Pato-mergulhão se reproduz em cativeiro pela primeira vez no mundo

Nasceram nesta quinta-feira no Zooparque Itatiba, o maior zoológico particular do Brasil, quatro filhotes de pato-mergulhão, espécie criticamente ameaçada de extinção. No mundo todo, existem atualmente menos de 200 indivíduos da espécie. Segundo representantes do Plano de Ação Nacional para Conservação do Pato-Mergulhão (Mergus octosetaceus), esta é a primeira vez que a espécie se reproduz em cativeiro e a intenção é que sejam futuramente devolvidos à natureza.
A espécie depende de águas limpas e transparentes, com corredeiras e vegetação nas margens. Seu principal alimento é o peixe, que que eles capturam ao mergulhar - daí o nome da espécie. Para isso, usam principalmente a visão. Com a degradação das águas, a sobrevivência da espécie tem sido cada vez mais afetada.
Atualmente, o pato-mergulhão pode ser encontrado no Brasil apenas nas regiões da Serra da Canastra (MG), Patrocínio (MG), Chapada dos Veadeiros (GO) e no Jalapão (TO).
HÁ AINDA AMEÇAS ADICIONAIS, COMO O USO
DESORDENADO DE PESTICIDAS, QUE ACABAM ATINGINDO OS CURSOS D'ÁGUA,
PROJETOS DE BARRAGENS E MINERAÇÃO E ATÉ MESMO ATIVIDADES
ESPORTIVAS MAL PLANEJADAS REALIZADAS NOS RIOS E LAGOAS ONDE O
PATO-MERGULHÃO ESTÁ PRESENTE.
As aves utilizadas na reprodução são oriundas de ovos coletados na
natureza. O manejo da espécie é considerado difícil, pois o pato-mergulhão demora cerca de dois anos para atingir a maturidade sexual, além de ser muito sensível.
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Pato-mergulhão: no mundo todo existem apenas
200 indivíduos da espécie, criticamente ameaçada de extinção -
Divulgação/ Terra Brasilis
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O objetivo do projeto é manter 10 casais reprodutores e devolver os filhotes à natureza. O Plano de Ação Nacional para Conservação do Pato-Mergulhão foi desenvolvido pelo Instituto Chico Mendes em parceria as instituições Terra Brasilis, Naturatins, CerVivo, Museu de Zoologia da USP e a Reserva Conservacionista Piracema. O Zooparque Itatiba atua em projetos de conservação de espécies raras e ameaçadas de extinção.
O Globo