segunda-feira, 27 de maio de 2019

Servidora da Saúde é investigada por venda de cirurgias em hospital público do DF

DF
Alvo do processo administrativo é supervisora de emergência do Hospital Regional de Taguatinga. Gravações mostram ela negociando procedimentos cirúrgicos; ouça áudios.
Resultado de imagem para Servidora da Saúde é investigada por venda de cirurgias em hospital público do DF    Servidores da Secretaria de Saúde enviaram áudios para o G1 denunciando o esquema. FOTO: REPRODUÇÃO
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal instaurou processo administrativo para investigar um esquema de venda de cirurgias no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). O alvo da apuração é a supervisora de emergência do HRT, Ruby Lopes. Em áudios obtidos pelo G1, ela negocia procedimentos na unidade (ouça acima).
No começo da noite desta segunda-feira (27), o governador em exercício Paco Britto, assinou a exoneração de Ruby. O afastamento foi publicado em uma edição extra do Diário Oficial (DODF), após esta reportagem ser divulgada.
Edson dos Santos – que é o nome de batismo de Ruby – será substituído na Supervisão de Emergência do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) pelo servidor Luiz Ricardo Mota do Nascimento, informa o DODF.
Segundo relatos ouvidos pela reportagem, Ruby prometia a pacientes que conseguiria cirurgias e procedimentos a um preço muito abaixo do mercado, em um hospital particular de Brasília. Para isso, cobrava o pagamento de uma taxa.
No entanto, quando se aproximava a data do procedimento, ela avisava aos pacientes que o atendimento seria realizado no HRT, que é público e não pode cobrar. Em uma das gravações, Ruby Lopes negocia uma cirurgia por R$ 350,00.
Questionada pela reportagem, a servidora disse que preferia não se manifestar (veja abaixo).

Supervisora de emergência do HRT, Ruby Lopes que não quis comentar a denúncia
G1 DF

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Supervisora de emergência do HRT, Ruby Lopes que não quis comentar a denúncia

Áudios

Em uma das gravações obtidas pela reportagem, Ruby tenta explicar para o paciente o motivo do pagamento.
"Pra comprar os materiais que não está tendo, tá? É isso que eu estou falando pra você. É o fornecedor que está aqui para poder comprar os materiais. Agora você entendeu?"
No fim da conversa, a servidora ainda afirma que, se o paciente não pagar, terá de lutar por uma vaga em um posto de saúde.
“Se você não tem, marca no posto de saúde que ele regula não sei pra que ano. Beijo.”

Hospital particular

Em uma das gravações obtidas pela reportagem, Ruby  tenta explicar para o paciente o motivo do pagamento.  — Foto: ReproduçãoEm uma das gravações obtidas pela reportagem, Ruby  tenta explicar para o paciente o motivo do pagamento.  — Foto: ReproduçãoEm uma das gravações obtidas pela reportagem, Ruby tenta explicar para o paciente o motivo do pagamento. — Foto: Reprodução
Em um dos áudios, a supervisora de emergência usa o nome do Hospital Santa Marta, que é privado, e afirma que conseguiria uma cirurgia. Na gravação, Ruby diz: “Por R$ 350, não dá nem para botar nem a gasolina no carro para poder ir lá no hospital”.
Procurado pelo G1, o Hospital Santa Marta informou que não tem conhecimento sobre Ruby Lopes, e nem vínculo com a servidora.
Segundo a instituição, “todo processo de orçamento e negociação de serviços hospitalares de cirurgias e internações particulares é realizado diretamente entre paciente e hospital, sem a participação de intermediários”. O Santa Marta informou ainda que está à disposição da Secretaria de Saúde para esclarecimentos.

Primeira trans

No ano passado, Ruby Lopes ficou conhecida por ser a primeira transexual a trabalhar na Câmara Legislativa do DF. Ela esteve lotada no gabinete da deputada distrital Telma Rufino (Pros).
A assessora parlamentar Ruby Lopes, primeira transexual a trabalhar na Câmara Legislativa do DF — Foto: Gabriel Luiz/G1A assessora parlamentar Ruby Lopes, primeira transexual a trabalhar na Câmara Legislativa do DF — Foto: Gabriel Luiz/G1A assessora parlamentar Ruby Lopes, primeira transexual a trabalhar na Câmara Legislativa do DF — Foto: Gabriel Luiz/G1
Em fevereiro deste ano, Ruby foi nomeada para o Hospital Regional de Taguatinga. Segundo servidores da unidade, a indicação veio de Telma Rufino (Pros).
A deputada nega. Por meio de assessoria de imprensa, ela afirma que Ruby Lopes trabalhou 8 meses em seu gabinete na Câmara Legislativa do DF, mas que as duas não tem mais relações.


