domingo, 7 de novembro de 2021

Por que ‘velhice’ será tratada como doença pela OMS e o que dizem os especialistas sobre o assunto

 MUNDO

Foto: Reprodução 

Em 2022, Organização Mundial de Saúde vai substituir "senilidade" por “velhice” na Classificação Internacional de Doenças, decisão reprovada por pesquisadores e idosos.


Nascer, crescer, envelhecer e morrer. Desde crianças, aprendemos que esse é o ciclo natural da vida. A partir de janeiro de 2022, porém, essa noção pode mudar: a “velhice” poderá ser entendida como doença, por decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS). A medida é reprovada por especialistas cearenses e de todo o mundo.


A OMS pretende substituir, na 11ª versão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID11), a ser publicada em janeiro, a “senilidade” (código R54) por “velhice” (código MG2A), categorizando a fase da vida como patologia.

Em agosto deste ano, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) se posicionou contra a inclusão do termo na CID, e direcionou um documento à OMS pedindo que países membros, especialistas, associações e representantes das pessoas idosas sejam consultados para chegar a uma alternativa.

Incluir ‘velhice’ como potencial negativo pode associá-la a doença e aumentar o preconceito e o estigma a esta população, interferindo no tratamento e pesquisa de enfermidades e na coleta de dados epidemiológicos. 
Conselho Nacional de Saúde 

O CNS destacou, ainda, que “o envelhecimento da população é um fenômeno global”, de modo que deve se chegar a consenso sobre um novo termo que “esteja em consonância com a Década do Envelhecimento Saudável” e contra o “preconceito de idade”.

EFEITOS NEGATIVOS NA SAÚDE

Charlys Barbosa, geriatra, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria no Ceará e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), aponta que a encarar a velhice como uma CID é preocupante, e pode afetar o atendimento em saúde.

“Envelhecer é fisiológico, é algo esperado para todo ser vivo, e precisamos, como profissionais, identificar o que são as alterações normais e o que é doença. Que os nossos idosos possam envelhecer cada vez melhor, mais ativos e participativos”, pontua o médico.

Diário do Nordeste  


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