sábado, 8 de julho de 2017

SAÚDE

Serviços de saúde em aldeias indígenas no AP terão contratos prorrogados pela Justiça

No estado, 1,3 mil indígenas são atendidos por mais de 200 profissionais (Foto: Abinoan Santiago/Arquivo G1)

Um pedido urgente de tutela provisória feito pelo Ministério Público Federal (MPF) e acatado pela Justiça garantiu a prorrogação dos contratos temporários dos profissionais de saúde indígena que atuam no Amapá e Pará por mais 12 meses, a partir de 9 de julho de 2017.
A medida quer evitar que mais de 11 mil índios do Distrito Sanitário Especial Indígena do Amapá e Norte do Pará (Dsei/AP) fiquem sem acesso aos atendimentos regulares, até a contratação de concursados.

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou a prorrogação na quinta-feira (6). No estado, são 1,3 mil indígenas atendidos por mais de 200 profissionais.
O procurador regional da República, Felício Pontes, enfatiza que a prorrogação é algo inevitável, pois não há tempo hábil para a realização de contratações por meio de convênios. No pedido, a prorrogação só deve ocorrer quando for assegurada que o serviço de saúde indígena seja feita seguindo os moldes do Edital de Chamamento Público n° 1/2017, lançado em 15 de maio de 2017.

“A situação encontrava-se em estado emergencial devido à morosidade da União em adotar as providências necessárias para reposição do quadro de profissionais da saúde indígena no Amapá. A União possuiu o período de um ano para proceder às contratações, mas somente iniciou o processo em maio, último mês do prazo de encerramento do contrato”, explicou no pedido.
Segundo o MPF, os contratos dos servidores da saúde, com vencimento para o dia 31 de dezembro de 2016, foram prorrogados três vezes para a contratação de profissionais por meio do modelo que a União entendesse adequado. A última prorrogação venceria em 30 de junho de 2017. 

No entanto, somente em maio foi publicado o edital de chamamento.
Além da contratação imediata de profissionais para composição de vagas para atendimentos médicos em aldeias do Amapá e Norte do Pará, MPF cobra da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) a melhor na qualidade e estrutura de atendimento.
Informações fornecidas ao MPF pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Macapá, em 2016, apontam que existia um déficit de mais de 400 profissionais para a plena assistência aos povos.
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Fonte: G1



SAÚDE


Proteína vegetal evita menopausa 

precoce

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Estudo mostra que ingestão diária de 3 a 4 porções de alimentos como feijão e pão preto reduz risco de encerramento do ciclo reprodutivo antes dos 45 anos  Foto: Reprodução

Última etapa do ciclo reprodutivo, a menopausa é esperada por volta dos 52 anos, embora possa acontecer, naturalmente, um pouco antes. Contudo, quando o fim do período fértil anuncia-se entre os 40 e os 45 anos, considera-se que a mulher entrou precocemente nessa fase. As causas são desconhecidas, mas sugere-se que fatores ambientais, de estilo de vida e genéticos (esses, menos frequentes) estejam por trás de um problema que afeta de 5% a 10% do mundo ocidental.
Agora, uma pesquisa da Universidade de Massachusetts em Amherst e da Faculdade de Saúde Pública Harvard T.H.Chan, ambas nos EUA, encontrou uma associação entre o consumo de proteínas vegetais e o prolongamento da função reprodutiva. No estudo, publicado no American Journal of Epidemiology e realizado com 85.682 norte-americanas, as cientistas Maegan Boutot e Elizabeth Bertone-Johnson constataram que mulheres que ingeriam de três a quatro porções diárias de fontes proteicas vegetais, como pão integral e feijões, tinham 16% menos risco de entrar na menopausa antes dos 45 anos.

Boutot e Bertone-Johnson explicam que a literatura científica evidencia que um consumo elevado de proteína vegetal, em animais, está relacionado ao retardo da menopausa. Em uma dessas pesquisas, 61 fêmeas de macacos receberam uma dieta rica em proteína animal (caseína e albumina) ou vegetal (soja com isoflavonas). Depois de 32 meses de tratamento, os ovários daquelas que consumiram a soja tinham significativamente mais folículos que os das demais.

Investigações prévias com humanos também sugerem essa associação. Citado pelas autoras no artigo, um estudo conduzido com 1.130 japonesas de 35 a 54 anos indicou que a ingestão de vegetais verdes e amarelos estava inversamente associada à incidência da menopausa ao longo de seis anos de acompanhamento. Essa foi a mesma constatação de uma pesquisa alemã realizada com 5,5 mil mulheres, à qual as autoras também fazem referência. Por fim, elas mencionam um estudo sobre composição dietética e infertilidade realizado nos Estados Unidos com mais de 1 mil participantes. O resultado foi que aquelas com consumo excessivo de proteína animal tinham mais risco de se tornaram inférteis antes do tempo, enquanto que a substituição de 5% desse nutriente pelo de origem vegetal reduzia a chance em 50%.

