Segurança Pública
12/12/2018 09:18h
A coleta de material genético para a formação de um banco nacional de dados, afim de desvendar crimes cometidos por condenados da Justiça em todo o país, esta sendo possível através de uma parceria formada entre a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe) e o Centro de Perícia Científica (CPC) Renato Chaves, que ontem (11), concluíram a primeira etapa da coleta de material biológico dos presos custodiados na Central de Triagem Metropolitana II (CTM II), localizada em Ananindeua.
A ação é realizada por meio de uma solicitação da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), em cumprimento a Lei 12.654 de 2012 que torna obrigatória a coleta de material biológico de condenados da Justiça por crimes hediondos e/ou de violência sexuais, para a formação de um banco de dados nacional arquivado e acessado pela Polícia Federal de Brasília, com o objetivo de cruzar informações e auxiliar nas investigações de crimes cometidos, em todo o território nacional.
Os materiais biológicos dos presos custodiados são coletados por uma equipe de 25enfermeiros e técnicos de enfermagem da Susipe que foram treinados por peritos do CPC Renato Chaves para dar celeridade à solicitação da Senasp que estimulou uma meta de 1.050 coletas, até o inicio de 2019.
“Hoje na CTM II estamos finalizando a primeira etapa de coletas de material biológico dos presos desta unidade, em cumprimento a resolução Federal. Esse material genético coletado será encaminhado agora ao laboratório do CPC Renato Chaves para análise e, posteriormente, será inserido no banco de dados”, disse a gerente de saúde física e mental da Susipe, Eulione Chaves, que está a frente das coletas nas unidades prisionais.
O banco de perfil genético do CPC Renato Chaves já existe desde 2014 e em 2015 foi iniciado o processo de coleta de dados dos internos custodiados pela Susipe. Este banco de dados tem ajudado na investigação e elucidação de crimes, além de relacionar diferentes crimes cometidos pela mesma pessoa, em todo o mundo. Por meio desta tecnologia, é possível auxiliar a investigação criminal com a elucidação de crimes em série, crimes sem suspeito, crimes antigos, crimes interestaduais e crimes internacionais.
“No laboratório de DNA é feito todo o preparo do material utilizado na coleta, como os coletores, as luvas e os demais itens necessários, em seguida, são entregue ao responsável da Susipe que faz a coleta e depois retorna ao laboratório para processar as amostras e inserir nosso banco e encaminhar para o banco nacional. A parceria com a Susipe nos possibilitou mais agilidade nas coletas e com isso esta sendo possível atingir a meta estipulada pela Senasp. A equipe de técnicos e enfermeiros que estão à frente desse trabalho nas casas penais está devidamente preparada. São profissionais dedicados e empenhados para a formação desse banco de dados”, explica à perita e gerente do laboratório de Exames Físico, Químicos e Biológicos - DNA do Centro de Perícia Científica (CPC) Renato Chaves, Elzemar Rodrigues.
Nessa primeira etapa já foram coletados mais de 200 amostras de materiais genéticos. A meta para o estado do Pará é coletar dados biológicos de 1.050 internos sentenciados por crimes hediondos ou de crimes sexuais que estejam custodiados nas unidades prisionais da Região Metropolitana de Belém para se integrar ao banco nacional que busca coletar aproximadamente 70.000 amostras biológicas de condenados, entre os anos de 2018 e 2019. Todos os dados serão reunidos na Rede Integrada de Banco de Perfis Genéticos.
“Esse processo é um grande avanço para o sistema prisional e para a Justiça, já que desvendar crimes por meio do material genético de um indivíduo é extremamente importante. Assim, é possível julgar de forma mais precisa, e até mesmo livrar um inocente da prisão. Tudo isso graças ao avanço da tecnologia na investigação criminal”, finaliza a diretora de Assistência Biopsicossocial da Susipe, Eugenia Fonseca.
Por Timoteo Lopes
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