domingo, 31 de março de 2019

Moçambique confirma novos casos de cólera após passagem do ciclone Idai

MUNDO
Segundo o governo do país, 271 pessoas foram diagnosticadas com a doença, que se espalha com a contaminação de água e alimentos.

Equipe médica prepara solução a pacientes com doenças transmitidas pela água em Beira, Moçambique — Foto: Mike Hutchings/Reuters
O governo de Moçambique confirmou neste sábado (30) o registro de 271 casos de cólera após a passagem do ciclone Idai. As equipes médicas diagnosticaram os novos casos na cidade portuária de Beira, a segunda maior do país e a mais afetada pela tempestade, que deixou mais de 700 mortos em três países africanos.
O cólera se espalha pela água ou comida contaminada por fezes que contenham a bactéria causadora da doença. Pacientes diagnosticados apresentam diarreias fortes e taquicardia, e podem morrer em poucas horas caso não haja tratamento.
No entanto, segundo o governo local, não houve mortes relacionadas à doença até a tarde deste sábado. As autoridades moçambicanas registram a morte de duas pessoas fora dos hospitais na sexta-feira. As vítimas apresentavam sintomas de desidratação e diarreia, mas até o momento não há a confirmação de que elas morreram por causa do cólera.
(CORREÇÃO: na publicação desta reportagem, o G1 informou incorretamente que o número de mortes por cólera em Moçambique era de 5, mas o governo não confirma o motivo das mortes. A informação foi corrigida às 17h.)
O Idai chegou a Moçambique em 14 de março com ventos de mais de 170 km/h e fortes chuvas. A tempestade danificou casas, provocou inundações e destruiu a cidade de Beira, além de causar estragos em Zimbábue e no Malaui. O número de mortos nos três países atingidos pelo ciclone chegou a 746 neste sábado.

Cólera em Moçambique

Desabrigados chegam a campo após passagem do ciclone Idai em Moçambique — Foto: Zohra Bensemra/ReutersDesabrigados chegam a campo após passagem do ciclone Idai em Moçambique — Foto: Zohra Bensemra/ReutersDesabrigados chegam a campo após passagem do ciclone Idai em Moçambique — Foto: Zohra Bensemra/Reuters
Casos de cólera não são incomuns em Moçambique, mas, segundo autoridades de saúde do país, a crise gerada pelo ciclone Idai espalhou a doença com maior rapidez. Em crises humanitárias como a vivida em Beira, surtos podem se desenvolver rapidamente com o colapso nos sistemas de saneamento e alagamentos.
Há o temor de que novos registros de cólera se espalhem em Beira. O jornal moçambicano "O País" relata que as ruas e os mercados da cidade ainda estão cheios de lixo e sem proteção para as moscas – inclusive onde há comércio de alimento.

Ajuda humanitária

Menino recebe comida de um centro de distribuição de um supermercado em Dondo, a cerca de 35km de Beira, em Moçambique. — Foto: Yasuyoshi Chiba/AFPMenino recebe comida de um centro de distribuição de um supermercado em Dondo, a cerca de 35km de Beira, em Moçambique. — Foto: Yasuyoshi Chiba/AFPMenino recebe comida de um centro de distribuição de um supermercado em Dondo, a cerca de 35km de Beira, em Moçambique. — Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP
Com o desastre humanitário causado pela passagem do ciclone Idai, governos e fundações de diversos países anunciaram esforços para oferecer ajuda às populações afetadas – especialmente em Beira, onde o estrago foi maior.
Uma efetivo de 20 bombeiros de Minas Gerais que atuaram nos trabalhos de busca da tragédia de Brumadinho embarcou na noite de sexta-feira do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, para Moçambique. Eles devem chegar à cidade de Beira na tarde de domingo, e devem participar das operações por 15 dias.
Mães esperam com os filhos para receber comida em frente a um centro distribuição em Dondo, a cerca de 35km de Beira, em Moçambique, nesta quarta (27). — Foto: Yasuyoshi Chiba/AFPMães esperam com os filhos para receber comida em frente a um centro distribuição em Dondo, a cerca de 35km de Beira, em Moçambique, nesta quarta (27). — Foto: Yasuyoshi Chiba/AFPMães esperam com os filhos para receber comida em frente a um centro distribuição em Dondo, a cerca de 35km de Beira, em Moçambique, nesta quarta (27). — Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP
O governo brasileiro também anunciou o envio de 100 mil euros "para apoiar o governo de Moçambique" com ajuda humanitária. Em entrevista ao G1, o escritor moçambicano Mia Couto agradeceu o Brasil pela doação, mas afirmou que a quantia "não corresponde à relação histórica e afetiva entre os dois países e ao desejo dos brasileiros de contribuir".

