quinta-feira, 11 de abril de 2019

Com 900 milhões de eleitores, Índia inicia maior eleição do mundo

MUNDO
Em sete fases que irão durar mais de um mês, serão escolhidos membros do Congresso, que apontarão novo primeiro-ministro. Narendra Modi concorre à reeleição; seu principal adversário, Rahul Gandhi, é filho, neto e bisneto de ex-primeiros-ministros.
Homem assopra um logo inflável do partido Bharatiya Janata (BJP) em loja de Mumbai com artigos de diversos partidos políticos, na Índia, na quarta-feira (10) — Foto: Reuters/Francis Mascarenhas
Com um número de eleitores que corresponde a mais de 10% da população mundial, a Índia inicia nesta quinta-feira (11) as eleições para o seu Congresso, o Lok Sabha.
Cerca de 900 milhões de pessoas podem votar para eleger 543 membros do Congresso. Outros dois integrantes são indicados pelo presidente e pertencem à comunidade anglo-indiana. O partido ou coalizão que tiver uma maioria de 272 assentos no Lok Sabha irá indicar o primeiro-ministro.
O atual premiê Narendra Modi, que em 2014 obteve a maioria mais ampla no Parlamento dos últimos 30 anos (com 282 vagas), concorre à reeleição por seu partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP), e tem como principal adversário Rahul Gandhi, filho do ex-primeiro-ministro Rajiv Gandhi, neto de Indira Gandhi, a primeira mulher primeira-ministra do país, e bisneto de Jawaharlal Nehru, primeiro premiê da Índia. Rahul é líder do Partido Congresso Nacional.
Segundo as pesquisas, desta vez o BJP não deve alcançar sozinho a maioria, mas Modi pode conquistar uma re-eleição apertada com o apoio de outros partidos em uma “mahagathbandhan”, termo hindi para “megacoalizão”. Já o Partido Congresso Nacional deve ampliar sua bancada, mas provavelmente não passará de 140 assentos.
Eleições na Índia — Foto: Igor Estrella/G1Eleições na Índia — Foto: Igor Estrella/G1Eleições na Índia — Foto: Igor Estrella/G1
No total, mais de 8 mil candidatos, de 1841 partidos políticos reconhecidos pela Comissão Eleitoral, participam das eleições ao Lok Sabha.Sete fases
Podem votar todos os indianos com mais de 18 anos e este ano há 90 milhões de eleitores a mais do que em 2014. Naquele ano, a taxa de comparecimento foi de 66,4%, de acordo com a emissora indiana NDTV.
O processo de votação será extenso, com mais de um mês de duração, e dividido em sete fases, envolvendo os 29 estados e sete territórios menores do país, conhecidos como territórios da união.
Funcionário da Comissão Eleitoral checa urna eletrônica e material de votação em centro de distribuição em Noida, na Índia, na quarta-feira (10) — Foto: Money Sharma/AFP
Com cerca de 200 milhões de habitantes, Uttar Pradesh é o maior estado indiano e o de maior representação no Congresso, com 80 assentos. Junto com Bihar e Bengala Ocidental, ele será um dos únicos estados que terão votações nas sete datas.
As votações acontecem nos dias 11 de abril, 18 de abril, 23 de abril, 29 de abril, 6 de maio, 12 de maio e 19 de maio. A contagem dos votos está marcada para o dia 23 de maio.
O custo total das eleições é estimado em 500 bilhões de rúpias (cerca de R$ 27,8 bilhões).
O presidente do Partido Congresso Nacional, Rahul Gandhi e sua irmã, Priyanka Gandhi, durante evento do partido em Amethi, na quarta-feira (10) — Foto: Sanjay Kanojia/AFP
O presidente do Partido Congresso Nacional, Rahul Gandhi e sua irmã, Priyanka Gandhi, durante evento do partido em Amethi, na quarta feira (10) — Foto: Sanjay Kanojia/AFP

