sábado, 26 de outubro de 2013

Primeiro dia de Enem 2013

Prova deste ano tem mais de 7,1 milhões de candidatos inscritos


Prova deste ano tem mais de 7,1 milhões de candidatos inscritos - 1 (© Alex Silva Estadão)

A auxiliar de administração Ananda Oliveira, de 18 anos, chorava em frente à Uninove, minutos após o fechamento do portão. Ela estuda Engenharia Civil na Unip e ia tentar fazer o Enem para entrar no mesmo curso, na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). "Fiz o Enem outros anos, mas não consegui pontuação para Ufscar. Hoje vim com esse objetivo, mas o trânsito estava parado e cheguei às 13h02", afirma. Ela estava acompanhada do pai, Irmar Rodrigues de Oliveira, de 54 anos.

Prova deste ano tem mais de 7,1 milhões de candidatos inscritos - 1 (© Alex Silva Estadão)
O Enem tem edição recorde em 2013: são esperados 7,1 milhões de candidatos neste sábado, 26, e domingo, 27. Primeira vez, todas as 59 universidades federais do País vão adotá-la como processo seletivo - ou parte dele - para novos alunos. O exame começa, nos dois dias, às 13h, pelo horário de Brasília.

Prova deste ano tem mais de 7,1 milhões de candidatos inscritos - 1 (© Alex Silva Estadão)

O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) farão monitoramento do Enem nas redes sociais para acompanhar o comportamento de estudantes que usarem celular e outros equipamentos eletrônicos nos locais da prova para postar fotos do exame.

Prova deste ano tem mais de 7,1 milhões de candidatos inscritos - 1 (© Alex Silva Estadão)

Para a prova, alunos devem utilizar caneta esferográfica preta. É bom levar água e algum alimento leve, como uma barra de cereal ou chocolate, para aguentar a tarde de prova. Não é permitido deixar o local de prova antes de duas horas após o início da prova. Apenas os participantes que saírem da sala nos 30 minutos que antecederem o término das provas podem levar seus cadernos de questões.

Prova deste ano tem mais de 7,1 milhões de candidatos inscritos - 1 (© Alex Silva Estadão)
O portão da Uninove da Barra Funda, na região oeste da cidade, abriu às 11h45 para a entrada dos candidatos. O movimento de candidatos já era grande por volta das 11 horas. A estudante Cibele Santos, de 18 anos, chegou cedo para garantir a entrada na prova. 'Já fiz o exame no ano passado e estudei bastante', diz ela, que vai tentar ingressar no curso de fisioterapia da Anhembi Morumbi.

Prova deste ano tem mais de 7,1 milhões de candidatos inscritos - 1 (© Alex Silva Estadão)

RJ. Candidatos entram na Universidade do Rio de Janeiro (UERJ) no bairro do Maracanã, na zona norte da cidade.

Prova deste ano tem mais de 7,1 milhões de candidatos inscritos - 1 (© Alex Silva Estadão)

A candidata Dominique Mantuano, de 19 anos, chegou atrasada para prova na Uerj, zona norte do Rio, e não conseguiu entrar.

Prova deste ano tem mais de 7,1 milhões de candidatos inscritos - 1 (© Alex Silva Estadão)

Lucas de Moura chegou atrasado para fazer Enem na Uniban Vila Maria, na zona norte da capital paulista, neste sábado, 26.

Prova deste ano tem mais de 7,1 milhões de candidatos inscritos - 1 (© Alex Silva Estadão)

Candidatos correram para chegar a tempo da prova deste sábado na Uniban da Vila Maria, zona norte de São Paulo.

FONTE: MSN

Primeiro voo com bioquerosene comemora o Dia do Aviador


A aviação brasileira realizou na quarta-feira, 23 de outubro [Dia do Aviador] o primeiro voo comercial com bioquerosene [um biocombustível] utilizado pela companhia Gol Linhas Aéreas para na rota São Paulo-Brasília. 



A aeronave, da marca Boeing, decolou do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino ao Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília.
Conforme comunicado da Gol, a utilização de bioquerosene pode reduzir em até 80% o efeito de emissão de gases de carbono. A companhia espera implantar o uso desse biocombustível em 200 rotas durante a Copa do Mundo de 2014.
Dados da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), apontam que 43% do custo das passagens no país corresponde ao valor do combustível.
O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, pediu "mais políticas públicas" para promover o uso dessa tecnologia e reduzir o custo que se tem com os atuais combustíveis fósseis. No entanto, o ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, considerou que ainda é cedo para falar dessas políticas na aviação do país.
A tecnologia de combustível renovável foi desenvolvida pela empresa americana Amyris, em sua filial no Brasil.  

FONTE: BLOG DO PROFESSOR CARLÃO

Parque do Areal é 10º entregue com melhorias


Governador em exercício visitou local na manhã de hoje para inaugurar 1ª etapa de obras previstas pelo programa "Brasília, Cidade Parque"
BRASÍLIA (26/10/13) – O Parque do Areal, em Águas Claras, foi devolvido à população na manhã de hoje com nova sede administrativa, guarita, quadras society e de futsal, campo de areia e playground, além de uma pista de cooper, o que totaliza R$1,2 milhão em investimentos.

"Essa ação faz parte de um grande projeto de compensação ambiental para que todos os parques recebam infraestrutura para a população. Esses equipamentos públicos e esta cerca instalados aqui representam 57 hectares de terra sob proteção ambiental", destacou o governador em exercício, Tadeu Filippelli, durante a entrega do parque.

O parque, com uma área de 52,918 hectares, existe há cerca de 10 anos e foi contemplado pelo programa de compensação ambiental do GDF "Brasília, Cidade Parque", que revitalizará e legalizará os 72 parques do DF.

"O programa "Brasília, Cidade Parque" está trazendo de volta a qualidade de vida das pessoas. Um parque próximo de casa promove saúde para toda família", destacou o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Eduardo Brandão.

Segundo ele, outros locais do parque também serão contemplados com uma segunda etapa de benfeitorias, que deve começar até 2014.

O parque do Areal tem capacidade para atender, diariamente, 500 pessoas, e encontra-se em uma região alta, que permite vista privilegiada de Águas Claras, Guará e Plano Piloto.

Durante a inauguração, as crianças participaram de atividades e tiveram lazer com brinquedos infláveis, pipoca e algodão doce, e mesa de frutas e sucos.

