento sério.
"É que nunca apareceu a pessoa certa. Agora que vai vir um cardápio, você vai escolher. Aí, quando você provar: [você vai falar] 'é isso, é isso que eu quero para a minha vida'", disse.
A hashtag #mulhernãoécardápio ficou entre os assuntos mais comentados na rede social. "Não é a toa que até duas semanas atrás o Babu era rejeitado, vocês esquecem das coisas muito rápido", escreveu uma seguidora. "Militei para Daniel, Pyong e Prior. Não irei passar pano para o Babu, pois mulher não é cardápio", disse outro. "E o jogo virou novamente, Marcella voltou ao topo após falar criticar machismo e racismo e Babu só mostrou quem realmente é, machista assim como os outros da casa foram e são", detonou outro internauta.

Coronavírus: Saúde faz chamamento público do Mais Médicos


Profissionais serão contratados no âmbito do programa Mais Médicos e deverão ocupar vagas em áreas maior incidência da doença


BRASÍLIA - O Ministério da Saúde publicou na noite desta quarta-feira, 11, dois editais de chamamento público para a contratação de médicos, no âmbito do programa Mais Médicos com foco em ações do plano de contingência nacional pelo novo coronavírus. Os editais estão publicados em edição extra do Diário Oficial da União.
A possibilidade de contratação de mais médicos pelo programa já havia sido anunciada pelo governo. Entraves burocráticos impediram que o chamamento fosse feito pelo Médicos pelo Brasil, lançado no ano passado pelo governo Jair Bolsonaro, por isso foi feito pelo Mais Médicos.

SAIBA MAIS

Um dos editais é para chamamento público de médicos formados em instituições de educação superior brasileiras ou com diploma revalidado no Brasil para adesão ao Mais Médicos pelo período de um ano. O outro edital visa à renovação da adesão ao projeto pelos médicos interessados também pelo período de mais um ano.

O chamamento atende aos municípios e Distrito Federal de todos os perfis, ou seja, beneficia também cidades grandes, onde o Ministério da Saúde acredita que a incidência de novos casos de coronavírus deve ser maior. O governo prevê inclusive a contratação de médicos cubanos que seguem no Brasil. Procurado, o Ministério da Saúde não informou quantas vagas serão disponibilizadas.

As inscrições poderão ser feitas apenas pela internet por meio do Sistema de Gerenciamento de Programas, acessível no site do Mais Médicos. Somente poderão acessar os médicos que possuam inscrição no Conselho Regional de Medicina no Brasil.

Enfermeira com máscara de proteção em hospital de Brasília
10/03/2020
REUTERS/Adriano Machado



Enfermeira com máscara de proteção em hospital de Brasília 10/03/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Brasil deve viver 'semanas duras', diz ministro

Nesta quarta-feira, 11, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o Brasil deve viver semanas "duras" após o começo da transmissão comunitária do novo coronavírus. "Vamos passar por isso. Vai ser duro. Vão ser mais ou menos umas 20 semanas duras", afirmou Mandetta ao Estadão/Broadcast.
Segundo o ministro, é difícil apontar o momento em que o limite de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) será superado pelo avanço da doença, pois o País é "assimétrico". "O Rio de Janeiro aguenta muito pouco. São Paulo aguenta um pouco mais. O Paraná é nosso melhor sistema, a melhor rede de distribuição. O Acre não tem nenhum caso. O Brasil é um continente", disse ele, ao lembrar que, nessa fase da doença, já não é possível identificar quem transmitiu o vírus para quem.
Terre .com . br