Desafios

A Índia tem atualmente 1,34 bilhão de habitantes e é o segundo país mais populoso do mundo, mas a previsão é de que em alguns anos ultrapasse a China e se torne o primeiro do ranking.
O principal desafio do governo é preparar a economia para esse crescimento, especialmente em relação a empregos, considerando que dois terços dos indianos têm menos de 35 anos.
Em 2014, Narendra Modi chegou ao cargo de primeiro-ministro com a promessa de desenvolvimento para todos e modernização da infraestrutura do país.
No entanto, ele não conseguiu conter os crescentes índices de desemprego, que chegaram a 45%. Também enfrentou marchas de produtores reais – uma parcela significativa da população – que protestaram contra o aumento do preço de insumos e dívidas cada vez maiores.
Outra questão sensível é a segurança nacional, com destaque para a relação com o vizinho Paquistão. Os dois países, que possuem arsenais nucleares, tiveram o confronto mais sério em décadas na região da Caxemira em fevereiro, quando o Paquistão derrubou dois caças e capturou um piloto da Força Aérea indiana.
O ataque aconteceu um dia depois de a Índia ter lançado um bombardeio aéreo contra um campo de treinamento de militantes paquistaneses - uma retaliação a um atentado que matou mais de 40 soldados indianos menos de duas semanas antes.
Dias depois, o Paquistão anunciou a libertação do piloto, em um gesto de paz destinado a reduzir a tensão entre os dois países.

FONTE: G1


quarta-feira, 10 de abril de 2019

Venezuela sofre novo apagão

MUNDO
AFP - Agence France-Presse

Foto: FEDERICO PARRA / AFP
Foto: FEDERICO PARRA / AFP
Caracas e várias outras regiões da Venezuela ficaram sem luz na noite desta terça-feira, na véspera de uma nova jornada de protestos convocada pelo líder opositor Juan Guaidó contra o colapso dos serviços básicos.

O apagão, o maior em uma semana, começou às 23H20 local (00H20 Brasília) e afeta boa parte da capital e importantes áreas de ao menos 20 dos 23 estados do país.

Entre os estados afetados estão Vargas, Miranda, Aragua, Carabobo, Cojedes, Lara, Zulia e Ilha de Margarita, segundo usuários das redes sociais.

O governo e a estatal Corporação Elétrica Nacional (Corpoelec) não deram qualquer explicação sobre as causas ou o alcance da nova queda de energia.

No dia 7 de março, um apagão deixou quase toda a Venezuela sem energia por cinco dias, afetando o fornecimento de água, transportes e serviços de telefonia e internet, levando o governo a suspender as aulas e a reduzir o horário de trabalho.

O governo de Nicolás Maduro afirma que os apagões são provocados por ataques "eletromagnéticos, cibernéticos e físicos" contra a central hidroelétrica de Guri, que produz 80% da energia consumida no país, e acusa os Estados Unidos de estar por trás do problema para gerar caos entre a população.

Mas as falhas elétricas são habituais na Venezuela há anos, e a oposição e especialistas apontam como causas a deterioração da infraestrutura por falta de investimentos e imperícia técnica.

Guaidó, reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, convocou para esta quarta-feira uma nova jornada de protestos para tirar Maduro do poder, batizada "operação liberdade".

Aumenta detenção de imigrantes na fronteira entre EUA e México

MUNDO



(Arquivo) O presidente americano, Donald Trump - AFP
As autoridades dos Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (9) a detenção de 103.492 pessoas que cruzaram ilegalmente a fronteira a partir do México no mês de março, um recorde desde que Donald Trump chegou ao poder. 

As ameaças do presidente republicano de fechar a fronteira não detiveram o fluxo de imigrantes, que já havia alcançado seu auge em fevereiro, com 76.500 detenções.

Visivelmente frustrado pela falta de resultados sobre este tema, Trump anunciou no domingo a saída de sua secretária de Segurança Nacional, Kirstjen Nielsen.

Em março, mais da metade das detenções (57.271) envolveram "unidades familiares", além de 9.348 menores desacompanhados, segundo estatísticas da Agência Federal de Alfândegas e Proteção de Fronteiras (CBP). 

A maioria dos imigrantes ilegais procura as autoridades para apresentar pedido de asilo. 

No total, ao menos 400 mil pessoas foram detidas na fronteira desde o início do ano fiscal, em outubro de 2018, segundo o CBP. 

"É ridículo", disse Trump nesta terça-feira, criticando os imigrantes ilegais que "leem literalmente o que escrevem seus advogados [...] e do nada são passíveis de receber asilo". 