A Unicef, fundo das Nações Unidas para operações relacionadas à infância, também lançou campanha na quarta-feira para arrecadar US$ 122 milhões – equivalente a cerca de R$ 488 milhões – em ajuda humanitária aos três países.
Ciclone Idai atinge Moçambique e afeta outros dois países da África — Foto: Rodrigo Sanches/G1


FONTE: G1





















No Marrocos, Papa diz que barreiras físicas não resolvem a imigração

MUNDO
Em encontro com o rei Mohamed VI, Francisco disse que esperava que o Marrocos continuasse sendo um modelo de humanidade
FOTO: REPRODUÇÃO GAZETA ONLINE


O Papa Francisco elogiou o Marrocos como um modelo religioso e de boas-vindas a imigrantes durante sua viagem ao país, alertando que barreiras físicas, como muros, e o medo não impedem as pessoas de exercerem seu legítimo direito de buscar uma vida melhor em outro lugar.Em encontro com o rei Mohamed VI, Francisco disse que esperava que o Marrocos continuasse sendo um modelo de humanidade, de acolhimento e proteção aos imigrantes."A questão da migração nunca será resolvida aumentando as barreiras, fomentandomedo dos outros ou negar assistência àqueles que legitimamente aspiram a uma vida melhor para si e para suas famílias", disse Francisco.Segundo o papa, "a grave crise de imigração atualmente representa uma convocação urgente para ações concretas destinadas a eliminar as causas que obrigam muitas pessoas a deixar seu país e família, muitas vezes apenas para se encontrarem marginalizados e rejeitados", disse ele. 

Fonte: Associated Press

Protesto contra Israel reúne milhares de palestinos na Faixa de Gaza

MUNDO
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Foto: Reprodução

Dezenas de milhares de palestinos marcharam no sábado, 30, em vários pontos próximo à divisa com Israel para recordar o primeiro aniversário dos protestos semanais na Faixa de Gaza. O ato foi recebido com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral quando pequenos grupos se aproximavam da cerca na fronteira. Ao menos uma pessoa morreu e 46 ficaram feridas, segundo autoridades médicas palestinas.
Dezenas de voluntários com coletes fluorescentes foram direcionados para conter os manifestantes, em um acordo entre o Hamas e o governo de Israel, mediado pelo Egito, para evitar que as pessoas se aproximassem da cerca que divide os dois territórios. Os ânimos se acirraram quando o número de pessoas no ato aumentou e alguns grupos começaram a jogar pedras e soltar foguetes contra soldados israelenses.
O Ministério da Saúde de Gaza informou que um manifestante de 17 anos morreu no ato, após levar um tiro no rosto.
O protesto deste sábado ocorre em um momento delicado tanto para Israel. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, busca o quarto mandato consecutivo nas eleições de 9 de abril, mas enfrenta críticas de ex-militares em relação à política para a Faixa de Gaza.

 Fonte: Associated Press.

Durante visita, Bolsonaro promete fortalecer parceria com Israel

MUNDO
Líderes dos dois países falam em aliança, mas não citam transferência da embaixada para Jerusalém

O presidente Jair Bolsonaro ao lado do primeiro ministro de Israel Binyamin Netanyahu, nas proximidades de Tel Aviv - Jack Guez/AFP

Sob chuva intensa, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro desembarcou neste domingo (31) no Aeroporto Internacional de Tel Aviv para uma visita de quatro dias a Israel.O avião do presidente pousou por volta das 9h45 (3h45, horário de Brasília). Em cerimônia que durou cerca de 15 minutos, ele discursou, bem como o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. Mas nenhum dos dois tocou em assuntos polêmicos, como a transferência da embaixada do Brasil para Jerusalém.
“Eu amo Israel”, disse Bolsonaro, em hebraico, ao lado do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu –que raramente se desloca para o aeroporto para se encontrar com chefes de Estado.Na verdade, essa foi apenas a 5ª vez em dez anos que Netanyahu fez essa honraria. Antes de Bolsonaro, ele recebeu no aeroporto apenas dois presidentes americanos, Barack Obama e Donald Trump, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o papa Bento 16.

