Projeto, em Ananindeua, envolve as técnicas de hidroponia e aquicultura e oferece uma série de benefícios por ser uma modalidade de cultivo integrado
Por Rodrigo Reis (EMATER)
Criação de peixes associada ao cultivo de hortaliças, chamada de aquaponia, economiza água em relação à agricultura convencionalFoto: Veloso Júnior / EmaterA comunidade quilombola do Abacatal, no Km 8 da estrada do Aurá, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém (RMB), recebeu nesta terça-feira (25) da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) de aquaponia, cujo sistema de cultivo envolve a integração entre as técnicas de hidroponia e aquicultura, e oferece uma série de benefícios por ser uma modalidade de cultivo integrado.
A URT foi instalada na propriedade de Edimilson Teixeira, que ainda trabalha com diversas culturas frutíferas (açaí, abacaxi, abacate, ingá goiaba), plantas medicinais, hortaliças e também avicultura.
O sistema proposto é por cultivo integrado, onde uma segunda cultura (peixe) aproveita os subprodutos de uma primeira cultura (alface e cebolinha): o peixe excreta amônia, que depois passa por um filtro biológico para extrair resto de fezes e outros materiais sólidos. Depois, a água passa pelo filtro biológico, que retira o material sólido.
No sistema integrado, hortaliças de ciclo curto, como alface, por exemplo, podem ser colhidas após cerca de quatro a seis semanasFoto: Veloso Júnior / Emater“Deste modo, a amônia é utilizada para fornecer os nutrientes para as hortaliças. Um contribui com o outro, isso proporciona também segurança alimentar: tem alface, cebolinha, peixe. É um conceito agroecológico, sustentável”, explica a engenheira de pesca da Emater, Jaqueline Bráz. O projeto foi viabilizado com recursos da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).
De acordo com Vanuza Cardoso, integrante da comunidade e esposa de Edimilson Teixeira, o trabalho em parceria rende frutos e a implantação de mais um projeto é a prova de que a Emater tem sido uma parceria fundamental. “A gente está sempre disponível para trabalhar em conjunto. É uma somatória de conhecimentos, de aprendizados. Um contribui com o outro”, afirma.
A Unidade de Referência Tecnológica foi instalada na propriedade de Edimilson Teixeira, que também trabalha com culturas frutíferasFoto: Veloso Júnior / EmaterCom 318 hectares, a comunidade do Abacatal surgiu no século 18 e somente em 1999 teve suas terras regularizadas pelo Instituto de Terras do Pará (Iterpa). A Emater assiste as famílias da comunidade há mais de 30 anos.
“A Emater tem uma história dentro da comunidade. É muito gratificante poder participar da implantação deste projeto tão importante e notar a satisfação de quem vai ser beneficiado diretamente. É uma somatória de esforços, com o único objetivo de fortalecer ainda mais esta parceria e reforçar que a Emater sempre estará presente no dia a dia dos que fazem parte do Abacatal”, comentou o supervisor regional das Ilhas, Ricardo Barata, que esteve acompanhado pelo chefe local de Ananindeua, Wanderley Ribas.
DIVERSIFICAÇÃO E PRODUTIVIDADE
Uma variedade de vegetais pode ser utilizada no sistema de aquaponia, porém as espécies mais indicadas são as folhosas, como alface, rúcula e almeirão, além das ervas como manjericão, hortelã e orégano. Cada quilograma de peixe estocado pode fornecer nutrientes para cerca de 25 hortaliças.
A Emater avaliou vários aspectos para escolher a propriedade que recebeu a URT. “Avaliamos acesso, disponibilidade do agricultor, diversificação de atividades, conhecimento. É uma área muito produtiva, por isso recebeu o projeto. A família também já é assistida há décadas, são responsáveis, conhecem sua realidade e sabemos que vão trabalhar corretamente”, disse a engenheira florestal da Emater, Tangriene Nemer, integrante da equipe que trabalhou na implantação do projeto.
agência pará
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