Debatedoras cobram políticas públicas para prevenção ao feminicídio



Da Redação | 11/03/2020, 20h54
Ao destacarem o aumento do número de feminicídios no Brasil, as debatedoras ouvidas pela Comissão Mista de Combate à Violência Contra a Mulher em audiência pública nesta quarta-feira (11) cobraram políticas públicas  mais amplas de proteção às mulheres. Levantamento do Monitor da Violência, do portal de notícias G1, divulgado em 5 de março, aponta que, apesar de o número de homicídios dolosos (intencionais) contra mulheres ter caído 14% de 2018 para 2019, o número de feminicídios (motivados pelo gênero) aumentou 7,3% no período.
A participantes da audiência sublinharam os avanços obtidos com a Lei Maria da Penha e a tipificação penal do feminicídio, mas ressalvaram que a redução da violência contra a mulher — compromisso do país com a Organização das Nações Unidas (ONU) — depende de múltiplos fatores.
Presidente da comissão, a senadora Zenaide Maia (Pros-RN), opinou que o aumento da representação política feminina é fundamental combater o feminicídio.
Cyntia Gioconda Honrato Nascimento, médica legista da Polícia Civil do Distrito Federal, apontou a dimensão mundial do cenário “aterrorizador” do feminicídio: o Brasil é o quinto país onde mais se mata mulheres, e, de acordo com estatísticas, 40% das brasileiras já sofreu alguma situação de violência. Para a médica, o feminicídio é a “ponta do iceberg” de uma escalada de agressões:
— O feminicídio é a expressão fatal das violências contra as mulheres. Não é só a morte: é a mulher que sofre em casa, é desacatada, perde o direito de expressão — afirmou a médica.
Cyntia Nascimento elogiou o arcabouço legal do Brasil contra a violência à mulher, ressalvando que mesmo o avanço na legislação não tem sido capaz de conter o feminicídio. Segundo relatou, no Distrito Federal 90% dos assassinatos de mulheres são desvendados, mas a sociedade deve estar integralmente comprometida para evitar que a situação de violência chegue ao extremo.
— A violência de gênero é barreira ao desenvolvimento econômico de qualquer país. É preciso quebrar o ciclo da violência — resumiu, recomendando busca ativa de vítimas, maior eficácia de medidas protetivas e conscientização dos profissionais de saúde como parte da resolução do problema.

Participação feminina

A senadora Leila Barros (PSB-DF), autora do requerimento de audiência, disse que mulheres precisam cobrar legislação e participação, e criticou o machismo da sociedade, que continua vendo a mulher como um “objeto”.
O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) chamou atenção para o atraso histórico na concessão de direitos às mulheres brasileiras. Ele defendeu uma cota de 50% de mulheres no Parlamento como expressão de “efetiva igualdade”.
— Não adianta termos um arcabouço de legislação, mas ser mais humano na implementação de políticas públicas para todos — comentou.

Cortes orçamentários

Joluzia Batista, socióloga e representante do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFemea), apontou a emergência de uma “política antigênero” e disse que as políticas públicas para mulheres estão sendo sucateadas por cortes orçamentários e uma ideologia de “perseguição” à educação.
— Estamos sendo mortas sistematicamente porque as mulheres estão se recusando a cumprir os ditames da sociedade patriarcal que busca redomesticar nossos corpos — declarou.
Ela também cobrou polícia qualificada, de preferência com mulheres atendendo mulheres, e preparar os policiais homens para compreender a situação das vítimas mulheres.

Causas

Jane Klébia do Nascimento Silva, delegada de polícia do Distrito Federal, disse que combater o feminicídio sem abordar as causas é “enxugar gelo”. Ela pediu atenção à violência psicológica a que as mulheres são submetidas, que muitas vezes não é bem percebida pelos policiais. E cobrou um atendimento efetivo nas delegacias, criticando a cultura de “revitimizar” a mulher que denuncia seu agressor.
— Nossas violências são nesse nível e a família não apoia. Como enfrentar esse tipo de violência? Precisamos levar essa educação para dentro da escola, para formar cidadãos que entendam a não-violência como natural — opinou, destacando a distância entre a letra da Lei Maria da Penha e a realidade da aplicação.
Mayara Lima Tachy, defensora pública do Distrito Federal, disse que os dados da violência contra a mulher podem ser ainda mais alarmantes, pois 70% das vítimas não procuraram ajuda das autoridades antes do feminicídio.
— Essas mulheres não acreditam no Estado. Enquanto tivermos a ideia de que só a repressão evita o feminicídio, não alcançaremos essas 70% [de vítimas de violência] — afirmou.
Ela lamentou a falta de efetividade das medidas protetivas, que muitas vezes revertem em falsa sensação de segurança e aumento da exposição das mulheres aos agressores. Mayara Tachy disse que educação e a profissionalização são fundamentais, tanto para que as mulheres não se sintam dependentes dos agressores, quanto para combater comportamentos machistas desde a escola.