Agora, as pesquisadoras usaram informações do Estudo de Saúde de Enfermeiras — um grande banco de dados norte-americano sobre diversos aspectos da saúde de trabalhadoras da área que tem servido de base para pesquisas epidemiológicas — para confirmar essa associação. As mais de 85 mil mulheres foram acompanhadas ao longo de 11 anos, com questionários frequentes nos quais deviam informar hábitos alimentares e se já haviam entrado na menopausa. Depois de ajustar os fatores de risco, como tabagismo, sedentarismo e índice de massa corporal, as cientistas descobriram que as que consumiam 6,5% das calorias diárias de proteína vegetal tinham 16% menos risco de entrar precocemente na menopausa do que aquelas cuja ingestão desse nutriente chegava no máximo a 3,9% das calorias.

As investigadoras, em seguida, examinaram quais alimentos ricos em proteína estavam mais associados ao risco reduzido de menopausa precoce. Elas testaram como uma porção diária de carne vermelha, ave, frutos do mar, ovos, soja/tofu, ervilhas, feijões/lentilha, amendoim, nozes, manteiga de amendoim, macarrão, pão preto e cereal matinal poderiam influenciar nessa questão. Os alimentos que aparentemente têm mais potencial protetivo foram os três últimos. Carnes de qualquer tipo não aumentaram o risco, mas também não ofereceram nenhuma proteção contra a menopausa precoce.

“Uma compreensão melhor sobre como a ingestão de proteína vegetal está relacionada ao envelhecimento do ovário pode identificar formas de as mulheres modificarem seu risco de menopausa precoce e das condições de saúde associadas”, diz Maegan Boutot, primeira autora do estudo e pesquisadora da Universidade de Massachusetts em Amherst. (Leia Três perguntas para) Embora menos prejudicial do que a menopausa que ocorre antes dos 30 anos, a que surge entre os 40 e os 45 anos tem consequências como aumento do risco cardiovascular e de osteoporose, entre outros. Sem contar, claro, com a infertilidade.

A empresária Eliane Januzze, de 41, postergou a gestação devido à dificuldade em conciliar o trabalho com o MBA. Aos 37, foi surpreendida com alterações no fluxo menstrual e ondas de calor. “Depois de um ano, meu médico admitiu que eu estava na perimenopausa. Mas, como esses sintomas podem aparecer até 10 anos antes da menopausa, não fiquei muito preocupada. Ele me passou anticoncepcional, mas as pílulas me deixaram deprimida e com muita insônia”, relata. Em janeiro passado, Eliane completou um ano sem menstruar. Ou seja, encerrou, definitivamente, o período fértil. “Eu pensava em ter um filho depois dos 40, mas isso não vai acontecer, pelo menos não biologicamente. O que mais me incomoda é ser uma mulher jovem, mas com sintomas que atrapalham muito a qualidade de vida. Estou sempre cansada e tenho muita dor de cabeça”, diz a empresária.

Influência dos hábitos


A nutricionista e professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Brasília (UnB) Livia Penna destaca a importância do artigo de Maegan Boutot e Elizabeth Bertone-Johnson, principalmente por elas terem acompanhado, por muito tempo, um número expressivo de mulheres. “Trabalhos com animais já tinham feito a associação da proteína vegetal com o tempo de funcionamento dos ovários, mas esse é o primeiro que vejo com humanos”, diz a professora e autora do livro Maturescência, poder e cura da mulher na menopausa. “Esse estudo traz mais luz ao conhecimento sobre o que leva à menopausa precoce, um problema que não tem a ver com hereditariedade nem com a idade em que a mulher menstruou pela primeira vez. É um conhecimento que vou levar para meus cursos, porque pode ajudar muitas mulheres com 40 anos que queriam ter filhos, mas já estão entrando na menopausa”, conta Livia Penna, que ministra, periodicamente, o workshop Menopausa com saúde.

Também nutricionista, Daniel Novais, membro do Conselho Regional de Nutricionistas da 1ª Região (DF), diz que essa é mais uma evidência da associação entre o estilo de vida e a menopausa. Ele lembra que, além do fator protetivo sugerido pelo estudo norte-americano, já se sabe que o que se come influencia nos sintomas que tanto incomodam as mulheres. “O ganho de massa magra é importante para o controle hormonal e o controle dos sintomas da menopausa. Para ter massa magra é preciso fazer exercícios e consumir proteínas”, diz. Para Novais, as de origem animal são tão válidas quanto as vegetais. “É importante lembrar que a gordura visceral, essa que se concentra no abdômen, precisa ser reduzida porque ela baixa a produção dos hormônios femininos”, ensina.

