domingo, 19 de maio de 2019

Estado de emergência ambiental no DF vai até novembro

DF 
Período de seca, sem chuva e com baixa umidade alerta para prevenção contra incêndios florestais



(foto: Antonio Cunha/CB/D.A Press)

 
Baixa umidade, árvores retorcidas e um incrível pôr do sol. É assim que a capital se apresenta no período da seca. Os sinais da chegada da estiagem começam nesta época do ano e só terminam em setembro. Esse também é o período em que os cuidados com os incêndios florestais devem ser redobrados. Por isso, desde 13 de maio, o DF está em estado de emergência ambiental, alerta válido até novembro.

Segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), até maio deste ano, 28 hectares foram incendiados, extensão considerada na média. Entre as áreas mais afetadas, estão o Parque Nacional de Brasília, a Floresta Nacional e as regiões administrativas de São Sebastião e Brazlândia. Mas a tendência é que os incêndios tripliquem de junho a setembro, afirma Carol Schubart, coordenadora do Plano de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do DF da Sema.
O Corpo de Bombeiros também está se preparando para os próximos meses. Dados da corporação revelam que, em julho, por exemplo, costumam ser atendidas mais de 1,5 mil ocorrências de incêndios. Até 29 de abril deste ano, houve154. “Atualmente, em média, trabalhamos com 40 bombeiros por dia dedicados a incêndio florestal. Em julho, aumentamos a equipe para 300 bombeiros e. em agosto e setembro, para 400”, ressaltou o tenente do Corpo de Bombeiros João Henrique Corrêa.

O decreto que institui o estado de emergência, publicado no Diário Oficial do DF, determina que 100 novos brigadistas devem ser contratados, de maneira emergencial, para atuar no combate às queimadas. Carol Schubart explica que o ideal é que, até julho, os brigadistas sejam efetivados. “Eles trabalharão em unidades de conservação de Brasília e ficarão alocados em pontos estratégicos”, afirma. O processo se encontra na Secretaria de Estado de Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) e aguarda liberação de recurso para a admissão dos profissionais.

Sem chuvas

A falta de chuva na capital também contribui para o aumento dos incêndios florestais e o brasiliense já pode se acostumar com esse problema. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as últimas semanas de maio serão marcadas por uma massa de ar seco entrando na região Centro-Oeste e inibindo a formação de nuvens, o que causará aumento da temperatura máxima.

“Nos próximos dias, teremos tempos de sol, sem chuva e com queda da umidade relativa do ar. Mas não podemos precisar exatamente quando começa aquele período de seca, porque existe uma transição gradual, não instantânea. O que sabemos é que os primeiros meses do segundo semestre do ano são historicamente mais secos e que o período mais crítico acontece em agosto”, explicou o meteorologista Manoel Rangel.

A umidade relativa do ar pode chegar a números em torno de 10% em agosto, como vem acontecendo nos últimos três anos. Mas o especialista ressalta que as previsões não indicam um período de seca “terrível”, pois os dados são normais para a época. É difícil prever, no entanto, quanto tempo o DF pode ficar sem chuva. Um dos maiores períodos de estiagem ocorreu em 2017, quando a capital teve 127 dias sem chuva. Em 2018, foram 81.

Prevenção

Em 90% dos casos os incêndios florestais são causados por ação humana, conforme afirma o engenheiro florestal e mestre em ciências florestais Ilvan Medeiros. “As queimadas afetam diretamente na qualidade de vida do ser humano, e muitos não pensam assim. O primeiro ponto é a liberação de poluentes, o que pode causar doenças respiratórias nas pessoas. E, em segundo lugar, a redução da biodiversidade”, explica.

A coordenadora Carol Schubart, da Sema, argumenta que o órgão tem feito ações de conscientização com a população. “Fazemos blitz educativa nas regiões em que há maior índice de incêndio. Entregamos um material de orientação para alertar que, em vez de colocar fogo no lixo, que o separe corretamente.”

O tenente do Corpo de Bombeiros João Henrique Corrêa, também faz uma alerta: “Para quem tem chácara ou mora em um lugar com ampla vegetação, substitua a utilização do fogo e utilize ferramentas manuais, como roçadeiras e capina”, argumenta.

Colaborou Alan Rios 

CORREIO BRAZILIENSE

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