Estudo é realizado pela UFRJ em parceria com o Ministério da Saúde e CNPq e apoio da Sespa
15/03/2020 11h12 - Atualizada em 15/03/2020 11h46
Por Roberta Vilanova (SESPA)
Por Roberta Vilanova (SESPA)

O trabalho de campo está sendo conduzida pela Sciense Sociedade para o Desenvolvimento da Pesquisa Científica e segue metodologia científica, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFRJ.
Os entrevistadores, identificados com camisa e crachá, visitam os domicílios para entrevistar os pais ou responsáveis, pesar e medir crianças e mães e coletar sangue das crianças para analisar as taxas de hemoglobina, ferritina, proteína C reativa, zinco, selênio, vitaminas A, D, E, B1, B12, B6 e folato. São os resultados desses exames que vão compor a epidemiologia das deficiências de micronutrientes em crianças menores de cinco anos.

Todos os participantes do estudo receberão, por correio ou por e-mail, os resultados das medidas de peso e altura, bem como o resultado do exame de sangue. E caso sejam detectadas alterações nesses resultados, a família será encaminhada para atendimento em uma unidade de saúde do município.
Avaliação – Para avaliar o andamento do trabalho no Pará, foi realizada, no dia 11 de março, uma reunião do professor titular da UFRJ e coordenador nacional do Enani, Gilberto Kac, e da líder de Projeto da Coordenação Executiva da Pesquisa, Nádia Santos, com representantes da Sespa, das Secretarias de Saúde dos municípios alvo da pesquisa e do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems).
O principal problema apontado pela líder de Projeto, Nádia Santos, é a baixa adesão das famílias, principalmente, pelo desconhecimento do trabalho, sendo necessário, portanto, uma mobilização das Secretarias Municipais de Saúde, por meio dos postos de saúde, para divulgar o trabalho junto às comunidades.
“A gente precisa de ajuda para divulgação nos postos de saúde, porque é lá que as pessoas procuram saber sobre a veracidade do trabalho. As famílias precisam reconhecer a pesquisa como algo benéfico para a criança já que elas vão receber um diagnóstico nutricional completo, com medida de peso e altura e com parâmetros bioquímicos, para acompanhamento desse estado nutricional” - Nádia Santos, líder de Projeto da Coordenação Executiva da Pesquisa.
A diretora de Políticas de Atenção à Saúde da Sespa, Sâmia Borges, afirmou que a pesquisa será apoiada pela Sespa com o fortalecimento e monitoramento dos setes municípios participantes. “Estaremos mais próximos da Coordenação de Atenção Primária do município, que precisa se articular junto às ações de saúde da mulher e da criança, para que seja explicado o que é a pesquisa e a população que está sendo estudada receba os pesquisadores”, disse.

Ela disse ainda que, desde 2006, não é feito nenhum trabalho com tanta profundidade e detalhamento em relação à saúde de crianças, abrangendo, exames laboratoriais, que custam em torno de R$ 800, muitos deles específicos que ainda não são oferecidos pelo SUS.
“É uma oportunidade para os municípios terem um diagnóstico da saúde da sua população infantil. E o Estado, com base nessa amostra, poder ter um retrato de mais ou menos o que está acontecendo nas regiões de saúde e nos municípios. Então, o resultado será muito importante para fazermos adaptações e readaptações das políticas de saúde” - Rahilda Tuma, coordenadora estadual de Nutrição.
O Cosems vai colaborar com a divulgação e mobilização junto aos sete secretários municipais de Saúde dos municípios participantes. “É uma pesquisa muito importante porque vai mostrar um retrato nutricional das nossas crianças, como é que está o aleitamento, crescimento, estado nutricional das mães e, além disso, vão oferecer vários exames. Quem dera que a gente pudesse fazer isso nos 144 municípios do Estado, seria excelente”, disse a assessora técnica do Cosems, Sílvia Cumaru.
Nádia Santos fez um balanço positivo da reunião em Belém. “É muito bom quando a gente chega num estado e tem a receptividade que a gente teve aqui no Pará, porque a animação e engajamento das pessoas fazem total diferença para a pesquisa dar certo. São essas pessoas que estão na porta e a gente precisa muito delas”, disse se referindo aos representantes dos municípios que estavam presentes.
Para Gilberto Kac, essa é uma oportunidade única porque o pesquisador quer ver a sua pesquisa gerando impacto positivo, no caso da UFRJ, impacto na saúde.
“O Enani é um projeto interessante porque os dados que estamos produzindo efetivamente vão ser considerados na reformulação de uma série de ações e programas, inclusive, na revisão da Política de Controle de Deficiência de Micronutrientes. Então, sem dúvida, é uma satisfação muito grande. As pessoas estão muito motivadas e nós estamos mais tranquilos. Considero que o objetivo da visita foi cem por cento alcançado” - Gilberto Kac, professor titular da UFRJ e coordenador nacional do Enani.
Serviço:
O Enani dispõe de atendimento telefônico gratuito para tirar dúvidas: 0800 808 0990, tem site e também perfis nas redes sócias com todas as informações sobre a pesquisa.
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