quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Líderes de dezenas de países se reúnem em Jerusalém para lembrar o Holocausto

MUNDO
Evento no museu Yad Vashem coincide com o 75º ano da libertação do campo de Auschwitz, na Polônia, onde mais de um milhão de judeus foram mortos.

Presidente de Israel, Reuven Rivlin, fala durante o Fórum Mundial do Holocausto no museu Yad Vashem, em Jerusalém, nesta quinta-feira (23) — Foto: Abir Sultan / AP
Mais de 40 líderes mundiais estão em Jerusalém para participar um encontro para lembrar o Holocausto e combater o antissemitismo. Um evento nesta quinta-feira (23) no museu Yad Vashem coincide com o 75º ano da libertação do campo de Auschwitz, na Polônia, onde mais de um milhão de judeus foram mortos.
Entre as lideranças internacionais que estão em Jerusalém estão o presidente russo, Vladimir Putin, o presidente francês, Emmanuel Macron, o príncipe Charles, do Reino Unido, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, assim como os presidentes da Alemanha, Itália e Áustria.
Mais de 10.000 policiais foram mobilizados em Jerusalém e as principais rodovias e grandes partes da cidade foram fechadas. O encontro marca uma das maiores reuniões políticas da história de Israel, de acordo com a Associated Press.
O evento em Jerusalém foi organizado pela World Holocaust Forum Foundation, que tem Moshe Kantor, como fundador. Ele é próximo de Vladimir Putin.
maior ausência é a do presidente polonês, Andrzej Duda, já que a Polônia foi o país onde mais judeus morreram e onde havia mais campos de concentração nazistas, além do Gueto de Varsóvia.
Andrzej Duda se desentendeu com Israel e com a Rússia sobre a polêmica questão da responsabilidade polonesa em relação ao Holocausto e ao avanço dos nazistas. Recentemente, Putin afirmou que houve cooperação entre poloneses e o ditador alemão Adolf Hitler, como acusou a Polônia de responsabilidade pelo começo da Segunda Guerra Mundial.
Na noite de quarta-feira, o presidente israelense, Reuven Rivlin, reuniu os líderes em um jantar em sua residência oficial. “O papel dos líderes políticos, de todos nós, é moldar o futuro", afirmou.
Líderes mundiais se reuniram para um jantar na residência oficial do presidente de Israel, Reuven Rivlin, em Jerusalém, na noite de quarta-feira (22)  — Foto: Heidi Levine/ AP Líderes mundiais se reuniram para um jantar na residência oficial do presidente de Israel, Reuven Rivlin, em Jerusalém, na noite de quarta-feira (22)  — Foto: Heidi Levine/ AP Líderes mundiais se reuniram para um jantar na residência oficial do presidente de Israel, Reuven Rivlin, em Jerusalém, na noite de quarta-feira (22) — Foto: Heidi Levine/ AP

Yad Vashem

Visitantes entram no Salão dos Nomes, no museu Yad Vashem, em Jerusalém, para ver fotos de judeus mortos no Holocausto (foto de arquivo)  — Foto: Ammar Awad/ ReutersVisitantes entram no Salão dos Nomes, no museu Yad Vashem, em Jerusalém, para ver fotos de judeus mortos no Holocausto (foto de arquivo)  — Foto: Ammar Awad/ ReutersVisitantes entram no Salão dos Nomes, no museu Yad Vashem, em Jerusalém, para ver fotos de judeus mortos no Holocausto (foto de arquivo) — Foto: Ammar Awad/ Reuters
O Yad Vashem, o memorial do Holocausto em Jerusalém, criado em 1953, é uma instituição estatal que tem como objetivo perpetuar a memória do genocídio do povo judeu durante a Segunda Guerra Mundial, na qual morreram 6 milhões de pessoas, principalmente na Europa.
O museu descreve com imagens, filmes e objetos de época a história do Holocausto, desde a ascensão do nazismo na Alemanha na década de 1930 até a libertação dos campos em 1945.
O memorial tem uma reconstituição de uma parte do gueto de Varsóvia, registros do campo de Auschwitz, fotografias de sobreviventes tiradas pelos soldados aliados durante a libertação dos campos de concentração.
A visita termina com uma saída para uma grande esplanada com vista para Jerusalém, que oferece uma sensação de liberdade após a visita.
Além de turistas, o museu recebe pesquisadores, historiadores, professores e estudantes de todo mundo.
Bandeiras alemãs nazistas com suásticas estão em exposição no Yad Vashem, em Jerusalém  — Foto: Ammar Awad/ Reuters Bandeiras alemãs nazistas com suásticas estão em exposição no Yad Vashem, em Jerusalém  — Foto: Ammar Awad/ Reuters Bandeiras alemãs nazistas com suásticas estão em exposição no Yad Vashem, em Jerusalém — Foto: Ammar Awad/ Reuters