BALANÇO– O programa "Brasília, Cidade Parque" foi criado em junho de 2011 com o objetivo de fazer com que as construtoras executem os termos de compromisso que regulamentam a compensação ambiental, com isso, elas estão obrigadas a investir no meio ambiente para restituir os impactos causados pelas obras.

Até agora, outros nove parques foram contemplados pela ação, entre eles: Parque da Asa Sul, Jequitibás, em Sobradinho, Ezechias Heringer, no Guará; Águas Claras, Bosque do Sudoeste, Olhos D´Água, Três Meninas (Samambaia), Saburo Onoyama (Taguatinga), Jardim Botânico e agora o Parque do Areal.

Além disso, estão em obras as áreas ecológicas localizadas no Riacho Fundo, Estrutural, Dom Bosco, Sucupira, em Planaltina, e Cortado, em Taguatinga, além de outros 30 que estão em fase de projeto, planejamento e orçamento.

O próximo parque a ser inaugurado com melhorias pelo projeto "Brasília, Cidade Parque" será o Dom Bosco, no Lago Sul, com provisão de entrega para novembro deste ano.

FONTE: AGÊNCIA BRASÍLIA


Candidatos publicam na web fotos da prova e do cartão-resposta do Enem

Antes do início da prova, diversas fotos foram publicadas no Instagram.
Prática é proibida, e MEC promete identificar e eliminar candidatos.


Fotos postadas no Instagram do caderno de provas do Enem, da folha de respostas e do envelope para guardar equipamentos eletrônicos (Foto: Reprodução/Instagram)
Fotos postadas no Instagram do caderno de provas do Enem, da folha de respostas e do envelope para guardar equipamentos eletrônicos (Foto: Reprodução/Instagram)

Minutos antes do fechamento dos portões da edição 2013 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no início da tarde deste sábado (26), estudantes publicaram em redes sociais fotos tiradas dentro da sala de provas. A prática é proibida pelo edital do exame. Na sexta-feira (25), o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, alertou os candidatos de que o governo federal estaria monitorando as redes sociais e que todos os estudantes flagrados usando o celular dentro da sala de provas seria eliminado. "Não tentem postar imagem no início do exame, porque você vai ser identificado, acredite nisso", afirmou Mercadante
Diversas fotos eram facilmente identificáveis no Instagram na tarde deste sábado, com imagens de um caderno de provas da cor azul, de um cartão de respostas e do envelope onde o celular deve ser guardado desligado. Em duas delas, era possível inclusive ler o nome completo e dados pessoais dos candidatos, como o RG e o CPF. O MEC vai monitorar as redes sociais para identificar as provas.
Na sexta-feira, o ministro lembrou que, em 2012, o MEC expulsou 65 candidatos que postaram nas redes sociais fotos do cartão de respostas e da sala de provas, mesmo que em nenhuma delas havia fotos das questões da prova. "Nós temos um monitoramento bastante eficiente, muito detalhado e ano passado em questões de minutos identificávamos quando o candidato postava uma foto e ele era retirado da prova e tinha sua prova anulada. Vamos manter esse acompanhamento."
Segundo ele, se o candidato utilizou o celular depois que entrou no local de prova, "ele cometeu infração, está prevista no edital e a penalidade é perder o exame. Na hora que ele entrou ele desligar o celular, vai colocar no saco qualquer equipamento eletrônico", afirmou.
O governo nega, entretanto, que pratica a espionagem dos dados pessoais dos candidatos. "Nosso trabalho aqui não é tão eficiente quanto o do Obama, mas é bom. E é uma razão republicana, preservar o exame. Não estamos espionando a vida de ninguém. Nós só queremos que o exame seja feito nas mesmas condições por todos." Mercadante diz que o monitoramento das redes sociais identifica apenas as informações divulgadas publicamente pelos candidatos e "não viola os direitos de quem quer que seja".
Os portões dos mais de 15 mil locais de prova pelo país o exame fecharam pontualmente às 13h (do horário de Brasília). Neste sábado (26), os candidatos farão a prova de ciências humanas e a de ciências da natureza, ambas com 45 questões. O tempo mínimo para permanecer na sala de provas é duas horas, e o tempo máximo para resolver as questões é de 4h30. No domingo (27), as provas serão de linguagens, matemática e redação, em 5h30 de duração.
G1 terá programa ao vivo
Uma hora após o término das provas, o G1 terá programa em vídeo ao vivo com professores do Curso de A a Z, do Rio, e do Projeto Educação, da Globo Nordeste, no Recife, e estudantes que fizeram o exame. Eles comentarão os níveis de dificuldade de cada uma das provas. Candidatos do Enem poderão enviar perguntas e comentários pelo Twitter usando a hashtag #G1noEnem.
Também depois do término das provas, o G1 vai trazer a resolução extra-oficial de cada uma das questões do Enem feita por professores dos cursinhos Etapa, de São Paulo, e Oficina do Estudante, de Campinas (SP).
Os resultados
Os gabaritos oficiais das provas objetivas serão divulgados no site http://portal.inep.gov.br/enemno dia 30. Os candidatos poderão acessar os resultados individuais do Enem 2013 em data ainda a ser divulgada, mediante inserção do número de inscrição e senha ou CPF e senha no endereço eletrônico http://sistemasenem2.inep.gov.br.
FONTE: G1 DF

Eleições 2014

O desespero do clã Sarney


Sob o risco de perder o poder no Maranhão pela primeira vez em quase meio século, a família do ex-presidente lança campanha predatória contra o principal candidato da oposição.

CAMINHOS INCERTOS
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e
seu pai: denúncias para atingir os adversários
Em quase meio século de domínio no Maranhão, o clã Sarney nunca correu tanto risco de perder o poder. Os sinais de esgotamento começaram a surgir nos protestos que tomaram as ruas de São Luís em junho e ganharam mais substância nas últimas pesquisas de intenção de voto para 2014. Em todas elas, os candidatos apoiados por José Sarney, inclusive sua filha Roseana, atual governadora, patinam em índices de popularidade incomuns para quem ditou os rumos políticos do Estado por tanto tempo. A maior ameaça à hegemonia dos Sarney chama-se Flávio Dino, que lidera as pesquisas para o governo do Estado com quase 60% de apoio, índice que o credencia a liquidar a eleição no primeiro turno. Exatamente por isso, o ex-deputado federal do PCdoB, ex-juiz e atual presidente da Embratur tornou-se alvo de uma campanha implacável de difamação que expõe o desespero de quem não está acostumado a ser oposição.

