segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Feijão carioca: Embrapa inova com cultivar resistente a doenças

 

TECNOLOGIA PARA A LAVOURA


De acordo com a empresa, o produto lançado recentemente também apresenta alta produtividade, estimada em 4.500 kg por hectare

28 de setembro de 2020 às 10h38
Por Canal Rural
feijão carioca embrapa

Cultivar de feijão carioca BRS FC402. Foto: Pedro Sarmento/Embrapa

A safra de verão está começando e cultivar de feijão carioca BRS FC402, lançada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), tem despertado o interesses dos produtores brasileiros. De ciclo normal, entre 85 e 94 dias da emergência à maturação, o produto se destaca pela excelente produtividade, resistência inédita a doenças e alta qualidade de grãos, segundo a entidade.

Os trabalhos foram desenvolvidos pela equipe de melhoramento de feijão da Embrapa Arroz e Feijão, com grande expectativa de que substitua junto aos produtores a Pérola, lançada no mercado em 1996, outra cultivar da empresa, que sempre teve grande aceitação e adoção.

“A BRS FC402 pode contribuir de forma eficiente para a sustentabilidade da cultura do feijão-comum no agronegócio brasileiro. Ela se destaca, em relação às suas antecessoras, por maior produtividade de grãos, apresentando potencial médio de 4.500 kg por hectare, e resistência à antracnose e à murcha-de-fusário, dois dos principais problemas que atacam essa lavoura. Sua excelente sanidade e versatilidade permitem adoção em diversos ambientes e condições, sendo indicada para todas as regiões produtoras”, diz a Embrapa.

O maior impacto deve ocorrer, principalmente, no cultivo de inverno, sob pivô central, e em áreas antigas e de uso intenso, devido à sua resistência à murcha-de-fusário. Na época “das águas”, é indicada para regiões com altitude elevada e em todo o Centro-Sul do Brasil, em virtude de sua resistência à antracnose.

Com relação às características de qualidade de grãos, a cultivar BRS FC402 possui alto valor nutricional, com teores de ferro 4,5% acima da Pérola e 19% da BRS Estilo; e 7% de zinco acima das duas testemunhas. Os grãos têm coloração uniforme e clara, com estrias também claras, características desejadas pela indústria e consumidores, apresentando-se de alto valor comercial. A cultivar possui arquitetura semiereta, com tolerância intermediária ao acamamento, podendo ser utilizada para colheita mecânica, inclusive direta.

Segundo Pedro Henrique Sarmento, especialista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Arroz e Feijão, um ponto que se destaca nessa cultivar é a sua capacidade de se manter com plantas uniformes, saudáveis e produtivas, mesmo em ambientes que, para outras, sejam suscetíveis a doenças de solo e comprometimentos diversos.

“Geralmente, locais onde se produz o feijão são menos equilibrados, em relação a biologia do solo, são pivôs antigos, até, às vezes, com manejos inadequados. Fomos a uma área no município de Acreúna, em Goiás, em que o produtor plantou, lado a lado, o BRS 402 e outra cultivar em lançamento. Vimos esta outra bastante comprometida por doenças de solo, como a murcha-de-fusário e nematoides, enquanto a 402 estava intacta e se desenvolvendo dentro das expectativas”, afirma.

Por Canal Rural

Nenhum comentário:

Postar um comentário