domingo, 10 de novembro de 2019

ENEM: pelo 2º final de semana seguido, partes da prova vazam no WhatsApp

EDUCAÇÃO
Reprodução
Fotos da prova do segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que compreende os temas de Ciências da Natureza e Matemática, circulam em grupos de professores no WhatsApp desde pelo menos as 16h30 deste domingo.
O exame ainda estava sendo aplicado em todo o Brasil e, oficialmente, candidatos só podiam deixar os locais de prova com o caderno de questões a partir das 18h.
O GLOBO teve acesso às imagens da prova, que reproduzem todas as 90 questões do Enem, e confirmou sua veracidade com candidatos que realizaram o exame.
Na semana passada, no primeiro dia do Enem, uma foto do tema de redação também vazou durante a aplicação da avaliação.
O Ministério da Educação (MEC) e o Inep instauraram um inquérito e, no último sábado, a Polícia Federal deflagrou uma operação de busca e apreensão contra duas aplicadoras do exame.
Um candidato também teria sido eliminado, segundo anunciou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, em um pronunciamento em cadeia nacional.
Procurada pelo GLOBO, a assessoria do Inep afirmou, por telefone, que ainda não tomou conhecimento do vazamento e que apurarão o episódio.

Enem fala de caldo de feijão, Tinder e adota estilo mais próximo da Fuvest

O segundo dia de provas do Enem, com questões das áreas de exatas e ciências da natureza, teve questão sobre caldo de feijão, Tinder e um estilo mais próximo da Fuvest. 
"Foi uma prova mais conteudista, com pouca interpretação. Na direção de uma Fuvest", afirma o professor de física do sistema de ensino COC, Bernardo Copello Alves. 
Para ele, o grande desafio foi a questão do tempo. "Foi uma prova trabalhosa, para se equacionar 90 questões em cinco horas", disse. 
A professora Brunna Coelho Henrique, do COC, concorda com o estilo mais parecido com a Fuvest. Para ela, chamou a atenção uma questão muito puxada a respeito de genética, sobre a lei de Mendel.
"Tiveram questões padrão Fuvest: sobre membrana, respiração aeróbia e essa de genética", disse. 
Uma das questões citava uma conhecida tática das cozinheiras, que é usar batatas para diminuir o sal dos alimentos. A pergunta citava o caso de uma cozinheira que salgou demais o caldo de feijão e usou as batatas. 
Às 15h33 deste domingo (10), os primeiros alunos começaram a deixar o prédio da Universidade Nove de Julho, na Barra Funda, um dos tradicionais pontos de aplicação da prova em São Paulo.
Para Victor Hugo Souza, 17, o exame "foi relativamente fácil". Está é a primeira vez que ele realiza a prova e disse não ter tido grandes surpresas. "Foi tranquilo, achei matemática bem fácil. A de química estava um pouco mais complicada", afirmou.
Para Clarice Nolasco Brito, 22, que cursa direito e pretende conseguir algum desconto com o resultado do exame, estava um pouco difícil, mas dentro do que esperava. "Foi terceira vez que fiz a prova, mas a última tinha sido em 2016. Acho que com as mudanças para esse novo modelo a prova ficou mais cansativa."
Caio Pereira, 18, conta que foi um dos primeiros a concluir a prova. Ele diz que estava preparado e por isso achou o exame bem fácil. "Foi a segunda vez que fiz a prova e não mudou nada, caíram as mesmas coisas de sempre, afirmou.
No primeiro dia de prova, os candidatos responderam questões de linguagens, códigos e suas tecnologias e ciências humanas. A primeira edição do Enem sob o governo Jair Bolsonaro (PSL) foi também a primeira em dez anos que não trouxe nenhuma questão relativa à ditadura militar (1964-1985).
Com AGÊNCIA O GLOBO e FOLHAPRESS

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