Três perguntas para...

Maegan Boutot 

Principal autora do estudo e pesquisadora da Universidade de Massachusetts em Amherst, quando a pesquisa foi realizada

Há alguma explicação para a associação entre consumo de proteína vegetal e menor incidência de menopausa precoce?
Há apenas explicações hipotéticas para essa associação. No nosso artigo, propomos que dietas aterogênicas, ou aquelas que podem levar ao endurecimento e ao bloqueio das artérias, afetam negativamente o sistema reprodutivo ao diminuir o fluxo sanguíneo para dentro das artérias ovarianas. Mulheres que comem mais proteínas vegetais podem ficar protegidas ou, ao menos, menos propensas a experienciar esses efeitos cardiovasculares negativos no sistema reprodutivo, já que fontes de proteína vegetal contêm propriedades antiaterogênicas. A proteína vegetal também é menos aterogênica que a animal, em modelos animais. Contudo, não temos evidência suficiente para dizer que esse é o mecanismo causal por trás da nossa associação.

Como a sociedade ocidental consome grandes quantidades de carne, podemos esperar um aumento no número de mulheres que passarão pela menopausa precoce?

Eu não diria que devemos esperar um aumento. Nós descobrimos que não há associação entre consumo de proteína animal e menopausa precoce. Hipoteticamente, como as fontes de proteína vegetarianas e veganas estão se tornando mais populares, ao menos nos Estados Unidos, nós podemos ver um decréscimo na incidência da menopausa precoce, mas não posso afirmar com certeza.

As isoflavonas da soja podem contribuir para a incidência menor de menopausa precoce em mulheres que consomem mais proteínas vegetais?

Elas podem desempenhar um papel, mas é difícil dizer. As mulheres no nosso estudo não tendiam a consumir muita soja. A maior parte da proteína vegetal vinha de massas, pão preto e cereal matinal. Em modelos estatísticos que investigam a relação da soja com a menopausa precoce, nossos resultados foram insignificantes. Isso pode ser porque o consumo de soja na nossa população era muito baixo para se detectar uma relação, ou pode significar que não há uma relação. São necessários mais estudos. Já se sugeriu que as isoflavonas da soja protegem a função ovariana ao reduzir a inflamação e o estresse oxidativo, mas é difícil dizer qual seria essa causa dentro da nossa população estudada, já que consumiam pouca soja.

Fonte: Uai / Saúde Plena

    SAÚDE

    Alerta: supergonorreia impossível 

    de ser tratada está se espalhando, 

    declara OMS

    Casos de supergonorreia já foram detectados no Japão, França e Espanha
    Shutterstock/Divulgação
    Casos de supergonorreia já foram detectados no Japão, França e Espanha

    Batizada de supergonorreia , uma análise de 77 países verificou que a infecção, comum entre as doenças sexualmente transmissíveis (DST), não está sendo combatida com os antibióticos tradicionais. Isso porque a enfermidade está desenvolvendo uma resistência, evoluindo, e se tornando cada vez mais difícil de ser tratada.
    “A bactéria que causa a gonorreia é esperta. Toda vez que usamos uma nova classe de antibióticos para tratar a infecção ela evolui para resistir a eles”, declarou Teodora Wi, especialista em reprodução humana da OMS.
    Os casos onde o tratamento não está sendo eficaz foram identificados no Japão, França e Espanha. No entanto, a maioria dos registros da doença são encontrados em países mais pobres, onde é mais difícil ser detectadas e contabilizadas as dsts.

    Gonorreia

    Se não for tratada, a gonorreia pode causar infertilidade, doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e o aumento no risco de contrair HIV. Cerca de 78 milhões de pessoas contraem a DST por ano, conforme divulgou a OMS.
    A doença afeta os órgãos genitais – produzindo uma secreção verde ou amarela, o reto e a garganta.  Esse último local é atingido por conta da prática do sexo oral sem camisinha.

    A relação sexual sem proteção é o principal fator de risco, portanto, é de extrema importância o uso da camisinha durante todas as práticas de sexo para a prevenção dessa e de outras DSTs, já que, em algumas pessoas, os sinais da infecção podem não ser tão claros, ou simplesmente não aparecerem.
    De acordo com a OMS , um em cada dez homens e quase metade das mulheres infectadas não sofrerão nenhum sintoma. Mesmo assim, há algumas características que requerem atenção especial e, caso você perceba alguma delas, é melhor procurar um médico.