Macron discute com policiais

Emmanuel Macron discutiu na quarta-feira com policiais israelenses em Jerusalém em uma igreja de Santa Ana, que pertence ao governo francês e, por isso, é considerada território da França dentro de Israel. Ele teria se irritado com a presença ostensiva dos agentes de segurança, segundo a imprensa local.
Segundo o jornal francês "Le Figaro", o mal estar entre o presidente e as forças israelenses começou quando Macron fez visitas inesperadas a pontos importantes do centro histórico de Jerusalém, como o Santo Sepulcro. Em um momento de crise com a Palestina, visitas de chefe de Estado exigem maior planejamento das autoridades de segurança.
Presidente da França, Emmanuel Macron, discute com policiais israelenses ao entrar na igreja Saint-Anne em Jerusalém — Foto: Ludovic Marin/AFPPresidente da França, Emmanuel Macron, discute com policiais israelenses ao entrar na igreja Saint-Anne em Jerusalém — Foto: Ludovic Marin/AFPPresidente da França, Emmanuel Macron, discute com policiais israelenses ao entrar na igreja Saint-Anne em Jerusalém — Foto: Ludovic Marin/AFP
    FONTE: G1

Os “quatro cavaleiros do apocalipse” que ameaçam o mundo no século XXI

MUNDO
Secretário-geral da ONU não deixou de referir "alguns sinais de esperança" para o mundo, recordando que no ano passado vários conflitos foram evitados

FOTO: REPRODUÇÃO GGN


Sputnik News
Os quatro “Cavaleiros do Apocalipse” que ameaçam o progresso do mundo no século XXI são as tensões geopolíticas, as mudanças climáticas, a crescente desconfiança global e o abuso das novas tecnologias, sublinhou o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante um discurso perante a Assembleia Geral da ONU.
Tensões geopolíticas
“O primeiro cavaleiro é representado pelo nível, nunca antes atingido, das tensões geoestratégicas globais”, advertiu Guterres. Segundo o secretário-geral, essas tensões estão levando a novos conflitos, ataques terroristas que estão causando mais vítimas, enquanto a ameaça nuclear está crescendo.
“Mais pessoas foram forçadas a sair de suas casas devido às guerras e perseguições como nunca se viu em qualquer outro momento desde a Segunda Guerra Mundial”, sublinhou igualmente.
Mudanças climáticas
Segundo Guterres, o segundo cavaleiro seria a crise climática que ameaça o planeta.
A este respeito, o secretário-geral da ONU advertiu para o fato de a temperatura global continuar subindo, o que faz com que um milhão de espécies esteja em perigo de extinção a curto prazo, manifestando temor de que a Terra se aproxime de um “ponto de não retorno”.
Desconfiança mundial
O terceiro cavaleiro seria a “desconfiança profunda e crescente no mundo”. Como recordou o diretor da organização internacional, a confiança nas instituições políticas está diminuindo, as mulheres estão exigindo igualdade e denunciando a violência e discriminação, enquanto a hostilidade contra refugiados e migrantes está aumentando.


Guterres destaca também, baseando-se em um recente relatório da ONU, que duas em cada três pessoas vivem em países onde a desigualdade aumentou.

FONTE: JORNAL GGN

O que é a sepse, doença que mais mata no mundo

SAÚDE
Segundo estudo assinado por 24 pesquisadores de universidades de seis países baseado em registros médicos de 195 nações, 11 milhões de pessoas morrem todos os anos por causa de septicemia, mais do que mata o câncer.
Sepse é causada por uma reação desmedida do corpo contra infecção. — Foto: Getty Images
Uma em cada 5 mortes no mundo é causada por sepse, conhecida também como "envenenamento do sangue" — a cifra é fruto da mais ampla análise já feita sobre essa enfermidade.
Segundo estudo assinado por 24 pesquisadores de universidades de seis países baseado em registros médicos de 195 nações, 11 milhões de pessoas morrem todos os anos por causa de septicemia, mais do que as mortes por câncer.
Os pesquisadores por trás do estudo afirmam que as cifras são "alarmantes" porque são o dobro das estimativas anteriores.
A maioria dos casos ocorre em países de renda baixa ou média, mas há cada vez mais nações ricas lidando com o problema.

'Assassina silenciosa'

Sepse (ou sépsis ou septicemia) é conhecida como "assassina silenciosa" por ser muito difícil de ser detectada.
A sepse é uma resposta sistêmica do organismo a uma infecção, que pode ser causada por bactérias, vírus, fungos ou protozoários.
Normalmente, o sistema imunológico entra em ação para atacar a infecção e impedi-la de se espalhar. Mas, se ela consegue avançar pelo corpo, a defesa do organismo lança uma resposta inflamatória sistêmica na tentativa de combatê-la e o sistema imunológico pode entrar em colapso porque, ao combater uma infecção, passa também atacar outras partes do próprio corpo.
Em última instância causa falência de órgãos, e sobreviventes podem ter graves sequelas.
Quando não diagnosticada e tratada rapidamente, ela pode comprometer o funcionamento de um ou vários órgãos do paciente e levar à morte.
Quando o paciente atinge um quadro de choque séptico, a pressão sanguínea cai para níveis baixos e perigosos, reduzindo a oxigenação de órgãos, comprometendo seu funcionamento. O choque séptico, segundo o serviço de saúde britânico (NHS), pode ocorrer como uma complicação da sepse.
Qualquer processo infeccioso, seja uma pneumonia ou infecção urinária, por exemplo, pode evoluir para um quadro de sepse.