Trump criticou especialmente a lei de imigração dos Estados Unidos, que qualificou como uma das "piores leis do mundo". O presidente luta com o Congresso para obter o financiamento do muro na fronteira, uma de suas promessas de campanha.

Após colocar milhares de imigrantes em centros de detenção nos EUA, a administração Trump decidiu obrigar os solicitantes de asilo a regressar ao México, onde devem apresentar seus pedidos, mas tal decisão foi declarada ilegal, na véspera, por um tribunal federal de San Francisco.


 AFP - Agence France-Presse

Chanceler retira Sérgio Amaral da Embaixada do Brasil nos Estados Unidos

MUNDO
A saída de Amaral é a primeira de uma série que deverá ocorrer daqui para frente em postos-chave do País pelo mundo


Presidente da República, Jair Bolsonaro, e o Embaixador Sérgio Amaral  (foto: Alan Santos/PR)
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, removeu o embaixador Sérgio Silva do Amaral da Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, e o transferiu para o Escritório de Representação em São Paulo. A decisão consta de portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU). O documento não indica quem substituirá Amaral na embaixada em Washington. 

A saída de Amaral é a primeira de uma série que deverá ocorrer daqui para frente em postos-chave do País pelo mundo. No mês passado, o presidente Jair Bolsonaro disse que pretende trocar cerca de 15 representações diplomáticas do Brasil, incluindo países como Estados Unidos e França. Bolsonaro quer fazer as mudanças para "melhorar sua imagem no exterior". 

Em outra portaria, o chanceler também transfere o embaixador Douglas Wanderley de Vasconcellos da Embaixada do Brasil em Basseterre (capital de São Cristóvão e Neves, no Caribe) para a Secretaria de Estado. 


Agência Estado

Campeã mundial de jiu-jitsu largou engenharia e viaja o mundo dando aulas

ESPORTES
Claudia do Val aproveita as viagens para dar aulas e bancar a vida de atleta. Outra fonte de renda são peças de roupa com a sua marca, como a camiseta sob o quimono Imagem: Arquivo Pessoal


Claudia do Val aproveita as viagens para dar aulas e bancar a vida de atleta. Outra fonte de renda são peças de roupa com a sua marca, como a camiseta sob o quimonoImagem: Arquivo PessoalRubens LisboaColaboração para o UOL, de São Paulo10/04/2019 12h00Ela tentou seguir o caminho do pai na engenharia e do irmão no judô, mas foi conquistada mesmo pelo jiu-jitsu. Com um início tardio na modalidade, aos 21 anos, Claudia do Val ostenta o bicampeonato mundial faixa-preta - categoria pesado em 2017 e meio-pesado em 2018. Mas, para seguir competindo, ela aproveita as viagens para ensinar a arte marcial e assim se bancar.Líder do ranking mundial Gi e no-Gi (com e sem quimono) pela Federação Internacional de Jiu-Jitsu Brasileiro (IBJJF), Claudia aproveita o currículo vencedor para vender seus seminários, aulas e até camisetas com a sua marca, esperando por uma melhora na premiação das mulheres e um reconhecimento maior da modalidade fora de seu próprio nicho.
"Eu vivo de jiu jitsu, mas não como atleta. Para ganhar meu dinheiro, tenho que fazer seminários, aulas particulares e workshops. Só com patrocínio, não dá. Com premiação, de jeito nenhum", afirma a atleta nascida em Penedo, no Rio de Janeiro.

 O principal obstáculo é a disparidade de pagamentos para as mulheres do esporte. "Tem muita diferença ainda, é um aspecto que está evoluindo, está melhorando. Mas ainda tem uma diferença enorme do reconhecimento entre o masculino e o feminino", completa.Só neste ano, ela já esteve em 19 países, passando por Estados Unidos, Panamá, Filipinas, Brunei, Malásia, Tailândia, China, Romênia, Alemanha, Suíça, Rússia, entre outros, além de viajar também por cidades de diferentes regiões brasileiras, sempre apresentando seminários e competindo.

