Auditores do TCU pedem cassação de investigados na Câmara do DF
Pedido precisa passar por Mesa Diretora, Corregedoria e Comissão de Ética.
Cinco deputados são citados em esquema; Polícia Civil fez apreensões.
A União dos Auditores Federais de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (Auditar) informou nesta terça-feira (23) que vai pedir a cassação dos deputados suspeitos de envolvimento em um esquema de propina na Câmara Legislativa do Distrito Federal. A nota não detalha nomes, mas cita o afastamento dos integrantes da Mesa Diretora da Casa, determinado pela Justiça.
A entidade afirma que vai protocolar representação pedindo a abertura imediata de processo de perda de mandato, com base em condutas "frontalmente incompatíveis com a ética e o decoro parlamentar". Pelo regimento da Câmara, o pedido precisa passar pela Mesa Diretora e pela Corregedoria antes de chegar à Comissão de Ética.
No comunicado, a Auditar expressa "profunda preocupação" com o escândalo, revelado na última semana a partir de áudios gravados pela deputada Liliane Roriz (PTB). A presidente afastada da Casa, Celina Leão (PPS), é acusada de articular pagamento de propina em troca da quitação de dívidas do governo do DF, relativas à gestão das UTIs.
"Essa forma desprezível de fazer política tem custado a vida de nossas crianças e jovens, que morrem diariamente nos corredores dos hospitais por falta de saúde pública, e nas ruas por falta de segurança", diz a Auditar. O texto é assinado pelo presidente da entidade, Paulo Martins.
A nota diz que a cassação dos mandatos parlamentares é "o mínimo que se espera dos agentes responsáveis" e que "qualquer movimento contrário será prova inconteste de que, a podridão revelada pelos áudios, tomou por completo a Casa". Até a noite desta terça, nenhum pedido oficial tinha sido protocolado na Mesa.
Mesa afastada
Na noite desta segunda-feira (22), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal determinou o afastamento de toda a Mesa Diretora da Câmara Legislativa. A medida cautelar (ou seja, antes do julgamento do mérito) foi pedida pelo Ministério Público do DF, para apurar suspeitas de pagamento de propina que teriam beneficiado os deputados.
A decisão é do desembargador Humberto Adjuto Ulhoa e vale até o fim das investigações. Foram afastados a presidente Celina Leão e os secretários Raimundo Ribeiro (PPS), Júlio César (PRB) e Bispo Renato Andrade (PR). A vice-presidente, Liliane Roriz (PTB), havia renunciado ao cargo.
Com o afastamento, o recém-eleito vice-presidente Juarezão (PSB) deve coordenar os trabalhos até o fim do ano. Suplentes dos secretários, os distritais Lira (PHS), Agaciel Maia (PR) e Rodrigo Delmasso (PTN) assumem as vagas pelo mesmo período. Nesta terça, Celina informou que a composição antiga da Mesa Diretora deve recorrer da decisão judicial.
Investigação
A polícia apura denúncias da deputada Liliane Roriz (PTB) de que a presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), articulou um esquema de pagamento de propina e desvio de recursos de emendas parlamentares que seriam usados para pagar contratos de gestão de UTIs.
Além dos membros da Mesa Diretora, a operação deflagrada pela Polícia Civil nesta terça também investiga o deputado Cristiano Araújo (PSD), citado nos áudios; o servidor da Câmara Alexandre Braga Cerqueira, o ex-servidor Valério Neves Campos e o ex-presidente do Fundo de Saúde do DF Ricardo Cardoso. Todos foram intimados a depor.
No total, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de condução coercitiva e 4 de afastamento cautelar. As buscas foram feitas nos gabinetes parlamentares, na Presidência da Câmara e na residência das pessoas citadas. Segundo o Ministério Público, todos se apresentaram espontaneamente, dispensando o cumprimento da condução coercitiva.
“As investigações são sigilosas. Elas vieram a conhecimento público antes do momento que julgávamos oportuno. Essa palavra é muito cara, porque o princípio mais importante da investigação é a oportunidade. Isso exigiu do MP e do Judiciário a tomada de medidas na manhã de hoje”, afirmou o promotor de Justiça do Grupo de Apoio ao Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Clayton Germano.
A ação policial ocorre quase uma semana depois de a corporação apreender documentos e computadores no Palácio do Buriti, em uma investigação para apurar suspeitas de extorsão contra a presidente do sindicato dos servidores na Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues.
Nos áudios feitos por Liliane, Celina fala sobre mudança de finalidade de uma emenda parlamentar que direcionou R$ 30 milhões da sobra orçamentária da Câmara a um grupo de seis empresas que prestam serviço de UTI. Segundo as denúncias, parte dos recursos foram repassados a deputados da Mesa Diretora.