Um dos principais escudeiros da família Sarney na batalha contra Dino é o deputado federal Chiquinho Escórcio (PMDB/MA), que tem feito uma devassa nas contas da Embratur em busca de problemas que comprometam o presidente do órgão. Escórcio acaba de protocolar requerimento ao Ministério do Turismo questionando a Embratur sobre a decisão de abrir 13 escritórios de representação no Exterior. Ele também denunciou Dino à Comissão de Ética Pública da Presidência, acusando-o de usar o cargo para fazer campanha antecipada no Estado. “Dino trabalha em Brasília de segunda a quarta e viaja na quinta para o Maranhão. Quem você acha que está pagando isso?”, questiona Escórcio. Com a experiência de quem já travou nas urnas uma disputa com os Sarney em 2010, Dino diz que não cometeria tal deslize. “Todas as viagens não oficiais são pagas pelo PCdoB ou por mim”, garante. O presidente da Embratur diz que fica no órgão até o meio-dia de sexta-feira e só faz campanha depois das 18 horas. ...

ALVO
Presidente da Embratur e rival dos Sarney,  Flávio Dino lidera as pesquisas para governador


As denúncias feitas por Escórcio ganharam destaque nos veículos que integram o Sistema Mirante de Comunicação, da família Sarney. No domingo passado, o jornal “O Estado do Maranhão” publicou reportagem sobre obras-fantasmas que teriam recebido emendas parlamentares do próprio Dino, quando era deputado federal. Foram R$ 5,6 milhões para a construção de ginásios e campos de futebol na cidade de Caxias. As obras, porém, existem e já foram inauguradas. Há poucos dias, Dino teve que se defender de outra denúncia, a de que recebia salário da Universidade Federal do Maranhão mesmo sem dar aula. Uma nota oficial da própria universidade desmentiu a acusação. Os sucessivos ataques do clã Sarney levaram Dino a revidar. Em denúncias ao Ministério Público, acusa o secretário de Infraestrutura do Maranhão e pré-candidato ao governo, Luis Fernando Silva, de usar helicóptero oficial para reuniões partidárias. O PCdoB de Dino também questiona o que chama de “manipulação do orçamento” por parte da governadora Roseana Sarney. “A análise da lei orçamentária mostra que Roseana cortou verbas de saneamento, educação e segurança pública, enquanto triplicou o orçamento de Infraestrutura, pasta do pré-candidato deles”, afirma o deputado estadual Rubens Júnior (PCdoB).


O ex-presidente também entrou na briga. Nos artigos que publica aos domingos em seu jornal, Sarney encarna o papel de vítima e se diz perseguido por uma oposição movida por “ódio, inveja, ressentimento e ambição desmedida”. O grau de irritação do velho senador aumentou depois que o Palácio do Planalto se mobilizou em prol de Dino. Sarney ameaçou sabotar o palanque de Dilma em vários Estados e agora negocia uma solução para o imbróglio. Na quinta-feira, arquitetou-se em Brasília um plano para um acordo capaz de agradar às duas partes. O vice-governador de Estado, Washington Luiz de Oliveira, do PT, trocaria o governo por um assento vitalício no Tribunal de Contas. Assim, Roseana poderia se licenciar para concorrer ao Senado sem o risco de um petista assumir o governo e virar a máquina estadual contra o PMDB. O Palácio do Planalto apoiaria Roseana e tentaria interditar o palanque estadual para Eduardo Campos. O problema é que o PSB de Campos é aliado tradicional do PCdoB e Dino já se comprometeu com o socialista. “Podemos abrir o palanque para todos os aliados que tiverem candidatos à Presidência, inclusive o PT”, diz Dino. A batalha, como se vê, exige uma complexa engenharia política. A única certeza é que, pela primeira vez em muitos anos, os Sarney têm motivos reais para entrar em desespero.
Fonte: BLOG DO SOMBRA

Sá é eliminado pelos irmãos Bryan na semi em Valência

O brasileiro André Sá parou nas semifinais do Torneio de Valência na melhor dupla do mundo. Neste sábado, ele e o alemão Tommy Haas foram eliminados do ATP 500 espanhol, disputado em quadras rápidas e cobertas, ao perderem para os irmãos norte-americanos Bob e Mike Bryan, dupla número 1 do mundo, por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 6/4, em 1 hora e 2 minutos.
Bob e Mike Bryan tiveram excelente desempenho no saque, com oito aces contra apenas três de Sá e Haas. Além disso, os norte-americanos venceram 91% dos pontos disputados no primeiro serviço diante dos 62% do brasileiro e do alemão.
Assim, Bob e Mike Bryan não tiveram o saque ameaçado nos dois sets. Os norte-americanos também tiveram seis break points na partida e converteram dois, sendo um em cada set. Assim, se classificaram para a decisão do Torneio de Valência.
Na final, Bob e Mike Bryan podem ter que enfrentar mais um brasileiro. A outra semifinal da chave de duplas do ATP 500 espanhol terá a participação do brasileiro Bruno Soares e do austríaco Alexander Peya, atuais campeões em Valência, que vão encarar o britânico Jamie Murray e o australiano John Peers.
FONTE: ESPORTES

Só por milagre Vettel não será tetra no GP da Índia

Nunca um piloto teve condições tão favoráveis para levar o título antecipado do Mundial de Fórmula 1


NICE - Na história da Fórmula 1, não há registro de as condições para um piloto conquistar o título terem sido tão favoráveis como são as de Sebastian Vettel, da Red Bull, domingo, no GP da Índia. Por conta da sua competência, bem como da equipe, se apresenta para a corrida no circuito Buddh vindo de cinco vitórias seguidas e larga na pole position. Mais: com uma diferença de desempenho que não permite aos adversários sequer sonhar em batê-lo.