O esporte influenciou na decisão de abandonar o curso de engenharia no CEFET, no Rio de Janeiro. "Não cheguei a fazer nenhuma especificação, parei bem na metade mesmo, quando as matérias são meio iguais para todos. Eu não estava mais gostando da engenharia, chegava ao ponto de que eu não estava mais suportando, e eu já estava no jiu-jitsu", explica Claudinha, como é conhecida entre os praticantes da modalidade.

Arquivo Pessoal
A lutadora de jiu-jitsu Claudia do Val posa com suas medalhas  Imagem: Arquivo Pessoal

A relação de irmandade dos praticantes do jiu-jitsu foi o que a ajudou a deixar o judô, onde não se sentia acolhida. Ela começou na modalidade como complemento aos treinos do judô, apenas para melhorar sua técnica de chão. Desde que optou pelo novo esporte, há 10 anos, ela treina na academia Delariva, com o mestre Ricardo De La Riva, responsável por graduar, entre outros, os irmãos Nogueira - Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro."Eu já cheguei mais tarde, tinha muita gente faixa-preta e eu via que eles meio que viravam os olhos para mim. Não sei se isso era particular do meu clube, mas o judô tem em geral essa visão: 'se eu sou faixa-preta, não preciso me misturar com o menos graduado, se eu sou campeão mundial, olímpico, eu só treino com gente do meu nível'. E quando fiz o meu primeiro treino de jiu-jitsu, já vi de cara que foi diferente, então acabei fazendo essa mudança aos poucos".Uma preocupação de Claudia sobre o profissionalismo do jiu-jitsu é em relação ao controle de doping, que ainda deixa a desejar e dá brechas para os lutadores usarem substâncias proibidas.


"O controle hoje em dia só é feito pela IBJJF e somente em um campeonato, que é o Mundial de Jiu-Jitsu, e não é feito por todos os atletas, só por alguns dos campeões. Brecha é pouco, é ridículo, porque pelo que entendo, muita gente está tomando, mas sabendo quando vão ser testados e conseguem burlar o teste", critica a bicampeã mundial.Mas o amor pelo esporte supera os problemas da modalidade e foi gravado no próprio corpo com algumas tatuagens: nas costas em letras japonesas e outra na panturrilha direita em homenagem ao judô e uma no tórax com o nome do pai, Maurício.Fora do jiu-jitsu, ela relata o assédio de alguns seguidores nas redes sociais, que mandam mensagens privadas. O foco da conversa é um tanto quando inusitado: seus pés. Os fetichistas incomodam,"Isso acaba que tem em todo lugar, pessoal de internet que fica mandando mensagem pervertida, não só para mim. Várias meninas do jiu-jitsu passam por isso. Tem bastante, coisa de gente estranha mesmo", conclui a campeã mundial.


UOL, de São Paulo

Assim Igreja do mundo inteiro será consultada sobre documento da reforma da Cúria

MUNDO
Reunião do Conselho de Cardeais em uma foto de arquivo. Foto: Vatican Media


FONTE: ACIDIGITAL

Presidente interino da Argélia promete eleição presidencial em 90 dias

MUNDO
Resultado de imagem para Presidente interino da Argélia promete eleição presidencial em 90 dias Abdelkader Bensalah gesticula ao deixar reunião no Palácio das Nações, em Argel, 9 de abril de 2019 - AFP



O recém-nomeado presidente interino da Argélia, Abdelkader Bensalah, se comprometeu nesta terça-feira (9) a organizar, em 90 dias, "uma eleição presidencial transparente e regular", em um discurso ao país, retransmitido pela TV nacional.

"Somos obrigados a competir, cidadãos, classe política e instituições estatais, para cumprir as condições, todas as condições, de uma eleição presidencial transparente e regular, da qual seremos todos garantidores, eleições que permitirão ao nosso povo exercer sua eleição livre e soberana", disse.

Ele também se comprometeu a organizar esta eleição em 90 dias, como prevê a Constituição.

Presidente do Conselho da Nação (Senado), Bensalah foi nomeado presidente interino uma semana após a renúncia de Abdelaziz Bouteflika, uma decisão constitucional, mas contrária ao desejo dos argelinos que exigem o fim do "regime".

Reunido em sessão plenária, o Parlamento nomeou Bensalah, de 77 anos, considerado um produto do 'sistema', para ocupar o cargo por 90 dias.

