terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Adasa anuncia fim de 'situação crítica' de escassez de água no DF

DF
Resolução autoriza captação no Descoberto com base em 'nível satisfatório' do reservatório. Entenda mudanças.
Reservatório do Descoberto com 96,9% da capacidade; imagem é desta segunda (17) — Foto: Tony Winston/Agência Brasília
A Agência Reguladora de Águas (Adasa) informou nesta segunda-feira (17) que vai decretar o fim da "situação crítica de escassez de água" no Distrito Federal. A resolução publicada em setembro de 2016 que incluia o DF no estado de crise será oficialmente revogada nesta sexta (21), a partir de publicação no Diário Oficial.
Na prática, a medida permite, por exemplo, que produtores rurais possam captar água para irrigação em qualquer momento do dia. Antes, a captação nos reservatórios era restrita ao intervalo das 6h às 9h e, à tarde, das 17h às 18h30, a depender do nível da bacia.
Para o diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles, a medida só poderá ser tomada porque os Reservatórios do Descoberto e de Santa Maria estão com "níveis satisfatórios de armazenamento". Nesta segunda-feira, as bacias operavam com 96,9% e 62,8% da capacidade, respectivamente.
"De acordo com nossas simulações, acreditamos que não teremos problemas em 2019."
Segundo Salles, pode haver uma diminuição no volume dos reservatórios, mas a Adasa espera que eles fiquem em um volume aceitável. O trabalho de acompanhamento dos recursos hídricos permanece e, entre as atribuições mantidas, está a definição da curva de acompanhamento do volume útil dos reservatórios.
Nível do Descoberto em 17 de dezembro de 2018 — Foto: Tony Winston/Agência BrasíliaNível do Descoberto em 17 de dezembro de 2018 — Foto: Tony Winston/Agência BrasíliaNível do Descoberto em 17 de dezembro de 2018 — Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Lago Paranoá

Uma resolução publicada no Diário Oficial desta segunda (17) definiu o nível altimétrico [medida máxima] adequado para garantir o uso do Lago Paranoá no abastecimento do DF.
A norma estabelece a cota mínima do reservatório em 999,8 metros. Se forem necessárias a abertura de comportas da Barragem do Paranoá ou a renovação da camada superficial do espelho d’água, permite-se a redução a até 999,5 metros. A cota máxima do Lago Paranoá é de 1.080 metros.
Comporta da barragem do Lago Paranoá aberta em 8 de fevereiro de 2018 — Foto: TV Globo/ReproduçãoComporta da barragem do Lago Paranoá aberta em 8 de fevereiro de 2018 — Foto: TV Globo/ReproduçãoComporta da barragem do Lago Paranoá aberta em 8 de fevereiro de 2018 — Foto: TV Globo/Reprodução
A resolução autoriza, portanto, oscilações de dois centímetros abaixo do padrão, caso preciso. No entanto, o nível deve ser recomposto em até dois dias.
Se for constatada redução acima do permitido, a Adasa pode aplicar penalidades à Companhia Energética de Brasília (CEB), responsável pela operação da Usina do Paranoá. Pela norma, a companhia deve manter o fluxo de saída mínimo de 1,2 mil litros por segundo no período chuvoso, de novembro a abril.

Relembre a crise hídrica

Por 1 ano e 5 meses, o DF viveu um intenso racionametno de água. Nestas 73 semanas de restrição, o brasiliense ficou pelo menos 24 horas sem água a cada seis dias e viu o principal reservatório, o Descoberto, ir do mínimo histórico de 5,3% a um pico de 93,9%.
Ao todo, foram 513 dias de rodízio. Com a economia imposta, a opulação deixou de gastar quase 980 litros de água por segundo em 2017. Meste período, a Caesb inaugurou um total 12 obras emergenciais.
Margem do lago do Descoberto, no DF, em 2017 — Foto: Gilver Ferreira/Arquivo pessoalMargem do lago do Descoberto, no DF, em 2017 — Foto: Gilver Ferreira/Arquivo pessoalMargem do lago do Descoberto, no DF, em 2017 — Foto: Gilver Ferreira/Arquivo pessoal
Para garantir o abastecimento de água para consumo humano, o GDF também reduziu a vazão de retirada de água nos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria. Em seguida, a Adasa determinou a restrição de dias e horários para a retirada de água por produtores rurais irrigantes.

G1 DF

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