Racismo

Rachel Desirée Moura, defensora pública federal, disse que a violência contra a mulher é expressão da “sociedade patriarcal ocidental”, que para ela também se manifesta em aspectos como falta de representatividade política e salários mais baixos. Ao mencionar as estatísticas, ela apontou que as mulheres negras fazem menos denúncias de violência doméstica.
— Por que isso? Há um racismo institucional no país que causa desconfiança nas instituições — afirmou, ponderando que não basta dar “bom tratamento na delegacia” sem combater a reiteração social da vitimização.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

Governo poderá editar medida provisória para combater o coronavírus



Carlos Penna Brescianini | 12/03/2020, 00h51
O governo federal poderá editar uma medida provisória (MP) liberando emergencialmente cerca de R$ 5 bilhões para que o Ministério da Saúde reforce no país a estrutura de combate ao coronavírus. A informação foi dada na noite desta quarta-feira (11) pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, após reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, líderes partidários do Congresso, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Segundo Davi, Mandetta já encaminhou ao Congresso um ofício requisitando a liberação dos recursos, que serão destinados às mais de 40 mil unidades básicas de saúde, nos mais de 5 mil municípios do país, para que o primeiro atendimento à população atingida pela covid-19 seja de boa qualidade. Ele explicou que consultores legislativos do Senado se mostraram favoráveis à edição da MP, porque o dinheiro seria liberado imediatamente e não ficaria limitado pelo teto de gastos, estando amparado na legislação por conta do caráter emergencial do problema.
— O Parlamento sabe o tamanho da sua responsabilidade neste momento. Esses recursos serão votados e autorizados, se for realmente através de uma MP — afirmou.
De todo modo, Davi e Rodrigo Maia poderão se reunir nesta quinta-feira (12) com o presidente Jair Bolsonaro para acertar a maneira com a qual será procedida a liberação dos recursos.
A reunião dessa quarta também serviu para que o ministro da Economia e o presidente do Banco Central fizessem uma avaliação sobre  possíveis impactos econômicos da epidemia. O presidente do Senado lembrou que três quartos da economia brasileira estão no setor de serviços, um dos que mais preocupam o governo, ao lado da aviação.
— É [preciso] avaliar esses serviços, fazer um comitê de crise, de acompanhamento, de avaliação permanente a partir de hoje, que vá unificar os ministérios e dialogar com a sociedade — disse Davi.
O senador também destacou que o ministro Mandetta alertou para o papel preponderante da população no combate à disseminação do vírus, tomando os cuidados necessários para evitar o contágio.

Senadores

Alguns senadores que participaram da reunião avaliaram que a situação é delicada e precisa da união de todas as forças políticas.
— O relato passado pelo ministro da Saúde, no meu sentimento, é dramático. Temos que pedir tranquilidade à população, mas a situação não é simples, é gravíssima — disse Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Ele explicou que, de acordo com o governo, a partir da próxima semana, a propagação da doença no país deve acelerar, com um impacto muito forte sobre o sistemas de saúde público e privado. Disse ainda que, no momento, os recursos do Ministério da Saúde são insuficientes para enfrentar a epidemia em território nacional.
— Sou o líder da oposição no Senado, mas, neste momento, não pode ter nem governo nem oposição. Este é um momento de unidade de todas as forças políticas do Congresso — afirmou.
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) elogiou o ministro Mandetta pela transparência na condução do problema. E ressaltou que o Brasil precisará de uma agenda emergencial de curto prazo para que a economia possa dar suporte às políticas de saúde pública e privada.
— Quero destacar a correção e a transparência com que o ministro está enfrentando a questão, o que traz credibilidade a sua atuação. Creio que o governo deverá mostrar essa agenda [emergencial], pois será necessária para enfrentar a questão do coronavírus — disse.
O ministro da saúde também foi elogiado pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE). Para ele, Mandetta fez uma exposição técnica e precisa sobre o problema. Em relação ao pedido de recursos, o senador disse que tem toda a boa vontade em trabalhar junto com o ministério e que é preciso liberar o que for preciso para atender bem a população.
Rogério reclamou, no entanto, do ministro da Economia, Paulo Guedes. Na opinião do senador, o ministro estaria fazendo "terrorismo fiscal", ao insistir na necessidade de o Congresso aprovar reformas para fortalecer o país diante dos impactos econômicos da epidemia.
— Suspendam o teto de gastos por dois anos, ou taxem as grandes fortunas, ou façam uma reforma tributária que alivie a classe média e a classe baixa, cobrando os super-ricos. Mas não venha o ministro Guedes querer afundar mais a economia como solução para uma crise de saúde pública.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado