quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Gestão eficiente da saúde municipal garante tratamento a crianças em outras capitais

Saúde
16/10/2018 15h08


De janeiro a setembro deste ano, cerca de 370 crianças foram atendidas pelo serviço, sendo encaminhadas para outras capitais do Brasil (fotos: Fernando Teixeira)
Jornalista: Jéssica Ferri
Na contramão de uma realidade desafiadora na economia brasileira, Boa Vista tem colhido os frutos de uma gestão focada na melhoria da saúde pública. O compromisso de regularizar serviços como o Tratamento Fora de Domicílio (TFD), por exemplo, continua fortalecido. De janeiro a setembro deste ano, cerca de 370 crianças foram atendidas pelo serviço, sendo encaminhadas para outras capitais do Brasil.
O TFD é instituído pela Portaria nº 55 da Secretaria de Assistência à Saúde (Ministério da Saúde) e garante, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), o suporte médico a pacientes portadores de doenças não tratáveis no município.Entre as principais especialidades solicitadas para TFD estão oncologia (câncer), ortopedia, cardiologia, hepatologia, oftalmologia, neurocirurgia e otorrinolaringologia.
Em 2013, o serviço em Boa Vista chegou a ser suspenso por falta de pagamento de passagens aéreas e da ajuda de custo aos pacientes e acompanhantes. Ao assumir a gestão, a prefeita Teresa Surita priorizou a regularização do TFD, colocando todos os pagamentos em dia.
“A situação encontrada em 2013 era caótica. Com muito trabalho conseguimos regularizar os pagamentos e organizar o cronograma de trabalho. Nos últimos oito meses já foi aplicado mais de 1,5 milhão em passagens aéreas e terrestres, que garantem o traslado para o tratamento necessário de centenas de crianças boa-vistenses”, destacou a prefeita.
A superintendente de Atenção Especializada, MichellyFilgueiras explica como a gerência do TFD conseguiu reformular o fluxo de trabalho para melhorar o serviço. “O processo de TFD era único, e todos os pacientes autorizados eram inclusos nessa matriz. Desmembramos esse processo único e individualizamos para cada paciente. Essa reorganização do fluxo de trabalho reduziu significativamente o tempo de resolução dos pagamentos de ajuda de custo, pois cada paciente possui seu próprio processo para empenho, liquidação e pagamento”, explica.
Outra mudança importante envolve a modalidade de compras das passagens aéreas. “Antigamente se fazia as compras das passagens pelo cartão corporativo, com um limite estabelecido, que só após o empenho e pagamento estaria livre para novas compras. Hoje há um processo licitatório especifico para compra de passagens, com um empenho de um valor estimado para o ano inteiro, o que oferece mais agilidade para atender às demandas dos pacientes”, destaca Michelly.
A dona de casa Karla Kesley Batista da Silva é mãe da pequena Natasha, 8 anos, em tratamento contra um linfangioma (tumor benigno de orbita) via TFD desde 2015. A cada dois a três meses, ela viaja com a filha para acompanhamento com especialista no Hospital das Clínicas, em São Paulo.
“Graças a Deus, eu nunca tive nenhum problema com TFD da prefeitura. Sempre tiveram pontualidade no envio das passagens para ida e volta, além da ajuda de custo. Sem essa ajuda, seria muito difícil. O mais importante é que minha filha recebe acompanhamento com melhores especialistas no tratamento que ela precisa”, destaca.
De acordo com Ana Paula Gauger, coordenadora do TFD no município, alguns desafios permeiam a rotina do serviço e dificultam o fluxo. Um deles é a demora por parte dos pais e responsáveis em buscar as passagens com antecedência.
“Os trâmites para pagamento da ajuda de custo são realizados após a entrega das passagens ao responsável. Quando temos tempo hábil o paciente e acompanhante viajam com o valor depositado. Mas em alguns casos, principalmente quando moram no interior, eles optam por buscar dois dias antes da viagem ou no dia do embarque”, explica.
Outro problema é o não comparecimento dos responsáveis para prestação de contas após o retorno da viagem. Ana Paula ressalta que a prestação de contas é um dever e o não cumprimento pode ocasionar a suspenção do serviço.
“Nós como prefeitura temos feito um trabalho continuo para agilizar os processos e garantir um atendimento de qualidade a nossas crianças. É preciso que os pais sejam nossos parceiros nessa questão. Via de regra não podemos dar início a uma nova viagem caso não se preste as contas da última”, completa.

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