CubeSats lançados
pela Estação Espacial Internacional - NASA
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para um estranho fenômeno capaz de interromper comunicações via
satélite é o objetivo de uma missão conjunta entre pesquisadores
da agência espacial americana (Nasa), do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica
(ITA). O projeto prevê para 2019 o lançamento de um CubeSat, um
pequeno satélite do tamanho aproximado de uma caixa de sapato,
desenvolvido em parceria entre os três institutos. Ele ficará em
órbita aproximada entre 350 km e 400 km, na região conhecida como
ionosfera.
É nessa parte da
atmosfera que acontecem as bolhas de plasma equatoriais, fenômeno
cujas causas ainda são desconhecidas. Elas provocam a chamada
cintilação, uma variação rápida de amplitude e fase dos sinais
de ondas de rádio, que interfere na comunicação entre satélites e
estações em terra.
— A degradação
das comunicações e dos sinais de GPS está intimamente ligada a
esse fenômeno — disse Jim Spann, cientista-chefe no Centro de Voo
Espacial Marshall da Nasa, em Huntsville, e líder da missão SPORT
(Scintillation Prediction Observations Research Task).
Pela parceria, a
Nasa será responsável pelo desenvolvimento dos sensores, o ITA irá
construir o CubeSat e o Inpe ficará com as operações em terra. O
Brasil foi escolhido para o projeto por pesquisar intensivamente o
fenômeno. As bolhas de plasma acontecem globalmente, no período da
noite, na zona equatorial, mas o problema é agravado no país por
causa da Anomalia Magnética do Atlântico Sul, onde existe um
“mergulho” do campo magnético do planeta.
— A proteção
dada pelo campo magnético é menor aqui em cima, na região do
Atlântico Sul. E isso agrava o problema das bolhas — explicou
Otávio Durão, gerente da missão no Inpe.
Para aplicações
cotidianas, como o uso de serviços de mapa nos celulares, a
interrupção no sinal GPS é apenas um aborrecimento, mas em alguns
setores qualquer interferência é crítica. Na aviação, por
exemplo, existe uma regulação internacional para que todos os
aeroportos operem pousos e decolagens com o sistema de posicionamento
global, mas no país isso não é possível por causa das
interferências nos sinais. Na agricultura, o GPS permite a aplicação
de insumos com precisão.
— O objetivo é
compreender por que essas bolhas são formadas, e dessa forma poder
prevê-las — afirmou Durão.
O PRIMEIRO DE UMA
CONSTELAÇÃO
O satélite terá
seis sensores, que coletarão dados como intensidade do campo
magnético e a velocidade dos íons. O equipamentopesa cerca de sete
quilos, com volume de seis litros. A ideia é que este seja apenas o
primeiro lançamento, para avaliar como o satélite irá se
comportar, para que uma constelação seja formada, com coleta de
dados em outras regiões.
O Globo
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