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terça-feira, 2 de abril de 2019
Produtora de petróleo saudita é a empresa mais lucrativa do mundo
MERCADO
Em 2018, a Saudi Aramco fez mais dinheiro que Google, Apple e Shell, juntas
INSTALAÇÃO DA PETROLÍFERA SAUDI ARAMCO (FOTO: DIVULGAÇÃO/SAUDI ARAMCO)
Qual o segredo do sucesso? Como deve atuar uma empresa para ser extremamente lucrativa? Se essas perguntas admitem de fato respostas certeiras, muitos investidores tiveram uma chance única de obtê-la na semana passada. Pois a
Saudi Aramco
, petrolífera do governo da
Arábia Saudita
e empresa mais lucrativa do mundo (com US$ 111 bilhões de ganhos em 2018, mais dinheiro que
Google
,
Apple
e
Shell
, juntas),
abriu de forma inédita algumas de suas informações estratégicas.
Isso porque a companhia, que produz cerca de 10% do petróleo cru no mundo todo, fez uma emissão de títulos de dívida no valor de US$ 10 bilhões para financiar a aquisição da petroquímica
Sabic
, e para convencer os investidores precisou dar um pouco de transparência ao processo.
Um prospecto de 470 páginas foi publicado na bolsa de valores de Londres, e foi
analisado pela
Bloomberg
. Mas, em vez das receitas para o sucesso, o que saltou aos olhos foi a
alta dependência que o governo saudita
tem em relação à empresa e os
indicadores financeiros
nem tão saudáveis assim da petrolífera.
O documento mostra que o lucro enorme da Aramco tem uma função clara, que é abastecer o reino saudita de petrodólares. A empresa paga 50% de seus ganhos em taxas ao governo, além de 20% da receita em royalties pela exploração de petróleo.
Outra questão delicada não chega a ser uma novidade, em termos de petróleo: a dependência da companhia em relação ao preço da commodity. Em 2016, quando o preço do barril caiu a cerca de US$ 45 (hoje está em US$ 69), a empresa saudita lutou para ficar no zero a zero e não ter prejuízo trimestral. No ano todo, o lucro foi de apenas US$ 13 bilhões.
No indicador de fundos provenientes da operação (
funds from operations
), que indica quanto das vendas de fato vai para o caixa da empresa, a Aramco, que fica com US$ 26 de cada barril de petróleo comercializado, fica bem atrás de concorrentes como Shell (US$ 38) e Total (US$ 31).
Dados como esses explicam porque a Saudi Aramco tem, apesar dos lucros estratosféricos, uma
avaliação de grau de investimento mais baixa
(A+) para a Fitch do esses mesmos concorrentes (tanto Shell quanto Total têm grau AA-). No indicador da Moody, fica ainda mais atrás da Exxon, que tem Aaa.
Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro do trono da Arábia Saudita maior interessado no sucesso da estatal (Foto: Dan Kitwood - WPA Pool/Getty Images)
Pesa, para essas agências e analistas que aconselham investidores, a proximidade entre a empresa e um dos governos menos transparentes do mundo.
“Com o tempo, um preço de petróleo baixo pode causar um déficit fiscal para a Arábia Saudita que pode resultar em mudanças no regime da Aramco. É impossível dissociar o governo da Aramco dada a proximidade entre ambos e a contribuição que a empresa dá ao governo saudita”, critica Neil Beveridge, analista do setor de energia da Sanford C. Bernstein & Co.
O documento mostra ainda a quantidade de problemas recentes pelos quais a Saudi Aramco passou. Estruturas atingidas por mísseis em conflitos políticos, um grande ciberataque em 2012 e disputas contra leis antitruste na OPEP são algumas das dificuldades encontradas, segundo o site. Recentemente, o presidente da empresa reclamou também de uma "
crise de percepção
" dos negócios da empresa, baseados num combustível fóssil, enquanto cresce a adoção de energia renovável no mundo.
Apesar de tudo isso, a publicação de algumas informações antes guardadas para seus controladores pode ser considerada um passo importante em direção a uma realidade diferente. O príncipe herdeiro do trono da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, já declarou o interesse em levar a companhia a um IPO. O plano, no entanto, foi previsto para 2021, quando ele espera
alcançar uma avaliação
da petrolífera em nada menos que US$ 2 trilhões.
Com a divulgação dos indicadores financeiros, no entanto, é menos provável que investidores se animem a ponto de fazer uma avaliação tão otimista da empresa.
ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE
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