sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Flordelis é presa por ser a mandante da morte do marido no Rio

BRASIL

Justiça autorizou prisão no final da tarde desta sexta-feira, 13; deputada cassada alega inocência em relação ao assassinato do pastor Anderson do Carmo


FOTO: DIBAHIA


A 3ª Vara Criminal de Niterói (região metropolitana do Rio de Janeiro) decretou a prisão da ex-deputada federal cassada Flordelis dos Santos Souza no fim da tarde desta sexta-feira, 13. Ela foi presa pela Polícia Civil por volta das 18h40, sob acusação de ser a mandante da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, ocorrida em julho de 2019 na garagem da casa em que o casal vivia. Outras dez pessoas já estão presas desde 2019, quando a ex-parlamentar foi tornada ré pelas autoridades como mentora do assassinato do próprio companheiro. A juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce também proibiu que Flordelis tenha contato na cadeia com qualquer outro corréu no processo. Seis dos 55 filhos dela – entre 4 biológicos e 55 afetivos – estão em penitenciárias devido ao crime. No momento em que estava sendo conduzida por policiais à viatura, Flordelis carregava um maço de papéis e disse: “Eu amo vocês. Fé em Deus”. O pedido de prisão foi feito pelo Ministério Público do Rio hoje, dois dias após a cassação da ex-congressista na Câmara dos Deputados. Ela alega inocência em relação às acusações. Antes de ser enviada a uma unidade prisional, divulgou um vídeo em suas redes sociais. “Olá gente, chegou o dia que ninguém desejaria chegar. Estou indo presa por algo que eu não fiz, por algo que eu não pratiquei. Eu não sei por que, mas estou indo com força e com a força de vocês. Orem por mim. Orem, orem. Uma corrente de oração na internet.

De acordo com o pedido do MP, “a situação jurídica da ré deve ser revista, para sanar a desproporcionalidade que havia entre as medidas cautelares impostas e os fatos imputados e as condutas que a ré praticou para interferir na instrução e se furtar no momento da aplicação da lei penal”. O pedido de prisão informa que Flordelis “orientou os demais corréus para que o celular da vítima fosse localizado e suas mensagens comprometedoras fossem apagadas, bem como que fossem queimadas as roupas com possíveis vestígios forenses”. Ainda de acordo com o MP do Rio, a ex-deputada “também providenciou treinamento a réus e testemunhas que foram intimadas para prestarem depoimento em sede policial, solicitando que testemunhas mentissem à polícia e alterassem versões já fornecidas, assim como, por repetidas vezes, descumpriu a medida cautelar de monitoramento eletrônico”.

 Flordelis foi denunciada por arquitetar o homicídio de Anderson, executado pelo seu filho biológico Flávio dos Santos Rodrigues. A primeira versão da família foi de que eles haviam sido vítimas de um latrocínio, o que foi desmentido no decorrer das investigações. Outros cinco dos 55 filhos da ex-deputada estão presos pelo crime, além de outras cinco pessoas próximas ao numeroso círculo familiar. A motivação do assassinato, segundo autoridades, foi porque Anderson controlava as finanças familiares e administrava os conflitos de maneira rígida. 


Foi só o começo de um enredo com nuances surrealistas que envolve troca de casais entre os próprios membros da família, trapaças, roubo de dinheiro, envenenamento, falsificação de documentos — a última acusação se refere a uma carta escrita por Flordelis e endereçada ao filho adotivo Lucas de Souza para que ele assumisse integralmente a autoria do crime. O resultado de tamanha conspiração é amplamente conhecido: o assassinato do líder de um clã familiar disfuncional, segundo apontam as investigações.

Mas o Relatório Final de Inquérito do caso aponta Flordelis como uma pessoa psicologicamente manipuladora, que instigava divisões de facção na família, tratava Anderson com desprezo e que formou uma rede entre os filhos prediletos para tramar o homicídio do pastor.


FONTE: VEJA

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