    Veja aqui quais são os principais sintomas da doença:

    No pênis

    • Dor e ardência ao urinar; 
    • Secreção abundante de pus pela uretra; 
    • Dor ou inchaço em um dos testículos. 
    Na vagina
    • Maior fluxo do corrimento vaginal, que pode ser apresentado com cor amarelada e odor desagradável; 
    • Dor e ardência ao urinar; 
    • Sangramento fora do período menstrual; 
    • Dores abdominais; 
    • Dor pélvica. 
    Em outras partes do corpo
    • Reto: coceira na região anal, secreção de pus e sangramentos; 
    • Olhos: dor, sensibilidade à luz, secreção de pus em um ou nos dois olhos; 
    • Garganta: dor, dificuldade para engolir e presença de placas amareladas; 
    • Articulações: vermelhidão, inchaço e dor.

    Fonte: Saúde

    SAÚDE

    Movimento antivacina cresce e 

    preocupa a saúde pública



    Resultado de imagem para MULTIVACINAS

    Incipiente no Brasil, movimento antivacina cresce em países da Europa e nos EUA Foto: Divulgação


    Bondes tombados, trilhos arrancados, calçamentos destruídos, além de 30 mortos, 110 feridos e cerca de mil detidos: no início do século XX, a falta de informação fez com que um grupo de pessoas no Rio de Janeiro literalmente se rebelasse contra a vacina que combatia a varíola, doença que àquela altura vinha causando milhares de mortes por ano. O episódio é registrado na história do Brasil como a Revolta da Vacina. Na época, o acesso restrito da população ao conhecimento sobre como a substância agia no corpo, aliada a uma adesão imposta pelo governo, provocaram insegurança e, consequentemente, a insurreição. 
    Mais de cem anos depois, parece que o excesso de informação, ironicamente, está gerando a mesma desconfiança. Nos Estados Unidos e na Europa, vem se fortalecendo um movimento antivacina, que é, inclusive, responsabilizado por surtos recentes de sarampo na Alemanha, Portugal e Itália. Nesta última, por exemplo, das 1.600 pessoas que pegaram sarampo em 2017, 88% não tinham tomado nenhuma dose da vacina. 
    O Brasil também tem seus representantes no movimento. E autoridades da área de saúde alertam que a não vacinação – seja por desconfiança da eficácia da vacina ou por negligência em relação às indicações de imunização – pode acarretar um grave problema de saúde pública. 
    A questão da postura antivacina é que ela acarreta riscos não só individuais, mas coletivos, como observa a infectologista e professora de medicina da UFMG Marise Fonseca. “Nós temos um programa no serviço público de saúde muito importante, forte, atual. O Ministério da Saúde tem metas de imunização justamente para proteger o indivíduo e a comunidade como um todo. Se essa meta não é alcançada, não se consegue a proteção em rebanho, ou seja, se um grupo de pessoas desestimula, amedronta as pessoas com relação às vacinas, a cobertura baixa e a chance de o agente infeccioso reaparecer e circular é muito maior. É o que estamos vendo na Europa com o caso do sarampo”, explica.
    A vacina, segundo a infectologista, é o recurso que mais impactou positivamente a saúde pública, principalmente na questão da mortalidade infantil, e não aderir à vacinação traz implicações sobretudo para as camadas mais desfavorecidas da sociedade. “Uma pessoa saudável e bem nutrida que não se vacinou contra hepatite B, por exemplo, pode ter contato com o vírus selvagem (que não foi enfraquecido para ser inoculado) e conseguir que seu organismo se i<CW-42>munize sozinho, mas enquanto isso acontece ela estará infectada e será um transmissor. Se nesse período ela tiver contato com uma criança de condição socioeconômica ruim, que estiver mal nutrida, ela pode até morrer”, afirma. “É como quando alguém que opta por beber e dirigir: não põe só a própria saúde em risco, mas também a dos outros”.
    Causas
    A disseminação de informações do movimento antivacina ocorre principalmente em grupos de pais nas redes sociais. Grupos no Facebook no Brasil, hoje, contam com mais de 13 mil participantes. Nesses espaços, compartilham textos publicados em blogs e sites de origem controversa, muitos deles de outros países e em inglês, sobre as supostas reações às vacinas, tais como danos cerebrais e até autismo. 
    Pampulha tentou fazer contato com membros de um desses grupos no Facebook, que tem cerca de 6.000 membros. Mas o post feito pela repórter em busca de voluntários com quem conversar não foi aceito e ela foi banida do grupo – os meios de comunicação tradicionais são considerados aliados do pensamento pró-vacina. Além disso, adeptos dessa ideologia não costumam se identificar por medo de serem denunciados ao Conselho Tutelar.
    Já há algum tempo, as autoridades vêm observando essas mobilizações com receio. E elas não necessariamente acontecem entre pessoas com baixo nível de instrução. Uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde em 2014 detectou que a média da vacinação no Brasil era de 81,4%, enquanto que na classe A era de 76,3%. 
    No fim de maio, o médico Dráuzio Varella, criticou duramente essas pessoas em sua coluna na “Folha de S.Paulo”. “É um contingente formado, sobretudo, por pessoas que tiveram acesso a escolas de qualidade e às melhores fontes de informação, mas acreditam piamente em especulações estapafúrdias sobre os possíveis malefícios da vacinação. (...) Essas sumidades têm todo o direito de discordar dos médicos e dos avanços científicos, mas deveriam ser coerentes. Por que não aconselham os filhos a fumar? As filhas a fazer sexo sem proteção? Por que não amamentam os recém-nascidos com mamadeiras e leite em pó em vez de oferecer-lhes o seio materno, por pelo menos seis meses, como recomenda o mesmo Ministério da Saúde que vacina as crianças?”, disse.
    O Ministério da Saúde também constatou que, no ano passado, a cobertura da segunda dose da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, teve adesão de apenas 76,7% do público-alvo. Além disso, a cobertura vacinal está abaixo do esperado em pelo menos seis vacinas – hepatite A, rotavírus, influenza, HPV, poliomielite, pentavalente e meningocócica C.
    A coordenadora do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, Carla Domingues ressalta que não bastam apenas os esforços do Governo Federal. “Estados e municípios têm papel fundamental na vigilância dos dados de suas salas de vacinação para que, quando observada uma tendência de queda, avaliem os motivos e trabalhem estimulando a vacinação da população”, afirma. “Atualmente, são disponibilizadas pela rede pública de saúde, de todo o país, cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos ao ano, para combater mais de 20 doenças, em diversas faixas etárias”.
    Processo

