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sábado, 13 de janeiro de 2018

SAÚDE

Saúde mental precisa ter foco durante todo o ano

"O Destaque Para tanto, é preciso oferecer acesso à assistência pública em saúde mental de qualidade"


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FOTO: REPRODUÇÃO 

O preconceito e o estigma relacionados à psiquiatria e à saúde mental, infelizmente, ainda são regra e não exceção, como já deveria ser. Qualquer iniciativa que se apresente em favor da diminuição deste estigma é válida, desde que ressaltando algumas questões que apresento abaixo.

Primeiro, é importante frisar que não existe saúde sem a presença do médico, ao mesmo tempo em que não há saúde mental sem o psiquiatra. Explico: é importante ressaltarmos a multiprofissionalidade e o atendimento integral ao paciente padecente de transtorno mental. Na maioria dos casos, é necessária a atuação de diversos profissionais em suas áreas de conhecimento e experiência, esta integração é essencial.
Casos de transtorno alimentar, por exemplo, precisam da colaboração de nutricionistas, nutrólogos, endocrinologistas, psicólogos, enfermeiros etc. - tudo o que pode ser oferecido para o melhor atendimento dos que padecem de compulsão alimentar, anorexia nervosa, bulimia nervosa, entre tantos outros. Nos transtornos depressivos e ansiosos, em sua maioria, a psiquiatria e psicologia quando associadas trazem resultados ainda melhores para o nosso paciente.
Em segundo lugar, campanhas com marco temporal não devem se restringir ao período escolhido. Devemos nos preocupar com a saúde mental da população durante todo o ano, com ações contínuas e eficazes, sempre tendo em foco a informação correta da sociedade. São estas ações que colaboram para a efetiva redução do preconceito, mostrando que o doente mental, quando tratado corretamente, pode ter uma vida chamada “normal”.
Para tanto, é preciso oferecer acesso à assistência pública em saúde mental de qualidade. Ao contrário do que muitos pensam, esta não é uma questão ideológica e sim científica. Precisamos de ambulatórios de psiquiatria, de atendimento integral, dos novos serviços de residência terapêutica, das iniciativas de tratamento em dependência química, e esperamos que as novas portarias do Ministério da Saúde sejam cumpridas, melhorando o panorama atual.
No Brasil, fazemos ciência de primeiro mundo na psiquiatria no sistema privado, mas não conseguimos aplicá-la à prática devido às ideologias que em nada nos ajudam, apenas prejudicando o paciente. Diminuir o preconceito e acabar com o estigma que assola o nosso paciente psiquiátrico deve ser o objetivo maior de todos, independente dos meses a que se restringem as campanhas.
Que possamos ter esta máxima em mente durante todo o ano, não apenas em janeiro.
Antônio Geraldo da Silva
antonio.geraldo@terra.com.br
Presidente eleito da Associação Psiquiátrica da América Latina - APAL.

FONTE: O POVO


Primeiro, é importante frisar que não existe saúde sem a presença do médico, ao mesmo tempo em que não há saúde mental sem o psiquiatra. Explico: é importante ressaltarmos a multiprofissionalidade e o atendimento integral ao paciente padecente de transtorno mental. Na maioria dos casos, é necessária a atuação de diversos profissionais em suas áreas de conhecimento e experiência, esta integração é essencial.
Casos de transtorno alimentar, por exemplo, precisam da colaboração de nutricionistas, nutrólogos, endocrinologistas, psicólogos, enfermeiros etc. - tudo o que pode ser oferecido para o melhor atendimento dos que padecem de compulsão alimentar, anorexia nervosa, bulimia nervosa, entre tantos outros. Nos transtornos depressivos e ansiosos, em sua maioria, a psiquiatria e psicologia quando associadas trazem resultados ainda melhores para o nosso paciente.
Em segundo lugar, campanhas com marco temporal não devem se restringir ao período escolhido. Devemos nos preocupar com a saúde mental da população durante todo o ano, com ações contínuas e eficazes, sempre tendo em foco a informação correta da sociedade. São estas ações que colaboram para a efetiva redução do preconceito, mostrando que o doente mental, quando tratado corretamente, pode ter uma vida chamada “normal”.
Para tanto, é preciso oferecer acesso à assistência pública em saúde mental de qualidade. Ao contrário do que muitos pensam, esta não é uma questão ideológica e sim científica. Precisamos de ambulatórios de psiquiatria, de atendimento integral, dos novos serviços de residência terapêutica, das iniciativas de tratamento em dependência química, e esperamos que as novas portarias do Ministério da Saúde sejam cumpridas, melhorando o panorama atual.
No Brasil, fazemos ciência de primeiro mundo na psiquiatria no sistema privado, mas não conseguimos aplicá-la à prática devido às ideologias que em nada nos ajudam, apenas prejudicando o paciente. Diminuir o preconceito e acabar com o estigma que assola o nosso paciente psiquiátrico deve ser o objetivo maior de todos, independente dos meses a que se restringem as campanhas.
Que possamos ter esta máxima em mente durante todo o ano, não apenas em janeiro.
Antônio Geraldo da Silva
antonio.geraldo@terra.com.br
Presidente eleito da Associação Psiquiátrica da América Latina - APAL.


domingo, 30 de julho de 2017

SAÚDE

O que o bruxismo tem a ver com seu estado mental - e por que muita gente não sabe que tem?