Por que houve um salto nos números?

Principais gatilhos da sepse são bactérias e vírus que causam infecções intestinais ou pulmonares. — Foto: Getty ImagesPrincipais gatilhos da sepse são bactérias e vírus que causam infecções intestinais ou pulmonares. — Foto: Getty ImagesPrincipais gatilhos da sepse são bactérias e vírus que causam infecções intestinais ou pulmonares. — Foto: Getty Images
Estimativas globais anteriores, que chegavam a 19 milhões de casos e 5 milhões de mortes por ano, se baseavam apenas em alguns países ocidentais.
Mas a análise da Universidade de Washington, publicada na revista científica Lancet e baseada em registros médicos de 195 nações, fala em 49 milhões de casos por ano.
As 11 milhões de mortes por sepse representam 1 em cada 5 mortos ao redor do mundo.
"Eu trabalhei na zona rural de Uganda e vemos casos de sepse todos os dias", afirma a pesquisadora e professora-assistente Kristina Rudd, da Universidade de Pittsburgh.
"Então de certo modo essa descoberta não foi uma surpresa, mas eu não esperava que fosse o dobro do que se estimava."
A boa notícia da análise é que o número de casos e de mortes tem caído desde 1990. Houve uma queda de 50% nas últimas duas décadas.
Os pesquisadores esperam também que um melhor entendimento sobre a verdadeira dimensão do problema pode ampliar o nível de alerta e salvar mais vidas.

Quem são os principais afetados?

A grande maioria dos casos (85%) está em países pobres ou em desenvolvimento.
Crianças com menos de cinco anos representam 4 em cada 10 casos.
Mas o combate à sepse é um desafio mesmo em países ricos como o Reino Unido, onde a taxa de mortes é maior do que em outras nações, como Espanha, França e Canadá.
O governo britânico registra cerca de 48 mil mortes por ano em decorrência da doença, em meio a pressões crescentes por uma identificação mais ágil e precoce a fim de iniciar o tratamento.
Estima-se que o Brasil tenha 400 mil casos de sepse por ano.

O que pode ser feito?

A redução do número de infecções pode levar à redução do número de casos de sepse.
Para muitos países, isso significa melhor saneamento básico, água limpa e acesso a vacinas.
Outro grande desafio é melhorar o sistema de identificação de pacientes com sepse para serem tratados antes que seja tarde demais.
Um tratamento precoce com antibióticos ou antivirais para eliminar a infecção pode fazer uma grande diferença.
"Nós precisamos renovar o foco na prevenção da sepse entre recém-nascidos e no combate à resistência aos antibióticos, um fator importante dessa enfermidade", afirmou Mohsen Naghavi, pesquisador da Universidade de Washington.

Quais são os sintomas de sepse?

A organização britânica UK Sepsis Trust, que se dedica a informar sobre a doença e a ajudar pacientes, lista sintomas que devem servir de alerta:
  • Fala comprometida, arrastada ou tontura;
  • Tremores extremos ou dores musculares;
  • Baixa produção de urina (passar um dia sem urinar);
  • Falta de ar grave;
  • Pele manchada ou pálida;
  • Confusão mental ou, em alguns casos, perda de consciência;
  • Diarreia, enjoos ou vômito.
Já os sintomas em crianças pequenas incluem:
  • Aparência manchada, azulada ou pálida;
  • Muito letárgico ou com dificuldade para acordar;
  • Pele muito fria;
  • Respiração muito rápida;
  • Mancha cutânea que não desaparece quando você a pressiona;
  • Convulsão.

Como Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo, foi hackeado via WhatsApp

MUNDO

O norte-americano Jeff Bezos (à esquerda), fundador da Amazon, e o príncipe saudita Mohammed bin Salman, suspeito de ter hackeado o celular do executivoImagem: Mandel Ngan/AFP

Uma simples conversa pelo WhatsApp. Assim começou a invasão cibernética que anda movimentando o mundo da política, dos negócios e da segurança. Até a ONU (Organização das Nações Unidas) entrou em cena pressionando por uma investigação.

 Pudera. De um lado da linha, estava Jeff Bezos, o CEO da Amazon e pessoa mais rica do mundo. Do outro, o Mohammad bin Salman, príncipe herdeiro do trono da Arábia Saudita. No meio da conversa, estão interesses poderosos, um divórcio bilionário, assassinato e a liberdade de imprensa.Após informações pessoais de Bezos serem publicadas pelo National Enquirer — até nudes do executivo o tabloide tem —, investigações começaram a ser feitas.

 Uma análise forense da FTI Consulting concluiu que o smartphone do multibilionário, dono de uma fortuna de US$ 117 bilhões, foi invadido, segundo reportagem do jornal Guardian. As conclusões foram endossadas nesta quarta-feira (22) pela ONU, que revelou as técnicas usadas e o desenrolar dos acontecimentos.


FONTE: UOL