    Confiável Todas as vacinas ofertadas no Sistema Único de Saúde são seguras e passam por um processo rigoroso de avaliação de qualidade, obedecendo a critérios padronizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
    Processo Após aprovação em testes de controle do laboratório produtor, cada lote de vacina é submetido à análise no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). 
    Critério Desde 1983, os lotes por amostragem de imunobiológicos adquiridos pelos programas oficiais de imunização vêm sendo analisados, garantindo sua segurança, potência e estabilidade, antes de serem utilizados na população. 
    Fonte: Carla Domingues, coordenadora do PNI
    Avanço
    Pesquisa A maior parte das vacinas em uso foi desenvolvida de forma empírica, ou seja, com metodologia baseada em tentativa e erro e sem a compreensão de como funcionam. Pesquisa em curso na USP, porém, busca entender melhor esses mecanismos e desenvolver melhores compostos (ou até novos), para doenças ainda sem vacinação.
    Pistas Um dos responsáveis pelo estudo, o professor Helder Nakaya, diz que a meta é entender os processos que operam a nível molecular. “A maioria funciona inativando ou atenuando o agente, o que deu certo para doenças como malária, coqueluche, rubéola, mas não para outras, como malária, dengue, HIV. A pesquisa tenta fornecer pistas mais detalhadas do que ocorre justamente para melhorar a resposta imunológica”, diz.
    Proporção Nakaya ressalta que na comunidade científica a proporção de detratores da vacina é absurdamente inferior à de defensores. “Há quem acredite que há um racha, mas os que são contra são uma parcela insignificante”.
    Risco da doença é mais grave
    O fotógrafo Jorge (nome fictício), 57, há muito é crítico da medicina tradicional alopata. Foi por isso que, quando sua filha, que hoje tem 22 anos, nasceu, ele e a ex-esposa optaram por não vaciná-la. “Sempre questionei essa medicina que deseja extirpar a doença e não tratar o doente. Ela, a meu ver, não quer que as pessoas se fortaleçam e tenham boa saúde, pois assim não teriam como vender mais medicamentos, vacinas etc.”, diz.
    Das previstas no calendário nacional de vacinação, deram à filha somente a que previne a poliomielite, por considerarem a doença mais perigosa, incapacitante. Mas, em geral, preferem que a prevenção seja feita de outra forma. “A melhor maneira de se cuidar, de ter boa saúde, é tratando bem do seu corpo, sua mente, seu espírito: boa alimentação, sono, exercícios físicos, meditação”, afirma. “Quando há um desequilíbrio e adoeço, sei que são apenas sintomas de algo mais profundo (raiva, tristeza, intolerância, rigidez em excesso, mau humor, impulsividade desmedida...). Então, nesse caso, procuro a homeopatia, que irá tratar desses sinais mais profundos”.
    O homeopata com quem Jorge se trata, Antonio Carlos Gonçalves da Cruz, afirma que não é contra vacina, mas que ela não se encaixa na forma que a homeopatia enxerga a saúde. “Eu não me considero contra a vacina, mas também não sou a favor. Há casos em que ela se aplica e outros que não”, diz. “A homeopatia se baseia na experiência, mas experiência na saúde e não na doença. Essa é a grande diferença, a experiência da ciência é na doença e feita nas massas. Nós tratamos os indivíduos, mas a vacina é deduzida da experiência da doença que tratará as massas. E não é possível produzir uma vacina homeopática porque ela não considera as individualidades. Ausência de doença não necessariamente é saúde”.
    Oposição parcial
    A professora aposentada Maria Câmara, 62, não é contra vacinas, mas decidiu que não vai tomar a da gripe, pois não a considera suficientemente desenvolvida. “Sei que contestar vacina é coisa de pessoas que não têm conhecimento e sei da importância das vacinas em geral, mas na vacina contra gripe, cujo grupo de risco eu faço parte, eu não confio. Já vi muitas pessoas terem reações adversas a ela, inclusive meu pai, que tem 88 anos e em geral é muito saudável, mas quase foi parar na UTI após tomá-la”, conta.
    Ciclos
    Os efeitos colaterais de determinadas vacinas e até riscos, em alguns casos, são uma realidade, como observa a infectologista e professora da Faculdade de Medicina da UFMG Marise Fonseca. “Algumas delas têm, sim, contraindicações. A da gripe, por exemplo, não pode ser aplicada em quem tem alergia severa a ovo. Mas em geral os efeitos adversos são raros. Exceto em situações muito específicas, o risco de contrair a doença é muito maior do que o risco imposto pela vacina”, diz. Ela cita o caso da primeira versão da vacina do rotavírus que foi tirada de circulação após a constatação de que provocava efeito adverso grave.
