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sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

MEIO AMBIENTE

Sociedade terá de viver com menos água, diz biólogo

O diretor-presidente da Aadasa, Paulo Salles, e o diretor da aência Jorge Enoch Furquim Werneck Lima participam de palestra sobre o 8º Fórum mundial da Água, na EBC
O diretor-presidente da Aadasa, Paulo Salles, e o diretor da aência Jorge Enoch Furquim Werneck Lima participam de palestra sobre o 8º Fórum mundial da Água, na EBC  Foto: Agência Brasil



O diretor-presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa), Paulo Salles, disse hoje (19) que a sociedade precisa estar preparada para viver com menos água e que isso implica, do ponto de vista tecnológico, na aposta em técnicas de reúso da água. Durante palestra na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o biólogo falou sobre os preparativos para o 8º Fórum Mundial da Água, que ocorrerá em Brasília de 18 a 23 de março.


"Precisamos rever nossos conceitos com relação ao uso da água e com relação à maneira como estamos tratando os recursos naturais que garantem a permanência da água nos ecossistemas. É um processo educacional que já vem sendo feito e acredito que esses momentos de dificuldade que estamos vivendo estimulam ainda mais nosso empenho no sentido de mudar essa cultura e tornar a população mais bem-educada", disse Salles ao se referir à crise hídrica em parte do país.
Além da necessidade de se avançar em técnicas de reúso, Salles também defendeu a busca por outras fontes de abastecimento, como a dessalinização da água do mar em cidades litorâneas e, particularmente, no Nordeste brasileiro. "A água está presente em todas as atividades humanas, inclusive nas atividades econômicas. E o fórum vai tratar um pouco de cada coisa. Não é um evento científico nem organizado exclusivamente pra governo ou sociedade civil. É uma plataforma que vai abordar todos esses assuntos numa perspectiva diversificada, para atender a todos os públicos".
O especialista lembrou que o Brasil sempre chamou a atenção do mundo em razão do volume de água doce acumulada. Para ele, o país tem também uma legislação avançada e instituições com bom desempenho no setor. "Já temos um protagonismo. Com a realização do fórum em Brasília, neste momento em que a crise é tida como mundial, temos uma oportunidade muito grande de reafirmar os nossos compromissos, valores e ideias, compartilhar aquilo que temos de boas práticas e aprender as soluções já testadas e aprovadas em outros países".
Hemisfério Sul
Essa é a primeira vez que o Fórum Mundial da Água será realizado no Hemisfério Sul. O tema da oitava edição, Compartilhando Água, será debatido por representantes de governos, da sociedade civil, de empresas públicas e privadas e de organizações não governamentais de diversos países.
A organização espera receber mais de 60 chefes de Estado em Brasília, além de especialistas internacionais. Na programação, estão previstos mais de 200 debates e atividades educativas, informativas e culturais.
Espaço gratuito
Na edição de Brasília, o evento vai contar com um espaço gratuito, chamado Vila Cidadã, uma espécie de arena de debates, palestras, exposições, cinema, artesanato, bate-papos e espaço gourmet. A estrutura ficará montada no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, próximo ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
O 8º Fórum Mundial da Água é organizado pelo Conselho Mundial da Água, pelo governo de Brasília, representado pela Adasa, e pelo Ministério do Meio Ambiente, representado pela Agência Nacional das Águas (ANA).
Criado em 1996 pelo Conselho Mundial da Água, o fórum foi idealizado para estabelecer compromissos políticos acerca dos recursos hídricos. O evento ocorre a cada três anos e já passou por Daegu, na Coreia do Sul (2015); Marselha, na França (2012); Istambul, na Turquia (2009); Cidade do México, no México (2006); Quioto, no Japão (2003); Haia, na Holanda (2000); e Marrakesh, no Marrocos (1997).
Fonte: Terra

terça-feira, 15 de agosto de 2017

MEIO AMBIENTE

Transposição deve ficar 6 meses sem bombear água


Na última semana o governo do Estado, através da Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos, anunciou o fim do racionamento em Campina Grande e mais 18 cidades para o dia 26 de agosto.
A decisão pegou a população de surpresa, já que muitos consideram a decisão precoce diante do ainda pequeno volume de água armazenada no açude Epitácio Pessoa (Boqueirão).
Para vereadores da oposição em Campina Grande, a medida do Estado é equivocada e tem caráter político.
Comungando com a mesma crítica, o vereador Alexandre do Sindicato, que estava em Brasília com uma comitiva de parlamentares de Campina Grande no momento do anúncio, disse que foi solicitada uma audiência pública com o presidente da Agência Nacional das Águas (ANA), ocasião em que foi revelado que a transposição poderá passar por um período de quatro a seis meses sem bombear água para a Paraíba, devido a um conserto dos paredões das barragens de Poções, em Monteiro, e Camalaú, na cidade de mesmo nome.
A intervenção em questão, segundo o parlamentar, será feita pelo Dnocs e ANA.
De acordo com Alexandre, se isto ocorrer e o racionamento realmente for finalizado, a situação da população ficará pior, pois o açude Epitácio Pessoa não receberá recarga, a não ser das chuvas, e terá perdas com a evaporação e o consumo.
Foto: Ascom
Foto: Ascom
Ainda segundo o vereador, a interrupção do bombeamento das águas da transposição terá que ser feita ainda no ano em curso, pois a ANA teme que, caso ocorra grande quantidade de chuvas no início do próximo ano, as barragens possam se romper.
– A determinação da ANA diz que a água deverá ser suspensa por quatro meses, mas se houver algum percalço poderá ser em até seis, para conserto dos paredões das barragens que tiveram que ser rebaixados para o fluxo da água do São Francisco chegar mais rápido a Boqueirão. A altura dos paredões terá que ser refeita, pois se chover muito no início do próximo ano, as barragens podem se romper. A obra deveria ter sido feita pelo governo do Estado em 2015 e no momento em que a água do São Francisco chegou foi feito apenas um paliativo. O governo do Estado já sabe da determinação da ANA e Dnocs – afirmou.
Alexandre ainda disse que em 2015, o Estado deveria ter feito a obra nas barragens e não o fez, mesmo tendo recursos. Além disso, não realizou limpeza no leito do rio Paraíba, o que dificultou ainda mais a chegada das águas do São Francisco ao Epitácio Pessoa.
No próximo dia 22 de agosto, será realizada na Câmara Municipal de Campina Grande uma audiência pública com representantes da ANA, técnicos da UFCG, Ministério Público da Paraíba, Cagepa, Aesa, entre outros órgãos, para discutir a real viabilidade do fim do racionamento com este novo agravante.
Alexandre do Sindicato diz esperar pela sensibilidade do governo estadual. Segundo ele, caso isto não ocorra, serão tomadas medidas judiciais, respaldadas no anseio popular e na documentação da ANA.
*As informações são da Rádio Campina FM.