sexta-feira, 31 de maio de 2019

GP do Brasil de F1 tem queda de braço entre Rio e São Paulo

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Rio de Janeiro ou São Paulo? O futuro do Grande Prêmio do Brasil está nas mãos dos dirigentes da F1, que devem escolher entre a manutenção do evento no circuito de Interlagos ou a mudança para um autódromo totalmente novo no Rio.É um assunto de suma importância para a categoria: o Brasil é um dos países onde são registradas as maiores audiências, com 115,2 milhões de telespectadores que viram ao menos um GP em 2018, bem à frente da China (68 milhões) e os Estados Unidos, com 34,2 milhões.São Paulo recebe a corrida desde 1990, mas o contrato com a F1, que vence em 2020, ainda não foi renovado. No dia 8 de maio, o presidente Jair Bolsonaro surpreendeu ao anunciar durante uma cerimônia que o Grande Prêmio do Brasil aconteceria "no ano que vem" no Rio, em um autódromo "construído em seis, sete meses".Essa declaração caiu como uma bomba, mas autoridades da F1 não demoraram a rebater a informação.Na verdade o contrato de São Paulo vigora até 2020 (incluindo esse ano) e o Rio é apenas candidato à organização da prova a partir de 2021.E diante das perguntas dos especialistas que acham impossível construir as instalações em tão pouco tempo, JR Pereira, diretor-executivo do consórcio encarregado do projeto, a Rio Motorsports, explicou à AFP que na realidade, a duração prevista das obras é de 16 a 17 meses".

Se é apenas um ruído na comunicação ou uma jogada para forçar a mudança, uma coisa é certa: o presidente Jair Bolsonaro escolheu seu lado.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, diz ter sido "pego de surpresa" pelo anúncio de Bolsonaro e acrescentou que as negociações para a renovação do contrato estavam "avançadas".

O governador do Estado de São Paulo, João Dória, se mostrou mais categórico: "O GP está em Interlagos até 2020 e continuará. Se o Rio quiser disputar a F-1 com São Paulo, garanto que São Paulo tem mais chance de vencer", afirmou ele."Os aspecto político é muito importante, Prefeitos e governadores querem demonstrar força porque almejam cargos maiores", explica Victor Martins, diretor da Grande Prêmio, principal site de informações sobre o automobilismo do Brasil, citando as ambições presidenciais de Dória para as eleições de 2022.- Spa-Francorchamps dos trópicos.

Com praias, florestas e estrutura hoteleira herdada dos Jogos Olímpicos de 2016, não faltam trunfos ao Rio.O projeto é ambicioso: um autódromo com 130.000 lugares para os espectadores (mais do que o dobro de Interlagos), com um traçado desenhado pelo renomado arquiteto alemão Hermann Tilke, que já concebeu os de Hockenheim, Xangai e Sepang.O orçamento é estimado em 697 milhões de reais para uma obra que deveria ser totalmente financiada pelo setor privado.


"Tinham o mesmo discurso para a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.Mesmo falando que vai ter a iniciativa privada bancando tudo isso, naturalmente vai ter um dinheiro publico entrando nessa questão", adverte Victor Martins, apesar de o consórcio se defender categoricamente e o Estado do Rio enfrentar uma crise financeira profunda.

"O Rio está mais alinhado com a estratégia da Liberty Media (o grupo que controla a F1 desde 2017), para o futuro da Fórmula 1, pelo autódromo mais moderno, desenhado pelo Hermann Tilke, um dos principais arquitetos de pistas no mundo e pela vocação turística", avalia Pedro Trengrouse, advogado e professor da Fundação Getúlio Vargas.

JR Pereira promete um circuito inspirado no de Spa, na Bélgica, com uma prova rápida, tentando preservar um máximo de verde possível.- Questões ambientais -Porém é exatamente o respeito pelo meio ambiente que pode se tornar o calcanhar de Aquiles do projeto.O local é um campo minado, no sentido literal e figurado. Usado como área de treinamentos pelo exército no passado, está localizado em Deodoro, bairro popular da zona oeste do Rio onde foi construída parte das instalações dos Jogos de 2016.

O autódromo que recebia a F1 no Rio nos anos 80 fica em Jacarepaguá, bairro menos isolado, e foi demolido para dar lugar ao Parque Olímpico.

O Ministério Público Federal pediu a suspensão da licitação devido à ausência de estudos de impacto ambiental, mas o consórcio foi declarado vencedor pela prefeitura do Rio no dia 20 de maio, na ausência de outros concorrentes.


JR Pereira garante que esse estudo já foi encomendado e que as obras só vão começar "uma vez que as licenças necessárias forem obtidas".Seu consórcio se lançou então em uma corrida contra o tempo para entregar um autódromo novinho em folha a tempo de receber a corrida em novembro de 2021.

"A tendência nesse momento é que continue em SP em 2021 porque duvido que haverá um autódromo, e se tiver um autódromo, duvido que fique pronto em 2021", diz Victor Martins."É claro que a F1 gostaria de ter um GP no Rio, mas não é uma coisa fácil, não é estalar o dedo que você vai fazer um autódromo e ter uma corrida", conclui.

lg/pt/aam 


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