“Há dois anos estive em Israel e visitei o Rio Jordão”, continuou Bolsonaro, apesar de ter visitado Israel em 2016. “Por coincidência, meu nome é Messias. Me senti emocionado naquele momento. Uma emoção, um compromisso, uma fé verdadeira que me acompanhará o resto da minha vida”.Bolsonaro também afirmou que espera levar ensinamentos de Israel para o Brasil: “Sabemos que Israel não é tão rico como o Brasil em recursos naturais e outras coisas. Mas eu dizia: olha o que eles não têm e veja o que eles são. E falava: olha o que nós temos e veja o que não temos. 

Como poderemos ser iguais a eles? Ter a mesma fé que eles têm”, continuou, citando uma passagem bíblica (João 8:32).O presidente também agradeceu a ajuda israelense em Brumadinho e afirmou que seu governo “está firmemente decidido em fortalecer a parceria Brasil-Israel: “A amizade entre os nossos povos é histórica. Tivemos um momento de afastamento, mas Deus sabe o que faz”, declarou, se referindo aos anos de governo PT, quando houve distanciamento diplomático.No final de seu discurso, Bolsonaro cometeu um erro em hebraico. Ao invés de repetir “Ani ohev Israel” (Eu amo Israel), ele olhou para uma “colinha” e disse: “Ana ohev Israel”. “Ana” significa “eu” em árabe, não em hebraico.Bolsonaro foi recebido ainda dentro do avião por Binyamin Netanyahu, e, ao desembarcar, passou em revista às tropas, colocadas sob tendas brancas improvisadas por causa do mau tempo. O hino nacional foi tocado pela banda oficial do aeroporto, bem como o Hatikva, o hino de Israel.

“Meu amigo, estamos fazendo história”, disse Netanyahu. “Fico feliz que apenas três meses depois de sua posse, em sua primeira viagem fora do continente americano, você vem a Israel para levar nosso relacionamento a um novo auge. É a maior delegação brasileira que já veio a Israel. Vamos assinar contratos em nossa cidade eterna, Jerusalém”.Ele afirmou que Bolsonaro —que chamou de Yair, nome de seu filho mais velho— vai encontrar, em Israel, um povo que ama o Brasil: “Os israelenses amam o Brasil. A cultura latente, a música, a dança e, acima de tudo, o calor e a alegria do povo brasileiro. Brasil é um país enorme com um potencial enorme. Acredito que, sob sua direção, esse potencial vai ser realizado”.

A nove dias das eleições gerais em Israel e sob ameaças de indiciamento por corrupção, Netanyahu pareceu animado em receber o apoio do presidente brasileiro —o que, para seus eleitores, seria um sinal de sua força diplomática mundial. Certamente, ele espera algum tipo de sinalização do líder brasileiro sobre uma possível transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém.Mas esse anúncio pode se restringir apenas à abertura de um escritório econômico em Jerusalém— assim como fez o governo da Hungria, recentemente.Independentemente disso, o primeiro-ministro já pode registrar uma vitória: ele deve acompanhar Bolsonaro ao Muro das Lamentações, algo que está sendo destacado pela imprensa israelense.Grande parte dos líderes mundiais não aceita ir com o premiê ao local. Motivo: o muro é localizado em Jerusalém Oriental, área exigida pelos palestinos como sua capital.

