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sexta-feira, 4 de agosto de 2017

ESPAÇO


Nasa fecha parceria com o Brasil para lançamento de satélite 

Missão pretende estudar fenômeno ionosférico que interfere nos sinais de rádio
CubeSats lançados pela Estação Espacial Internacional - NASA

Buscar explicações para um estranho fenômeno capaz de interromper comunicações via satélite é o objetivo de uma missão conjunta entre pesquisadores da agência espacial americana (Nasa), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). O projeto prevê para 2019 o lançamento de um CubeSat, um pequeno satélite do tamanho aproximado de uma caixa de sapato, desenvolvido em parceria entre os três institutos. Ele ficará em órbita aproximada entre 350 km e 400 km, na região conhecida como ionosfera.

É nessa parte da atmosfera que acontecem as bolhas de plasma equatoriais, fenômeno cujas causas ainda são desconhecidas. Elas provocam a chamada cintilação, uma variação rápida de amplitude e fase dos sinais de ondas de rádio, que interfere na comunicação entre satélites e estações em terra.

— A degradação das comunicações e dos sinais de GPS está intimamente ligada a esse fenômeno — disse Jim Spann, cientista-chefe no Centro de Voo Espacial Marshall da Nasa, em Huntsville, e líder da missão SPORT (Scintillation Prediction Observations Research Task).

Pela parceria, a Nasa será responsável pelo desenvolvimento dos sensores, o ITA irá construir o CubeSat e o Inpe ficará com as operações em terra. O Brasil foi escolhido para o projeto por pesquisar intensivamente o fenômeno. As bolhas de plasma acontecem globalmente, no período da noite, na zona equatorial, mas o problema é agravado no país por causa da Anomalia Magnética do Atlântico Sul, onde existe um “mergulho” do campo magnético do planeta.

— A proteção dada pelo campo magnético é menor aqui em cima, na região do Atlântico Sul. E isso agrava o problema das bolhas — explicou Otávio Durão, gerente da missão no Inpe.

Para aplicações cotidianas, como o uso de serviços de mapa nos celulares, a interrupção no sinal GPS é apenas um aborrecimento, mas em alguns setores qualquer interferência é crítica. Na aviação, por exemplo, existe uma regulação internacional para que todos os aeroportos operem pousos e decolagens com o sistema de posicionamento global, mas no país isso não é possível por causa das interferências nos sinais. Na agricultura, o GPS permite a aplicação de insumos com precisão.

— O objetivo é compreender por que essas bolhas são formadas, e dessa forma poder prevê-las — afirmou Durão.

O PRIMEIRO DE UMA CONSTELAÇÃO

O satélite terá seis sensores, que coletarão dados como intensidade do campo magnético e a velocidade dos íons. O equipamentopesa cerca de sete quilos, com volume de seis litros. A ideia é que este seja apenas o primeiro lançamento, para avaliar como o satélite irá se comportar, para que uma constelação seja formada, com coleta de dados em outras regiões.


O Globo

quarta-feira, 12 de julho de 2017

MUNDO

Iceberg gigante desintegrou-se 

na Antártida


Resultado de imagem para Iceberg gigante desintegrou-se na Antártida

Os investigadores garantem que continuarão a seguir não só o impacto deste “corte” no Larsen C como também o percurso que o icebergue fará ao longo do tempo Foto: Reprodução

O fenômeno ocorreu entre segunda e quarta-feira e foi registrado pelo satélite da NASA Aqua MODIS. Com um tamanho de aproximadamente cinco mil quilómetros quadrados e um peso de um bilhão de toneladas, este iceberg não terá, para já, qualquer impacto na subida do nível do mar.

“Este iceberg é um dos maiores alguma vez registrados e é complicado prever qual será o seu futuro. Mantém-se intacto, mas muito provavelmente partir-se-á em vários blocos. Alguns desses blocos de gelo permanecerão no mar durante décadas, enquanto outros seguirão caminho para norte, em direção a águas mais quentes”, disse Adrian Luckman, professor na Universidade de Swansea e investigador no projecto MIDAS.

De acordo com Luckman, este evento já estava a ser seguido durante meses e foi considerado surpreendente o tempo que o iceberg levou até se libertar por completo da plataforma de gelo. Os investigadores garantem que continuarão a seguir não só o impacto deste “corte” no Larsen C como também o percurso que o iceberg fará ao longo do tempo.

O desenvolvimento da fenda na plataforma de gelo que deu origem à ruptura do iceberg foi acompanhado ao longo deste ano, através do satélite da Agência Espacial Europeia Sentinela-1, que faz parte do Componente Espacial Europeu Copérnico. Este satélite tem a capacidade de captar imagens durante todo o ano, principalmente no período da escuridão polar que se dá todos os invernos naquela região.

Este iceberg, que tem duas vezes o tamanho do Lago Erie, um dos maiores da América do Norte, não terá qualquer impacto na subida do nível do mar, porque, segundo os especialistas, já se encontrava a flutuar antes de se separar da plataforma Larsen C, que se encontra perto da Península Antártica.

Os investigadores do projeto MIDAS têm controlado a grande fenda na Larson C durantes vários anos, sendo que Janeiro, Maio e Junho deste ano foram os meses em que a brecha mais aumentou. O icebergue chegou a estar preso por um “fio” de apenas 4,5 quilómetros.

Segundo Martin O’Leary, glaciologista na Universidade de Swansea e membro da equipa no projeto MIDAS, “apesar de ser um evento natural e nós não estarmos a par de qualquer ligação com as mudanças climáticas por parte do Homem, isto coloca a plataforma de gelo numa posição muito vulnerável. É o maior retrocesso de sempre por parte da frente glacial gravado na história”.

 

Fonte: RTP