Após este período, uma eleição presidencial deverá ser organizada e, nela, Bensalah não poderá se apresentar.

Nesta terça-feira, ao meio-dia, milhares de estudantes argelinos ocupavam as ruas do centro da capital para gritar "fora, Bensalah!".

Pela primeira vez em sete semanas de protestos, a polícia usou gás lacrimogêneo e jatos d'água para tentar dispersar os manifestantes.

Apesar disso, os estudantes seguiam presentes na praça do Grande Poste, o epicentro do movimento de protesto em Argel.

O ex-presidente Bouteflika, de 82 anos, com saúde frágil desde o derrame sofrido em 2013, renunciou em 2 de abril após 20 anos no poder, sob a pressão das ruas e do Exército.

Desde 22 de fevereiro, os argelinos se manifestam contra a possibilidade de Bouteflika se apresentar para um quinto mandato nas eleições a serem realizadas em abril.

Uma semana após a saída de Bouteflika, os deputados da Assembleia Popular Nacional (APN, Câmara baixa) e do Conselho da Nação (Câmara alta) foram convocados para nomear um novo presidente interino.

Abdelkader Bensalah, presidente do Conselho da Nação por quase 17 anos, era um homem leal a Bouteflika.

"Vou trabalhar pelos interesses do povo", prometeu Bensalah ao Parlamento.

"É uma grande responsabilidade que a Constituição me impõe", acrescentou este homem que foi deputado, embaixador, senador e presidiu as duas câmaras.

O principal partido islamista da Argélia, o Movimento da Sociedade pela Paz (MSP), que apoiou Bouteflika por um tempo antes de romper com ele em 2012, anunciou na segunda-feira (8) que iria boicotar a sessão parlamentar por sua "posição contrária às exigências do povo".

Até mesmo o jornal pró-governo El Moudjahid havia sugerido na terça-feira que Bensalah fosse descartado.

"Esta personalidade (...) não só não é tolerada pelo movimento cidadão, que exige sua saída imediata, mas também pela oposição e parte dos representantes das formações políticas da maioria das duas Câmaras do Parlamento", indicou El Moudjahid.

O problema é que o chefe do estado-maior do Exército, o general Ahmed Gaid Salah, de fato o novo líder do país, exige que a sucessão de Bouteflika seja feita dentro do quadro estrito da Constituição.

Já o movimento de protesto exige instituições de transição que permitam reformas profundas e eleições livres. 

AFP

Noruega vai proibir em 2025 criadouros de animais para peleteria

MUNDO
País europeu vai vetar animais destinados ao abate para 'vender ou usar sua pele'
Noruega vai proibir em 2025 criadouros de animais para peleteria
Foto: Reprodução
O governo norueguês apresentou nesta quarta-feira uma proposta para proibir, a partir de 2025, a criação de animais para a peleteria com um programa de indenizações aos seus proprietários.
O projeto de lei enviado ao Parlamento proíbe a posse, a partir de fevereiro de 2025, de animais destinados a serem abatidos para "vender ou usar sua pele".
A proibição é o resultado de um acordo político de janeiro de 2018, quando o governo conservador se aliou ao pequeno partido liberal, que exigiu essa medida.
O setor peleiro denunciou, por sua vez, o valor da indenização aos criadores, que considera insuficiente e qualifica como "traição histórica".
"Eles nos propõem algumas coroas que não compensam nem de longe o desmantelamento programado dos criadores", disse à AFP Guri Wormdahl, porta-voz da organização Norges Pelsdyralslag, que representa os profissionais do setor.
"Como está sendo organizado, levará os criadores à falência", disse ele.
O governo avalia em cerca de 500 milhões de coroas (cerca de 52 milhões de euros) a indenização aos criadores para que se reconvertam a outras atividades. Segundo Norges Pelsdyralslag, o setor emprega cerca de 500 pessoas, com um volume de negócios anual de 300 milhões de coroas norueguesas.
A Noruega é atualmente responsável por 1% da produção mundial de pele de vison e entre 2 e 3% da produção de pele de raposa.