 

Aparelho
Muitas pessoas não sabem que sofrem de bruxismo noturno Getty Images

É difícil saber o que acontece com nosso corpo enquanto estamos dormindo. Por isso, muitas pessoas não sabem que sofrem de bruxismo noturno.
Trata-se de um hábito involuntário que faz com que os pacientes pressionem fortemente a mandíbula - alguns também rangem os dentes sem nenhum objetivo funcional.
"Vi um homem que conseguiu provocar uma espécie de erosão nos dentes, até à gengiva", disse Nigel Carter, da Fundação Britânica de Saúde Oral, à BBC.
Esse é um caso extremo, mas o bruxismo mais brando é mais comum do que se imagina e afeta tanto crianças quanto adultos. Na população mundial, cerca de 30% das pessoas têm essa condição, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, dados oficiais apontam que o problema atinge 40% da população.
As causas mais comuns são estresse, ansiedade e tensão. Ainda que o bruxismo não seja um transtorno perigoso, pode causar lesões dentárias permanentes se não for tratado.
"Ranger os dentes é cerca de 40 vezes mais potente do que mastigar", observou o dentista britânico.

Nem sempre existem sintomas

A maioria das pessoas que contrai a mandíbula e que range os dentes não sabe que tem esse hábito involuntário. "Quem normalmente descobre mais facilmente são as pessoas que acordam seus maridos ou esposas com o barullho", explica Carter.
Com frequência, a pressão sobre a mandíbula e os dentes acontece quando as pessoas estão dormindo, concentradas em fazer algo ou estressadas, segundo informações do serviço de saúde pública britânico, o NHS.
https://ichef.bbci.co.uk/news/624/cpsprodpb/AA7A/production/_97024634_70c4e018-ae07-44a4-9fbe-0415ea8f50f0.jpg
O curioso é que o bruxismo nem sempre gera sintomas, ainda que alguma pessoas sintam dores faciais, dores de ouvido ou de cabeça quando acordam.
Outras pessoas percebem, com o tempo, a erosão dos dentes - mas, em geral, costumam descobrir isso apenas quando visitam o dentista. Na maioria dos casos, os pacientes com bruxismo acabam tendo regiões planas e cantos desgastados em seus dentes.
O bruxismo também pode ser causado por transtornos do sono, como apneia e roncos, e contribuir para a interrupção do sono.

Saúde mental

Ainda que a causa específica do bruxismo não esteja clara, especialistas normalmente vinculam o problema a estresse, ansiedade e problemas do sono - fatores que, no mínimo, agravam o problema.
Em alguns países, acredita-se que os casos de bruxismo estejam aumentando - talvez relacionados a um contexto de estilo de vida cada vez mais atribulado.
No caso dos adolescentes, um estudo recente realizado no Brasil sugere que o bruxismo pode se manifestar quando crianças sofrem perseguição dos colegas escolar.
Segundo os resultados da pesquisa, publicada na revista especializada Oral Rehabilitacion, as crianças de 13 a 15 anos vítimas de abuso verbal na escola têm probabilidade de sofrer bruxismo noturno quatro vezes maior do que outros adolescentes.
O problema apareceu em 65% dos estudantes pesquisados que sofriam bullying - enquanto só 17% dos outros estudantes apresentaram a condição.
Segundo a Fundação Britânica de Saúde Oral, tanto os pais quanto as escolas deveriam ser mais conscientes a respeito do problema, que também afeta adultos estressados e ansiosos.

Conselhos para prevenir

Os tratamentos servem para reduzir a dor (se ela existir), prevenir o dano dental permanente e diminuir a fricção dental.
Para proteger os dentes de maneira permanente, recomenda-se o uso de protetores bucais ou aparelhos feitos sob medida.
Mas muitos especialistas também sugerem mudanças no estilo de vida para lidar melhor com o estresse diário - e aliviá-lo.
"Se seu bruxismo estiver relacionado ao estresse, é importante que você tente relaxar mais e dormir bem", recomenda o NHS. Para isso, a sugestão é a prática de ioga, usar técnicas de relaxamento para respiração, recorrer a massagens e escutar música antes de dormir, por exemplo.
Se não funcionar, há alguns tratamentos psicológicos que podem ajudar, como as terapias congnitivas ou comportamentais, que trabalham a ligação entre o pensamento e o comportamento.
Existem algumas técnicas que tentam reverter hábitos, mas o NHS afirma que não há evidência científica de maneiras para evitar o bruxismo.
Em todo caso, controlar o bruxismo durante o dia é muito mais fácil do que fazê-lo durante o sono - por razões óbvias. Além disso, também de acordo com o NHS, reduzir o consumo de álcool e parar de fumar pode ajudar a prevenir o bruxismo. O consumo de drogas recreativas, como êxtase ou a cocaína, também pode piorar o problema.
Em algumas ocasiões, o bruxismo pode ser um efeito colateral de algumas medicações antidepressivas, mas qualquer mudança de medicação deve ser consultada com um médico.

BBC