terça-feira, 7 de maio de 2019

Feminicídio: mulher é assassinada por ex-marido que depois comete suicídio no DF

DF
Mortes foram na tarde desta segunda. Vítima contava com medida protetiva.

Jaqueline Pereira dos Santos, de 39 anos, foi morta pelo ex-marido em Santa Maria, no Distrito Federal — Foto: Foto: Polícia Civil/Divulgação
Uma mulher foi assassinada a facadas na tarde desta segunda-feira (6), na Quadra Central 01, de Santa Maria, no Distrito Federal. Segundo a Polícia Civil, o autor do crime é o ex-marido, que fugiu do local e cometeu suicídio pouco depois.
O homem foi identificado como Maciel Luiz Coutinho da Silva, de 41 anos. Segundo o delegado Alberto Rodrigues, da 33ª DP, de Santa Maria, Jaqueline Pereira dos Santos, de 39 anos, já havia denunciado Silva por agressão.
Eles foram casados por 25 anos anos. Há 2 meses, de acordo com parentes, o relacionamento chegou ao fim.
Maciel Luiz Coutinho da Silva fugiu depois de matar ex-mulher, Jaqueline Pereira dos Santos, no DF. Ele cometeu suicídio — Foto: Foto: Polícia Civil/ DivulgaçãoMaciel Luiz Coutinho da Silva fugiu depois de matar ex-mulher, Jaqueline Pereira dos Santos, no DF. Ele cometeu suicídio — Foto: Foto: Polícia Civil/ DivulgaçãoMaciel Luiz Coutinho da Silva fugiu depois de matar ex-mulher, Jaqueline Pereira dos Santos, no DF. Ele cometeu suicídio — Foto: Foto: Polícia Civil/ Divulgação
Amigos de Jaqueline contaram que na manhã dessa segunda-feira Silva foi até o trabalho da ex-mulher, que era gari, e a ameaçou. Segundo vizinhos, por volta das 16h, ele pulou o muro da casa onde Jaqueline morava, no centro de Santa Maria.
De acordo com as testemunhas, a mulher gritou por socorro e, poucos minutos depois, Silva saiu em uma motocicleta. Vizinhos encontraram Jaqueline sem vida.
A polícia acredita que o motivo do crime foi ciúmes. Maciel Luiz Coutinho da Silva não aceitava um novo relacionamento da ex-mulher. O casal tinha três filhos.

Medida protetiva

Policiais na rua onde Jaqueline Pereira dos Santos foi morta pelo ex-marido, em Santa Maria, no DF — Foto:  Foto: Arquivo pessoalPoliciais na rua onde Jaqueline Pereira dos Santos foi morta pelo ex-marido, em Santa Maria, no DF — Foto:  Foto: Arquivo pessoalPoliciais na rua onde Jaqueline Pereira dos Santos foi morta pelo ex-marido, em Santa Maria, no DF — Foto: Foto: Arquivo pessoal
No dia 5 de março, o Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Santa Maria concedeu uma medida protetiva para Jaqueline. Na decisão, o plantão judicial determinou o afastamento de Silva da casa da vítima.
Ele foi proibido de manter contato com Jaqueline, por qualquer meio e modo. O ex-marido deveria ainda ficar a, pelo menos, 300 metros de distância da ex-mulher.
No entanto, no dia 13 de março, o mesmo juizado revogou a medida protetiva, a pedido de Jaqueline.
Segundo o delegado-chefe da 33ª DP, Rodrigo Têlho, no dia 26 de abril, a mulher foi até a delegacia e pediu uma nova medida protetiva. O pedido foi concedido, afirma Têlho.
"Ele foi intimado na última quinta-feira (2). Foi ouvido na sexta-feira (3) e não teve mandado de prisão expedido. Infelizmente aconteceu isso."

O que dizem a Justiça e o Ministério Público

Questionado sobre o pedido de revogação da medida protetiva para a Justiça, o Ministério Público do DF disse em nota ao G1, que Jaqueline compareceu espontaneamente à Justiça e informou que as respectivas medidas protetivas de urgência não eram necessárias.
O MP explicou que acatou a vontade da vítima, mas pediu a designação de audiência de justificação para melhor avaliar a situação de risco.
Segundo a promotoria, havia medidas protetivas de urgência, que estavam em vigor. O MP disse que não houve pedido de prisão porque os processos tratavam apenas de medida protetiva de urgência.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) disse que, em depoimento na delegacia, no dia 26 de abril, Jaqueline negou que estivesse sofrendo agressões. "Maciel em nenhum momento a xingou, ameaçou ou agrediu. Não havendo flagrante, agressão, descumprimento de medida protetiva ou outro fato que justificasse prisão preventiva", afirmou o TJ.
De acordo com a Justiça, para a segurança e proteção da vítima, o juiz plantonista concedeu a medida protetiva que estava em vigor.

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