FONTE: FRANCE PRESSE

Família do jornalista assassinado nega acordo com governo saudita

MUNDO
O profissional foi assassinado em outubro no consulado de seu país em Istambul por agentes de Riad


(foto: Mohammed Al-Shaikh/AFP)
Dubai, Emirados Árabes Unidos - A família do jornalista saudita Jamal Khashoggi, assassinado em outubro no consulado de seu país em Istambul por agentes de Riad, negou nesta quarta-feira (10/4) ter chegado a um acordo com as autoridades sauditas. 

"O julgamento está em andamento, e não há negociações em andamento", disse Salah, filho de Jamal Khashoggi, no Twitter. "As pessoas que cometeram e estiveram envolvidas neste crime devem ser punidas", acrescentou. 

Em 1º de abril, o jornal "The Washington Post", no qual Jamal Khashoggi trabalhava, disse que os filhos do jornalistas teriam recebido, cada um eles, uma casa luxuosa e milhares de dólares por mês como indenização por parte das autoridades sauditas.

O assassinato de Jamal Khashoggi prejudicou consideravelmente a imagem da Arábia Saudita e de seu jovem príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, que autoridades turcas e americanas designaram como responsáveis.
As autoridades sauditas negaram que o príncipe Mohammed, apelidado de MBS, estivesse envolvido no assassinato, atribuído por Riad a elementos "sem controle" por parte do regime.

Onze homens foram julgados desde janeiro em um tribunal criminal em Riad, e o procurador-geral exigiu pena de morte para cinco deles.

Apesar da forte pressão do Congresso dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump evitou condenar o príncipe herdeiro neste caso.

AFP

Agrotóxicos têm futuro garantido no Brasil

MEIO AMBIENTE



No Brasil, maior mercado mundial de agrotóxicos, o governo Bolsonaro pretende impulsionar a venda de novos produtos fitossanitários para impulsionar ainda mais o desempenho do agronegócio, combustível da economia do país - AFP/Arquivos

AFP

No Brasil, maior mercado mundial de agrotóxicos, o governo Bolsonaro pretende impulsionar a venda de novos produtos fitossanitários para impulsionar ainda mais o desempenho do agronegócio, combustível da economia do país.Em três meses de exercício, o novo governo aprovou a colocação no mercado de 121 novos agrotóxicos, em média mais de um por dia, elevando para 2.149 o número de produtos autorizados em seu mercado nacional.

O ritmo não difere muito do início dos anos 2017 e 2018, quando os processos de homologação se aceleraram, mas o Ministério da Agricultura pretende aumentar ainda mais.

As últimas autorizações foram outorgadas a fabricantes de produtos com componentes que já estão no mercado, assim como para sua utilização em novas culturas, ou sua combinação com novos componentes químicos.

“Nosso principal objetivo é disponibilizar aos agricultores a maior quantidade possível de ferramentas, biológicas e químicas, e isso passa por decisões menos demoradas”, explicou à AFP Carlos Venâncio, coordenador-geral de agrotóxicos e produtos afins do Ministério da Agricultura.

Até o momento presente, embora a lei sugira um prazo de 120 dias, as autorizações para comercialização podem levar até oito anos.

“A demora no processo de registros prejudicava a concorrência e as possibilidades de inovação empresarial, prejudicando as produtores”, afirma Reginaldo Minaré, consultor de tecnologia da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA).

“O Brasil está apenas recuperando seu atraso”, considerou, acrescentando que “a diversificação do mercado é melhor para a produção agrícola, porque os produtores vão poder se beneficiar de agrotóxicos mais adaptados a um preço melhor”.

– Maior mercado mundial de agrotóxicos –

Desde 2008, o Brasil é o maior mercado mundial de agrotóxicos, de acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva.

Em 2017, as vendas no país atingiram US$ 8,9 bilhões, ou 18% do mercado mundial, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal.

A quantidade de princípios ativos dos agrotóxicos comercializados no Brasil quase dobrou entre 2009 e 2017, chegando a quase 540 mil toneladas.Uma tendência que preocupa os defensores do meio ambiente e da saúde.

Quase um terço dos ingredientes permitidos no Brasil são proibidos na União Europeia, aponta à AFP Larissa Mies Bombardi, pesquisadora do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo.

“A maioria das empresas que vendem esses produtos tem as sedes delas em países da União Europeia e exporta produtos proibidos lá para mercados mais permissivos, como o Brasil”, ressalta.