    Há também quem acredite que a concentração de muitas vacinas nos três primeiros meses da criança seja problemática, o que a infectologista refuta. “Está comprovado que isso não traz malefícios e é importante aproveitar a oportunidade da presença da criança no serviço de saúde. A meningite, por exemplo, é um problema gravíssimo. Se esperar o bebê crescer demais a bactéria circula, é arriscado”, explica. “Por isso foram criadas várias vacinas combinadas, nas rotinas corridas que levamos hoje, poderia acabar provocando a negligência das pessoas. Sem contar que quanto menos intervenções, melhor”.
    O professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP Helder Nakaya chama atenção para o fato de que as pessoas que adotam essa postura estão preocupadas com a própria saúde e com a dos filhos, é algo feito com a melhor das intenções. Isso torna ainda mais capcioso o processo de refutação. Por outro lado, ele acredita que a humanidade vive ciclos. “Quando as pessoas ficam protegidas, deixam de se vacinar por conta da sensação de segurança. E aí a doença volta e elas começam a aceitar a vacina de novo. Estamos num momento bom, por isso elas acham que não precisam”, conclui.
    Pelo mundo
    Estados Unidos O avanço dos movimentos antivacina em território norte-americano desperta a preocupação do Centers for Disease Control and Prevention (Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças, ou CDC, na sigla em inglês). Segundo dados do órgão, somente em 2015 foram registrados mais de 48,2 mil casos de coqueluche no país – o maior índice desde 1955, 438 de caxumba e 189 de sarampo, todos preveníveis por vacinas.
    Itália Para o governo do país, o grave surto de sarampo (1.603 casos no último ano) deve-se à força do movimento antivacina que circula pelo território e o crescente número de pessoas que se recusam a ser vacinadas. Inclusive, na tentativa de contornar a epidemia, as regiões da Itália caminham para promulgar uma lei nacional que torne a vacinação obrigatória.
    Mapa interativo Um relatório produzido em 2014 pelo Council of Foreign Relations, uma entidade internacional voltada para a política e sediada em Nova York, deu origem a um mapa interativo que mostra os surtos de doenças evitáveis por vacinas ao redor do mundo de 2008 até os dias atuais. Constantemente atualizado, o mapa é encabeçado por Laurie Garrett, uma especialista em saúde global que acredita que os surtos de doenças como caxumba, sarampo e coqueluche estão relacionados aos movimentos antivacina. Acesse o mapa em goo.gl/5LxvZe (em inglês).
    Origem do movimento antivacina
    Foi no ano de 1998 que o médico britânico Andrew Wakefield provocou celeuma em todo o mundo ao publicar, na revista científica “The Lancet” um estudo no qual relacionava casos de autismo a uma pane no sistema imunológico decorrente da administração da vacina tríplice viral (contra caxumba, sarampo e rubéola). Wakefield partiu de um grupo de 12 crianças portadoras de autismo, das quais oito teriam os primeiros sintomas da síndrome duas semanas após terem tomado a vacina. O estudo aventava a hipótese de os estímulos “excessivos” da vacina terem afetado o sistema imunológico. Como consequência, uma inflamação do intestino teria levado toxinas ao cérebro.
    No entanto, investigações apontaram que as crianças voluntárias do estudo haviam sido indicadas por um escritório de advocacia que queria processar a indústria farmacêutica. Em 2010, a “The Lancet” retirou o estudo de seu site. No mesmo ano, o Conselho Britânico de Medicina cassou a licença de Wakefield. No entanto, a semente da dúvida já havia sido plantada. Para se ter uma ideia, em 2013, nos EUA, o sarampo atingiu 189 pessoas, após estar erradicado há quase 15 anos. Vale lembrar que quase todos os Estados norte-americanos permitem a isenção de vacinas em crianças se a família alegar motivos religiosos.
    Em 2014, o médico francês Bernard Dalbergue, ex-funcionário do laboratório Merck, Sharp and Dohme (MSD) publicou um livro revelando o que seriam as entranhas da indústria farmacêutica, e apontando que algumas das vacinas em uso careciam de estudos aprofundados. No entanto, foi acusado de querer se vingar da empresa após ser demitido.
    O professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP Helder Nakaya refuta a tese de que a indústria farmacêutica exerceria lobby para pressionar as pessoas a se vacinarem. “O interesse maior é em desenvolver medicamentos para tratar as doenças e não em imunizar as pessoas para que a doença não aconteça. É menos lucrativo”, pontua.
    Fonte: O Tempo