FONTE: G1 DF

Papa Francisco recebe líder indígena brasileiro Raoni no Vaticano

MUNDO
Líder indígena começou em 12 de maio uma excursão de três semanas pela Europa, onde foi recebido por chefes de Estado e marchou com jovens para protestar pelo clima.
Papa Francisco troca presentes com o líder indígena brasileiro Raoni durante uma audiência privada no Vaticano nesta segunda-feira (27) — Foto: Vatican Media / AFP



O Papa Francisco recebeu no Vaticano, nesta segunda-feira (27), o líder indígena Raoni Metuktire, que atua no combate à devastação da Amazônia.
A audiência faz parte da preparação para a Assembleia Especial do Sínodo (Encontro) dos Bispos para a região Panamazônica, que vai ser realizada de 6 a 27 outubro, segundo o porta-voz do papa, Alessandro Gisotti. O tema do encontro será: “Amazônia: Novos caminhos para a Igreja e para Ecologia”.
O líder indígena denuncia a devastação da Amazônia, que está ameaçada pelo desmatamento e pressionada pelo agronegócio e pela indústria madeireira.

Papa Francisco recebe líder indígena brasileiro Raoni no Vaticano
G1 Mundo
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Papa Francisco recebe líder indígena brasileiro Raoni no Vaticano
O líder caiapó, que viaja acompanhado de outros três líderes indígenas do Xingu, começou em 12 de maio uma viagem de três semanas pela Europa, onde marchou com jovens por medidas contra mudança climática e foi recebido por chefes de Estado, como o presidente Emmanuel Macron (França). O líder indígena também aproveitou sua passagem pelo tradicional festival de cinema de Cannes, no sul da França, para pedir apoio para o seu projeto de proteção da Amazônia.

Devastação da Amazônia

Em 2015, Francisco publicou a encíclica "Laudato Si" (Louvado Seja), em que ataca um modelo de desenvolvimento injusto e convida os católicos a tomarem ações concretas para frear a exploração insensata do meio ambiente.
O pontífice denunciou os problemas enfrentados pelos moradores da região amazônica quando visitou Puerto Maldonado em janeiro de 2018, uma cidade rural no sudeste do Peru, cercada pela floresta.
Essa é a primeira vez que a Igreja Católica apoia oficialmente atividades concretas em favor do cuidado ambiental, inclusive nas paróquias.
Papa Francisco abraça líder indígena Raoni em encontro no Vaticano, nesta segunda-feira (27)  — Foto: Vatican Media / AFPPapa Francisco abraça líder indígena Raoni em encontro no Vaticano, nesta segunda-feira (27)  — Foto: Vatican Media / AFPPapa Francisco abraça líder indígena Raoni em encontro no Vaticano, nesta segunda-feira (27) — Foto: Vatican Media / AFP
O cardeal brasileiro Cláudio Hummes, que será o relator geral do sínodo, reconheceu recentemente em Roma que a defesa da Amazônia gera muitas "resistências e incompreensões".
"Os interesses econômicos e o paradigma tecnocrático são contrários a qualquer tentativa de mudança e estão prontos a se imporem com força, violando os direitos fundamentais das populações no território e as normas de sustentabilidade e proteção da Amazônia", declarou Hummes.
A Amazônia é habitada por 390 povos com uma identidade cultural e línguas próprias, e tem cerca de 120 aldeias livres em isolamento voluntário, segundo dados da France Presse.
Este território, compartilhado por nove países e habitado por cerca de 34 milhões de pessoas, abriga 20% da água doce não congelada do mundo, 34% das florestas primárias e 30-50% da fauna e flora do planeta.
Líder indígena brasileiro Raoni Metuktire e o diretor de cinema Jean-Pierre Dutilleux em Cannes — Foto: Stephane Mahe/ReutersLíder indígena brasileiro Raoni Metuktire e o diretor de cinema Jean-Pierre Dutilleux em Cannes — Foto: Stephane Mahe/ReutersLíder indígena brasileiro Raoni Metuktire e o diretor de cinema Jean-Pierre Dutilleux em Cannes — Foto: Stephane Mahe/Reuters
FONTE: G1