O piloto alemão Sebastian Vettel pode conquistar o quarto título mundial neste domingo. O piloto da Red Bull em ação nos treinos classificatórios deste sábado na Índia.Adnan Abidi/Reuters

Após ótima performance durante os treinos classificatórios, Vettel, que consquistou sua pole sétima position no ano retorna aos boxes.Aijaz Rahi/Reuters

O piloto espanhol Fernando Alonso conseguiu um oitavo lugar nos treinos classificatórios. O piloto da Ferrari é o único que pode impedir o tetra antecipado do alemão.Aijaz Rahi/Reuters

O alemão Sebastian Vettel esfria os freios de seu carro com um ventilador logo após conquistar a pole position no GP da Índia.Adnan Abidi/Reuters
Ao lado de Vettel, o também alemão Nico Rosberg completa a primeira fila. Seu companheiro de Mercedes, Lewis Hamilton larga na terceira posição.Harish Tyagi/EFE

A lista de elementos a seu favor é extensa. Na simulação de corrida, nesta sexta, tanto ele quanto o companheiro de Red Bull, Mark Webber, quarto no grid, foram os mais rápidos e os que melhor demonstraram administrar os pneus médios e macios distribuídos pela Pirelli na 16.ª etapa do calendário.
Esse pode ser o ponto chave da competição, os pneus. O desafio proposto pela Pirelli é grande. Vários pilotos optaram por se classificar com os médios, em vez dos macios, mais velozes, visando uma estratégia distinta para as 60 voltas da corrida. Nico Rosberg, da Mercedes, segundo no grid, afirmou: "A luta será pelo terceiro lugar. A Red Bull está invencível".
Vettel tem ainda bem mais a seu favor, como o histórico arrasador nos seletivos 5.125 metros da pista próxima a Nova Délhi. Nas duas edições da prova lá realizadas, em 2011 e 2012, largou na pole position e liderou as 60 voltas. Não teve adversários em ambas.
E se for lançada sobre a mesa a matemática do título, o notável alemão de apenas 26 anos pode, de repente, até nem precisar terminar a corrida para fazer a festa. Os 90 pontos de vantagem na liderança do campeonato (297 - 207) obrigam Fernando Alonso, da Ferrari, vice-líder e oitavo no grid, a receber a bandeirada no GP da Índia em primeiro ou segundo, necessariamente.
Na hipótese de Alonso vencer, o que não ocorre desde o GP da Espanha, em maio, porque a Ferrari ficou para trás em relação a Red Bull, Mercedes e Lotus, basta a Vettel classificar-se em quinto. Alonso pode ainda ser o segundo colocado. Nesse caso o piloto da Red Bull comemoraria o tetra com o oitavo lugar.
"É verdade que nossa condição é muito favorável para definir o campeonato. Mas não penso nisso. Até porque entre o início da corrida e a bandeirada há 60 voltas pela frente e tudo pode acontecer", disse Vettel, repetindo o discurso do GP do Japão, onde já teve um match point.
Estado questionou Vettel, depois da prova de Suzuka, se ao ultrapassar Romain Grosjean, da Lotus, e assumir a primeira colocação, perguntou à equipe, no rádio, qual a posição de Alonso. Se o espanhol não estivesse entre os cinco primeiros Vettel seria tetra já no Japão. "Não", afirmou, com energia, o alemão. "Fui informado depois da bandeirada que Fernando havia sido quarto."
Suspense até a bandeiradaSerá assim de novo amanhã. Não quer saber de nada antes do fim da corrida. Seu engenheiro, Guillaume Rocquelin, só lhe avisará o resultado final depois da bandeirada. O som do rádio estará liberado para a TV. Quem estiver assistindo à corrida no mundo inteiro poderá ouvir: "Yes, yes, yes, thank you boys, thank you boys, such a car you gave me again", gritará Vettel, ou "Obrigado, rapazes, vocês me deram um carro incrível de novo".
Sua maneira simples e contagiante de celebrar já é bem conhecida por todos. Afinal são tantas conquistas. Além do esperado quarto título, são por exemplo 35 vitórias e desde ontem 43 poles em apenas 116 Gps. Alguém duvida que ultrapassará Michael Schumacher, com 68 poles?
Por tudo isso, para Vettel chegar em quinto e não depender de Alonso para ser tetra não representa desafio maior. Ao menos em condições normais. Será surpreendente se a definição do título se estender para a etapa seguinte do campeonato, o GP de Abu Dabi, uma semana apenas mais tarde, dia 3.
Se nada de anormal acontecer no GP da Índia, a luta do segundo lugar para trás deverá repetir as fortes emoções da corrida de Suzuka. A adoção de diferentes estratégias para os pneus médios e macios da Pirelli representa uma variável importante e capaz de ser decisiva no final. Webber, quinto no grid, Kimi Raikkonen, da Lotus, sexto, Alonso, oitavo, Felipe Massa, Ferrari, sexto, Lewis Hamilton, Mercedes, terceiro, e Nico Rosberg, seu parceiro, segundo, devem proporcionar um belo espetáculo.
O rápido e arrojado Romain Grosjean, da Lotus, mais ainda. Por conta de um erro da equipe, não passou do Q1. Acreditou que seu tempo seria suficiente para passar ao Q2 mas não foi. Assim, começa a prova em 17.º. A largada daquele que deve ser o último GP da Índia será às 7h30, horário de Brasília. A previsão é de muito calor, 31 graus.
FONTE: ESPORTES







Investigação

MP investiga pagamentos milionários a garimpeiros ligados a Edison Lobão


Investigação apura o destino de R$ 50 milhões repassados por mineradora canadense a uma cooperativa de Imperatriz (MA) pela exploração de Serra Pelada.

AJUDA
Gessé Simão de Melo (à esq.) com Edison Lobão. Com o apoio de um assessor do ministro, ele se tornou presidente da cooperativa de garimpeiros (Foto: Reprodução)

A dona de casa Antônia Alves de Oliveira, de 58 anos, leva uma vida tranquila em Imperatriz, a segunda maior cidade do Maranhão – e, no mapa político do Brasil, capitania de Edison Lobão, do PMDB, ministro de Minas e Energia. Antônia gasta os dias cuidando do pequeno jardim de sua casa, no modesto bairro Parque Alvorada. Interrompeu os afazeres domésticos para receber ÉPOCA na tarde da última segunda-feira, sob um úmido calor de 33 graus. Não havia ar-condicionado. ...