    SAÚDE

    7 mitos sobre a quimioterapia e o câncer

    O tratamento, embora tenha reação adversas consideráveis, não é mais tão agressivo quanto antes. Por exemplo: nem todo mundo fica careca ou infértil

    quimioterapia




    De tão mal falada, a quimioterapia parece mais uma vilã do que um tratamento contra o câncer. Não se engane: apesar de realmente acarretar efeitos colaterais bastante incômodos em certos casos, essa estratégia salva muitas vidas. Um levantamento de 2012 do Instituto Nacional de Câncer, por exemplo, indica que mais de 70% do orçamento brasileiro para tratar essa doença foi destinado a custear esses fármacos.
    Para contextualizar à população qual o real impacto dos quimioterápicos — que inclusive evoluíram bastante ao longo das décadas —, médicos da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc) listaram mitos bastante disseminados sobre o assunto. “A generalização de sintomas que nem sempre acontecem tem consequências negativas. Muitos pacientes sofrem antecipadamente com perdas que talvez nem ocorram”, comenta o oncologista Claudio Ferrari, secretário de comunicação da Sboc.

    SAÚDE elencou as questões apontadas pelos especialistas e o que de fato é verdade em cada situação. Confira:
    1. Meu cabelo sempre vai cair
    A queda dos fios, ou alopecia, depende fundamentalmente do tipo de medicamento. Sim, existem vários tipos de quimioterápicos, cada um com suas indicações — nem toda químio provoca esse efeito adverso. Fora que a intensidade da queda de cabelo também varia. E, mesmo nos pacientes que ficam completamente carecas, os fios voltarão a nascer com o tempo.
    Mais recentemente, uma touca térmica que resfria o couro cabeludo durante a infusão do medicamento ganhou destaque. A queda na temperatura diminui a concentração dos fármacos nas raízes, o que chega a prevenir a encrenca em parte dos casos. Entretanto, o Sistema Único de Saúde não oferece a tecnologia.

    2. Terei náuseas e vômitos diariamente
    Esses são efeitos adversos cada vez menos frequentes durante o tratamento do câncer. Eles dependem de uma série de fatores — de novo, o mais importante é a medicação que será empregada.
    A sensibilidade de cada indivíduo é outro elemento importante. Gente que resiste menos a situações do cotidiano que podem ser associadas à regurgitação teriam um maior risco de ficar muito enjoadas durante o tratamento.
    Atualmente, os médicos possuem uma série de drogas eficazes para debelar esses sintomas. E o paciente também pode contribuir ao tomar cuidados específicos na dieta. Por exemplo: aposte em alimentos e bebidas de fácil digestão.