Fonte: G1
A União dos Auditores Federais de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (Auditar) informou nesta terça-feira (23) que vai pedir a cassação dos deputados suspeitos de envolvimento em um esquema de propina na Câmara Legislativa do Distrito Federal. A nota não detalha nomes, mas cita o afastamento dos integrantes da Mesa Diretora da Casa, determinado pela Justiça.
A entidade afirma que vai protocolar representação pedindo a abertura imediata de processo de perda de mandato, com base em condutas "frontalmente incompatíveis com a ética e o decoro parlamentar". Pelo regimento da Câmara, o pedido precisa passar pela Mesa Diretora e pela Corregedoria antes de chegar à Comissão de Ética.
No comunicado, a Auditar expressa "profunda preocupação" com o escândalo, revelado na última semana a partir de áudios gravados pela deputada Liliane Roriz (PTB). A presidente afastada da Casa, Celina Leão (PPS), é acusada de articular pagamento de propina em troca da quitação de dívidas do governo do DF, relativas à gestão das UTIs.
"Essa forma desprezível de fazer política tem custado a vida de nossas crianças e jovens, que morrem diariamente nos corredores dos hospitais por falta de saúde pública, e nas ruas por falta de segurança", diz a Auditar. O texto é assinado pelo presidente da entidade, Paulo Martins.
A nota diz que a cassação dos mandatos parlamentares é "o mínimo que se espera dos agentes responsáveis" e que "qualquer movimento contrário será prova inconteste de que, a podridão revelada pelos áudios, tomou por completo a Casa". Até a noite desta terça, nenhum pedido oficial tinha sido protocolado na Mesa.
Mesa afastada
Na noite desta segunda-feira (22), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal determinou o afastamento de toda a Mesa Diretora da Câmara Legislativa. A medida cautelar (ou seja, antes do julgamento do mérito) foi pedida pelo Ministério Público do DF, para apurar suspeitas de pagamento de propina que teriam beneficiado os deputados.
Na noite desta segunda-feira (22), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal determinou o afastamento de toda a Mesa Diretora da Câmara Legislativa. A medida cautelar (ou seja, antes do julgamento do mérito) foi pedida pelo Ministério Público do DF, para apurar suspeitas de pagamento de propina que teriam beneficiado os deputados.
A decisão é do desembargador Humberto Adjuto Ulhoa e vale até o fim das investigações. Foram afastados a presidente Celina Leão e os secretários Raimundo Ribeiro (PPS), Júlio César (PRB) e Bispo Renato Andrade (PR). A vice-presidente, Liliane Roriz (PTB), havia renunciado ao cargo.
Com o afastamento, o recém-eleito vice-presidente Juarezão (PSB) deve coordenar os trabalhos até o fim do ano. Suplentes dos secretários, os distritais Lira (PHS), Agaciel Maia (PR) e Rodrigo Delmasso (PTN) assumem as vagas pelo mesmo período. Nesta terça, Celina informou que a composição antiga da Mesa Diretora deve recorrer da decisão judicial.
Investigação
A polícia apura denúncias da deputada Liliane Roriz (PTB) de que a presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), articulou um esquema de pagamento de propina e desvio de recursos de emendas parlamentares que seriam usados para pagar contratos de gestão de UTIs.
A polícia apura denúncias da deputada Liliane Roriz (PTB) de que a presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), articulou um esquema de pagamento de propina e desvio de recursos de emendas parlamentares que seriam usados para pagar contratos de gestão de UTIs.
Além dos membros da Mesa Diretora, a operação deflagrada pela Polícia Civil nesta terça também investiga o deputado Cristiano Araújo (PSD), citado nos áudios; o servidor da Câmara Alexandre Braga Cerqueira, o ex-servidor Valério Neves Campos e o ex-presidente do Fundo de Saúde do DF Ricardo Cardoso. Todos foram intimados a depor.
No total, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de condução coercitiva e 4 de afastamento cautelar. As buscas foram feitas nos gabinetes parlamentares, na Presidência da Câmara e na residência das pessoas citadas. Segundo o Ministério Público, todos se apresentaram espontaneamente, dispensando o cumprimento da condução coercitiva.
“As investigações são sigilosas. Elas vieram a conhecimento público antes do momento que julgávamos oportuno. Essa palavra é muito cara, porque o princípio mais importante da investigação é a oportunidade. Isso exigiu do MP e do Judiciário a tomada de medidas na manhã de hoje”, afirmou o promotor de Justiça do Grupo de Apoio ao Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Clayton Germano.
A ação policial ocorre quase uma semana depois de a corporação apreender documentos e computadores no Palácio do Buriti, em uma investigação para apurar suspeitas de extorsão contra a presidente do sindicato dos servidores na Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues.
Nos áudios feitos por Liliane, Celina fala sobre mudança de finalidade de uma emenda parlamentar que direcionou R$ 30 milhões da sobra orçamentária da Câmara a um grupo de seis empresas que prestam serviço de UTI. Segundo as denúncias, parte dos recursos foram repassados a deputados da Mesa Diretora.
Fonte: G1