02/09/2020 - Lúcia Brito/Governo do Tocantins
A diversidade produtiva é uma das grandes características das pequenas propriedades rurais como forma de geração de renda e a conquista de novos mercados. Em Pium, município localizado a 120 km de Palmas, o produtor Edivan Cruz Pereira, incentivado pelas políticas públicas e pela assistência técnica do Governo do Tocantins, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), investe no cultivo da seringueira e se prepara para a primeira colheita.
De olho nas ótimas condições do mercado da borracha, um setor cada vez mais promissor no país, o produtor entrou, há sete anos, na atividade e espera nesta primeira safra, extrair 247 kg de borracha seca por hectare ao mês, podendo chegar a 2.475 kg por hectare ao ano, considerando um estande de 550 plantas por hectare, com uma receita de R$ 7,4 mil por cada hectare extraído. A área plantada soma três hectares com 1.666 árvores, estando atualmente com uma média de 1.650 plantas.
“Desde 2003, vivo em Pium, na Comunidade Morro Preto. No início, o manejo aqui dentro era com enxada, foice, nos plantios consorciados envolvendo milho e mandioca. Mas, com a chegada dos programas sociais do governo e assistência técnica, passamos a ter mais conhecimentos e acesso a novas tecnologias. Com isso, veio o crédito rural, quando foi possível comprar um trator e as coisas foram mudando e melhorando a fonte de renda da Fazenda. Depois, chegou a experiência de plantar seringueira; e agora, eu me preparo para a primeira colheita da borracha que deve acontecer nos próximos meses. Não plantei seringueira por acaso, aqui no nosso município, tem muita produção de seringueira, fui pesquisando e achei melhor entrar nesse ramo. A gente também cria gado de corte, pois na propriedade você tem que ter diversidade de produção para que haja uma qualidade de vida melhor. Se a assistência técnica e a extensão rural não estivessem presentes, não chegaríamos aonde estamos hoje. Buscamos essa parceria e foi muito importante a assistência na propriedade”, avalia Edivan Cruz Pereira.
Edivan Cruz Pereira recebe assistência técnica do Ruraltins e, conforme a mestre e engenheira Florestal, Marla Guedes, o incentivo a novas alternativas produtivas nas propriedades rurais faz parte das políticas públicas do Governo do Tocantins para a geração de renda e melhoria de vida das famílias.
“O Edivan Cruz Pereira foi um produtor que sempre demonstrou abertura para as tecnologias. Então, quando pensou em plantar a seringueira, já começou a pesquisar também. Com isso, sempre se mostrou aberto ao que os técnicos traziam de informação e manejo do seringal. Então desde o plantio, passando pela adubação e pela condução, tudo aconteceu dentro do que nós, técnicos, prezamos, e que era necessário para se ter um bom manejo do seringal. O Ruraltins atua nessa propriedade desde que se iniciou o plantio do seringal. O bom resultado e a boa qualidade têm relação direta dessa parceria entre os técnicos e o produtor", frisa a engenheira.
Capacitação do produtor
Marla Guedes explica ainda que a forma como é feita a exploração afeta a vida útil do seringal. Por isso, é necessário conhecimento para realizar a sangria, como é chamada a técnica de extração da borracha.
“Com a implantação da seringueira na agricultura familiar, muda o perfil do pequeno produtor sangrador. Em grandes áreas, são contratados profissionais que já trabalham nisso, para fazer esse serviço. Nas pequenas propriedades, é o próprio produtor quem vai fazer isso, ele receberá uma capacitação para que consiga fazer a abertura do painel de forma correta e a condução do mesmo. A seringueira pode chegar até 40 anos de colheita. Quando o sangrador não é tão qualificado, diminui muito os anos de produtividade dessas árvores”, finaliza.
Seringueira
A seringueira é o nome das árvores que produzem o látex usado na fabricação da borracha. Essas árvores são originárias da bacia do rio Amazonas e atingem de 20 a 30 metros de altura e entre 1 e 1,5 metro de diâmetro.
Ao contrário da Amazônia, onde a árvore da borracha cresce dentro da floresta; no Tocantins, ela passou a ser cultivada em propriedades rurais, e já soma mais de 6 mil hectares de seringueiras.
Os municípios onde é realizada a heveicultura - cultura da seringueira para a produção de borracha são: Palmeirópolis, Sandolândia, Santa Fé do Araguaia, Abreulândia, Marianópolis, Pium, Rio da Conceição, Pedro Afonso, Cariri do Tocantins e Araguaína.
Edição: Thâmara Cruvinel
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