terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Vai faltar produto chinês no mercado, diz coordenador do Foro Brasil China

ECONOMIA MUNDIAL
Empresas brasileiras devem se preparar para falta de insumos no segundo semestre deste ano
Getty Images


Empresas brasileiras que usam insumos fabricados na China devem se preparar para um cenário de desabastecimento momentâneo por causa da crise provocada pelo novo coronavírus. A afirmação é do empresário Henry Christian Osvald, coordenador do Foro Brasil China, grupo que reúne representantes de empresas brasileiras que operam em solo chinês.

Radicado em Xangai, ele diz que, segundo um cenário otimista, as fábricas em diversas cidades da China devem voltar a operar com todos os seus funcionários somente em maio. “No segundo semestre vai ter falta de produto chinês no Brasil”, disse.Para tentar conter a disseminação do vírus, Pequim impôs às empresas que providenciem máscaras, luvas e gel higienizante aos funcionários. “Se tiver casos de contaminação, a fábrica é multada”, diz Osvald.

Um dos resultados é que muitas companhias estão mantendo parte de seus funcionários em casa. O que significa redução de produção.Depois do feriado do Ano Novo chinês, as empresas que já voltaram a funcionar — brasileiras ou não — o fizeram com apenas 20% a 30% de sua mão de obra, segundo Osvald. “Grande parte volta na semana que vem, e também com 20% a 30% dos funcionários.”Seu cenário é o seguinte: em fevereiro, o parque fabril chinês – nas regiões de maior alerta para a contaminação – deve operar com 20% de seus trabalhadores; em março, essa fatia sobe para a faixa de 30% a 50%; em abril, entre 50% e 80%; e somente em maio a situação se normalizaria.Como em geral levam aproximadamente 90 dias entre produção e embarque de produtos chineses para o Brasil, o impacto dessa redução do ritmo de trabalho deverá bater no Brasil no segundo semestre, disse Osvald.O Foro Brasil China nasceu em 2006 por iniciativa da Embaixada do Brasil em Pequim. Reúne mais de 60 empresas, entre elas Petrobras, Banco do Brasil, Vale, BRFoods, Itaú, Suzano, Marcopolo e Weg.


FONTE: VALOR INVESTE

Nenhum comentário:

Postar um comentário