Taxistas protestam
contra aplicativos de transporte de passageiros em Belém
Cerca de 100 veículos circularam por ruas do centro da cidade nesta sexta-feira, 4.
Foto: Reprodução
Taxistas de Belém percorreram diversas ruas do centro da cidade nesta sexta-feira (4). Eles protestam contra serviços de motoristas contratados via aplicativos de celular. Cerca de 100 veículos participaram do protesto, segundo a Polícia Militar. Os taxistas partiram do início na avenida Doca de Souza Franco, bairro do Reduto, e seguiram até São Brás, realizando algumas paradas e buzinaço Com a carreata, o trânsito registrou alguns pontos de lentidão, sobretudo na avenida Nazaré, quando os taxistas desceram dos carros e se manifestaram com palavras de ordem em frente ao hotel Grand Mercure, onde funciona a filial administrativa do Uber, um dos serviços alvo do protesto de taxistas. Segundo a PM, houve tumulto. Alguns taxistas tentaram atacar um veículo que estaria prestando via aplicativo de celular, mas a situação foi controlada e ninguém foi detido. Polêmica A Uber começou a atuar em Belém em fevereiro deste ano, após uma polêmica envolvendo o legislativo municipal, queaprovou no dia 30 de novembro de 2016 uma proibição aos aplicativos de transporte de passageiros. ADefensoria Pública questionou esta proibição, alegando que a decisão dos vereadores viola os direitos do consumidor e o interesse da população. Segundo a empresa, os motoristas da Uber prestam serviço de transporte individual privado, que é previsto pela Política Nacional de Mobilidade Urbana e respaldado pela Constituição. G1 PA
Taxistas estacionaram carros no Sambódromo enquanto protestavam na sede da prefeitura
Estefan Radovicz / Agência O Dia
Taxistas realizam uma manifestação, nesta quinta-feira, contra
aplicativos de transporte particular, como o Uber e Cabify. Eles
reclamam da falta de regulamentação desses serviços na cidade. Os
profissionais chegaram na sede da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova, por
volta das 10h e uma hora depois houve um tumulto na região. Os
policiais militares dispararam balas de borracha e jogaram spray de
pimenta para dispersar a confusão.
De acordo com o comando do 4°BPM (São Cristóvão), o
Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos (BPGE) e do Batalhão de
Polícia de Choque (BPChq) foram acionados para reforçar a segurança no
local. A PM disse que os manifestantes "portavam morteiros e as equipes
policiais tiveram necessidade de fazer uso progressivo de força, com
utilização de bombas de efeito moral e gás de pimenta". Não há registros
de feridos.
Por causa do tumulto, o MetrôRio
fechou o acesso F da estação Cidade Nova, que fica perto da prefeitura,
entre 11h e 11h50. Já os acessos da Leopoldina, Praça da Bandeira, Praça
Quinze e Avenida Rio Branco foram parcialmente interditados. A
concessionária ressaltou que o serviço do metrô continua funcionando
normalmente.
A partir das 6h, os motoristas
fizeram carreatas em diversas vias da cidade em direção ao prédio
prefeitura. O ato provocou bloqueios no trânsito: segundo o Centro de
Operações, até às 10h50, havia 60 km de congestionamento no Rio. Os
taxistas estacionaram seus carros no Sambódromo, entre os setores 3 e 9,
assim como havia sido autorizado pela Guarda Municipal.
Depois,
desceram para protestar em frente à prefeitura. Por volta das 10h, eles
faziam o ato nas pistas central e lateral da Avenida Presidente Vargas,
no sentido Candelária, altura da sede municipal. O acesso da Praça da
Bandeira para a Presidente Vargas precisou ser fechado. Há reflexos no
Túnel Rebouças e no Elevado Paulo de Frontin.
Desde o início da manhã, o Centro de Operações
registrou carreatas na Rua Visconde de Niterói, na altura do Morro da
Mangueira, Zona Norte do Rio; na Avenida das Américas, na Barra da
Tijuca, Zona Oeste; na Estrada do Galeão, na Ilha do Governador; e uma
que ocupou duas faixas da Avenida Atlântica, na orla da Praia de
Copacabana. Os manifestantes também ocuparam duas faixas da Avenida
Francisco Bicalho, na altura do Instituto Médico Legal (IML), sentido
Avenida Presidente Vargas.