Ela ofereceu água gelada, servida em copos de alumínio. Contou a história de sua família. É uma história que, como muitas outras em Imperatriz, se confunde com a aventura do garimpo de Serra Pelada, no sul do Pará. Na década de 1980, ele chegou a ser o maior do mundo. Imperatriz fica relativamente perto de Serra Pelada, e a oportunidade de fazer dinheiro levou muitos pais de família ao sul do Pará. Além do ex-marido de Antônia, seus três irmãos foram garimpeiros. Um deles, Davi Alves Silva, aliado de Lobão no PFL, antigo partido do ministro, se elegeu deputado estadual, deputado federal e prefeito de Imperatriz, quando Lobão era governador do Maranhão, em 1990. Davi foi assassinado em 1992, ano em que o governo federal resolveu pôr fim ao garimpo em Serra Pelada – ao menos com as mãos, não era mais possível achar ouro. A partir dali, apenas com alta tecnologia. “Serra Pelada deu muita chateação, mas ainda tem muito ouro lá”, diz Antônia. Se, para a maioria dos garimpeiros, o ouro acabou, para alguns poucos, como Antônia, o ouro continua brotando da terra, como que por milagre.

O santo se chama Edison Lobão, padroeiro dos garimpeiros de Serra Pelada. Ele afirma, em discursos e campanhas, ser o político que mais lutou em Brasília pelos direitos dos garimpeiros. “Olhando o sofrimento desses brasileiros – 70% dos quais maranhenses –, recordo-me do que foi também o sofrimento dos judeus, retirados do Egito por Moisés, que durante 40 anos peregrinaram pelo deserto, em busca de um lugar onde ficar”, afirmou Lobão na tribuna do Senado em 2010. “Não é diferente, salvo quanto ao tempo, o que ocorre com os garimpeiros. Esses homens foram para Serra Pelada, descobriram ouro; extraíram-no e o entregaram, por algum pagamento, ao governo federal; ajudaram o governo federal a fazer seu lastro com ouro, ativo financeiro de grande valor, e, hoje, expulsos da Serra Pelada, em nome de direitos da Companhia Vale do Rio Doce, estão sem saber o que fazer da vida.” Se a história de Imperatriz passa por Serra Pelada, a história de Serra Pelada passa por Lobão.

Foi por influência dele que, em 2007, o governo convenceu a Vale a abdicar do tesouro ainda existente em Serra Pelada. Estima-se que o ouro remanescente valha, por baixo, R$ 3 bilhões. Por apenas US$ 59 milhões, a Vale aceitou transmitir a uma cooperativa de antigos garimpeiros os direitos de exploração mecanizada da área. Antônia e outros garimpeiros tomaram o controle da cooperativa. Com o aval do Ministério de Minas e Energia, já ocupado pelo PMDB, tornaram-se sócios da empresa de mineração canadense Colossus. Em 2010, com Lobão no ministério, a Colossus aumentou sua participação no consórcio com os garimpeiros de 51% para 75%. O que rendeu aos garimpeiros – especialmente a partir 2010, ano em que Lobão venceu mais uma eleição ao Senado – a quantia de R$ 50 milhões, segundo a própria Colossus.

De acordo com o Ministério Público, a dona de casa Antônia recebeu dos canadenses, em sua conta pessoal no Banco do Brasil, R$ 19,2 milhões, entre janeiro de 2010 e março de 2011. Um rastreamento do Conselho de Controle das Atividades Financeiras, o Coaf, que investiga casos de lavagem de dinheiro, revelou que 65% desse total foi sacado na boca do caixa. Alguns dos saques foram superiores a R$ 100 mil. Antônia era tesoureira da cooperativa. Como o dinheiro foi sacado, os investigadores não conseguiram descobrir os beneficiários finais da fortuna. O que Antônia fez com tantos milhões? Claramente, o dinheiro não foi investido em seu jardim, embora ela tenha também uma casinha na Vila Lobão, bairro batizado em homenagem ao padroeiro. “Não ficava nada comigo. Podem abrir minhas contas no banco. Se entrasse o dinheiro às 11 horas, às 17 horas não tinha mais nada. Tinha uma lista de pagamentos para fazer”, afirma Antônia. Ela não conta para quem passava o dinheiro. No máximo, diz que fazia “pagamento de despesas administrativas” da cooperativa.

Antônia é amiga do garimpeiro Gesse Simão de Melo, o entusiasmado senhor que aparece no palanque da foto acima, junto a Lobão. Gesse era presidente da cooperativa, quando Antônia era tesoureira. Para chegar ao comando da cooperativa, os dois receberam a ajuda do radialista Antônio Carvalho Duarte, ex-assessor de Lobão no Senado Federal. Hoje Antônio comanda outra associação de garimpeiros. Foi Gesse quem assinou parte dos contratos com a Colossus. Segundo o Coaf, ele recebeu R$ 344 mil dos canadenses, após o dinheiro passear pela conta de quem ele diz ser seu assessor – um sujeito que ganhou R$ 890 mil da Colossus. Essas operações foram rastreadas entre março e junho de 2010. No dia 4 de maio daquele ano, sob a supervisão do Ministério de Minas e Energia, a cooperativa, representada por Gesse, fechara com a Colossus o acordo que aumentava para 75% a participação dos canadenses no negócio. O acordo já estava encaminhado dentro do ministério, àquela altura representado pelo ministro interino, Márcio Zimmermann. Lobão deixara o ministério havia pouco para se dedicar à campanha eleitoral – Gesse foi cabo eleitoral de Lobão. O documento de 4 de maio é o que respalda até hoje a parceria entre a Colossus e os garimpeiros. Depois dessa data, a Colossus ampliou as milionárias transferências para as contas dos garimpeiros ligados a Lobão.

DINHEIRO VIVO
Antônia Alves de Oliveira e trechos do relatório da investigação do Ministério Público. Ela fez saques na boca do caixa em valores superiores a R$ 100 mil (Foto: Rosana Barros/Imperatriz/ÉPOCA)

Assim como Antônia, Gesse mora em Imperatriz. Recebeu ÉPOCA em sua casa e negou que tenha se apropriado do dinheiro dos garimpeiros, ou que tenha repassado esse dinheiro a terceiros. Disse que os recursos foram usados para despesas com a realização de assembleias gerais convocadas pela cooperativa. “Era gente de todo lugar que tinha de trazer para Curionópolis (em Serra Pelada)”, afirmou. “É um povo sem recurso. E que não podia ficar de fora dessas assembleias, eram decisões importantes para o futuro do garimpo.” A conta bancária da cooperativa, segundo Gesse, estava bloqueada por causa de dívidas questionadas na Justiça. “Ou você recebia desse jeito ou parava a cooperativa.” Outros dois garimpeiros que receberam dinheiro da Colossus, ambos funcionários públicos do Estado do Maranhão, disseram que repassaram parte do dinheiro, em espécie, ao advogado Jairo Leite, ex-funcionário do Senado ligado a Lobão.

