segunda-feira, 13 de maio de 2019

Mudanças climáticas serão uma tragédia para o mundo, alerta chefe da ONU

MUNDO

Mudanças climáticas serão uma tragédia para o mundo, alerta chefe da ONU
Ilhas Fiji, após passagem do furacão Winston em fevereiro de 2016 - AFP/Arquivos
Visando à cúpula que será realizada em 23 de setembro na ONU para intensificar os esforços para combater as mudanças climáticas, o dirigente português visita esta semana a Nova Zelândia e as ilhas do Pacífico, onde o aumento do nível do mar ameaça a existência de pequenos países.
“Continuanuamos perdendo a batalha”, alerta Guterres.
“A mudança climática está indo mais rápido do que nós e, se não invertermos essa tendência, será uma tragédia para o mundo”, completou.
Em sua carta-convite à cúpula, o secretário-geral da ONU anunciou uma reunião preparatória de 30 de junho a 1º de julho nos Emirados Árabes Unidos. Nela, serão discutidas as melhores propostas para combater o aquecimento global.
A mensagem pede aos países que não participem da reunião “com discursos”, mas com “planos concretos e realistas” para reduzir os gases causadores do efeito estufa em 45% nos próximos dez anos e eliminá-los completamente até 2050.
“O que a gente quer é que os países aumentem suas ambições para 2025 e 2030, seja na cúpula, seja em 2020”, diz Nick Mabey, do think tank E3G, que insiste na necessidade de alcançar compromissos que permitam, por exemplo, acabar com o carvão poluente.
Em sua visita a Fiji, ou a Vanuatu, Guterres se reunirá com famílias, cujas vidas são ameaçadas por furacões, inundações, ou por outros eventos climáticos extremos.
Fiji tem trabalhado para construir uma coalizão de mais de 90 países do Caribe, da África e da Ásia para enfrentar melhor as crises causadas pelo aquecimento global.
– Desdém americano –
“Esperamos que o secretário-geral encontre em sua visita uma inspiração para ir mais longe, mais rápido e mais fundo na cúpula”, disse à AFP a embaixadora das Fiji na ONU, Satyendra Prasad.
“Esperamos que este cúpula marque um ponto de inflexão”, afirmou.
Segundo o enviado para o clima da ONU, Luis Alfonso de Alba, a cúpula poderá ter sucesso apesar da posição contrária dos Estados Unidos.
“Há cinco, ou dez anos, os países observavam o que seu vizinho estava fazendo antes de agir e, hoje, todos estão conscientes de que há uma necessidade urgente de intervir”, disse De Alba à AFP.
A disposição de Guterres de se envolver pessoalmente na luta contra a mudança climática ocorre em um momento em que os Estados Unidos, o maior contribuinte financeiro da ONU, são céticos quanto à realidade do fenômeno e às suas causas.

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