13/07/2020 14h32 - Atualizada em 13/07/2020 15h01
Por Melina Marcelino (HC)
Por Melina Marcelino (HC)

Na Clínica Obstétrica da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) as gestantes cardiopatas, com problemas renais e psiquiátricos, recebem um atendimento psicológico humanizado. O objetivo é acolher, amparar e cuidar dessas gestantes durante a sua gravidez até o nascimento do bebê.
“O acompanhamento psicológico das gestantes visa proporcionar alívio emocional e assim amenizar a ansiedade e a angústia por meio do acolhimento e da escuta atenta, bem como por meio de uma avaliação psicológica para identificar possíveis situações de desorganização emocional”, explica a psicóloga Ivone Soares.
Durante o tempo de internação dessas gestantes é oferecido acolhimento e, também, ofertado espaço onde elas possam expressar suas emoções, expectativas e estado psíquico. “Esse processo terapêutico favorece a construção de uma relação de confiança”, enfatiza a psicóloga.
A professora Antônia Fonseca, de São Miguel do Guamá, sofreu um grave problema ao longo de sua gestação, o que provocou o óbito fetal. Para ela, o atendimento psicológico foi de grande importância no enfrentamento dessa situação delicada e dolorosa. “Você descobrir que carrega um bebê morto dentro de você e ainda ter que realizar um parto para a sua retirada, é realmente muito doloroso. A psicóloga foi muito importante para eu passar por essa situação, ela tentou de todas as maneiras me acalmar, ouvir e conversou bastante comigo me dando todo o apoio que eu precisava. Ela me ajudou a controlar a ansiedade, preocupação e medo. Ela realmente contribuiu muito para a minha melhora”, declara Antônia.

As principais atividades desenvolvidas na Clínica Obstétrica são o acompanhamento psicológico durante o trabalho de parto, acompanhamento psicológico em caso de cardiopatia ou má formação fetal, acompanhamento psicológico à gestante cardiopata, com problemas psiquiátricos e nefropatas e o atendimento psicológico em caso de óbito fetal.
Outro caso de acompanhamento psicológico, foi a de uma paciente de 23 anos, grávida de nove semanas. Ela deu entrada no HC com sintomas de vômitos incontroláveis, depressão e sensibilidade nas pernas. No seu primeiro atendimento psicológico, a psicóloga Ivone Soares disse que a paciente se encontrava bastante depressiva, com insônia e dificuldade de se alimentar. “Ela tinha uma repulsa em relação a sua gestação, isso se deu por algo relacionado ao seu passado”, esclarece a psicóloga

Na primeira sessão de terapia, a psicóloga realizou o acolhimento e estabeleceu um vínculo com a paciente. “Trabalhei com ela os seus sentimentos e a ajudei a compreender e identificar seus sentimentos por meio de desenhos”. A psicóloga ainda destaca os resultados positivos na realização desse atendimento. “Na última sessão, percebi uma mudança. Ela começou a se alimentar corretamente e passou a se libertar dos sentimentos do passado. Ela realmente saiu muito diferente de como ela se encontrava quando deu entrada no hospital”, conclui a psicóloga.
Metodologia - O histórico de adoecimento das pacientes é fundamental para garantir um atendimento interdisciplinar. A atuação da psicologia na Clínica Obstetrícia visa um levantamento das reações frente ao adoecimento/hospitalização, mecanismos de defesa, estratégia de enfrentamento, ansiedade, medo e temores.
No Centro e Clínica Obstétrica da FHCGV, o atendimento às gestantes é feito dentro do perfil de referência do hospital, no caso, cardiopatia, psiquiatria e nefrologia. Elas também são atendidas no pré-natal de alto risco.
agência pará
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