Tanto para o Ministério Público do Pará quanto para o Ministério Público Federal, é ilegal a operação que permitiu aos canadenses tomar conta de Serra Pelada. O promotor Hélio Rubens apresentou denúncia na Justiça contra Gesse, Antônia e outros três garimpeiros ligados a Lobão. Acusa-os de apropriação indébita de dinheiro, ocultação de valores desviados e formação de quadrilha. O Ministério Público Federal tenta cancelar o contrato com os canadenses. Segundo os procuradores, o contrato foi feito sob medida para a Colossus, e o aumento da participação dos canadenses no consórcio foi fechado sem o aval da maioria dos garimpeiros. Essa ação também tramita na Justiça. Em 2012, diante dos fatos, a Justiça determinou o afastamento da turma do comando da cooperativa. Os investigadores ainda tentam descobrir quem recebeu o restante dos R$ 50 milhões. Procurado por ÉPOCA, o ministro Lobão afirmou que conheceu Gesse como militante político em Imperatriz nos anos 1980. Disse que conheceu Antônio Duarte na mesma época e confirmou que ele trabalhou duas vezes em seu gabinete de senador, como assessor de imprensa. Lobão afirma desconhecer o relatório do Coaf que apontou as movimentações atípicas de Gesse e Antônia. Ele informou ainda que não recebeu qualquer ajuda financeira da Colossus durante as eleições de 2010.

Cláudio Mancuso, CEO da Colossus, disse a ÉPOCA que os valores transferidos à cooperativa estavam previstos no contrato firmado com os garimpeiros para retomar a exploração mineral em Serra Pelada. Segundo ele, cerca de R$ 50 milhões foram repassados à cooperativa desde o início da parceria, incluindo a “compra de direitos minerários”, antes pertencentes à cooperativa. “Fizemos as transferências para contas indicadas pela cooperativa”, disse ele.

Quem recebeu os R$ 50 milhões? Certamente os beneficiários não estão na sede da cooperativa em Imperatriz, conhecida como “casa do garimpeiro”. No escritório, há até máquina de escrever. Na manhã de terça da semana passada, havia cerca de 20 garimpeiros na casa, todos senhores, jogando dominó e batendo papo sob a sombra das árvores. Todos reclamavam da vida que tiveram no garimpo. Nenhum deles confirmou ter recebido dinheiro dos canadenses nem de nenhum santo padroeiro.
Fonte: BLOG DO SOMBRA

Investigação

No rastro de uma lavanderia no Ministério do Trabalho


Documentos em posse da Polícia Federal e do Ministério Público revelam que uma transportadora de Betim pode estar sendo usada para esquentar parte dos R$ 500 milhões desviados da União e para o pagamento de propinas.


Uma transportadora de veículos localizada em Betim, Minas Gerais, pode ser a chave para desvendar um esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propina a autoridades ligadas ao Ministério do Trabalho. A AG Log Transportes foi criada em 2010 por Ana Cristina Aquino, uma emergente social que costuma pagar revistas de celebridades para falar quanto gasta com os eventos que promove. Apesar de não prestar serviços a nenhuma grande empresa, a transportadora declarou ter faturado, de junho de 2012 a junho de 2013, R$ 112 milhões, uma enormidade perto do que faturam empresas do setor. Em apenas três anos de funcionamento, período que a maioria das companhias leva para maturar um negócio e não embolsar lucros milionários, Ana adquiriu jatinho, helicóptero e uma dezena de carros de luxo – e tem orgulho de tornar pública a gastança. É a origem desse dinheiro que a Polícia Federal quer descobrir. ...


Seria apenas um caso de excentricidade não fossem os detalhes estranhos que envolvem a história. O primeiro deles é a relação entre a AG Log e o advogado João Graça, integrante da cúpula do PDT nacional e assessor especial do ministro do Trabalho, Manoel Dias. Graça, que foi assessor do ex-ministro Carlos Lupi, não aparece em nenhum documento oficial da empresa como sócio ou cotista e nega qualquer participação na sociedade. Entretanto, a sede da transportadora em Curitiba foi registrada no mesmo endereço do escritório de advocacia Graça Associados, do qual é o fundador. Há dois meses, enquanto representava o ministério em um evento promovido pela Câmara dos Deputados, Graça sacou do bolso uma dezena de cartões de visita da transportadora, enquanto explicava que estava sem o cartão do novo cargo no ministério. Não é só. Um e-mail obtido por ISTOÉ traz uma conversa entre Ana Cristina e João Graça. Na mensagem enviada a Graça, Ana se refere à AG Log como “nossa empresa”.


Outros documentos com detalhes das operações financeiras da transportadora estão sendo analisados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Eles constam do inquérito da Operação Esopo, que há dois anos investiga desvios de recursos do Ministério do Trabalho, sob o comando do PDT, e prováveis pagamentos de propinas a servidores públicos. A operação prendeu 22 pessoas e as suspeitas são de que cerca de R$ 500 milhões tenham sido desviados do ministério nos últimos anos. Agentes que trabalham nas investigações afirmam que o caso não foi concluído ainda porque houve problemas operacionais. Os 11 especialistas que fizeram os primeiros laudos foram substituídos meses antes das prisões por conta de uma greve, que deteriorou o andamento dos trabalhos. Graças à falta de pessoal, a PF enfrenta dificuldades para avançar nas apurações e oferecer a denúncia referente à Esopo. Por isso, a documentação em poder da polícia sobre a transportadora de Ana Cristina e suas despesas ainda não foi inteiramente analisada.


