Diante do tempo seco, cultivo deve começar apenas nas áreas sob pivôs de irrigação; lavouras vão ocupar mais de 10,2 milhões de hectares nesta safra no estado
Daqui a oito dias as plantadeiras vão começar a fazer barulho na fazenda da família Hoppes, em Santa Rita do Trivelato, médio-norte de Mato Grosso. Assim que o vazio sanitário da soja terminar (no dia 15), a propriedade vai dar início ao plantio das lavouras da oleaginosa. “Começaremos a plantar dia 16 nas áreas irrigadas, porque nós precisamos plantar o algodão na sequência, na segunda safra. Já nas áreas de sequeiro, vamos plantar só quando o solo estiver com uma boa umidade. Com os preços de soja como estão hoje, a produtividade é o mais importante. Não podemos arriscar plantar soja na poeira, de qualquer jeito”, analisa o agricultor Egon Hoppes Júnior. A área coberta pelo pivô tem 1.125 hectares, pouco mais de 10% do terreno total que será cultivado com soja nesta safra pela família.
A precaução do agricultor com o início do plantio nas áreas de sequeiro é semelhante em outras fazendas da região, como explica o engenheiro agrônomo Naildo Lopes, que é consultor técnico de várias propriedades em Nova Mutum e Santa Rita do Trivelato, onde as lavouras de soja devem ocupar cerca de 580 mil hectares nesta safra. “A tendência natural é plantar após o dia 25 de setembro e, ou, dia primeiro de outubro porque os materiais que nós temos para o plantio, são boa parte de ciclo médio e com isso possibilita o plantio de safrinha futuro. Mas o produtor está consciente de que o custo de produção não está baixo e que, o grande segredo, é fazer um bom plantio com boa umidade para que ele tenha uma produtividade de soja”, comenta.
Na Agropecuária Família Dalasta Agronegócio, em Canarana, a ideia é aguardar a chegada das chuvas antes de largar as plantadeiras no campo. “Já estamos finalizando os preparativos de solo. Aplicamos potássio, gesso, calcário e estamos terminando a aplicação de fósforo. A partir do dia 25, as sementes e as máquinas estarão prontas, só esperando a umidade ideal para dar início à semeadura”, revela o agricultor Diego Dalasta.
Agricultor e diretor administrativo da Aprosoja-MT, Lucas Beber reforça que o ideal é sempre esperar que o solo esteja úmido o suficiente para receber as sementes com segurança. Porém, relembra que nem sempre os produtores podem esperar que isso ocorra. “Mesmo tendo poucas previsões de chuvas, muitos produtores preferem correr o risco de iniciar o plantio assim que o solo está com a umidade suficiente para a germinação. Essa decisão leva em conta minimizar o risco de que as janelas do algodão e do milho sofram atrasos”, explica
De acordo com o Imea, o custo médio para plantar um hectare de soja nesta safra em Mato Grosso gira em torno de R$ 2.400,00, considerando apenas as despesas com o custeio (sementes, fertilizantes e agroquímicos). Esta conta é 4,3% superior à do ciclo passado. As lavouras de soja devem ocupar cerca de 10,2 milhões de hectares no estado, maior área de todos os tempos.
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