A soberania israelense sobre a parte oriental de Jerusalém não é reconhecida pela comunidade internacional. Ao ir oficialmente com o premiê israelense ao muro, Bolsonaro estaria sinalizando com esse reconhecimento.“Apoio brasileiro”, foi o título da matéria sobre a visita de Bolsonaro no maior jornal do país, o Yedioth Aharonoth (Últimas Notícias). A matéria destacou a visita conjunto de Bolsonaro e Netanyahu ao Muro das Lamentações.O jornal também destacou o que chamou de “pressão do mundo árabe” para que o presidente brasileiro não transfira a embaixada para Jerusalém, uma promessa de campanha.Ainda hoje, Bolsonaro, que estará hospedado no hotel mais tradicional e luxuoso de Jerusalém, o King David, cumprirá uma agenda intensa em Jerusalém. Ele assinará acordos de cooperação com Israel e terá um encontro privado com Netanyahu.

Bolsonaro e Netanyahu farão também uma declaração conjunta. À noite, será recebido para um coquetel na residência oficial do primeiro-ministro.Nesta segunda-feira (1º), Bolsonaro terá agenda ainda mais intensa, visitando a Brigada de Resgate e Salvamento do Comando da Frente Interna de Israel.Depois, irá à Unidade de contra-terrorismo da Polícia Israelense e vai condecorar a Brigada de Busca e Salvamento que ajudou no resgate em Brumadinho.De tarde, Bolsonaro irá à Cidade Velha de Jerusalém, onde visitará a Igreja do Santo Sepulcro e o Muro das Lamentações.

FOLHA DE S.PAULO


Venezuela registra protestos e apagões afetam cerca de 90% do país

MUNDO
Dos 23 estados, 20 ficaram sem fornecimento de energia. Abastecimento de água também está prejudicado.



Manifestantes a favor de Juan Guaidó se reuniram na Venezuela — Foto: Manaure Quintero/Reuters
A tensão aumenta nas ruas de Caracas com os protestos convocados pelo governo de Nicolás Maduro e pela oposição liderada por Juan Guaidó, em meio aos apagões que deixam a Venezuela intermitentemente no escuro desde o começo de março.
As forças de segurança da Venezuela dispersaram com gases lacrimogêneos parte das manifestações opositoras em Caracas e impediram concentrações em alguns pontos no oeste da capital venezuelana.
A queda de energia mais recente ocorreu ontem por volta das 19h10 no horário local (20h10 de Brasília), afetando Caracas e pelo menos 20 dos 23 estados do país, vários dos quais permaneceram sem luz na tarde deste sábado.
Os grandes apagões que tiveram início em 7 de março também afetaram o fornecimento de água, transporte e serviços de telefonia e internet. O mais recente, interrompeu as atividades entre segunda e quinta-feira.
Mulher usa a luz de velas enquanto trabalha em um bar durante um blecaute na Venezuela — Foto: Carlos Garcia Rawlins/ReutersMulher usa a luz de velas enquanto trabalha em um bar durante um blecaute na Venezuela — Foto: Carlos Garcia Rawlins/ReutersMulher usa a luz de velas enquanto trabalha em um bar durante um blecaute na Venezuela — Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters
"Não temos água"
"Aqui a luz cai toda hora, não temos água, não temos internet, o serviço de água está péssimo há um ano e com essas quedas de energia piorou muito mais, aqui temos idosos, crianças, precisamos dos serviços", afirmou uma mulher opositora que se reuniu com seus vizinhos em Caracas para protestar em meio a panelaços.
"Vamos organizar na operação liberdade e no próximo dia 6 de abril todos nós vamos às ruas da Venezuela", disse em uma concentração em Los Teques, perto de Caracas, o líder parlamentar Juan Guaidó, reconhecido presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, liderados pelos Estados Unidos.
Moradores do oeste de Caracas, uma fortaleza tradicional de chavismo, concentraram-se em pequenos grupos em esquinas.
"Recuso-me a deixar a Venezuela porque tenho certeza de que há muito pelo que lutar. Continuaremos lutando na rua", disse uma opositora que se identificou como Andrea.
"Ficamos sem eletricidade por mais de 12 dias em março em Caracas, e mesmo no resto do país, em Zulia (um estado fronteiriço no oeste do país) eles não conseguiram recuperar a luz, e isso é imperdoável. Milhares de famílias ficaram sem comida devido à falta de refrigeração ", acrescentou.
Juan Guaidó liderou manifestação em San Antonio, na Venezuela — Foto: Ivan Alvarado/ReutersJuan Guaidó liderou manifestação em San Antonio, na Venezuela — Foto: Ivan Alvarado/ReutersJuan Guaidó liderou manifestação em San Antonio, na Venezuela — Foto: Ivan Alvarado/Reuters

Apelo à paz


Maduro também pediu "uma grande mobilização" para "dizer não ao terrorismo imperial". Ele também pediu aos "coletivos" - grupos de Chávez que a oposição afirma estarem armados - "tolerância zero com as guarimbas", como chama os protestos violentos.