Alguns fatos, entretanto, chamaram a atenção durante a análise do inquérito. Uma planilha de despesas da AG Log revela que a empresa justificou gastos de R$ 3 milhões como referentes à regulamentação do Sindicato dos Cegonheiros de Pernambuco (Sincepe). Detalhe: a solicitação de registro do Sincepe tramita atualmente no Ministério do Trabalho. De acordo com documentos apresentados ao próprio ministério, Ana Cristina consta como presidente do Sincepe e um de seus filhos integra o conselho fiscal. O escritório de João Graça advogou pela criação do sindicato até março de 2013. Em abril, de acordo com documentos obtidos por ISTOÉ, a AG Log começou a gastar, mensalmente, R$ 600 mil para a formatação do sindicato. Segundo a planilha de gastos da empresa, foram cinco cheques de R$ 600 mil (que totalizam R$ 3 milhões) depositados de abril a agosto. A última movimentação no processo de criação do Sincepe ocorreu no dia 17 de outubro, quando o coordenador de registro sindical, Cesar Haiachi, encaminhou ofício para Ana Cristina solicitando o envio de documentos para a conclusão do processo de regulamentação.

CONTATO
O ex-ministro Carlos Lupi: João Graça foi seu assessor

Ana Cristina chamou a atenção das autoridades pelo despudor com que exibe seus dotes econômicos. Ela costuma usar um helicóptero diariamente e, para ir da casa onde mora em Betim (MG) ao escritório, escolhe um entre os seis modelos de carros de luxo estacionados em sua garagem. Entre os bólidos, um Corvette vermelho e um jipe Cherokee. Nos jornais, costuma dar entrevistas falando do gosto por joias e roupas. Na festa de inauguração da empresa, que contou com a presença do advogado João Graça, Ana Cristina fez declarações sobre seu sucesso financeiro. No aniversário da filha, contratou o cantor Gustavo Lima, que até foi buscar a adolescente na escola dirigindo um Camaro amarelo. As contas da festança, de mais de R$ 1 milhão, também constam na planilha de gastos da transportadora. Desde a festa, o cantor sertanejo estreitou os laços com a família Aquino e agora está prestes a se tornar sócio da transportadora.


Segundo ex-funcionários de Ana Cristina, João Graça se afastou nos últimos meses por discordar da forma como a empresária atua nos bastidores do poder. À ISTOÉ, Graça afirmou jamais ter sido sócio da empresa (leia quadro). “Nunca utilizei e usei do meu cargo para locupletar-me para absolutamente nada”, disse. “Tanto é fato que quaisquer acusações sempre foram refutadas pela minha história. O único patrimônio que possuo é meu nome, e zelo por ele.” Sobre o e-mail trocado com a Ana Cristina em que ela se refere a uma sociedade com ele, João Graça afirma o seguinte: “Nada tenho a dizer porque desconheço seu conteúdo. Reitero que jamais fui sócio da Ana Aquino e ouso a qualquer um provar o contrário.” Entretanto, segundo os registros de mensagens eletrônicas, ele não apenas teve conhecimento dos emails como respondeu uma hora depois, utilizando um celular BlackBerry. Ana Cristina não retornou as ligações da ISTOÉ e não respondeu a nenhum dos quatro e-mails que questionavam as suspeitas em torno da sua empresa. O grande desafio da polícia nos próximos meses será rastrear a origem das receitas da empresa e as operações da transportadora, separando o que podem ser gastos legítimos dos ilegítimos. Até lá, Ana Cristina continuará levando uma vida de milionária.

foto: RAFAEL MOTTA/NITRO
fotos: CELSO JUNIOR/ESTADO CONTEúDO/AE; Pedro Ladeira/Folhapress
Fonte: blog do Sombra

Embate na Militância

Petistas chamam governo Dilma de 'conservador' e Temer de 'sabotador'


Em encontro dos seis candidatos à presidência do partido, leilão do campo de Libra é condenado e as alianças, sobretudo com o PMDB, são questionadas.

Desabafo. Ao ouvir colegas, Falcão disse sentir uma certa melancolia com as críticas; apoiado pela corrente majoritária do PT, ele é favorito na disputa

Críticas ao governo Dilma Rousseff, pregações contra a aliança com o PMDB e inconformismo com o leilão do campo de Libra marcaram o último debate entre os seis candidatos à presidência do PT, na noite de quinta-feira, em Brasília. O vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) chegou a ser chamado de "sabotador" por um dos concorrentes e a administração de Dilma foi definida como "conservadora" e de "instabilidade" econômica. ...

Ao defender o governo e a parceria com o PMDB, o presidente do PT, Rui Falcão, ouviu vaias da plateia e até gritos de "pelego" vindos do fundo do auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal, onde foi realizado o debate. Provável coordenador da campanha de Dilma em 2014, e candidato a novo mandato no PT, o deputado disse ter visto com "muita melancolia" os ataques à administração petista.

"Às vezes dá a impressão de que somos oposição ao nosso governo", afirmou Falcão, que acabou aplaudido. "Devemos defender o governo da presidenta Dilma e manter a aliança com o PMDB e com os outros partidos da coligação. Qual é a política de alianças que se põe no lugar dessa?", indagou Falcão.

Revoltados, petistas se queixaram de Temer, do senador José Sarney, do governador do Rio, Sérgio Cabral, e do vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli, todos do PMDB. "Não concordo com a proposta de retirar Filippelli da chapa do governador Agnelo Queiroz (PT)", insistiu Falcão, favorito na disputa com o apoio da corrente Construindo um novo Brasil (CNB), majoritária no PT.

Para o deputado Paulo Teixeira (SP), candidato do grupo Mensagem ao Partido, é preciso fazer um "adensamento à esquerda" em eventual segundo mandato de Dilma e de outros governos petistas. "Não sou daqueles que quer isolar o PT, mas também não podemos dissolver o partido nas alianças", reagiu Teixeira, que é secretário-geral da sigla.

"O vice-presidente da República é um sabotador e agiu contra o plebiscito da reforma política", esbravejou Markus Sokol, candidato da corrente "O Trabalho". "Agora vão de novo se agarrar ao órgão do PMDB para não deixar a coalizão naufragar?" No auditório cheio de cartazes contra o leilão do pré-sal de Libra, o clima era de encontro estudantil, com torcidas organizadas, aplausos e vaias. A eleição que renovará o comando do PT está marcada para 10 de novembro, em todo o País, com voto dos filiados.

