10/03/2020 - Edvânia Peregrini/Governo do Tocantins
Há três anos, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) de Miracema apoia e realiza, em parceria com outras instituições, a Caminhada pela vida das Mulheres, que ocorre na cidade. Neste ano, em sua 3ª edição, a caminhada reuniu mulheres de diversos segmentos, como pescadoras, agricultoras, estudantes, professoras e comerciantes com a finalidade de sensibilizar a população sobre a importância da garantia de direitos e do enfrentamento à violência contra as mulheres. A caminhada ocorreu nessa segunda-feira, 9, no centro da cidade, encerrando na praça Derocy Moraes.
Nos discursos, as mulheres chamaram atenção para os tipos de violências existentes e o aumento de casos de registros de violência no município. Elas relembraram a morte da vereadora Marielle Franco e da estudante de serviço social Gilmara (morta pelo feminicídio); e ressaltaram casos de assédios nos espaços públicos e privados; dos sentimentos de insegurança e medo que acometem o gênero ao transitarem pelas ruas e até mesmo dentro de suas próprias casas.
Na ocasião, a presidente da Colônia dos Pescadores (Copemito), Maria do Socorro Sousa dos Santos, expôs a dupla jornada de trabalho que faz desde a realização dos afazeres domésticos à atividade de pesca, venda e organização da papelada da colônia.
A defensora pública Franciana Cardoso ressaltou diferença salarial para homens e mulheres ocupando a mesma posição, bem como, apontou que o Brasil é o 5° país mais violento para as mulheres viverem. No mesmo sentido, a agricultora Célia de Assis frisou que não existem justificativas para que as mulheres sejam humilhadas, desrespeitadas e maltratadas.
A extensionista do Ruraltins, Carina Monte, relembrou os primeiros encontros com o grupo de mulheres pescadoras (desde maio de 2015) e ressaltou o quanto as mesmas desenvolveram o poder da fala e da articulação. Além disso, ela expôs sobre a participação em eventos como a Marcha das Margaridas, e a presença das mulheres pescadoras na 1ª Feira Gastronômica, dentre outros espaços políticos e de debates.
A 1ª edição da Caminhada pela Vida das Mulheres ocorreu em 2018, contando com a organização inicial do grupo de pescadoras da Copemito, da Defensoria Pública e do Ruraltins. Na ocasião, foi elaborada uma carta das mulheres de Miracema, destinada ao poder público municipal expondo suas principais demandas, desde a necessidade de creches, criação de postos de trabalho e renda; e disponibilidade de serviços de saúde. Neste mesmo ano, iniciaram a articulação para criação da Lei que rege o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Miracema do Tocantins, que, neste momento, encontra-se em trâmite na Câmara Municipal.
Nos anos posteriores, outras instituições, como a Universidade Federal do Tocantins (UFT), vêm enriquecendo não só essa ação, mas também realizando parcerias em diversas atividades com a Colônia de Pescadores e a comunidade de forma geral.
Edição: Lenna Borges
Revisão: Marynne Juliate
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