"Eles incitam o ódio, nós pedimos o amor, eles incitam a guerra e nós fazemos um apelo diário à paz", disse Jesús Camargo, coordenador de movimentos sociais.
O governo Maduro atribui a crise a "ataques" da oposição, apoiada pelos Estados Unidos, contra a usina hidrelétrica de Guri (estado de Bolívar, sul), que gera 80% da energia consumida pelo país.
As falhas elétricas são comuns na Venezuela há uma década e os especialistas acreditam que elas são o resultado de uma falta de investimento em infraestrutura e corrupção, mas até agora Caracas tem estado relativamente intocada pelos apagões generalizados.

Ajuda humanitária

Em meio à crise, a Cruz Vermelha anunciou na sexta-feira (29) que distribuirá ajuda humanitária na Venezuela em 15 dias, uma questão central na disputa pelo poder entre Maduro e Guaidó.
A decisão marca uma guinada na política de Maduro, que, apesar de estar aberto à cooperação internacional sem "interferência", nega que o país petroleiro sofra uma "crise humanitária", como denuncia Guaidó.
A Venezuela enfrenta uma forte escassez de medicamentos, já que o governo, seu principal importador, não tem liquidez devido ao colapso da produção de petróleo - que é responsável por 96% das receitas do Estado - e à sua expulsão dos mercados financeiros após as sanções americanas.
Em 23 de fevereiro, os carregamentos de alimentos e suprimentos médicos administrados por Guaidó e enviados por Washington para a Colômbia e o Brasil foram bloqueados pelo governo socialista em meio a tumultos que deixaram cerca de sete mortos e dezenas de feridos.


Intervenção militar
Maduro argumentou que esses carregamentos eram o preâmbulo de uma intervenção militar.
Guaidó reivindicou a entrega da Cruz Vermelha como uma conquista, afirmando que "é o resultado da pressão" feita por ele desde que se autoproclamou presidente em 23 de janeiro.
O governo de Maduro ainda anunciou que um avião chinês com 65 toneladas de medicamentos e suprimentos médicos chegou à Venezuela na sexta-feira.
A China é um dos maiores aliados de Maduro, junto com a Rússia, que há uma semana enviou uma missão militar a Caracas.
Maduro liga a escassez com as sanções dos Estados Unidos para sufocá-lo economicamente e forçá-lo a entregar o poder a Guaidó.
Fonte: RFI

Polícia prende donos de prédio incendiado em Bangladesh

MUNDO
Foi constatado que o edifício não tinha saídas de emergência. Fogo matou 26 pessoas e deixou outras 73 feridas.

Bombeiros trabalham para conter incêndio em prédio comercial em Daca, em Bangladesh, nesta quinta-feira (28) — Foto: Mahmud Hossain Opu/ AP
Dois dos proprietários do prédio incendiado na última quinta-feira em Daca, capital de Bangladesh, foram detidos pela polícia, informaram neste domingo (31) as autoridades locais. Foi constatado que o edifício que ardeu durante várias horas, matando 26 pessoas e deixando outras 73 feridas, não tinha saídas de emergência.
Tasvir Ul Islam, um dos proprietários do arranha-céu, foi detido na noite de sábado, enquanto S.M.H.I. Faruque foi detido na madrugada deste domingo, disse à Agência EFE o detetive-chefe da polícia de Daca, Mashiur Rahman.
"O edifício tinha falhas de engenharia e tinha algumas áreas ilegais. Também carecia de medidas de segurança contra incêndios. Os proprietários foram acusados de negligência", declarou.
O chefe policial comentou ainda que as autoridades estão buscando o construtor do edifício, o terceiro acusado no caso.

