Karolainy Caline Alves e Adelayne Keveli Novaes Rosa têm muito mais em comum do que a posição em que elas jogam. Até outro dia, as duas goleiras batalhavam duro no Vila Nova para manter vivo o sonho de viver do futebol. Um sonho cada vez mais real com a dupla disputando a Série A1 do Brasileiro, a principal divisão do futebol feminino nacional.

Ex-goleiras do Vila Nova, Adelayne e Karol já se enfrentaram no Brasileiro A1, e a goleira do time paulista levou a melhor (Foto: Acervo pessoal)
Depois de passagens por América/MG e Ipatinga, Karol chegou ao Audax/SP e assumiu a condição de titular da equipe. Nos dois jogos já disputados, ela foi a dona da posição, não foi vazada uma vez sequer e viu o seu time conquistar duas vitórias no campeonato: 1 a 0, fora de casa, sobre o Vitória/BA, e 2 a 0 sobre o Minas Icesp/DF.
“Não imaginava chegar e ser titular. Eu sabia que iria ser difícil, mas com muito trabalho eu tive esse privilégio de poder começar defendendo a camisa do Audax”, confessou Karol.
A partida entre Audax e Minas Icesp/DF, aliás, marcou a estreia de Adelayne pelo time brasiliense. Até o ano passado, ela estava no futebol capixaba, defendendo as cores do Vila Nova na Série A2 do Brasileiro — o time continua sendo o
único representante do Estado no torneio. Esse ano, mudou de patamar e foi contratada pelo time do Distrito Federal, rival no ano passado, agora um trampolim para um futuro melhor na modalidade.
“Realmente não imaginava que ia ser tão rápido assim essa mudança de clube! Principalmente jogar o Brasileiro A1, que é o campeonato mais importante da modalidade. Esse foi só um dos passos que dei. Tenho certeza que tem coisa grande pela frente me esperando”, afirmou.

A goleira Adelayne se transferiu no início deste ano para o Minas Icesp/DF, rival da capixaba na Série A2 do ano passado (Foto: Divulgação)
Futebol é trabalho!
No futebol capixaba, Karol e Adelayne tiveram que “roer o osso” para mostrarem o seu talento. Como o apoio é pouco, elas e as outras jogadoras do Vila Nova tinham que dividir os treinos e jogos com os estudos e o trabalho. Agora, a realidade mudou. Ambas têm no futebol o sustento, ilustrando o desejo de muitas meninas capixabas que começam no esporte — viver única e exclusivamente do futebol.
“Em questão de viver do futebol, o meu sonho está se realizando. Mas eu ainda sei que posso alcançar muito mais. Posso ter melhorias, se o futebol feminino crescer cada vez mais, como está crescendo, a minha carreira vai evoluir junto”, projeta Karol, que sabe que atuando no futebol paulista terá ainda mais visibilidade.
“Eu fiquei muito feliz em saber que viria para um time de São Paulo, um grande centro do futebol feminino e que dá muita visibilidade. Isso representa o trabalho bem feito nos clubes onde passei e da minha força de vontade”.
Jogadora por amor, Adelayne também viu essa rotina mudar drasticamente. Mas promete não esquecer as raízes. A goleira do Vila Nova em 2018 sabe que foi no trabalho árduo no Espírito Santo que se fez como atleta. Agora, espera que as ex-companheiras tenham um bom desempenho na Série A2 e possam estar no ano que vem alçando voos maiores.
“O Vila Nova foi uma base para mim. Foi um degrau a mais que eu tinha a necessidade de passar para chegar até aqui. Com certeza torço muito para que tudo dê certa para eles lá. São merecedoras demais!”
FONTE: TRIBUNA ONLINE