"Dilma privatizou rodovias, portos, aeroportos, o pré-sal e diz que não foi privatização. Não foi? Chamaram a Shell, a Total e as estatais chinesas para morder o nosso petróleo. É um processo de pilhagem", protestou Serge Goulart, candidato da "Esquerda Marxista", que defendeu a reestatização de todas as empresas privatizadas.

"Você concorda em estatizar a livraria que você tem na rua Tabatinguera, em São Paulo?", provocou Falcão, dirigindo-se ao colega, longe do microfone, com um sorriso irônico.

Piloto automático. Secretário de Movimentos Populares do PT, o deputado Renato Simões disse que a eleição de Dilma corre risco se o partido não sair do "piloto automático" na campanha. "Vivemos turbulências em junho e julho, o avião deu solavancos, subiu, desceu, agora a bonança voltou e acham que o piloto automático vai nos levar ao céu em 2014. Não será assim. Há uma crise internacional e o governo Dilma é de instabilidade econômica", afirmou Simões, que concorre pela corrente "Militância Socialista".

Na avaliação de Valter Pomar, candidato da "Articulação de Esquerda", o PT precisa mudar de tática para a eleição presidencial. "Não basta estabelecer como objetivo reeleger Dilma. É necessário criar condições para que o segundo mandato dela seja melhor do que o primeiro, assim como fizemos com Lula."

Embora a última pesquisa Ibope, realizada em parceria com o Estado, tenha indicado que Dilma venceria a disputa no primeiro turno, se a eleição fosse hoje, Pomar foi cauteloso: "Não nos iludamos com pesquisas. A campanha de 2014 vai ser duríssima." Foi ovacionado.
Fonte: BLOG DO SOMBRA

Denúncia

A farra de Henrique


Deputado Henrique Eduardo Alves transforma a presidência da Câmara em reduto de apadrinhados que não dão expediente e até de condenados pela Justiça

CREDIBILIDADE?
Henrique Eduardo tem à dispoisção 58 funcionários que recebem salários
de até R$ 14,8 mil. Na lista há gente séria, mas há aproveitadores também

Em 1987, quando dirigia a Assembleia Constituinte que colocou de pé o mais amplo regime de liberdades da história republicana, o deputado Ulysses Guimarães possuía uma equipe de 30 pessoas para ajudá-lo nas tarefas burocráticas da presidência da Câmara de Deputados. Em 2013, três décadas e meia depois, quando o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) ocupa a cadeira de Ulysses, o número praticamente dobrou: são 58 funcionários. O salário desses cidadãos começa em R$ 3,2 mil e pode chegar a R$ 14,8 mil mais benefícios, como tíquete alimentação de R$ 800 reais e diárias por serviços externos. O aspecto mais curioso dessa turma é que ali há de tudo. Não faltam  cidadãos que acordam cedo para pegar no batente e justificam cada centavo recebido. Mas há casos surpreendentes, inclusive de pessoas condenadas pela Justiça que conseguiram ser contratadas antes de cumprirem a pena.  ...

Lobista condenado a quatro anos de prisão por desvio de recursos da União, Eurípedes Marinho dos Santos chegou a ser preso durante a Operação Carranca, da Polícia Federal. Como tem direito a cumprir pena em regime aberto, Eurípedes logo teve a ideia de bater às portas da Câmara – e foi atendido com a ajuda do deputado  licenciado e prefeito de Coruripe (AL), Beltrão (PMDB). “O Eurípedes estava pleiteando uma vaga para trabalhar na presidência da Casa e eu concedi apoio”, diz Beltrão. A contratação de Eurípedes ocorreu no início do ano, ainda que seu caso devesse chamar a atenção numa instituição que mexe com dinheiro público, pois fora condenado por formação de quadrilha e corrupção passiva. Ao apurar a situação do funcionário-condenado, ISTOÉ descobriu um fato espantoso. Nem mesmo a assessoria do presidente Henrique Eduardo sabia das pendências judiciais do caso. Num esforço para diminuir a repercussão, a Câmara resolveu demitir Eurípedes na semana passada. “Assim que o gabinete da presidência foi informado sobre a situação jurídica do servidor, decidiu-se por sua exoneração” informou, em nota, a presidência da Casa.

 DIÁRIO OFICIAL
Os funcionários contratados pela Câmara: Eurípedes chegou a ser preso e Dheyfesson e José Geraldo costumam se ausentar do trabalho, segundo colegas

O ambiente de descontrole da Câmara é antigo. Em 2006, quando ocupou a presidência da Casa, o atual ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB), estabeleceu regras para deixar claro que os ocupantes de cargos conhecidos pela sigla CNE (ou Cargo de Natureza Especial) são funcionários administrativos da Casa. Isso quer dizer que não podem exercer qualquer atividade política. Outra determinação é que tenham residência em Brasília e não se ausentem da capital federal em dia de expediente. Essa cláusula, nem sempre é cumprida. Na semana passada, ISTOÉ tentou localizar funcionários que, conforme os colegas, são notados pela ausência no trabalho. Um deles é o agropecuarista José Geraldo Moura da Fonseca Júnior. Apadrinhado pelo próprio Henrique Eduardo, José Geraldo tem um contracheque de R$ 11,1 mil reais. No ano passado, questionado sobre a atividade profissional do apadrinhado, o então líder do PMDB Henrique Eduardo respondeu que ele ficava na sede do partido, em Natal, onde recebia prefeitos do interior. Hoje dirigente do Sindicato dos Pecuaristas do Rio Grande do Norte, José Geraldo dá expediente todas as tardes na sede do sindicato em Natal, segundo uma funcionária da entidade. Procurado por ISTOÉ, ele não retornou as ligações.

Outro funcionário conhecido pela ausência em Brasília é Dheyfesson Pinheiro, um dos líderes do PRP de Roraima. Ele foi preso em 2010, acusado de comprar votos. Quando recuperou a liberdade, Dheyfesson recebeu proteção do senador Romero Jucá (PMDB-RR), maior liderança do Estado, apontado como intermediário do pedido de nomeação assinada por Henrique Eduardo Alves. Através de sua assessoria, Jucá nega ter prestado o favor: “O senador não tem qualquer indicação de funcionário na presidência da Câmara”. Embora tenha recebido recados para comentar o caso, Dheyfesson não retornou as ligações da revista.  
Fonte: BLOG DO SOMBRA