    3. Sexo está proibido

    Sim, é fundamental respeitar eventuais limites do corpo. E nem sempre a disposição para transar se mantém. Dito isso, não há uma contraindicação formal para todos os casos. É importante destacar que um eventual impedimento durante a quimioterapia não significa que os parceiros estão proibidos de buscar intimidade e trocar afeto.
    Vamos agora a um ponto importante: mulheres diagnosticadas com câncer não devem estar grávidas ao iniciar o tratamento e precisam adotar métodos contraceptivos eficazes. Existe uma preocupação com o risco de que os medicamentos interfiram com o desenvolvimento do embrião, especialmente durante o primeiro trimestre da gestação.

    4. Não posso brincar com meus animais

    A companhia dos pets às vezes é importantíssima para atenuar o estresse e melhorar a autoestima. É claro que, em casos específicos, o afastamento temporário se torna necessário por causa de baixas no sistema imunológico do organismo. Do contrário, os bichos são até aliados.

    5. Salão de beleza, nunca mais

    O paciente não precisa abrir mão de sua vaidade, especialmente se essa prática ajudá-lo a se sentir melhor. Mas, ao longo do tratamento, é recomendável evitar a retirada de cutículas por causa do risco de inflamações e infecções severas. Em relação ao uso de tinturas, inexistem contraindicações, desde que não causem irritação ou alergia.

    6. Vou me isolar durante o tratamento

    Na maioria dos casos isso não é necessário. O isolamento é indicado em situações especiais, como quando as terapias comprometem os glóbulos brancos, responsáveis por nos proteger de infecções. Aí realmente é bom evitar grandes aglomerações.

    7. O tratamento deixa as pessoas inférteis

    É verdade que, não raro, o procedimento mais adequado contra a doença aumenta o risco de esterilização. Porém, mesmo nessas situações, há diferentes técnicas laboratoriais para preservar a fertilidade tanto do homem como da mulher. O congelamento de esperma, óvulos ou embriões é uma alternativa.
    Fonte: Saúde Abril

    ESPORTES

    Manchester United chega a acordo com o Everton para a compra de Lukaku


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    O jogador de 24 anos, que tem 20 gols pela Bélgica e anotou 25 na última temporada do Campeonato Inglês, deve chegar ao Manchester United pelo valor de 75 milhões de libras (cerca de R$ 317 milhões), segundo especula a mídia local. A cifra o tornaria o segundo jogador mais caro da história do clube, atrás apenas do meio-campista francês Paul Pogba.
    “O Manchester United está muito satisfeito em anunciar que chegou a um acordo com o Everton pela transferência de Romelu Lukaku”, confirmou o clube em seu site oficial. “A transferência está sujeita agora a termos médicos e pessoais.”
    O novo reforço chega como substituto do atacante sueco Zlatan Ibrahimovic, dispensado pelo clube após sofrer uma grave contusão no joelho, que inclusive pode colocar sua carreira em risco.
    Há poucas semanas, o Manchester United já havia confirmado a contratação do zagueiro Victor Lindelof, um dos nomes mais cobiçados desta janela para transferências e que pertencia ao Benfica.

    ESPORTES

    Brasil é dominado e perde para a Sérvia por 3 sets a 0 no Grand Prix

    O resultado deixou a Sérvia com seis pontos, provisoriamente na liderança do Grand Prix, importante competição que reúne 12 das principais seleções do vôlei feminino. O Brasil, por sua vez, permaneceu com três pontos.
    Atual campeã da competição e em busca de seu 12º título, a equipe de José Roberto Guimarães apostou em uma renovação para o torneio. Assim, nomes como a líbero Suelen e a ponteira Rosamaria, entre outras, foram convocadas em um time com poucas remanescentes da Olimpíada do Rio-2016, como Natália e Tandara.
    E, embalada ao conquistar o Torneio de Montreux e vencer amistosos contra República Dominicana, Polônia e Turquia, a renovada equipe teve boa estreia na sexta, contra a Bélgica, ao ganhar por 3 a 0 (25/22, 25/23 e 25/18).
    Neste sábado, contudo, diante de uma equipe mais sólida, o cenário foi bem diferente. A seleção brasileira ficou praticamente todo o tempo atrás no placar e quase não ameaçou a Sérvia, que fechou os três sets com impressionante tranquilidade.
    Mais agressiva, a equipe europeia até viu as brasileiras fazerem mais pontos no ataque – 40 a 39. Mas foi totalmente dominante no bloqueio (11 pontos contra 4) e no saque (11 a 1) e impediu que o time de José Roberto Guimarães tivesse ritmo de jogo.
    O grande nome do duelo foi Brankica Mihajlovic, que marcou 20 pontos de ataque, três de saque e um de bloqueio, terminando o confronto com 24 acertos, 11 a mais do que Tandara, a principal pontuadora brasileira.
    A seleção tenta se reabilitar neste domingo, às 13h30, quando enfrenta a Turquia às 13h30 (horário de Brasília).