O ato causou reflexos no
trânsito em diversos pontos da cidade nesta manhã. Por volta das 7h30,
havia retenções na Via Binário, perto da Cidade do Samba; na Avenida
Brasil, em direção ao Centro; no Viaduto do Gasômetro; na Linha
Vermelha, desde o Parque das Missões até o Fundão; e na Avenida das
Américas. O Centro de Operações pede para os cariocas preferirem o
transporte público.
Mais cedo, os manifestantes fizeram uma barricada com
pneus queimados no Aterro do Flamengo, perto do Aeroporto Santos
Dumont. De acordo com relatos, alguns taxistas obrigaram os passageiros a
desembarcarem na descida do Viaduto de Del Castilho, Zona Norte.
Em
nota, a Cabify informou que apoia uma regulamentação que permita uma
"competição saudável do setor e garanta a segurança jurídica para que
haja harmonia entre o transporte individual de passageiros e o sistema
público de táxis já existentes". A empresa ressaltou que considera que a
regulamentação do serviço privado deve ser discutida entre o poder
municipal, "assim como já acontece com o serviço público, sendo a
legislação federal apenas autorizativa".
"A Cabify
está aberta a discutir o assunto, pois acredita que desconsiderar a
importância dos aplicativos de mobilidade urbana é regredir e ignorar a
contribuição que a tecnologia traz à economia do país", completou.
A
99 Táxis, que também oferece serviço de transporte particular, disse
que respeira o direito de liberdade de expressão e manifestação dentro
dos limites da lei e da ordem pública. A empresa reforçou que defende
"regulamentações no âmbito municipal que equilibrem o mecado, prezem
pelo bem-estar dos passageiros e motoristas e tragam soluções para a
mobilidade urbana".
A Uber aproveitou para
oferecer 30% de desconto em viagens iniciadas e finalizadas nas áreas
das principais conexões de transporte público, até às 20h desta
quinta-feira. Segundo a empresa, o desconto está limitado a R$ 15.
Procurada, a Easy Táxi ainda não se pronunciou sobre o caso.
Crivella se reuniu com taxistas nesta quarta-feira
O
prefeito do Rio, Marcelo Crivella, recebeu na manhã desta quarta-feira,
na sede da Prefeitura, um grupo de 10 taxistas para ouvir as
reivindicações da categoria. O presidente da Câmara de Vereadores, Jorge
Felippe, acompanhou o encontro. Crivella disse que vai analisar as
propostas, mas que algumas já foram atendidas pela Prefeitura, como
ampliar de seis para oito anos o tempo de vida útil dos táxis e também o
aplicativo 'taxi.rio'.
No encontro com os taxistas,
Crivella lembrou que a Prefeitura liberou o uso pelos “amarelinhos” do
corredor exclusivo do BRT em direção ao Aeroporto Internacional Tom
Jobim. Disse ainda que há um estudo para se criar novas vagas de
estacionamento para táxis em pontos turísticos como Quinta da Boa Vista,
Pão de Açúcar e Cristo Redentor. Sobre a possível regulamentação do
serviço de carro particular para transporte remunerado, o prefeito
informou que já começou a negociar com todas as partes envolvidas.
"Estamos
fazendo audiências públicas, estamos chamando o pessoal dos aplicativos
(99, Uber, Easy) e estamos falando também com os taxistas. A ideia é
que esses aplicativos funcionando regularizados e pagando os impostos,
para que esses impostos possam servir para melhorar as condições dos
táxis no Rio de Janeiro. É muito importante que possamos lembrar de uma
coisa: para a população é preciso que o táxi continue, porque se o táxi
acabar os (serviços dos) aplicativos vão ficar caríssimos. Então é
preciso manter a concorrência para que as regras do mercado estabeleçam
bons preços."