Bombeiros trabalham onde incêndio destruiu prédios em Bangladesh — Foto: Munir Uz Zaman / AFP Photo
O incêndio

O incêndio aconteceu na tarde de quinta-feira (28) em um dos andares inferiores do edifício, situado na área de Banani, zona comercial da capital bengalesa. Muitas pessoas ficaram presas em seu interior durante o incêndio.
As autoridades de Bangladesh prometeram tomar severas medidas contra as violações de segurança nos edifícios, e o governo qualificou as mortes como "assassinatos".
Bangladesh esteve durante anos sob escrutínio devido às suas precárias condições de segurança industrial.
Dados dos Serviços de Bombeiros de Bangladesh mostram que, entre 2004 e 2018, 1.970 pessoas morreram no país asiático em 89.923 incêndios.
Apenas neste ano, houve três grandes incêndios com vítimas mortais no país. O último deles, em 20 de fevereiro, arrasou sete edifícios na área velha da capital e deixou 70 mortos e dezenas de feridos.

Bangladesh é um país pobre da Ásia do Sul, com 160 milhões de habitantes.

Incêndio atinge prédio em Bangladesh — Foto: Diana Yukari

Explosão em fábrica deixa mortos na China

MUNDO
O incidente é o segundo deste mês, segundo a agência de notícias Reuters. Pelo menos sete pessoas morreram e cinco ficaram feridas, uma delas em estado grave.
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FOTO: REPRODUÇÃO AFP
Sete pessoas morreram e cinco ficaram feridas em uma explosão em uma fábrica na província de Jiangsu, no centro-leste da China, neste domingo (31), segundo informaram as autoridades do país. O incidente é o segundo deste mês, segundo a agência de notícias Reuters.
Um contêiner de sucata explodiu no pátio externo de uma usina de metal na cidade de Kunshan, fazendo com que a fábrica pegasse fogo, afirmou governo local em sua conta oficial do Weibo, uma rede social chinesa.
"A causa do incidente está sendo investigada", afirmou o governo local sobre a explosão. Uma das cinco pessoas feridas está em estado grave.
A empresa dona da fábrica, Kunshan Waffer Technology Corp, sediada em Taiwan, já havia sido multada no mês passado pelo escritório de proteção ambiental de Kunshan, por violar regras de poluição da água, segundo o jornal estatal "Beijing News". A corporação não estava disponível para comentar o assunto à Reuters.

Segunda explosão do mês

No último dia 21, uma explosão em um parque de produtos químicos na cidade de Yancheng, também na província de Jiangsu, matou 78 pessoas e chamou a atenção do país — que tem um histórico de acidentes de trabalho — para a segurança em pequenas empresas químicas.
Em resposta, o governo chinês afirmou, na semana passada, que vai lançar uma campanha nacional, durante um mês, de inspeção de produtos químicos perigosos, minas e segurança contra incêndio. Acrescentou, ainda, que as autoridades precisam aprender lições com o desastre de Yancheng.
Além das campanhas do tipo, voltadas para acabar com violações e punir funcionários, a China também vem reprimindo as importações de sucata de metal, como parte de uma campanha ambiental contra "lixo estrangeiro". A medida, adotada com o propósito de reduzir as importações de resíduos sólidos até 2020, restringe o fornecimento de matéria-prima a produtores de metal do país.

FONTE: G1

Putin perde influência em eleição presidencial na Ucrânia

MUNDO
Não há candidato próximo do Kremlin com chance na votação deste domingo (31)

Cartaz com imagem de Vladimir Putin, em protesto em Kiev, na Ucrânia - Sergei Supinsky - 29.mar.2019/AFP



O primeiro turno da eleição presidencial ucraniana, que será disputado neste domingo (31), não deverá apontar um vencedor imediato. Um perdedor, contudo, já está definido: o presidente russo, Vladimir Putin. Obviamente, o relacionamento com a Rússia é ainda o principal tema para quem estiver à frente do governo em Kiev, mas a influência direta do Kremlin sobre o processo político em si é quase nula.Diferentemente das eleições anteriores ao turbulento 2014, não há candidato próximo do Kremlin com chance. O nome mais perto disso, Iuri Boiko, não deve passar do quarto lugar.

