22/07/2020 14h47 - Atualizada em 22/07/2020 15h02
Por Melina Marcelino (HC)
Por Melina Marcelino (HC)
As equipes de Fisioterapia e a Engenharia Clínica da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) desenvolveram um equipamento chamado de “andador adaptado” que ajuda na locomoção de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O equipamento foi adaptado para levar a medicação junto ao paciente enquanto ele realiza exercícios de fisioterapia dentro da UTI.

“Quando paciente fica muito tempo deitado, ele fica propício a desenvolver fraqueza muscular, problemas cardíacos, pulmonares e até mesmo psicológicos. Então, com a chegada do andador, isso mudou completamente, o paciente passou a ter mais segurança, além de otimizar o tempo de recuperação do paciente” avalia Rafael Araújo, fisioterapeuta diarista da FHCGV.
O Engenheiro Clínico da FHCGV, Circlayton Carneiro, conta que o andador era de um antigo ventilador mecânico e como forma de reutilizar o aparelho, a equipe de engenharia clínica e a equipe de fisioterapia desenvolveram o andador com rodízios, “adaptamos o equipamento para colocar a medicação e ainda colocamos um suporte para que o paciente pudesse se apoiar e levar o andador para onde ele quiser se locomover”, explica o engenheiro.
A FHCGV, referência em Cardiologia, sempre têm pacientes de pós-operatório cardíaco nas UTIs. Essas pessoas dependem exclusivamente de medicação de uso contínuo, que ficam conectadas a pessoa dificultando a mobilidade e locomoção.

Esse é o caso do motorista Josué Nascimento, de 36 anos, morador do município de Capanema, no nordeste do Pará. Ele foi submetido a uma cirurgia cardíaca de urgência e depois do procedimento se sentiu desestabilizado e com medo de se locomover sozinho.
"A equipe de fisioterapia foi fundamental. Com o andador, eu consegui todo o apoio que eu precisava para andar e isso ajudou bastante na minha recuperação. Eu perdi o medo, consegui me levantar e me movimentar”, contou Josué que já vem de uma família com histórico de problemas cardíacos. Ele perdeu o pai, a mãe e três irmãos por doenças relacionadas ao coração.
Enquanto o andador trouxe segurança para o seu Josué. Para a dona Marilene Lima, de 55 anos, o andador trouxe esperança. Ela apresentou graves problemas cardíacos e pulmonares causados pela Covid-19 e teve que ser internada com urgência na UTI do HC. “Ficar nesse leito me fez pensar em várias situações que poderiam acontecer comigo, mas o andador me incentivou a cada dia ter a certeza de que eu ia melhorar. A sensação de poder sair do leito e andar é inexplicável. Com certeza o andador contribuiu muito para o meu desenvolvimento e para a minha recuperação”, garante dona Marilene.
Além de ajudar na reabilitação dos pacientes, o andador possibilita à equipe de fisioterapia desenvolver o trabalho de forma otimizada. Para ajudar um paciente a sair do leito e se locomover era preciso mais de um profissional, com o andador só um fisioterapeuta consegue acompanhar o paciente.
“Antes do andador, a equipe realizava esse procedimento de forma manual, sendo preciso dois fisioterapeutas para cada paciente, um para acompanhar o paciente e outro para segurar a medicação, o que era bastante complicado, pois isso prejudicava a segurança e recuperação e também o tempo do fisioterapeuta em atender outras pessoas” diz Rafael Araújo.
Atualmente, a Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) possui quatro Unidades de Terapia Intensiva. A UTI Adulto possui 12 leitos, a UTI Coronariana, com 10 leitos, a UTI Pediátrica com oito leitos e 10 leitos na UTI Neonatal.
agência pará
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