sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Setembro Amarelo: veja programação do mês de prevenção ao suicídio no DF

DF

Seis hospitais receberão eventos de valorização da vida. Capital registrou 695 tentativas no 1º semestre; saiba como prevenir.
Divulgação da campanha "Setembro amarelo", em foto de arquivo (Foto: Caps/Reprodução)
O projeto "Setembro Amarelo" foi lançado nesta sexta-feira (31) pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal. O mês foi escolhido para que o governo impulsione os trabalhos de prevenção ao suicídio, um problema mundial de saúde pública – em 10 de setembro, é celebrado o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio.
Neste mês, os hospitais de cada região do DF vão receber eventos de prevenção ao suicídio e valorização da vida. Veja a agenda:
  • 6 de setembro, às 9h: Hospital Regional de Planaltina (HRP)
  • 11 de setembro, às 9h: Hospital Regional da Asa Norte (Hran)
  • 17 de setembro, às 9h: Hospital Regional do Paranoá (HRPa)
  • 20 de setembro, às 14h: Hospital Regional de Santa Maria (HRSM)
  • 24 de setembro, às 9h: Hospital Regional de Taguatinga (HRT)
  • 24 de setembro, às 9h: Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib)
Os eventos vão trabalhar com um tripé de objetivos de valorização da vida: elevação de autoestima, realização de hábitos saudáveis e o fortalecimento de vínculos.
"A gente precisa de mais relacionamentos", destaca a especialista em inteligência emocional Nádia Rossi. Ela explica que é importante apoiar, escutar e incentivar realizações em pessoas que estejam com comportamento "triste e desesperançoso".
Os vínculos com amigos e parentes, na visão da especialista, permitem que a pessoa com quadro de depressão possa fazer autoavaliação e reconheça a necessidade de um tratamento.
Para a diretora de saúde mental da secretaria de Saúde, Giselle Silva, o suicídio precisa ser divulgado de forma "delicada e com a intenção de prevenção". "Nós precisamos, sim, falar de suicídio, mas de uma forma correta e com orientação", afirma.

Centros de atenção

O Distrito Federal registrou 695 tentativas de suicídio no primeiro semestre de 2018 – em média, um caso a cada 6 horas. A Secretaria de Saúde não soube informar se os dados representam um aumento ou uma diminuição em relação ao mesmo período do ano passado.
Pessoas que precisam de ajuda no DF podem recorrer a um dos 18 Centros de Atenção Psicossocial (veja a lista completa), onde profissionais auxiliam os pacientes e oferecem internações.
Também é possível conseguir ajuda pelo telefone. Desde julho, as ligações para o Centro de Valorização da Vida (CVV) passaram a ser gratuitas em todo o Brasil. Basta ligar para o número 188.
O CVV é uma associação civil sem fins lucrativos que trabalha com prevenção ao suicídio, por meio de voluntários que dão apoio emocional a todas as pessoas que querem e precisam conversar. Eles recebem treinamento adequado e não precisam ter formação em psicologia. Todas as ligações são sigilosas.
Voluntária do Centro de Valorização da Vida em ação (Foto: CVV/Divulgação)Voluntária do Centro de Valorização da Vida em ação (Foto: CVV/Divulgação)
Voluntária do Centro de Valorização da Vida em ação (Foto: CVV/Divulgação)

Média alta

A cada 40 minutos, uma pessoa tira a própria vida no Brasil. O país registrou 10.575 casos em 2016, segundo o Ministério da Saúde. A pasta pretende diminuir as taxas de suicídios no país em 10% até 2020.
Os especialistas divergem em relação aos processos que podem levar ao suicídio. Para o psicanalista Mário Corso, é "uma cilada" ligar todos os casos de suicídio à depressão.
Karina Okajima Fukumitsu, psicóloga e suicidologista, acredita que o suicídio é o ápice do que ela chama de "processo de morrência", em que a pessoa "já está se sentindo desgostosa da vida, sem sentido, e vai definhando existencialmente".
Os especialistas concordam que cada caso tem sua subjetividade própria e que todos envolvem uma série de fatores. O tratamento, tanto com remédios psiquiátricos quanto com psicoterapia, leva tempo para surtir efeito.
Caminhada no Parque da Cidade, em Brasília, durante a campanha Setembro Amarelo de 2015 (Foto: Divulgação/ABP)Caminhada no Parque da Cidade, em Brasília, durante a campanha Setembro Amarelo de 2015 (Foto: Divulgação/ABP)
Caminhada no Parque da Cidade, em Brasília, durante a campanha Setembro Amarelo de 2015 (Foto: Divulgação/ABP)

Veja mitos comuns sobre o suicídio

  • 'Quem fala, não faz' – Não é verdade. Muitas vezes, a pessoa que diz que vai se matar não quer "chamar a atenção", mas apenas dar um último sinal para pedir ajuda. Por isso, os especialistas pedem que um aviso de suicídio seja levado a sério.
  • 'Não se deve perguntar se a pessoa vai se matar' – É importante, caso a pessoa esteja com sintomas da depressão, ter uma conversa para entender o que se passa e ajudar. Não tocar no assunto só piora a situação.
  • 'Só os depressivos clássicos se matam' – Não. Existe o depressivo mais conhecido, aquele que fica deitado na cama e não consegue levantar. Mas outras reações podem ser previsões de um comportamento suicida, como alta agressividade e nível extremo de impulsividade. Os médicos, inclusive, pedem para a família ficar atenta ao momento em que um depressivo sem tratamento diz estar bem: muitas vezes ele pode já ter decidido se matar e tem o assunto como resolvido.
  • 'Quando a pessoa tenta uma vez, tenta sempre' – A maior parte dos pacientes que levam a sério o tratamento com medicamentos e terapia não chegam a tentar se matar uma segunda vez. O importante é buscar a ajuda.

FONTE:G1 DF

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