A situação é decorrente das ações do próprio Putin, que acabaram por isolar grupos políticos pró-Rússia no país.Há cinco anos, seu protegido na Presidência ucraniana, Viktor Ianukovitch, foi apeado do poder. Ato contínuo, Moscou anexou a península de maioria russa étnica da Crimeia e fomentou separatistas na região leste ucraniana.Geopoliticamente, a Rússia não tolera a noção de que a Ucrânia faça parte das estruturas ocidentais militares (a Otan) e político-econômicas (União Europeia).

Ambas as ações foram condenadas no exterior, e no caso da insurreição que já matou 10 mil pessoas no leste o resultado não saiu bem como a Rússia desejava.Seu objetivo inicial, o de evitar estabilidade política na Ucrânia e integração ao Ocidente, foi atingido. Mas a Rússia paga o preço de sanções ocidentais até hoje, e viu a oposição a si na Ucrânia se galvanizar.Além disso, o separatismo acabou não atingindo grandes cidades fora da região do Donbass.


 Mesmo a relação de Moscou com os rebeldes é conflituosa, e não há hoje nem a perspectiva de que Putin de fato busque absorvê-los nem que Kiev consiga reintegrá-los ao país.Os dois movimentos retiraram na prática cerca de 12% do eleitorado ucraniano, que só poderiam votar com um intrincado processo de registro separado, feito para não funcionar. Sobraram 34,5 milhões que estão aptos a ir às urnas neste domingo.Mais importante, limitaram a cerca de 25% o potencial de voto de russos étnicos, segundo estimativas do Instituto Internacional de Sociologia de Kiev. 

Nas duas eleições anteriores a 2014, alternaram-se candidatos pró-Ocidente e pró-Moscou. Agora, os três candidatos disputando vaga no segundo turno podem ser considerados hostis a Putin.O favorito para chegar na frente, segundo não exatamente muito confiáveis pesquisas de opinião, é o comediante Volodimir Zelenski, que vive numa série de TV um professor comum que vira presidente após ter um discurso anticorrupção viralizado na rede por seus alunos.
Ele surfa uma onda semelhante à que levou populistas e “outsiders” ao poder do Brasil aos EUA, de rejeição à política tradicional.Esta está representada pelos dois concorrentes pela vaga na rodada final, o presidente Petro Porochenko e a ex-primeira-ministra Iulia Timochenko.Segundo a Folha ouviu de observadores da cena política local, Zelenski poderia se mostrar um nome mais palatável para o Kremlin por não ser muito convicto de suas credenciais pró-Ocidente.Contra isso há a associação que é feita entre ele e o bilionário Ihor Kolomoiski, francamente hostil à Rússia.Há também a aposta do cientista político russo Konstantin Frolov, de que a imprevisibilidade de Zelenski faz dos dois velhos adversários de Putin uma opção mais interessante para Moscou.Porochenko é um rival mais duro do russo, mas usa a autonomia das chamadas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk no leste pró-Moscou como peça de apoio retórico à sua Presidência.

Já Timochenko tem um histórico de relação ambígua com Putin, no período em que ela foi chefe de governo do país. Em 2009, assegurou um acordo energético com a Rússia benéfico à Ucrânia.Discursos hostis não acabarão com o fato de que os rivais têm passado cultural e linguístico comum e muitos pontos de ligação.Moscou deixa US$ 3 bilhões anuais nos cofres ucranianos para passar seu gás rumo à Europa. O problema para quem vencer a eleição é que isso irá acabar em 2020, com a abertura de um gasoduto alternativo pelo mar do Norte.As minorias russas ainda são significativas no país (eram 17% antes de 2014; não há números novos) e há um dado curioso: os ucranianos gostam da Rússia. Segundo pesquisa do independente Centro Levada de Moscou, 57% dos ucranianos veem os vizinhos com bons olhos, contra 37% que os desaprovam. Na contramão, 55% dos russos veem os rivais de forma desfavorável, contra 34% que os aprovam.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO